Não deixe de ler a matéria
abaixo publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, que retirei do portal UOL.
É sobre a situação da pandemia de covid-19 na cidade de Manaus, capital do
estado do Amazonas, que fica aqui ao lado do Pará.
Nela, o epidemiologista Jesem
Orellana, da Fiocruz-Amazônia, diz que “Manaus está perdida” e defende até o
envio de uma missão internacional para aquela cidade.
Em Manaus, as mortes por
covid-19, só nos primeiros dias deste mês de janeiro, já se aproximam de toda a
quantidade registrada entre agosto e dezembro do ano passado.
Só nos primeiros 20 dias de
janeiro, foram 945 mortes confirmadas, contra as 1.308 registradas entre agosto
e dezembro.
Entre os dias 13 e 19 deste
mês, 27 pessoas morreram da doença em casa, em média, por dia. Sufocadas. Sem assistência médica.
Essa mutação do coronavírus que
apareceu em Manaus é mais contagiosa, mais veloz e está matando até pessoas
mais jovens. Ou seja: os nossos filhos...
Então, tenha medo, sim. Tenha
muito medo!
Porque assim você vai pensar
duas vezes antes de ficar se aglomerando por aí, ou flanando pela rua sem
necessidade.
Pare de se fazer de leso!
Pare de acreditar nesse
mentiroso do Bolsonaro!
É mais cômodo, mais
reconfortante, acreditar nas mentiras dele, não é?
É mais tranquilizador achar
que nada nos acontecerá, que tem tratamento pra essa doença e que ela até “mata
muito pouco”.
Mas o que é “muito pouco” pra
ti, mano? O teu pai? A tua mãe? O teu filho?
A verdade que a gente precisa
encarar é que NÃO TEM TRATAMENTO PRECOCE PRA ESSA DOENÇA!
Isso tudo é mentira desse presidente irresponsável e incompetente.
Não tem benzedura nem reza forte que te proteja, mano. Não tem “remédio milagroso”.
Só o que ajuda a evitar essa
doença é não se aglomerar, não ficar em lugar junto com muita gente.
É manter distância de 2
metros das outras pessoas.
É lavar muito bem as mãos com
água e sabão, várias vezes por dia, ou usar álcool em gel.
É não pegar no rosto com as
mãos sujas.
É, principalmente, USAR MÁSCARA,
mano, tapando bem o nariz e a boca.
Uma boa máscara, tapando bem
o nariz e a boca, e principalmente se tu ficares a 2 metros de distância dos
outros, te protege quase 100 por cento, mano. Principalmente, se todo mundo
estiver usando.
Para com esse negócio de que
usar máscara ou se proteger “é coisa de maricas".
Tu não tens certeza de que és
homem? Tens de ficar provando que és homem? Mas que diabo de
"macheza" é essa tua, então?
Na verdade, mano, NÃO usar
máscara é coisa de gente egoísta, gente que não pensa nos outros, gente que não
tem consideração nem pela própria família, nem pelos próprios amigos.
Tu queres te matar? Te mata!
Não vou te impedir, a vida é tua! Mas depois te entendas lá com Deus, né?
Porque Ele vai te perguntar o que foi que fizeste da vida que ELE te deu.
Agora, tu NÃO tens o direito
de colocar em risco a vida das outras pessoas.
Tu NÃO tens o direito de
condenar os teus pais ou os teus filhos à essa doença e à morte horrível que
ela provoca: o sujeito morre sufocando e sozinho!
Morre sem poder nem segurar
na mão de quem tanto amou. Morre sem poder receber um beijo ou um abraço de sua
mulher, de seu marido, de seus filhos, de seus pais.
Então, deixa de ser egoísta e
te protege, mano.
E já vou logo te avisando pra
não vires com lári-lári pra cima de mim.
Porque nem é contigo que estou
preocupada.
O que me preocupa são as
pessoas que esse teu egoísmo ainda vai acabar matando.
FUUUUIIIIII!!!!
Leia a matéria citada, que
retirei do portal UOL:
'Manaus está perdida', diz
pesquisador que pede envio de missão internacional”
(Redação, O Estado de S.Paulo
São Paulo
21/01/2021 18h58)
Diante do colapso do sistema
de saúde por causa da segunda onda de coronavírus em
Manaus, o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia, defendeu, em
alerta divulgado nesta quinta-feira, 21, o envio urgente de uma missão de
observadores internacionais, por não ser "mais possível confiar nos
diferentes níveis de gestão que estão à frente da epidemia". No
comunicado, com o título "Manaus está perdida e a covid-19 explodiu",
o pesquisador também pede a decretação imediata de lockdown para
evitar mais mortes na cidade.
Ainda em dezembro, Orellana
havia previsto que, sem medidas mais restritivas, Manaus viveria um novo boom
da covid que resultaria no salto do número de óbitos. Agora, após ter os
alertas negados e ver a tragédia se confirmar, com registro até de pacientes
mortos por falta de oxigênio hospitalar, o epidemiologista diz que a condução
da crise sanitária está "entrando para a história recente das pandemias
como uma das mais dramáticas experiências sanitárias e humanitárias já
documentadas".
"Minha previsão, de que
o mês de janeiro seria o 'mês das lamentações e do luto', está mais do que
confirmada e, por mais desumano e monstruoso que pareça, em Manaus, capital
mundial da covid-19, não há qualquer sinal de 'lockdown'", escreveu. "Isto
parece ser parte de um projeto que muitos insistem em não enxergar e, neste
caso, Manaus é o laboratório a céu aberto, onde todo tipo de negligência e
barbaridade é possível, sem punição e qualquer ameaça à hegemonia dos
responsáveis."
Orellana também destaca que
as 945 mortes confirmadas, só nos 20 primeiros dias de janeiro, já se aproximam
de todos os óbitos somados entre agosto a dezembro, quando 1.308 pessoas
morreram por covid. Os dados foram compilados da Fundação de Vigilância em
Saúde do Amazonas (FVS-AM), o órgão oficial.
Ainda de acordo com
informações compiladas pelos cientistas, Manaus tem registrado média diária de
27 mortes em casa, entre os dias 13 e 19. "Dezenas de pessoas que foram a
óbito em casa sufocadas sem assistência médica, que ficaram à deriva ao sabor
do maior mercado paralelo de oxigênio medicinal para uso domiciliar",
relatou. "Boa parte pode ter acabado sufocada e ocasionado danos
psicológicos irreversíveis em familiares e entes queridos."
Para enfrentar a situação,
Orella afirma não ser "mais aceitável que se acredite na descabida tese da
imunidade de rebanho" ou "em tratamentos inexistentes". Também
explica que, embora a campanha de vacinação tenha começado, "seus efeitos
só poderão ser sentidos daqui a alguns meses, o que significa que, no curto
prazo, precisamos de medidas em caráter tempestivo e emergencial".
Para isso, diz o cientista, é
preciso "um severo 'lockdown' em Manaus, com ao menos 21 dias de duração,
ou veremos esta tragédia se aprofundar ainda mais". Outra medida, defende,
é a fiscalização externa. "Precisamos urgentemente de observadores
internacionais independentes ligados à Organização Mundial da Saúde (OMS),
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e à Comissão das Nações Unidas para
os Direitos Humanos (CNUDH), pois não é mais possível confiar nos diferentes
níveis de gestão que estão à frente da epidemia em Manaus."
Leia o restante aqui: