quarta-feira, 18 de maio de 2022

Não vai ter golpe. E se tiver não se sustenta. O maior perigo é a tentativa de Bolsonaro de fraudar as eleições.




 Jurei a mim mesma que não voltaria a esse assunto.

Mas uma série de artigos alarmistas me obrigam a isso.

Então, vamos combinar: não, não vai ter golpe. E, se houver, não se sustenta.

Simplesmente porque não existem condições objetivas para isso.

As pessoas falam em golpe como se tudo se resumisse a colocar uns tanques fumacentos nas ruas, para tentar fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Parece até que estamos em um paraíso dos sonhos golpistas, onde os militares colocam os tanques nas ruas e todo mundo fica só olhando, tipo colunista social apreciando o “styling” da milicada...

Pior: tais pessoas parecem não compreender que tão importante quanto dar um golpe é mantê-lo, sustentá-lo, diante das reações internas e externas.

Ora, se até a Rússia, que é uma superpotência militar, está tendo dificuldades para sustentar a invasão da Ucrânia, imaginem o que aconteceria se esses militares neonazistas dessem um golpe, no Brasil.

Será que alguém realmente acredita que a América Latina, os Estados Unidos e a Europa ficariam quietinhos?

A Rússia tem um gigante econômico ao lado dela, que é a China.

E mesmo assim, a Rússia está balançando, devido a esse bloqueio econômico mundial.

Então, imaginem o que aconteceria com o Brasil, diante de um bloqueio semelhante.

Creio que o nosso complexo de vira-lata é que dificulta enxergar a importância estratégica deste país para o mundo, e até para o futuro da Humanidade.

Nós não temos “apenas” um enorme território.

Somos gigantescos, também, em termos populacionais e, principalmente, em termos de reservas florestais e minerais.

Como, então, imaginar uma indiferença mundial diante de um golpe neonazista, nesta que também é uma das maiores democracias do mundo?

Mas não há “apenas” obstáculos internacionais a um golpe: os obstáculos internos são enormes também.

Bolsonaro e os seus militares “viagrados” não contam com o apoio do STF, da imprensa, dos governadores, do Senado Federal, e da maioria da população.

Os golpistas enfrentam resistência também na Câmara dos Deputados, e até mesmo em parte das Forças Armadas e das nossas polícias. 

É que até parte do Centrão e setores das Forças Armadas e das polícias já perceberam que Bolsonaro é um sujeito inconfiável, perverso, paranoico e com a maturidade de uma criança de 5 anos.

Ou seja: até alguns que gostariam de apoiá-lo, já entenderam o risco de se tornarem as suas próximas vítimas.

É verdade que ele possui uma bandidagem muito bem armada: militares neonazistas, milicianos, grileiros, garimpeiros que estupram meninas indígenas e destroem rios e florestas; criminosos fantasiados de empresários, contrabandistas de minérios e de madeira, “pastores” que lavam dinheiro para o crime organizado, e por aí vai.

Bem vistas as coisas, ele inaugurou a “República da Bandidagem”.

Tudo com “cidadãos de bem”; tudo com gente da “melhor qualidade”...

Mas, apesar de bem armados, é muito improvável que esses criminosos conseguissem prevalecer, diante das multidões que tomariam as ruas e das forças da Legalidade.

E ainda que conseguissem, acabariam estrangulados, em pouquíssimo tempo, por um bloqueio econômico mundial.

Na verdade, o que Bolsonaro está tentando, neste momento, não é um golpe: ele ainda se encontra no Plano A, que é a tentativa de fraudar as eleições, o que tornaria mais lentas e complicadas as reações internas e externas.

Porque até você provar que houve fraude e convencer meio mundo de que essa fraude foi suficiente para interferir no resultado das eleições, ele já terá avançado, e muito, na corrosão da nossa Democracia.

Ora, ele comprou o Centrão, blindando-se contra um impeachment.

Mas não esperava que fosse preciso muito mais do que um cabo e um soldado, para dobrar o Judiciário e garantir a sua permanência no poder, para além de 2022.

Foi isso que o levou, e aos seus sectários e militares “viagrados”, a “sitiar” o STF e o TSE com crescentes ameaças, para que os ministros daqueles tribunais deixem a manada passar.

O que Bolsonaro quer é que as suas redes de fake news ajam livremente; que os bolsonaristas ameacem e agridam as oposições e os eleitores à vontade; que a sua propaganda eleitoral utilize toda sorte de ilegalidades (recursos públicos, agentes públicos, comícios em igrejas, contribuições empresariais), sem que nada lhe aconteça.

Quer que os seus correligionários possam comprar, com dinheiro público, equipamentos para espionar as oposições; que os seus aliados-raiz e do Centrão desviem verbas públicas, para campanha eleitoral e compra de votos, sem que sejam incomodados.

Ou seja, o que Bolsonaro quer é que os ministros do STF e do TSE, que são humanos e podem acabar temendo por suas vidas, fechem os olhos para os crimes que ele e os seus militares já cometeram, e que ainda pretendem cometer, para concretizar uma grande fraude eleitoral.

Por isso, em vez de ficarmos nos angustiando com a possibilidade distante de um golpe, precisamos é nos concentrar na possibilidade bem mais factível e imediata, que é a tentativa de fraude eleitoral, pelo bolsonarismo.

Precisamos apoiar o STF e o TSE, porque se Bolsonaro conseguir passar por cima deles, aí a coisa toda ficará, realmente, muito feia.

Uma iniciativa muito importante aconteceu, há poucos dias, quando um grupo de senadores resolveu se articular, para apoiar o STF e o TSE.

Mas é preciso que as entidades civis também se organizem, para fazer o mesmo.

E que a gente também compartilhe mensagens de apoio ao STF, ao TSE, à Democracia e às eleições.

Igualmente urgente é que realizemos um trabalho de formiguinha, mas também articulado, para resolver essa parada logo no primeiro turno.

Porque, em um eventual segundo turno, eles saberão exatamente onde perderam e por que perderam, já que terão mapeado os resultados do primeiro turno.

E aí, com essas informações em mãos, partirão para o tudo ou nada, derramando ainda mais dinheiro, aumentando as ameaças contra as oposições e os eleitores das áreas mais pobres, inundando ainda mais as redes sociais com fake news e, quem sabe, até inviabilizando o funcionamento de seções eleitorais que registraram maiores quantidades de votos oposicionistas.

No entanto, não podemos ficar apenas no combate à ameaça de fraude: temos de continuar batendo na fome, na inflação, no desemprego, no preço da gasolina, no sofrimento do nosso povo.

Precisamos fixar no eleitorado que o responsável por tudo isso é, sim, Bolsonaro (e é urgente um bordão para isso), ao mesmo tempo em que também fixamos que Lula é a nossa única esperança de recuperar aquele Brasil infinitamente mais feliz, que um dia tivemos.

Notem que Bolsonaro está tentando desesperadamente se livrar da responsabilidade pelo desastre econômico de seu governo, e que isso pode estar “colando” fora da bolha dos minions, como aconteceu com a pandemia.

Ao mesmo tempo, ele já até admite, publicamente, que os mais pobres viviam melhor no tempo de Lula, mas atribuindo tal fato a meras diferenças conjunturais.

Isso sinaliza que ele vai apelar cada vez mais para o tatibitati, o senso comum, o que é preocupante, já que vivemos em um país onde quase 64 milhões de eleitores (mais de 43% do eleitorado) possuíam, em 2020, no máximo, o primeiro grau completo.  

Tudo isso vai exigir que a gente “mastigue”, cada vez mais, as explicações dos nossos principais problemas econômicos.

Porque as imprescindíveis comparações entre os dois governos só farão efeito se, de fato, forem compreendidas, internalizadas.

Já deu para perceber que não temos tempo a perder, agora, com esse negócio de golpe, não é?

Então, vamos nos concentrar nas muitas frentes, bem mais urgentes, nas quais precisamos lutar.


FUUUUIIIIII!!!!!

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Você viu um vídeo em que o seu candidato diz que é “adorador de satanás” ou “a favor da pedofilia”? Cuidado, é deepfake! Vídeos feitos com avançadas técnicas de computador, para enganar você.


 

Você é fã de um político.

Mas aí, você vê um vídeo, ou ouve uma gravação, no WhatsApp, Telegram ou Facebook, em que ele diz coisas revoltantes.

Por exemplo: que é “a favor da pedofilia” ou “adorador de satanás”.

Cuidado: desconfie do que está vendo e não passe adiante esse vídeo.

A imagem e a voz são do político, mas tudo não passa de uma grande falsificação feita em computador.

Sabe aqueles aplicativos dos smartphones, que trocam a cara e a voz de um famoso, pela sua cara e voz?

A técnica é a mesma.

Ela é chamada de “deepfake”, uma expressão inglesa que pode ser traduzida como “mentiras profundas”.

Só que os vídeos e áudios políticos, feitos com deepfake, têm uma aparência muito mais verdadeira, para que consigam enganar o eleitor.  

Funciona assim: o falsificador pega um computador “poderoso” e coloca nele um monte de vídeos daquele político. Ou várias gravações da voz daquele político, se pretende criar apenas um áudio.

Aí, pega um programa de deepfake, para manipular, ou seja, “mexer”, nessas imagens de vídeo ou gravações de voz.

Um programa é uma espécie de “pacote de instruções”, para que um computador faça determinadas coisas.

Tá ligado no Word, que você usa para escrever seus trabalhos da escola, um hino da igreja, ou o seu currículo?

Pois é: o Word é um programa que “diz” ao computador como escrever tudo isso.

Os programas de deepfake examinam todo o rosto do político, que está nas imagens colocadas no computador: o formato, a cor, os movimentos de seus olhos, a maneira como ele movimenta a boca.

Também examinam a maneira como ele fala.

Tudo para imitá-lo com perfeição.

Aí, o falsificador grava um vídeo, no computador, falando as coisas que ele quer botar na boca do político. Faz até os gestos que ele quer que o político apareça fazendo.

E sabe o que é que vai acontecer?

O programa de deepfake vai criar uma imagem do político, vestido com as roupas dele, e repetindo com a voz e o corpo dele, tudo aquilo que o falsificador falou e fez naquele vídeo que gravou.

É como se o deepfake trocasse o rosto, corpo, roupa e voz do falsificador, pelo rosto, corpo, roupa e voz do político.

Se for preciso, dá até para fazer correções, para que tudo fique tão perfeito que até a mãe do político vai achar que é ele.

E aí o vídeo falso é espalhado nas redes sociais.

Há gente que usa deepfake apenas para fazer vídeos de humor.

É o caso do jornalista Bruno Sartori, que fez aquele vídeo com os rostos e as vozes de Lula e Bolsonaro, nos corpos das atrizes da novela “A Usurpadora”: https://www.youtube.com/watch?v=H9iB1Jzq8Ac

E é o Bruno quem mostra como um áudio falso pode enganar direitinho as “tias do zap”, ou seja, aquelas senhoras que acreditam em tudo que é notícia falsa (as chamadas “fake news”), que elas recebem no WhatsApp e Telegram.

Veja o áudio falso da ex-presidenta Dilma Rousseff, que o Bruno fez com deepfake e mandou para a tia dele: https://www.youtube.com/watch?v=EUz9E-geuz8

Por incrível que pareça, com deepfake dá até para “ressuscitar” pessoas.

Em 2019, um museu da Flórida, nos Estados Unidos criou, com deepfake, mais de 100 vídeos do pintor espanhol Salvador Dali, que morreu em 1989.

Os vídeos foram espalhados em várias áreas do museu e, segundo reportagens na internet, dava até para “bater papo” com o pintor: https://www.youtube.com/watch?v=faKicQeLHuo

Isso acontece porque as técnicas de deepfake usam “inteligência artificial”, que é quando a máquina aprende e toma decisões, com base nas informações que recebeu.

Sabe quando você faz uma pesquisa no Google e ele lhe sugere um monte de sites? Ou quando um aplicativo do seu smartphone mostra o caminho que você deve seguir, para chegar a um lugar?

Tudo isso usa inteligência artificial, como vários outros programas que a gente utiliza no dia a dia.  

Acho que já deu para entender que deepfake, quando usada para o mal, pode ser muito, mas muito perigosa, já que engana direitinho as pessoas.

Até porque a gente costuma acreditar em vídeos e áudios, não é?

Além disso, boa parte da nossa população não sabe o que é deepfake.

Tudo isso é ainda mais preocupante porque já existe, no Brasil, uma grande fábrica de notícias falsas, que espalha mentiras, nas redes sociais, contra a Democracia, as eleições e os adversários do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Polícia Federal teria até descoberto, em 2020, que um dos cabeças dessa fábrica criminosa de notícias falsas é um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro:  https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/pf-identifica-carlos-bolsonaro-como-articulador-em-esquema-criminoso-de-fake-news.shtml

Ou seja: é bem possível que a campanha eleitoral deste ano seja inundada por vídeos e áudios falsos, produzidos com deepfake.

Então, fique esperto, para não ser enganado.

Veja, nesta reportagem da TV Cultura de São Paulo, como se defender desses áudios e vídeos falsos: https://www.youtube.com/watch?v=uSSTPSWg8Jk

E veja também este vídeo muito bom, de 2020, da Justiça Eleitoral, sobre deepfake: https://www.youtube.com/watch?v=K_FNhNIM9JY

E aqui, um vídeo de 2019, do Gilmar Lopes, do E-Farsas, com 8 dicas para identificar notícias falsas: https://www.youtube.com/watch?v=ep6BabAPOwU

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Uma seita perigosa: violência bolsonarista atinge vários estados e inclui até assassinato. Padre de 82 anos é agredido verbalmente e tem de entrar em programa de proteção. Homem é atropelado e quebra a perna, depois de empurrado contra um carro. Casal com camisas vermelhas leva chutes e socos. Ministros do STF são ameaçados de espancamento. Agressões contra jornalistas batem recordes. Mesmo assim, os bolsonaristas dizem defender a “liberdade” e a Constituição. É esse o Brasil que você quer deixar para os seus filhos?




Nos últimos três anos, os bolsonaristas têm espalhado uma grande mentira, para enganar os brasileiros.

Todos os dias, eles afirmam, nas redes sociais, que defendem a “liberdade de opinião” e a Constituição.

Só que os fatos mostram o contrário: parte deles são pessoas intolerantes, e até mesmo violentas, que agridem qualquer um, por qualquer coisa: um esbarrão, um simples comentário, uma camiseta vermelha.  

A Perereca da Vizinha separou 12 casos de violências bolsonaristas, para exemplificar essa agressividade, em geral contra a liberdade dos outros, o que é uma afronta à Constituição.

Na escolha dos casos, dei preferência àqueles noticiados por veículos de comunicação conhecidos, e já sob o governo de Bolsonaro. Apenas 1 deles, por ser o mais grave de todos até hoje, é de 2018, época da eleição.

A lista não inclui as agressões a jornalistas, nem as ofensas e ameaças, nas redes sociais, contra jornalistas, magistrados, artistas, políticos e cidadãos geral, por apoiadores do presidente.

E isso por um motivo simples: elas são tantas e cotidianas, que precisariam de várias postagens como esta.

Segundo um Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), foram mais de mil agressões contra veículos de comunicação e jornalistas, entre 2019 e o ano passado, emplacando recordes na série histórica, iniciada na década de 1990.

Em 2019, no primeiro ano do governo de Bolsonaro, as 208 agressões representaram 54% a mais do que no ano anterior. Já em 2020, esse número saltou para 428 agressões e, no ano passado, fechou em 430.

O maior agressor é o próprio Bolsonaro, que descredibiliza os veículos de comunicação e já xingou jornalistas de “canalha”, “quadrúpede”, “picareta” e “idiota”, além de mandá-los “calar a boca”.

Com tal comportamento de seu líder, o resultado não poderia ser outro: bolsonaristas transformaram os jornalistas em um de seus alvos preferenciais.

Em maio de 2020, por exemplo, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal Estado de São Paulo, foi jogado no chão e levou chutes e socos, quando cobria uma manifestação bolsonarista, em Brasília. Fotógrafos que tentavam defendê-lo, foram empurrados. Jornalistas de outros veículos de comunicação foram insultados:https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,profissionais-do-estadao-sao-agredidos-com-chutes-murros-e-empurroes-por-apoiadores-de-bolsonaro,70003290864.

Em 12 de outubro do ano passado, o cinegrafista Leandro Matozo, da Globo News, cobria as festividades de Nossa Senhora de Aparecida, às proximidades da Basílica, no interior do estado de São Paulo, quando foi agredido por um bolsonarista com uma cabeçada no rosto, o que provocou sangramentonasal: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/10/4955045-se-eu-pudesse-mataria-voces-bolsonarista-agride-cinegrafista-em-aparecida.html.

Acesse o Relatório da Fenaj, que relata as agressões do ano passado contra jornalistas e veículos de comunicação: https://fenaj.org.br/

E depois de ler esta postagem, pergunte a si mesmo: É esse o Brasil que eu quero deixar para os meus filhos? 



Os 12 casos listados pelo blog:

 

1-Em 2020, no estado do Rio Grande do Sul, bolsonaristas agrediram quatro pessoas, entre elas uma mulher e um homem que estavam com camisas vermelhas e passavam perto de uma manifestação. 

Veja aqui: https://sul21.com.br/ta-na-rede/2020/04/bolsonaristas-agridem-ao-menos-quatro-pessoas-em-ato-pro-golpe-em-porto-alegre/

Aqui: https://revistaforum.com.br/brasil/2020/4/19/video-bolsonarista-agride-mulher-com-soco-no-rosto-pontapes-durante-manifestao-no-rs-73301.html

E aqui: https://www.youtube.com/watch?v=c6uLslawBEY


2-No ano passado, eles agrediram verbalmente um padre, de 82 anos, no estado do Ceará, e chegaram a invadir uma missa, por discordarem de seus sermões. A perseguição foi tanta, que o padre Lino Allegri teve de entrar no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, e a polícia montou um esquema de segurança, às proximidades da igreja.

Veja aqui: https://www.msnoticias.com.br/editorias/politica-mato-grosso-sul/bolsonaristas-agridem-padre-de-82-anos-programa-de-protecao-defendera/124967/.

E aqui: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/07/20/a-violencia-verbal-era-muito-pesada-diz-padre-hostilizado-por-dizer-mensagem-contra-o-presidente-em-fortaleza.ghtml


3-Em agosto do ano passado, no estado do Rio de Janeiro, o economista Eduardo Debaco, de 49 anos, foi atropelado, quebrou a perna e teve de passar por uma cirurgia, depois que um bolsonarista o empurrou contra um carro. Tudo porque Debaco comentou que o bolsonarista estava sem máscara.

Veja aqui: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/08/25/video-mostra-briga-com-homem-atropelado-no-rj-vitima-acusa-bolsonarista.htm

E aqui: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/08/01/homem-diz-ter-sido-agredido-e-empurrado-contra-um-carro-por-manifestante-bolsonarista-em-ipanema.ghtml


4- Ainda no ano passado, em Brasília, eles xingaram e empurraram o servidor público aposentado Anamin Lopes Silva, que também teria sido agredido com chutes e socos. Tudo porque Anamin teria criticado o governo. Ele e jornalistas tiveram de se abrigar no prédio do Ministério da Saúde, que acabou alvo de uma tentativa de invasão, por bolsonaristas:

Aqui: https://www.metropoles.com/brasil/homem-perseguido-por-bolsonaristas-na-esplanada-relata-agressoes

E aqui: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/09/bolsonaristas-tentam-invadir-ministerio-da-saude-em-brasilia.shtml


5-Em fevereiro do ano passado, no Rio de Janeiro, bolsonaristas bateram em um homem que usava muleta (Edson Rosa, de 50 anos), porque ele carregava uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Édson ainda tentou fugir, mas foi chutado e jogado no chão. Um dos bolsonaristas chegou até a lhe aplicar uma gravata: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/apoiadores-de-silveira-agridem-manifestante-com-placa-de-marielle-em-frente-a-pf/


6-Em junho do ano passado, no Rio Grande do Sul, um bolsonarista agrediu manifestantes, e tentou até mesmo bater em uma mulher. Tudo porque eles exibiam faixas contrárias ao presidente da República: https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2021-06-21/apoiador-de-bolsonaro-agride-manifestantes-no-rio-grande-do-sul-video.html


7-Em outubro do ano passado, também no Rio Grande do Sul, bolsonaristas invadiram a Câmara Municipal de Porto Alegre e agrediram vereadores, em uma manifestação contra a obrigatoriedade do passaporte da vacina. Um deles exibiu até um cartaz com um símbolo do nazismo, o regime mais perverso da História da Humanidade, que matou 6 milhões de judeus, incluindo bebezinhos, grávidas e deficientes físicos e mentais:

Veja aqui, sobre a invasão da Câmara: https://catracalivre.com.br/cidadania/ostentando-suastica-bolsonaristas-agridem-vereadores-de-porto-alegre/

E também aqui: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/10/20/manifestante-antivacina-expoe-cartaz-com-suastica-na-camara-de-porto-alegre.htm

E aqui, para saber mais sobre o nazismo e os laços entre o bolsonarismo e os novos nazistas: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/03/voce-sabia-que-os-nazistas-eram-tao.html


8-Em novembro do ano passado, no estado de Minas Gerais, um bolsonarista agrediu integrantes do movimento negro, porque eles distribuíam panfletos convocando para uma manifestação contra Bolsonaro. Um dos rapazes, de 19 anos, recebeu um soco e um chute e teve o celular destruído, ao tentar filmar o agressor: https://bhaz.com.br/noticias/bh/bolsonarista-agride-integrantes-de-movimento-negro-no-centro-de-bh/#gref


9- Também no ano passado, no mês de setembro, uma bolsonarista agrediu duas vendedoras de roupas, no Rio de Janeiro. Tudo porque elas vendiam camisetas com os rostos de Lula e Marielle Franco, além de panos de chão com o rosto de Bolsonaro. A bolsonarista chutou produtos expostos na barraca e teria chegado a dizer: “Vocês tinham que morrer de fome, tinha que quebrar isso tudo”: https://oglobo.globo.com/politica/vendedora-detalha-agressao-de-bolsonarista-que-reagiu-com-violencia-camisetas-com-imagens-de-lula-marielle-pano-de-chao-com-cara-de-bolsonaro-25210778


10- Em maio de 2020, bolsonaristas agrediram enfermeiros, que homenageavam os colegas que haviam morrido na pandemia. Um dos agressores, que teria até cuspido no rosto de um dos enfermeiros, seria evangélico e, na época, funcionário fantasma do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 

Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=k0zAQre2Yps

Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xk18JOxFCuI

E aqui: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2020/05/05/interna_nacional,1144446/bolsonarista-agrediu-enfermeira-e-do-ministerio-dos-direitos-humanos.shtml


11-Também em 2020, no mês de março, no estado de São Paulo, bolsonaristas agrediram com socos e chutes um homem que passava perto de uma manifestação. Tudo porque teria  esbarrado em um deles. Uma pessoa também teria sido baleada, durante a manifestação: https://ponte.org/em-protesto-por-bolsonaro-em-sp-uma-pessoa-e-baleada-e-outra-agredida/


12-Mas a violência bolsonarista começou ainda em 2018, antes da eleição de Bolsonaro à Presidência. O caso de maior repercussão foi o assassinato, em outubro daquele ano, no estado da Bahia, do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, o “Moa do Katendê”.

Ele era eleitor do PT e foi morto, com 12 facadas nas costas, por Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, apoiador de Bolsonaro. Ambos estavam em um bar e acabaram discutindo, por causa de suas posições políticas. Paulo Sérgio foi, então, até a sua casa, onde pegou um facão, para assassinar o capoeirista. Em 2019, ele foi condenado a 22 anos de prisão.

Aqui: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/10/17/investigacao-policial-conclui-que-morte-de-moa-do-katende-foi-motivada-por-briga-politica-inquerito-foi-enviado-ao-mp.ghtml

E aqui: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/11/21/acusado-de-matar-moa-do-katende-a-facadas-apos-discussao-por-politica-na-bahia-e-condenado.ghtml 



Defesa da liberdade? Mas quando!


Então, é o caso de perguntar: você acha que pessoas assim realmente defendem a “liberdade” e a Constituição?

Na verdade, os bolsonaristas usam a palavra “liberdade”, para defender crimes.

O que eles querem é ofender, ameaçar e agredir as pessoas, sem que nada lhes aconteça.

É um tipo de violência política que nunca vimos, nessas proporções, na história recente do Brasil.

E o objetivo é claro: intimidar os outros, para que todos façam apenas o que eles querem e consideram o “certo”.

É verdade que nem todos os bolsonaristas são assim: vários deles são apenas cidadãos desinformados, ou até que sofreram uma espécie de lavagem cerebral, através das redes bolsonaristas de notícias falsas.

Mas também é verdade que muitos deles são, de fato, violentos.

O exemplo mais famoso é o deputado “bombadão” Daniel Silveira, que o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a quase 9 anos de prisão (https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/04/stf-lava-alma-do-brasil-e-decide.html), e que Bolsonaro safou da cadeia, através de um perdão especial, chamado graça.

Em vídeos na internet, Silveira chegou a incentivar os seus seguidores a invadir o STF e espancar os ministros daquele tribunal.

Também pediu o fechamento do STF, a instituição responsável pela defesa da Constituição. 

E até que o governo decretasse um novo AI-5, o ato institucional que empurrou o Brasil para a fase mais repressiva da ditadura militar de 1964.

A Constituição garante, a todos os cidadãos, o direito às liberdades democráticas. 

Mas essas liberdades têm limites: elas terminam onde começam os direitos dos outros. 

Ameaçar e agredir pessoas porque pensam diferente de você, e até defender uma ditadura, para impor aos outros aquilo que você pensa, não é liberdade democrática: é autoritarismo. E crime, também. 

E é essa diferença que os bolsonaristas se recusam a entender.