Direto do Face, o relato dramático de uma cadeirante de Ananindeua:
“Em um momento da vida brasileira em que milhares
tomam as ruas para defender direitos (não importa a natureza deles), venho
pedir uma reflexão sobre o básico e constitucional direito de “ir e vir”. Em
função de uma doença neurológica que me colocou em uma cadeira de rodas há nove
meses, passei a ver o mundo da perspectiva das pessoas que precisam de uma
cadeira de rodas para se locomoverem – no meu caso, para as sessões de
fisioterapia, minha única esperança de voltar a caminhar normalmente.
Ao lado de meu marido (meu anjo da guarda em toda
essa longa trajetória), tenho enfrentado situações desanimadoras para quem é,
ou está, cadeirante.
Nos ônibus, os elevadores geralmente não funcionam,
o que me leva a ser carregada, junto com a cadeira, por meu marido, o motorista
e o cobrador do ônibus, e muitas vezes por pessoas que se oferecem de forma
espontânea para ajudar. A dedicação do meu marido e a solidariedade de muitos
passageiros e transeuntes têm permitido o acesso ao transporte coletivo. Nem
vou falar das calçadas desniveladas, cheias de buracos ou ocupadas por
ambulantes, que são um convite permanente a uma queda da cadeira.
Meu objetivo, aqui, é sensibilizar a Prefeitura de
Ananindeua. Como é possível constatar na foto, a Rua Celestino Rocha – que dá
acesso a minha casa -, está intransitável, até mesmo para quem está em plenas condições
de caminhar.
O trecho mostrado na foto – entre as passagens Bom
Jesus e Alzilândia – é sério candidato a virar um açude, devido à quantidade de
crateras que acumulam água da chuva, já que a via não tem sequer uma vala
lateral para o escoamento.
E agora, com as chuvas diárias, a situação só piora
a cada dia. Moradores fazem coleta e compram aterro, mas o problema requer uma
solução que só cabe ao Poder Público. É necessária uma intervenção imediata e
definitiva nesse trecho. A Passagem Bom Jesus já foi recentemente asfaltada.
Por que não estender a melhoria para mais um quarteirão e a passagem
Alzilândia?
Moramos a cerca de 2 km da BR-316, mas isso não nos
retira a condição de cidadãos. E cidadãos que precisam ter assegurado seu
direito de ir e vir. Hoje, é o que eu mais preciso.
Quem sabe compartilhando, isto chegue a alguém do
poder público, se sensibilizando para dar uma solução a esse problema.
Vale ressaltar que todo esse trecho era asfaltado
quando nos mudamos para cá em 2003”.
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