sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Vou ali e já volto
Este blog, como todos sabem, nunca foi de atualização diária.
Além disso, preciso correr atrás de trabalho – e de bufunfa...
Daí que, apesar da temperatura dos bastidores políticos, só voltarei a atualizá-lo na semana que vem.
Logo mais, além de uma reunião de trabalho, terei a honra de participar de um festão: o aniversário do professor Mário Cardoso, um sujeito pra lá de bacana.
Será às 20h30, na Estação das Docas.
Mário até lançará um blog: WWW.osamigosdoprofessormariocardoso.blogspot.com
Se sair candidato, terá o meu voto.
Ele e o Parsifal.
FUUUUIIIIII!!!!!!!
Nota do PT sobre qüiproquó de ontem
O PT acaba de distribuir nota à imprensa, acerca dos episódios de ontem (leia postagem anterior). A Perereca publica na íntegra
"O Partido dos Trabalhadores vem, por meio desta nota, reafirmar que não se desviará de seus objetivos e finalidades para 2010, entre elas, a de eleger Dilma Rousseff, presidente da república, reeleger Ana Júlia Carepa para o governo do estado e Paulo Rocha para o senado.
Da mesma forma, continuaremos trabalhando para honrar os compromissos políticos, principalmente àqueles que dizem respeito à consolidação de alianças para a formação de uma frente ampla, de apoio a reeleição de Ana Júlia.
O confronto de idéias é saudável e devemos mantê-lo, porque tem sido assim no PT, nos seus 30 anos, tendo, como finalidade, o fortalecimento da democracia interna e de suas instâncias partidárias.
E é por reconhecer e respeitar as instâncias partidárias que o PT não tem por hábito a intromissão nos assuntos de outros partidos.
Por último, queremos louvar a decisão da governadora Ana Júlia Carepa em revogar o decreto de Lei que transferia competências administrativas da Casa Civil. A decisão reflete a sua preocupação permanente com o desenvolvimento do nosso estado e do povo paraense
João Batista
Presidente do PT"
O tiroteio no governo e na base aliada
Foi um qüiproquó raras vezes visto: os petistas, a bem dizer, chamaram uns aos outros “pra porrada” e, de quebra, ainda colocaram na roda o principal aliado, o PMDB.
Tudo ao longo do dia de ontem, com lances dramáticos de bastidores e cenas públicas de faroeste.
No primeiro ringue, se engalfinharam o PT e a Democracia Socialista (DS), a minúscula tendência da governadora Ana Júlia Carepa.
No segundo, o líder do PMDB na Assembléia Legislativa, deputado Parsifal Pontes, e o deputado federal Zé Geraldo, do PT pra Valer, uma das tendências majoritárias do PT local.
No centro do primeiro ringue, um decreto da governadora a deixar simplesmente "tísica" a Casa Civil - que a DS teve de entregar a Everaldo Martins, da Unidade na Luta, outra corrente majoritária.
No segundo ringue, o empréstimo de R$ 366 milhões que o Governo do Estado quer obter junto ao BNDES, e que o PMDB se recusa a ajudar a aprovar.
Tudo ao ritmo dos tambores de guerra, que começam a soar cada vez mais fortemente nos arraiais petistas e peemedebistas.
O primeiro tatame
No primeiro ringue, perdeu a DS e até a própria governadora Ana Júlia Carepa, que, à noite, acabou tendo de revogar o decreto publicado no Diário Oficial de ontem, que impunha à Casa Civil um esvaziamento sem precedentes.
O decreto transferia para a Secretaria de Governo o poder de nomear e exonerar cargos em confiança, como os DAS.
Nada de mais não fossem dois “detalhes”.
O primeiro é que a capacidade de nomear e exonerar DAS é, de fato, o maior instrumento de barganha da Casa Civil. Sem isso, como lembra um petista, o chefe da Casa Civil viraria um simples assessor.
O segundo é que a mexida na Casa Civil, com a saída de Cláudio Puty, da DS, e a ascensão de Everaldo Martins, da Unidade na Luta, foi negociada entre o Governo e o PT, para sinalizar aos aliados (especialmente o PMDB) a desconcentração do poder das mãos da DS.
No início da semana, conversei com vários petistas e eles não se mostraram muito preocupados com o chamado “esvaziamento” da Casa Civil. (Leia a matéria aqui
http://pererecadavizinha.blogspot.com/2010/02/o-spa-da-casa-civil.html ).
Isso porque consideravam que programas como o Pró-Jovem e a regularização fundiária – que foram transferidos para outras secretarias, após o anúncio da saída de Puty – nunca deveriam ter estado na Casa Civil.
No fundo, os petistas pareciam querer, apenas, que Puty saísse de lá, mesmo que levando para secretarias ocupadas por pessoas de confiança todo esse “armamento” eleitoral – incluindo as aeronaves do Governo.
A reação dos petistas foi muito diferente, ontem, diante do decreto que transferiu a competência das nomeações e exonerações.
Em meio à queda de braço entre a DS e as correntes majoritárias do PT, sucederam-se reuniões (uma delas, à noite, entre a bancada federal e a direção local do partido) e houve até quem aventasse a possibilidade de Everaldo “renunciar” antes mesmo de assumir.
“Acho que isso vai requerer um novo exercício de entendimento, porque a coisa pode desandar”, disse um cauteloso petista.
Outro foi mais incisivo: “Qual a leitura que fica disso? É a de que ela (Ana Júlia) está desautorizando o cara (Everaldo) e, se eu fosse ele, nem assumia. A Ana está dominada por esse grupo e, se ela não romper com ele, vão enterrá-la. Isso é para dizer: ‘quem manda somos nós’, e ela acaba engolindo isso. Ela não consegue compreender o que isso significa publicamente”.
“Uma avaliação que há é de que isso não contribui com o propósito que havia quando se colocou o nome do Everaldo, que era o de abrir mais o cargo aos nossos aliados e até internamente”, disse outra liderança vermelha.
E acrescentou, mais adiante: “O Everaldo veio para conduzir a Casa Civil menos preocupado com a administração, e mais com a articulação. Mas, não pode ficar lá sem poder de nada. Se for para ser assim, ele mesmo vai tomar a decisão de não aceitar, e nós, também, não concordaremos com isso. Ele não vai querer conduzir 100%, mas não pode apenas fazer papel de assessor”.
Segundo a fonte, o próprio Everaldo teria dito “que, se não for para ser útil e fazer o trabalho proposto, não vale a pena ficar”.
O decreto, que caiu como uma bomba sobre as cabeças petistas, também agitou os arraiais peemedebistas.
“Esse pessoal (a DS) não dá espaço, não adianta. Quando cederam a Casa Civil já foi com a intenção de esvaziar. Eles fizeram isso conosco, com as nossas secretarias. Tudo era coordenado pelo gabinete civil e o Puty é que dizia a quem e quanto pagar. Eles controlam tudo e o que estão fazendo com a Casa Civil é exatamente o que se espera deles ”, disse o deputado Parsifal Pontes, que, na tarde de ontem, publicou, em seu blog, uma postagem onde se lia um sugestivo “Basta!” em letras garrafais.
Na postagem, Parsifal escreveu: “Este foi o tratamento que recebeu o PMDB: nomeamos secretários, mas cercaram-nos de leões de chácara, que rugiam ferozes a qualquer movimento que ousasse ultrapassar os ínfimos limites do bureau que lhes foi concedido”.
E acrescentou: “Este governo não tem salvação. Tentar retirá-lo da areia movediça em que se lambuzou, é residir no mesmo limbo que morou o PMDB, e que agora está sendo oferecido ao próprio PT”.
A postagem completa de Parsifal está aqui:
Na avaliação do deputado, “é difícil se relacionar com um governo amador desse jeito. Eles acham que ainda estão em porta de sindicato e que o negócio é no grito”.
E observou: “No fundo, eles fazem o jogo que queremos: nos dão a desculpa para dizer que não dá”.
À noite, a confusão era tão grande que Ana cedeu e revogou o decreto – e a decisão será publicada no Diário Oficial de hoje.
Há informações de que ela teria sido emparedada pelos petistas – inclusive com a ameaça de convocação de prévias partidárias.
O blog conversou com Charles Alcântara, que antecedeu Puty na Casa Civil.
Charles comentou: “Nunca vi uma coisa tão deprimente, tão incompreensível. Como é que pode a Ana, com a trajetória que tem, ter se permitido dominar dessa forma por um grupo prepotente, imaturo, arrogante. O PT tomou a única decisão que lhe restava, para não ser desmoralizado. Era difícil calcular a reação do PT? Eles (a DS) perderam a noção de realidade. Ela (Ana) não é maior que o partido - aliás, nunca foi tão pequena. Como governadora, ela conseguiu ser menor do que tudo o que foi na vida”.
O segundo tatame
À tarde, outro tiroteio, dessa vez em público: o deputado federal Zé Geraldo fez um duro pronunciamento contra o PMDB, porque o partido não estaria colaborando com a aprovação do empréstimo de R$ 366 milhões que o Governo do Estado tenta contrair junto ao BNDES, para fazer frente às perdas de arrecadação decorrentes da crise financeira internacional, no ano passado.
“O Pará e a sua população não aceitam esse tipo de conduta disforme e impeditiva do desenvolvimento, na medida em que recursos volumosos deixam de ser votados por meras vaidades políticas. A população espera de grandes líderes e dos grandes partidos, políticas inovadoras, sérias, comprometidas com o interesse comum de seu povo. Não podemos voltar ao passado em que as disputas políticas míopes conduziram o Pará ao atraso profundo”, disse o deputado.
A íntegra do discurso dele está aqui:
Pouco depois, Parsifal Pontes respondia em seu blog.
“O governo do Pará já deve ter satisfeito os interesses do deputado Zé Geraldo, pois, há duas semanas, a governadora Ana Júlia foi ameaçada, por ele, de prévias dentro do PT, pelo fato de lhe querer tirar as tetas do INCRA dos lábios”, ironizou.
Classificou como “chantagem” as acusações do petista e disparou: “O PMDB serve ao Pará e não ao PT e muito menos a Zé Geraldo que pode pensar que o PMDB é um agregado subalterno, pronto para votar qualquer coisa em troca de cadeiras vazias, como, aliás, vazia já está a cadeira que deverá sentar Everaldo Martins, o novo chefe do gabinete civil, tomado de assalto por Zé Geraldo, talvez achando que lá ficaria o cofre”.
E afirmou, mais adiante: “O PMDB ajudou substancialmente na aprovação de autorização de empréstimos que já somam mais de R$ 2 bilhões ao governo: onde estão as obras essenciais que este montante ergueria? O Pará continua sem ver o resultado do dinheiro e o PMDB não vai se pautar por discursos desta igualha para tomar decisões”.
Disse que falta a Zé Geraldo “autoridade moral” para chamar os deputados estaduais de irresponsáveis, pelo fato de “não quererem ceder aos caprichos do governo”.
E afirmou: “O que a governadora está dizendo a quem ela chama em gabinete é a promessa de pulverizar o numerário em prendas que não são essenciais ao Pará, mas apenas substanciais ao governo e ao PT. E os interesses deste incauto governo do PT não têm sido coincidentes com os interesses do Pará. É só ver a situação da saúde, educação e segurança pública no Estado, para constatar que o governo não usa de forma eficaz o que o povo lhe deposita nos cofres em forma de impostos”.
Leia aqui a íntegra da postagem de Parsifal:
Parsifal afirmou à Perereca que, na próxima terça-feira, vai “sentar a pua” em Zé Geraldo, na tribuna da Assembléia Legislativa.
Como se vê foi um dia muito, muito quente, menos de 48 horas depois de uma reunião em Brasília, na qual a direção nacional do PT tentou recompor as relações entre a legenda e o Governo, no Pará.
Os fatos, aliás, acabaram desmentindo a nota publicada no jornal O Liberal de ontem, dando conta de que petistas e peemedebistas teriam fechado uma aliança e que ela seria anunciada brevemente.
O próprio Parsifal, aliás, desmentiu a informação em seu blog.
Como se vê a pancadaria vai longe.
Agora, é esperar pelos próximos capítulos.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
O candidato da máquina sem candidato
Em todos estes anos de jornalismo há episódios que jamais esqueci.
Um foi a convenção estadual do PMDB, em 1998, quando Jader Barbalho anunciou a candidatura ao Governo do Estado.
Plenário lotado, ele disse uma coisa mais ou menos assim: que não saberia o que dizer se a sua decisão fosse diferente, tamanha a “eletricidade” que vinha de seus correligionários.
Como se sabe, Jader foi candidato contra a máquina e perdeu.
Depois, perdeu a Presidência do Senado, renunciou ao mandato e acabou até “preventivamente” preso e algemado, às vésperas das eleições de 2002.
Nos três episódios – a derrota eleitoral de 1998, a renúncia ao Senado e a prisão – muitos juraram que estava acabado.
Jader, no entanto, sobreviveu.
E, agora, se conseguir costurar a aliança que articula com o bloco PTB/PR, terá chances reais de retornar ao Governo do Estado.
Porque a máquina terá encontrado o seu candidato. E o candidato, a sua máquina.
Um balão e uma aposta
Nesta semana, o morubixaba peemedebista fez dois movimentos que só podem ser bem compreendidos em conjunto.
Primeiro, embaralhou as cartas, lançando o balão de uma possível candidatura ao Governo com o apoio do PT, a partir de pressões de Brasília e de uma insatisfação generalizada com a governadora Ana Júlia Carepa e a sua Democracia Socialista (DS).
Em tal “arquitetura”, os petistas se contentariam, apenas, com a vice e com uma vaga ao Senado e o resto do bolo iria para o blocão PTB/PR.
Não por acaso, o balão subiu ao céu no mesmo dia da reunião, em Brasília, entre Jader, o ministro Alexandre Padilha e os presidentes nacional e estadual do PT.
A proposta, na base do “se colar, colou”, não tem a mínima chance de prosperar.
Mas, funcionou como cortina de fumaça para reduzir a credibilidade do movimento do dia anterior, segunda-feira, este sim, importante: a proposta que fez ao prefeito de Belém, Duciomar Costa, do PTB.
Nela, Jader seria candidato ao Governo com o apoio do blocão PTB/PR. E Duciomar, candidato ao Senado com o apoio da poderosa máquina do PMDB, até agora uma faca no pescoço do alcaide.
A fatia do PR também seria considerável: o presidente do partido, Anivaldo Vale, levaria, sem o mínimo esforço, o comando da maior prefeitura do estado.
É um cenário preocupante para os adversários de Jader.
O PMDB possui cerca de 40 prefeituras; o blocão, 31 (o PTB tinha 15, mas, perdeu Tracateua).
Quer dizer: à partida, essa aliança teria quase metade das prefeituras paraenses, aí incluídos alguns dos principais colégios eleitorais do estado: Belém, Ananindeua, Marabá, Castanhal.
E onde se lê prefeituras, leia-se não apenas “eleitores”, mas, sobretudo, “máquina”, dinheiro, poder de barganha.
Com tal poder de fogo, uma aliança dessas teria, sim, possibilidade de atrair outras legendas.
Uma seria o DEM, com seus seis minutos de televisão.
Outra, talvez o PDT, que já caminha junto com o blocão e contabiliza nove prefeituras.
Tal aliança, possivelmente, não enfrentaria obstáculos a nível nacional: todos esses partidos, à exceção do DEM, integram a base de sustentação do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Na verdade, eles formariam um palanque fortíssimo para a eleição de Dilma Rousseff – coisa que a ministra não teria simplesmente como desprezar.
Nessa hipótese, tucanos e petistas acabariam isolados, cada um em seu próprio muro de lamentações.
O segundo turno, possivelmente, seria entre Jader e Ana Júlia, já que Simão Jatene dificilmente teria condições de competir com as máquinas do Governo e das prefeituras.
E, nessa polarização, para onde tenderiam os tucanos?
Um cenário propício
No meio político, há enorme descrença de que Jader tente voar em direção ao Governo do Estado (e o blog, aliás, comunga dessa opinião).
São muitos os obstáculos em seu caminho.
Os principais, as acusações de enriquecimento ilícito e o longo processo de satanização que sofreu.
Ao longo da campanha, teria de enfrentar, por exemplo, as imagens das algemas de 2002 e a comparação entre a casa onde morava, no início da carreira política, e as propriedades que hoje possui.
Sobrariam acusações de parte a parte e é bem provável que o cidadão paraense acabasse submetido a uma das campanhas eleitorais mais sórdidas de todos os tempos.
Mas não há como negar que o cenário é extremamente propício para a aliança proposta por Jader (desconsiderar isso é fazer como a criança que fecha os olhos para espantar o monstro do armário).
A rejeição de Ana Júlia, que até petistas admitem que é alta, e a pancadaria no PSDB abriram espaço para um terceiro nome – que pode nem ser exatamente um terceiro projeto ou uma novidade.
Todas as pesquisas apontam nessa direção.
E, enquanto isso, a expressiva máquina formada pelo PTB/PR tateia em busca de um candidato.
Em outras palavras: há um cavalo selado na praça, à espera de um cavaleiro.
Um olhar descrente
Entre os tucanos é grande a descrença em relação a uma aliança PMDB/PR/PTB.
“O Jader está jogando em todos os lados, como sempre fez. Joga com o Jatene, com o Duciomar, com a Ana. Virou a grande estrela das eleições” – diz um tucano de alta plumagem.
E acrescenta: “Se ele vai ser candidato, só o tempo dirá. Mas, por enquanto, é o jogo. E ninguém chega perto dele em maestria e competência de alimentar possibilidades ao Governo e ao Senado. Mesmo que não seja nada disso e fique como coadjuvante, ele terá, afinal, o papel de protagonista”.
A fonte admite que a Prefeitura de Belém daria a Jader “a capacidade financeira que qualquer campanha precisa”.
No entanto, observa: “Ele (Jader) precisa de uma garantia que mesmo o Duciomar não lhe dá. O Jarbas Passarinho, quando foi candidato ao Governo, em 1994, tinha mais de 100 prefeituras e perdeu as eleições. O mesmo aconteceu com o Almir, em relação à Ana”.
Por isso, não acredita que Jader seja candidato ao Governo – e nem mesmo ao Senado: “Para vir ao Senado, ele precisaria de um palanque forte - ou com a Ana, ou com o Jatene”.
E raciocina: “Ele não vai se indispor com o Governo Federal. Mas, com a Ana, fica difícil deslocar o Paulo Rocha (da pré-candidatura ao Senado) e o Jader não confia no PT. Mas, ele também não vai brigar com o povo – e, neste momento, apoiar a Ana Júlia é brigar com o povo. O Jader é profissional, tem pesquisa. E os números que estão na mão dele são muito ruins para a Ana”.
E quanto ao fato de Duciomar, que possuía uma rejeição bem mais alta que a da governadora, ter conseguido se reeleger?
“A administração municipal é diferente da estadual” – responde o tucano – “O prefeito cuida de questões menores (bueiro, calçada quebrada) e não de questões maiores, como a segurança. Um prefeito de capital ainda se valoriza em função do asfalto. E o que o Duciomar fez foi jogar asfalto na cidade e contar, desde cedo, com o Portal da Amazônia. Quer dizer: criou expectativa e realizou uma série de ações”.
E comenta: “A Ana, para chegar nisso, teria de ter capitaneado uma série de obras estruturantes – e grandes. Não é com um trapiche na ilha das onças que ela vai conseguir reverter isso; isso é pouco para voto. Ela não tem identidade. Ela precisaria já ter alguma coisa que virasse referência”.
Ceticismo também no PT
Uma liderança petista também não acredita na hipótese da aliança PMDB/PTB/PR.
“Acho que ele (Jader) não é candidato ao Governo. Ele está blefando. Qualquer pesquisa que fizer, ele aparece bem: além de o PMDB ser forte, ele é uma liderança forte. Mas, ele não agüenta a campanha, uma disputa acirrada. E a estratégia dele não é voltar a ser governador. O que ele quer é que o filho dele (Helder Barbalho, prefeito de Ananindeua) seja governador, em 2014”, diz-me a fonte.
E assinala: “Acho que a Ana se permitiu ficar totalmente dependente do PMDB para ganhar a eleição. O Jader percebeu isso e está fazendo jogo, para fechar só às vésperas da eleição”.
Na sua opinião, o que Jader quer, no final das contas, é que o governo “fique totalmente dependente dele”.
Diz que Jader nunca colocou na mesa, nem mesmo na reunião da última terça-feira, a proposta de o PT abrir mão da cabeça de chapa.
E salienta que não há hipótese de o partido abrir mão da cabeça em favor de Jader, coisa que, aliás, já disse, também, o presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra.
“Onde o PT tem governador, a cabeça é do PT”, ressalta. E observa: “Como o PT vai abrir mão de onde tem o governo? Nós temos os outros 22 estados para negociar com os aliados”.
Perguntei-lhe se acredita que Ana Júlia se reeleja.
A resposta da fonte: “Se o PMDB fizer aliança, elege fácil. Se não, a campanha é que vai definir. Vai ter, no mínimo, três candidatos. E aí, o que vai definir são as alianças no segundo turno”.
Outro petista tem mais ou menos a mesma avaliação.
“Ele vai empurrar isso com a barriga, porque o pessoal dele não quer apoiar a Ana e, se ele disser isso agora, haverá uma debandada geral. Ele só vai dizer isso em cima da hora, quando não der mais tempo de eles fazerem composição. Ele vai empurrar isso ao máximo, para lançar um ‘laranja’. Porque aí não se queima com o Planalto e pode ter voto vinculado com todo mundo – PSDB, PT. Ele quer garantir a eleição dele e fazer uma grande bancada”, suspeita.
A fonte tem razão em pelo menos um ponto: Jader, de fato, enfrenta forte reação do PMDB, para uma aliança à reeleição de Ana Júlia Carepa.
Após as reuniões que manteve com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o ex-ministro da Casa Civil, Zé Dirceu, no mês passado, o morubixaba peemedebista teria aceitado a recomposição da aliança com Ana Júlia. Mas, teria decidido, também, “auscultar” as bases peemedebistas.
“Teria havido uma reunião e, quando o Jader falou sobre isso, teria sido um ‘papoco’, um alvoroço só. É possível até o cenário de o Jader apoiar a Ana, mas, liberar as bases”, confidencia um petista.
“Não houve reunião e liberar as bases, para nós, é suicídio” – corrige um peemedebista – “O que aconteceu é que a bancada saiu conversando com prefeitos, vereadores e lideranças e ninguém quer apoiar a Ana. Só eu levei uns três ou quatro dias fazendo isso. Conversei com doze prefeitos e só um disse que a apoiaria. O resto foi esse ‘papoco’ que você está falando”.
Máquina Mortífera
Mas, como é que o blocão vê a possibilidade dessa aliança com o PMDB, em torno de Jader Barbalho?
“E quem foi que disse que o Duciomar será candidato ao Senado?”- indaga uma liderança do PTB – “Conversei com ele duas vezes, no final do ano passado e no começo deste ano, e ele me disse que não é candidato, não sai da Prefeitura”.
Diz que não fala sobre “futurologia” e que só comentará a proposta “quando estiver em cima da mesa”.
Acha que é muito cedo para o fechamento de qualquer aliança, uma vez que as convenções partidárias só acontecerão em junho e as coligações serão norteadas pelo cenário nacional.
Admite a possibilidade de que o PTB “apóie Anivaldo, Ana, Jatene, qualquer um”, ao Governo do Estado. Mas, salienta: “O que está definido é a aliança com o PR e o que mais se fala não é nem apoiar o Jader, nem nada, mas ter uma terceira via”.
Os nomes apontados para capitanear essa alternativa, por exemplo, são os do vice-prefeito de Belém, Anivaldo Vale, e do ex-prefeito de Marabá Tião Miranda.
Mas o PTB poderia apoiar a candidatura de Jader ao Governo?
“Por que não?” – pergunta a fonte – “Ele pode ser candidato? Então, a gente pode apoiar. Depende da proposta de governo e dos compromissos assumidos”.
No PR, uma liderança vai pelo mesmo caminho: “Não temos restrição a ninguém: nem Jader, nem Ana, nem Jatene. E, se interessar ao partido, não vejo dificuldade nisso (a aliança com o PMDB). A gente não tem dificuldade de fechar com ninguém, desde que o compromisso seja bom para o partido”.
Perguntei-lhe o que pensa sobre a possibilidade de ascensão do PR ao comando da PMB, que seria aberta por essa aliança.
A resposta: “Seria bom, não tenha dúvida disso. A PMB é importante não só para o partido e o Pará, mas, também, nacionalmente. Mas o importante, se formos apoiar A, B ou C, será a garantia de apoio a todas as nossas prefeituras”.
Ele não duvida que a união do PR/PTB com o PMDB resultaria numa coligação muito, muito forte.
“Acrescente o PMDB ao bloco PTB/PR e isso tufa de uma hora para outra. É uma chapa praticamente imbatível; não vejo como algum grupo político tenha forças para enfrentar isso. Junte aí o DEM, com seis prefeituras, se não me engano. Qualquer pessoa gostaria de ter uma candidatura apoiada por um bloco tão forte. É uma candidatura cheia de músculo, que, com certeza, elegerá o governador e um senador”, comenta.
Ontem, Jader e o presidente estadual do PR, Anivaldo Vale, foram vistos conversando longamente no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
E, ao que se sabe, ficaram de marcar a data para um novo bate-papo.
Disputa entre PMDB e PT do Pará chega à Câmara dos Deputados.
Num dia quentíssimo para a política paraense, o deputado federal Zé Geraldo, líder do PT pra Valer, uma das principais tendências do partido no estado, sentou o malho no PMDB.
´
Abaixo, o pronunciamento do deputado, na tarde de hoje, na Câmara dos Deputados, encaminhado ao blog pela sua Assessoria de Comunicação.
Volto ainda hoje com uma postagem que estou tentando terminar – se é que as marchas e contramarchas ocorridas hoje na aliança entre o PT e o PMDB permitirão que eu acabe o meu material.
DEPUTADO FEDERAL ZÉ GERALDO COBRA RESPONSABILIDADE POLÍTICA DO PMDB
Em depoimento na tribuna da Câmara Federal nesta quinta-feira, 25 de fevereiro, o deputado federal Zé Geraldo cobrou dos parlamentares da Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) mais agilidade e responsabilidade para a aprovação do empréstimo de R$ 366 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Falo sobre o delicado momento político e econômico que o Estado do Pará vive em função de decisões equivocadas por parte da presidência do PMDB. Lamentavelmente a Alepa já deveria ter aprovado o empréstimo em 2009 e até hoje não o fez devido ao fato de que o PMDB, que é um partido que tem o poder de decisão, uma vez que ocupa a Presidência da Assembléia Legislativa e a Presidência da Comissão de Finanças, além de possuir uma bancada significativa de deputados no parlamento estadual, estar agindo com um tipo de visão mais de disputa eleitoral do que com o compromisso com o desenvolvimento social, econômico e cidadão no Estado do Pará”, enfatizou.
De acordo com o parlamentar, para compreender a realidade no Estado é importante citar que durante muitos anos o Pará foi praticamente desprezado pelos presidentes da República anteriores no que se refere aos investimentos significativos em áreas estruturantes, além do que, no âmbito estadual, o Pará também foi vítima do descaso de gestores que não fizeram investimentos em políticas públicas para atender as necessidades de interiorização do desenvolvimento regional para os municípios e os seus habitantes, além dos reflexos da crise econômica internacional e as consequências históricas pelo fato da desoneração das exportações que não pagam o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o setor mineral.
Segundo o parlamentar é inconcebível que “o PMDB, que representa um importante partido político no Estado e, inclusive, é parte integrante da base de apoio nacional e estadual, não esteja contribuindo no processo de aprovação empréstimo no Legislativo para que nós já pudéssemos aplicar os recursos, que já estão disponíveis, em obras essenciais para o desenvolvimento do Pará”, acentuou.
Zé Geraldo afirma ainda que neste triste cenário bancado pelo PMBD do Pará, “o governo estadual e o povo paraense ficam reféns desta posição política liderada pelo presidente da legenda no Estado, deputado Jader Barbalho. Posição esta que não contribui para o momento brasileiro e paraense. Muito pelo contrário”, disse.
O parlamentar frisou em seu pronunciamento que desde início da gestão do Presidente Lula, a realidade dos investimentos no Brasil teve uma mudança profunda estratégica e social. “O presidente Lula investe, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), milhões e milhões em asfaltamentos de rodovias, portos, hidrovias, saneamento básico, abastecimento de água, energia, educação, moradia, isso sem falar no Programa Bolsa família, o maior projeto de redistribuição de renda do mundo, e outros programas sociais”, recordou.
Zé Geraldo enfatizou não poder concordar com a postura do PMDB. “O governo federal investe milhões e milhões, inclusive direcionando recursos às prefeituras lideradas pelo próprio PMDB, como, por exemplo, a prefeitura de Ananindeua, além de outros municípios com grande participação do governo estadual.
“Toda a bancada federal do Pará no Congresso Nacional se empenha para levar recursos significativos para interiorizar o desenvolvimento, como ocorre nas áreas da saúde, agricultura, pesca, saneamento, estradas, educação, entre outras. É uma postura equivocada”, destacou.
O parlamentar disse também que não é aceitável esta prática antagônica ao desenvolvimento do Estado por parte da Alepa e do poder legislativo estadual.
“O Pará e a sua população não aceitam esse tipo de conduta disforme e impeditiva do desenvolvimento, na medida em que recursos volumosos deixam de ser votados por meras vaidades políticas. A população espera de grandes líderes e dos grandes partidos, políticas inovadoras, sérias, comprometidas com o interesse comum de seu povo. Não podemos voltar ao passado em que as disputas políticas míopes conduziram o Pará ao atraso profundo. Espero que o presidente do PMDB e seu partido reflitam sobre o que significa a posição de impedimento da aprovação do empréstimo de R$ 366 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E deste modo, mude sua prática e assim tenhamos do PMDB uma atitude condizente com o que se espera de um grande partido” finalizou.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Jader e Ana Júlia cara a cara no final de semana
Jader e Ana Júlia vão se encontrar “no próximo final de semana”, provavelmente, em Brasília.
Não estarão a sós: participarão do encontro, também, integrantes do comando nacional do PT.
Esse foi o principal resultado da reunião de ontem à noite entre o Barbalhão, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e os presidentes nacional e regional do PT, José Eduardo Dutra e João Batista.
Jader também deve voltar a se reunir com o prefeito de Belém, Duciomar Costa, na semana que vem.
O blog apura novas informações sobre ambas as articulações.
Volto mais tarde.
Enquanto isso, leia a postagem abaixo sobre a proposta de Jader a Duciomar Costa.
Atualizada 1:10: Ouvi muita gente, mas, tive de priorizar a redação de um trabalho. Também estou querendo "cozinhar" algumas coisas na cabeça, para não escrever besteira. Volto ainda hoje, quinta, mas, só à tarde ou à noite.
Jader quer apoio de Duciomar para disputar Governo do Estado
Durante duas horas, na noite de anteontem, segunda (22 de fevereiro) o presidente regional do PMDB, deputado federal Jader Barbalho, e o prefeito de Belém, Duciomar Costa, do PTB, sentaram para conversar.
Em cima da mesa, a proposta peemedebista: Jader quer o apoio de Duciomar para a sua candidatura ao Governo do Estado.
Em troca,o PMDB apoiará Duciomar ao Senado.
Na coalizão, entraria, também, o PR, já que o vice-prefeito Anivaldo Vale, que preside a legenda, assumiria a Prefeitura de Belém.
A vice de Jader seria entregue ou ao PTB ou ao PR – ou até a outra legenda – que poderia ser, inclusive, o DEM.
Segundo uma fonte do PMDB, ainda não há detalhes do encontro, uma vez que a reunião terminou por volta das 21 horas e Jader viajou a Brasília ainda de madrugada.
Em Brasília, Jader esteve reunido com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e com o presidente estadual do PT, João Batista. Mas, não havia certeza, na noite de ontem, se o quinto convidado, o deputado federal Paulo Rocha também participou do encontro.
No encontro de Brasília, a expectativa dos petistas era a de recompor as relações entre o PMDB e o Governo do Estado, com vistas à reeleição da governadora Ana Júlia Carepa.
Mas, a fonte peemedebista ouvida pelo blog já não acredita nessa possibilidade.
Na reunião com Padilha, aliás, a expectativa peemedebista era que Jader até sacasse do bolso uma proposta do líder do PMDB na Assembléia Legislativa, deputado Parsifal Pontes: o PT apóia Jader para o Governo. Em troca, leva a vice e uma das vagas ao Senado, para o deputado federal Paulo Rocha.
A curiosa proposta de Parsifal está aqui:
http://pjpontes.blogspot.com/2010/02/pedaco-de-prosa.html
Na tarde de ontem, o blog do Estado do Tapajós também noticiava uma arquitetura na mesma linha.
Mas, segundo a matéria assinada pelo jornalista Miguel Oliveira, todos os partidos da base de apoio do presidente Lula teriam espaço nesse balaio, o que possibilitaria que a ministra Dilma Rousseff tivesse um só palanque no Pará.
Em todos os cenários, Jader viria para o Governo – e a vice e as vagas ao Senado iriam para o PT, PTB e PR.
Também em uma das configurações apuradas por Miguel Oliveira, o prefeito de Belém aparece como candidato ao Senado, com o apoio do PMDB.
A postagem do Miguel está aqui:
http://blogdoestado.blogspot.com/2010/02/jader-tem-carta-na-manga.html
Tête-à- tête com Dudu
A fonte peemedebista com quem conversei na noite de ontem, disse que Jader “quer vir para o Senado, assim como quer vir para o Governo. Ele está preparado para ser candidato a governador. E não há qualquer temor da parte dele devido aos processos a que responde”.
O grande problema para uma eventual candidatura ao Governo seria, afinal, a falta de recursos financeiros para a campanha.
“Se equacionarmos esse problema, ele é candidato”, garantiu.
Daí as conversas com Duciomar.
“A aposta é que ele (Duciomar) venha com a gente. A expectativa é que ele apóie Jader ao Governo”, disse.
Depois, mais cauteloso, corrigiu: “Não digo que ele tope. Mas, há expectativa de ele topar”.
O tête-à-tête de Jader e Duciomar, na noite da última segunda-feira, foi o terceiro desde dezembro do ano passado, quando começaram as negociações.
Reticente, a fonte jurou que, pessoalmente, não acredita na hipótese: “Tem gente que acha que há 70% de chances de ele (Duciomar) aceitar. Mas, para mim, essa probabilidade fica abaixo dos 50%”.
E explicou por que: “Eu não acredito que o Duciomar largue a prefeitura de Belém para ser senador, até porque está montado na grana. Mas, ele já fez o seu pé-de-meia e o Senado é um bom mandato”.
Perguntei-lhe sobre a vice. A resposta: “Isso ficará em aberto para o PTB, o PR ou ainda outro partido. Porque, se isso fosse resolvido, iríamos atrás de outros partidos, para aumentar essa coligação. E aí eu acho que não sobraria para ninguém. A vice poderia até ser a Valéria (do DEM, ex-vice-governadora)”.
Lá pelas tantas, a fonte disse acreditar que Duciomar também deve considerar “apetitoso” o chapão que lhe foi apresentado por Jader.
Segundo ele, “não há problema nacional numa aliança assim, porque todos somos da base do governo e o Lula já disse que onde houver dois palanques (de Dilma Rousseff) ele não aparece. E o nosso palanque seria muito maior para a Dilma”.
E o DEM, que é de oposição ao governo? – perguntei. A resposta: “O que o pessoal lá em cima (Brasília) quer saber é onde a Dilma entra nisso. Eles vão atropelar qualquer diretório que brinque de prejudicar a campanha da Dilma”.
Perguntei-lhe, afinal, se o PMDB desistiu do afastamento de Duciomar da prefeitura – o prefeito foi cassado a partir de uma ação ajuizada pelo ex-deputado federal José Priante, do PMDB, que perdeu as eleições de 2008.
A resposta: “Não é uma questão de termos desistido. Nós estamos num parêntese. É jogo político. Não é questão de chantagem – e ele (Duciomar), que é uma pessoa gelada, sabe disso”.
O prefeito estaria avaliando a proposta peemedebista e “sabe as cartas que temos”.
Se topar, Jader virá ao Governo.
A fonte também ressaltou que a proposta não é “um pedido de apoio a Duciomar, já que ele vai ganhar, também”.
Na noite de ontem, também conversei com o deputado Parsifal Pontes sobre a postagem em seu blog e ele disse que traçou tal cenário para mostrar ao PT que o PMDB não tem problemas com o partido – apenas com a Democracia Socialista (DS), a corrente da governadora Ana Júlia Carepa.
“Temos pesquisas que mostram que ganhamos a eleição e queremos mostrar que não há intransigência da nossa parte”, explicou o deputado.
Jader deve retornar a Belém na tarde de hoje – ontem, a Perereca tentou, mas, não conseguiu contato com os participantes da reunião de Brasília.
Ontem, a única informação é que Jader não estaria disposto a aceitar nem mesmo o tetê-à-tête que os petistas pretendiam realizar entre ele e Ana Júlia, para que fosse “batido o martelo” da aliança de reeleição da governadora.
“Não estamos dispostos a recebê-la” – disse uma fonte, quando lhe perguntei sobre a possibilidade do tête-à-tête – “Nossa conversa é só no andar de cima. Para ele (Jader) querer conversar com ela, tem de haver um convencimento muito grande do Planalto”.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Jader pede apoio de Duciomar para concorrer ao Governo
O deputado federal Jader Barbalho e o prefeito de Belém, Duciomar Costa, estiveram reunidos durante duas horas na tarde de ontem, segunda-feira.
A proposta: Jader quer o apoio de Duciomar para concorrer ao Governo do Estado.
Em troca, apoiará o prefeito ao Senado.
O vice-prefeito Anivaldo Vale assumiria, então, a Prefeitura de Belém.
A informação é de uma fonte do PMDB.
A Perereca volta logo com mais informações sobre as negociações entre Jader e Duciomar.
Se conseguir, o blog trará informações, também, sobre o encontro do Barbalhão com lideranças petistas, em Brasília, que acontece neste momento.
Atualizada às 22:38:
Enquanto escrevo, leiam a matéria publicada, hoje à tarde, no blog do Estado de Tapajós, um furo do jornalista Miguel Oliveira.
“Jader tem a carta na manga
Miguel Oliveira
Repórter
O pessoal da redação do Blog do Estado procurou auscultar uma velha fonte peemedebista sobre o 'pulo do gato' que o deputado Jader Barbalho está armando para unificar o palanque de Dilma Roussef no Pará.
Farejando uma pista deixada no caminho pelo deputado Parsifal Pontes , o Blog do Estado apurou que a candidatura de Jader ao governo, com o apoio do PT, PR e PTB, não deixaria órfã a governador Ana Júlia, que pela proposta do presidente regional do PMDB, seria candidata ao Senado, tendo que para isso renunciar ao mandato em abril”.
Tem muito mais aqui:
http://blogdoestado.blogspot.com/2010/02/jader-tem-carta-na-manga.html
Paulo Octávio renuncia e "Ursinho" assume no DF
No site do jornal O Globo:
SÃO PAULO (Reuters) - O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, não resistiu à falta de apoio de seu partido e de aliados e renunciou ao cargo nesta terça-feira, logo depois de ter se desfiliado do Democratas.
Após quase três meses do início da crise do Distrito Federal que envolve acusações de corrupção, o DEM perde seu único posto de governador em todo o país. Sem partido, Paulo Octávio, há 12 dias no governo do DF, fica impedido de concorrer às eleições deste ano. Há cinco dias, ele havia ameaçado renunciar e voltou atrás.
Paulo Octávio substituiu o titular, José Roberto Arruda, que se licenciou do cargo depois de ter sua prisão preventiva decretada em consequência do escândalo, chamado de mensalão do DEM. Arruda também deixou o partido.
A carta de renúncia de Paulo Octávio foi lida na Câmara Legislativa do DF e em seguida o presidente da instituição, Wilson Lima (PR), assumiu o posto.
"Por intermédio deste documento, comunico ao presidente da Câmara Legislativa minha renúncia ao cargo de vice-governador do Distrito Federal", disse na carta.
Paulo Octávio esclareceu que buscou o apoio junto a líderes partidários de várias siglas, mas não conseguiu garantir a governabilidade. Lamentou também ter perdido o respaldo de seu próprio partido, o DEM, que pediu a seus integrantes que deixassem o governo.
"Sem o apoio do DEM, legenda que ajudei a fundar no Distrito Federal, e a qual pertenci até hoje, considero perdidas as condições para solicitar respaldo de outros partidos no esforço de união por Brasília", afirmou.
"Sem que existam condições políticas, torna-se impossível permanecer à frente do Poder Executivo local, sobretudo, repito, em circunstâncias tão excepcionais", acrescentou.
DESLIGAMENTO DO DEM
Antes de anunciar a renúncia, Octávio enviou documento de desligamento do DEM ao presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Uma reunião da Executiva do partido na quarta-feira deveria concluir pela expulsão de Paulo Octávio, depois que integrantes da cúpula da legenda -o líder no Senado, José Agripino (RN), o senador Demóstenes Torres (GO) e o deputado Ronaldo Caiado (GO)- defenderam sua saída.
"Não se consegue diferenciar, dentro da crise do DF, as responsabilidades do governador e do vice. É por isso que eu o aconselhei, há uma semana, a renunciar", disse Agripino.
Para Rodrigo Maia, "o partido fica sem o governo, mas fica com os princípios".
Octávio substituiu José Roberto Arruda (sem partido), que se licenciou quando foi preso pela Polícia Federal em 11 de fevereiro, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça.
Arruda é acusado de obstrução na apuração de investigação de um suposto esquema de divisão de propina entre integrantes do primeiro escalão do governo distrital, mesmo escândalo no qual Paulo Octávio é citado. Há fartas imagens de Arruda e parlamentares recebendo maços de dinheiro, gravadas por um colaborador.
"É o segundo que se desfilia", disse Paulo Bornhausen (SC), líder na Câmara, referindo-se também a Arruda, que deixou o DEM em dezembro. "Mas o Democratas faz o que é preciso. Não tenta esconder."
Dono de um conglomerado de empresas que atua em diversos setores -desde o imobiliário e hoteleiro, até o de comunicação-, Octávio elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1990, por uma coligação do antigo PFL, hoje DEM.
Ele também ocupou uma cadeira no Senado e em 2006 foi eleito vice-governador de Arruda. Durante três anos chefiou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do governo Arruda.
INTERVENÇÃO
Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal julga o pedido de habeas corpus de Arruda. O STF também analisará, ainda sem data marcada, o pedido de intervenção no Distrito Federal, que atinge o Executivo e também o Poder Legislativo local.
No pedido, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defende a intervenção no DF como necessária para o restabelecimento dos princípios constitucionais, resgatando a normalidade institucional e a credibilidade das instituições e dos administradores públicos.
Deputados distritais se manifestaram contra a intervenção após a renúncia de Paulo Octávio.
"Eu tenho dito que a intervenção é um golpe na democracia, nós temos uma linha sucessória", disse Raimundo Ribeiro (PSDB).
O deputado Chico Leite (PT) disse que "a intervenção é um remédio doloroso" e que pode ser afastada se as autoridades cumprirem suas funções.
Se aprovado o pedido, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar o interventor.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/02/23/sem-apoio-paulo-octavio-renuncia-ao-governo-do-df-915922714.asp
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Na Folha:
Wilson Lima diz que assume governo do DF para evitar intervenção federal
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Em carta à imprensa, o novo governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), afirmou que não pretende fazer "mudanças bruscas" nem aceitar "ingerência política" e que assume o Executivo para evitar a intervenção federal.
Presidente licenciado da Câmara Legislativa, Lima disse que pretende ser "um instrumento de transição democrática entre um governo eleito e outro governo eleito".
"Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política", disse.
No texto, o novo governador interino afirmou ainda que decidiu assumir o comando da capital federal para garantir normalidade à capital federal, evitando a paralisia de obras, das ações sociais e para que as coisas não piorem ainda mais para a sociedade.
Lima é o terceiro governador do Distrito Federal em 12 dias. Ele assume após a renúncia de Paulo Octávio, anunciada na tarde de hoje. Paulo Octávio assumiu o cargo no dia 11 com a prisão e o afastamento de José Roberto Arruda (sem partido) determinado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O novo governador interino está reunido com os deputado distritais. No encontro, vai pedir apoio contra intervenção federal que é defendida pela Procuradoria Geral da República. Pelos corredores da Câmara, os deputados ainda estão divididos quanto apoiar ou não Lima no comando do Distrito Federal. "O nosso apoio é ao respeito da linha sucessória", disse o deputado Chico Leite (PT), relator dos pedidos de impeachment de Arruda.
Para o deputado Antonio Reguffe (PDT), o ideal seria que o presidente do TJ (Tribunal de Justiça) do Distrito Federal, Níveo Gonçalves, assumisse o governo. "Eu acredito que o melhor seria que todos abdicassem", afirmou.
Perfil
Conhecido como ursinho entre os colegas, Lima nasceu em 1953, em Ceres (GO). Desde os 15 anos, mora na cidade de Gama. O distrital está no terceiro mandato e, em 2006, foi reeleito com 8.983 votos.
Ele foi seminarista na década de 1960 e estudou música na UnB (Universidade de Brasília), segundo sua página na internet. O distrital costuma contar que trabalha desde a adolescência e já vendeu picolés, foi frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus.
No dia 2 de fevereiro, com a saída de Leonardo Prudente (sem partido), flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Lima foi eleito presidente da Câmara Distrital por 15 votos. O deputado ocupava a Primeira Secretaria e recebeu o aval de Arruda para ocupar o comando. A ideia do governador afastado era que Lima trabalhasse em sua defesa. A prisão de Arruda mudou o cenário.
Confira a íntegra da carta de Wilson Lima:
"Assumo interinamente o governo do Distrito Federal no momento mais delicado de nossa ainda curta história política. Não escolhi estar nessa posição, não almejei, mas não posso fugir à responsabilidade e ao dever de assumi-la.
A missão que o destino colocou em minhas mãos deve ser enfrentada com serenidade, humildade e muita reflexão. Há um sentimento de desilusão na população. Há quem defenda como solução a ruptura política e a intervenção federal. Isso equivale a cassar a soberania do povo brasiliense, soberania conquistada no bojo da redemocratização do nosso país.
Sei do peso da responsabilidade que me é transferida neste momento. O compromisso que posso assumir, ao aceitar tão árdua missão, é com a normalidade democrática. E de não permitir a paralisia do governo, para que as obras e as ações sociais sejam levadas até o fim, não piorando ainda mais as coisas para o povo desta cidade.
Quero ser apenas e tão somente o instrumento para uma transição democrática entre um governo eleito e outro governo eleito.
Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política.
E, Deus me permita, jamais darei um motivo sequer para aumentar a desconfiança que setores da sociedade nutrem não só em relação aos políticos quanto à política de modo geral.
O momento agora, para mim, é de reconhecimento e reflexão, antes de assumir de fato e de direito as responsabilidades de governar Brasília.
A todos aqueles que --como eu-- amam Brasília, afirmou que farei o que estiver ao alcance de minhas forças para, seja qual for o período em que o Governo do Distrito Federal estiver sob meu comando, honrar cada minuto de minha passagem por este posto.
Que Deus ilumine a todos."
Aqui, a carta-renúncia de Paulo Otávio:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u698040.shtml
Prefeitos voltam a lançar Anivaldo para o Governo do Estado
Pelo menos cinco prefeitos do PR voltaram a lançar a candidatura do ex-deputado federal Anivaldo Vale ao Governo do Estado.
Foi na noite de ontem, durante um encontro que reuniu cerca de 100 lideranças partidárias, em Belém – o quíntuplo do esperado, já que se destinava, em princípio, apenas aos prefeitos da legenda.
É a segunda vez que o nome de Anivaldo é lembrado publicamente para o Governo – a primeira foi durante um encontro em Capanema, em novembro do ano passado.
E se ele tem ou não chances reais de chegar ao Palácio dos Despachos só o tempo dirá.
Mas, ao que o blog conseguiu perceber, há pelo menos três fatores a fazer com que os republicanos cogitem, cada vez mais seriamente, a hipótese de candidatura própria.
O primeiro é o próprio tamanho do partido, que se transformou no fenômeno das eleições municipais de 2008, ao conquistar 17 prefeituras, algumas delas estratégicas, como é caso de Marabá, Castanhal, Itaituba e Capanema.
Além disso, o PR aliou-se ao PTB, que comanda a prefeitura da capital, formando um blocão para as eleições de 2010.
E esse blocão, segundo o deputado federal Lúcio Vale, administra, hoje, 39,5% do eleitorado paraense, em 32 municípios.
“Nenhum partido tem esse número de eleitores, só o bloco PTB/PR” – observa – “Dois partidos com esse lastro não podem ser desprezados em 2010. Falar que não temos aspirações às majoritárias, isso não existe”.
Jura, porém, que Anivaldo, que é seu pai, nunca conversou com ele sobre a possibilidade de ser candidato ao governo no próximo outubro.
E lembra que o blocão possui dois nomes “consolidados” no Pará: além de Anivaldo, o prefeito de Belém, Duciomar Costa.
Daí que o PR possa, sim, apoiar Duciomar ao Governo. Ou, ainda, atender aos apelos de seus prefeitos e lançar Anivaldo, com o apoio do PTB.
Um pote de mágoas
O segundo fator a aguçar o apetite dos republicanos é a insatisfação com o Governo do Estado.
Na reunião de ontem à noite, os prefeitos do partido foram quase unânimes em se queixar do tratamento dispensado pelos petistas: nenhum dos acordos com o Governo teria sido cumprido.
Em outras palavras: os prefeitos ainda não viram a cor do dinheiro, para as obras que esperavam realizar.
A situação é tão complicada que até dificultaria a ação deles, caso decidissem cabalar votos para a reeleição de Ana Júlia Carepa.
“Para pedir voto para ela (Ana), ela tem de botar obras nos municípios, para que eles possam inaugurar. Porque, no momento, não tem obra nenhuma”, disse-me um integrante do PR que esteve no encontro.
O deputado Lúcio Vale, que, aliás, capitaneou a negociação desses acordos, confirma: “Isso foi quase uma unanimidade. De todos os acordos feitos com os prefeitos, nenhum foi cumprido. Nós sentamos com o Governo em 2007 e, novamente, em meados do ano passado, mas, nada se concretizou”.
A insatisfação é tamanha que o deputado estadual Adamor Aires teria até chamado de inverdade a afirmação da governadora Ana Júlia Carepa, de que não repassa dinheiro às prefeituras porque aguarda a aprovação da Assembléia Legislativa para o empréstimo de R$ 366 milhões que pretende contrair junto ao BNDES.
“O que eu disse é que essa justificativa dela (Ana) não procede” – explica Adamor – “Em três anos, a Assembléia Legislativa já aprovou R$ 2 bilhões em financiamentos para o Governo e, desse total, só foram captados R$ 700 milhões. Ou seja, ainda há R$ 1,3 bilhão por captar. Então, essa história de que só vai ajudar as prefeituras se aprovarmos esses R$ 366 milhões, isso não procede”.
E acrescentou: “A Assembléia Legislativa nunca deixou de ajudar o Governo, em tudo o que lhe foi solicitado. Por isso, acho um exagero ela dizer que só ajudará os municípios; ela condicionar essa ajuda à provação desse empréstimo. Isso é uma história mal contada”.
Segundo ele, o partido tem “ajudado” o Governo, mas as prefeituras da legenda não têm recebido o necessário apoio - e até enfrentam dificuldades.
“E quando eu falo do tratamento dispensado às prefeituras do PR, já nem digo em relação às prefeituras do PT, porque aí é que a coisa fica desproporcional”, acentuou.
Adamor disse que conversou com vários prefeitos e o comentário é um só: “O Governo está ausente, a reclamação é geral. É muita promessa e pouca ação”.
Na reunião do PR, reclamaram igualmente prefeitos de cidades pequenas, como Quatipuru e Mãe do Rio, e de municípios grandes, como é o caso de Marabá, que até hoje nunca teria conseguido assinar sequer um convênio com o Governo Estadual.
Mas, ninguém imagine que essa insatisfação signifique, automaticamente, uma tendência pró-tucana, nas próximas eleições.
Há queixas do PR, também, em relação ao ex-governador Simão Jatene.
E a mais contundente partiu do prefeito de Breu Branco, Egon Kolling.
“Ele (Kolling) disse que jamais apoiaria o Jatene, mas, que se o partido decidisse isso teria de engolir em seco, porque o Jatene ganhou dele R$ 1 milhão na eleição passada e nunca foi ao município”, contou ao blog um participante da reunião.
A hipótese de uma terceira via
O terceiro fator que pesará nos rumos do PR é o cenário político.
“Diante das incertezas do quadro político, o que visualizamos é a possibilidade de lograr êxito um projeto alternativo – e esse projeto alternativo poderia ser o Anivaldo”, diz Adamor Aires.
E raciocina: “Há um desgaste muito grande da governadora, Jader Barbalho não deve ser candidato e existe uma briga que não acaba mais no PSDB e é quase impossível recuperar a antiga União pelo Pará. Nesse cenário, apostar numa candidatura alternativa não é sonhar demais”.
Uma liderança republicana, que pede para não se identificar, é mais incisiva: “Por que iremos a reboque de um partido que governou o estado por doze anos e só tem doze prefeitos? Ou por que iremos a reboque de um partido que governa o estado e tem menos prefeitos e votos que nós?”.
A fonte acredita que o blocão PTB/PR tem chances, sim, de chegar ao poder: “Nós acreditamos que uma candidatura desse bloco seria viável no estado. Setenta por cento da população querem uma terceira via – todas as pesquisas mostram isso. E se temos um bloco político e estrutura, a gente tem, sim, capacidade de disputar, com possibilidade grande de ganhar as eleições”.
Perguntei-lhe o que Governo poderia oferecer para fazer o PR mudar de idéia, acerca da candidatura própria.
A resposta: “O que sempre falamos é o atendimento dos prefeitos. Se eles tivessem atendido os prefeitos, não teríamos chegado a esse ponto e nem existiria esse sentimento entre os prefeitos. Pelo contrário: haveria é uma pressão deles para apoiá-la (Ana). Esse sentimento só aflora porque falta a presença do Estado junto dos nossos prefeitos”.
Carta branca
Numa coisa os republicanos têm razão: o próximo governador do Pará, homem ou mulher, será aquele que demonstrar maior capacidade de articulação interpartidária.
Todas as pesquisas realizadas até agora demonstram que nenhum dos candidatos cogitados para outubro - Ana, Jatene, Jader, Anivaldo/Duciomar – tem capacidade de conquistar sozinho o Palácio dos Despachos.
No caso de Anivaldo, o problema é que não é muito conhecido, ou, ao menos, um candidato exatamente “leve”.
Vice-prefeito de Belém, três vezes deputado federal (e sempre o mais votado do PSDB, quando integrava a legenda) Anivaldo tem a seu favor, porém, a visão estratégica e a capacidade de aglutinação que o levaram a resgatar o PR, em curto espaço de tempo, da condição de mera sigla de aluguel.
Na reunião de ontem, os republicanos deram carta branca a Anivaldo para que ele negocie com todos os partidos, com vistas às eleições de outubro.
No entanto, ele deverá manter as lideranças sistematicamente informadas do andamento das negociações.
O PR possui, no Pará, 17 prefeitos, 11 vice-prefeitos e cerca de 200 vereadores.
Só três de seus prefeitos não compareceram à reunião de ontem: Itaituba, Aurora do Pará e São Miguel do Guamá.
Em 28 de março, o partido realizará um grande encontro em Marabá, à semelhança daquele que aconteceu em Capanema, e a expectativa de alguns de seus integrantes é que até lá já tenha definido o rumo que irá tomar.
Mas, o deputado Adamor Aires acredita que essa definição só virá, mesmo, é no mês de maio. “Serão 90 longos dias de conversa”, prevê.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Sina de formiga
Era um inferno. Sempre que passava por ali, o elefante esmagava a entrada do formigueiro. Então as formigas decidiram reagir.
Um dia, aos milhares, saltaram sobre o elefante e começaram a picá-lo. Com um abanão das orelhas, o elefante livrou-se delas. Restou uma agarrada ao seu pescoço.
“Esgana o bicho, esgana”, gritavam as outras em coro.
O elefante da história está mais para Lula, aprovado por oito entre 10 brasileiros, assim como as formigas estão mais para a oposição – PSDB, PPS, DEM em fase terminal e uma fatia do PMDB.
Quem será a formiga que insiste inutilmente em esganar o elefante? Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado?
Ora, Arthur anda sumido desde que perdeu a batalha pelo afastamento de José Sarney da presidência do Senado. Há duas semanas, voou para um café da manhã com Barack Obama em Washington. Imaginava trocar idéias com ele. Havia dois mil convidados.
O Amazonas de Arthur é fortaleza do lulismo. Ele pretende se reeleger. Sabe como é...
A formiguinha suicida seria José Agripino Maia, líder do DEM no Senado?
Agripino anda muito ocupado com o escândalo que engoliu o único governador do seu partido, José Roberto Arruda, do Distrito Federal, preso numa cela da Polícia Federal, em Brasília. O escândalo ainda ameaça engolir o vice Paulo Octávio, do DEM.
E Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB?
Poupemos Guerra. O coração dele bate acelerado diante da demora do governador José Serra, de São Paulo, em se declarar candidato à vaga de Lula. E bate aflito diante do risco do próprio Guerra não se reeleger senador por Pernambuco. É uma carga dupla e bastante pesada.
De Aécio Neves, outra estrela do infausto formigueiro, diga-se que jamais aprovaria o plano de um ataque em massa ao elefante.
Se dependesse dele, o formigueiro simplesmente teria mudado de endereço para escapar de eventuais danos. Como não o levaram em conta, mergulhou terra adentro e foi cuidar de sua vida.
Tudo deu certo para Lula desde que se elegeu presidente em 2002. Seu governo sobreviveu ao explosivo escândalo do mensalão. A economia cresceu. Milhões de brasileiros ascenderam à classe C. A maioria dos partidos se rendeu aos seus encantos. E o PT à candidata que ele sacou do bolso.
Dizem que a próxima será a primeira eleição em 21 anos na qual os brasileiros estarão impedidos de votar em Lula. De fato, é verdade. Mas na prática, não.
Dilma só existe como candidata porque Lula a inventou. Nada mais direto, pois, do que o apelo que orientará sua campanha: votar em Dilma significa votar em Lula.
Caberá à oposição separar os dois – fácil, não?
A ela caberá também a difícil tarefa de vender Serra como o melhor candidato pós-Lula. Melhor até mesmo do que Dilma, a quem Lula escolheu. E logo quem?
E logo Serra que concorreu contra Lula em 2002. Se Serra tivesse vencido não haveria Lula presidente por duas vezes. Oh, céus!
O ex-metalúrgico que chegou ao lugar antes privativo dos verdadeiros donos do poder deixou de pertencer à categoria dos homens comuns – embora daí extraia sua força.
Foi promovido nos últimos oito anos à condição de mito. E como tal deverá ser encarado pelas futuras gerações. É improvável que alguém como ele reprise sua trajetória.
A oposição se propõe a derrotar um mito. E tentará fazê-lo sem reunir sua força máxima.
Serra está pronto para conversar com Aécio sobre a vaga de vice em sua chapa. Quanto a isso, há duas coisas mais ou menos certas. Serra oferecerá a vaga a Aécio. E Aécio a recusará.
Descarte-se a hipótese de Serra sugerir: “Bem, nesse caso, você sai para presidente com meu apoio e eu irei disputar um novo mandato de governador”.
Aécio tem a resposta na ponta da língua: “Agora, é tarde. Quis ser candidato. Sugeri a realização de prévias dentro do partido. Não fui ouvido. Serei candidato ao Senado”.
E aí, José?
Aí José só vencerá a eleição se Dilma conseguir perder para ela mesma.
Possível, é, embora...
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/02/22/sina-de-formiga-268279.asp
O SPA da Casa Civil
O chamado “esvaziamento” da Casa Civil do Governo do Estado não parece preocupar as lideranças do PT.
E, se de fato existe, está sendo digerido sem dificuldade até pelo médico Everaldo Martins, que chega a Belém no próximo dia 24 e assumirá o cargo em primeiro de março, em substituição a Cláudio Puty.
“Não vejo esvaziamento da Casa Civil; em princípio, não. É um redimensionamento normal”, disse Everaldo, em rápido contato telefônico com a Perereca.
E observou: “Há algumas coisas que foram colocadas na Casa Civil num determinado momento e que agora voltam às suas secretarias originais. Meu papel é diferente de tocar programas. Na Casa Civil, meu papel é o de ajudar a consolidar o governo”.
Everaldo não pareceu preocupado nem mesmo com as aeronaves do Governo, cuja autorização de deslocamento passou às mãos do secretário particular da governadora Ana Júlia Carepa.
“No tempo do Jatene as aeronaves eram coordenadas pela Casa Militar”, lembrou, quando lhe perguntei sobre o fato.
Sobre o que muda com a sua ascensão à Casa Civil, disse, apenas: “O Puty está saindo para ser candidato e a idéia é que a gente possa continuar a construir a governabilidade e ajudar na arquitetura política para a eleição”.
Mesmo quando se conversa com lideranças petistas sob a garantia de anonimato, a impressão é a mesma: elas não estão nem aí para o fato de a administração das aeronaves ou de programas como o Pró-Jovem e o de Regularização Fundiária ter sido transferida para pessoas ligadas a Puty.
“Não existe esvaziamento nenhum. Isso foi acertado com o Everaldinho, cuja escolha para a Casa Civil aconteceu em 18 de janeiro, aliás muito antes desse negócio de falarem em crise no PT, coisa que também não existe”, garantiu uma fonte da Unidade na Luta, a tendência de Everaldo.
E esclareceu: “O que ficou acertado é que ele ficaria com a coordenação política e não com a gestão da Casa Civil”.
Segundo a fonte, a transferência do Pró-Jovem, por exemplo, para a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social segue uma tendência nacional:
_O Pró-Jovem foi concebido pela equipe da ministra Dilma Rousseff e havia uma orientação para que ele ficasse na Casa Civil. Mas, chegou-se à conclusão, nacionalmente, de que ele tem mais afinidade com a área social. O Luz no Campo, na época do Zé Dirceu, também ficava na Casa Civil. Muitas dessas ações foram levadas para lá, para ficarem mais perto do presidente Lula. Mas, desde o ano passado, por já estarem consolidadas, elas foram sendo transferidas para outros locais.
Pelo mesmo caminho vai outro integrante da Unidade na Luta: “Não estamos preocupados se esvazia ou não (a Casa Civil), até porque havia um monte de projetos lá que não deveriam estar. O Pró-Jovem, por exemplo, deveria estar na secretaria de assistência social, e a regularização fundiária no Iterpa”.
Para a fonte, o importante, de fato, foi a mexida na Casa Civil.
“Desde que o Puty decidiu ser candidato que aconselhamos a Ana que o melhor era tirá-lo da Casa Civil, por causa da articulação política.” – relata a fonte – “No mínimo, ele virou um concorrente dos outros, mas, no conjunto dos aliados. Ela (a governadora) não tirou e se confirmou o que estávamos dizendo. Quando é agora percebemos que isso tinha se acirrado de tal maneira que a ala principal do PMDB não mais acreditava na possibilidade de conversar, a partir da articulação política. A confiança estava em xeque. E foi aí que, num processo de acordo, colocamos o nome do Everaldo”.
E acentuou: “Pluralizamos, para sinalizar aos aliados que eles terão possibilidade também de crescer. Esse é o centro da questão. Esse foi o sentido da nossa articulação: o sentido de pluralizar o comando do governo e restabelecer a relação de confiança com os aliados. O Everaldo assume com a função de fazer a articulação política com uma visão plural e resgatar a confiança dos aliados”.
Uma questão de obesidade
Mesmo para petistas que criticam o Governo, o emagrecimento da Casa Civil é salutar.
“Os programas estão saindo da Casa Civil pelo mesmo motivo que entraram: interesse eleitoral”, diz-me um desses críticos.
E observa: “eles estão tirando, não o programa em si, mas, trocando o ordenador de despesa. Estão, em outras palavras, desidratando a Casa Civil. Mas, por outro lado, isso é até melhor, porque devolve à Casa Civil à sua função precípua, que é a de articulação política”.
Também para essa fonte, o problema central nem é o “esvaziamento”. Mas, a possibilidade de que a mexida na Casa Civil não resulte em mudança efetiva da postura do governo – ou seja, do chamado “núcleo duro” da Democracia Socialista (DS), a corrente da governadora Ana Júlia Carepa e de Cláudio Puty.
“Há nisso, é claro, o aspecto simbólico, de o PT dando um grito, dizendo que é maior que a DS e a Ana. Mas, na prática, isso muda pouca coisa”, assinala.
Além disso, vê pelo menos dois riscos nessa “intervenção” na Casa Civil.
O primeiro é quanto à separação que tem de haver entre o partido e o governo.
Em poucas palavras: se o governo, por um lado, “é do PT”, uma vez que encarna o discurso do partido, por outro, não é exatamente do PT, já que tem de servir à sociedade como um todo e foi conquistado por uma coalização.
O segundo risco é tão ou mais complicado, uma vez que põe em xeque a autoridade da governadora – e até reforça a visão retrógrada, machista, de quem acredita que as mulheres não têm a necessária força para o comando.
“Ela sai das mãos do núcleo duro e o PT vem e intervém, colocando numa área estratégica alguém que ela não queria”, resume.
Por ironia, a sinuca derivaria, em parte, do próprio carisma de Ana Júlia – a qualidade que fez dela, afinal, uma petista maior que o PT.
A fonte explica: “A Ana nunca teve uma história de construção partidária. A vida toda dela sempre foi dentro do PT, mas ela sempre transitou num espaço mais amplo que o PT. O fato de ter uma história de falar com o partido de cima pra baixo criou um vício: ela se habituou a não se preocupar com a construção partidária. Isso ajuda a compreender por que virou as costas ao partido”.
E acrescenta: “Agora, pela primeira vez, ela é menor que o PT (porque precisa do partido para se reeleger) e isso gera um conflito. O PT chegou com ela e disse: ‘ou você faz essa mudança ou a gente faz prévias’. Foi um choque muito grande para ela. Agora, eu acho difícil ela sair disso”.
Crise? O embate é permanente...
Para quem conhece bem o PT, o arranca-rabo do último janeiro entre a DS e o PT pra Valer, através de uma explosiva carta da deputada Bernadete Ten Caten, não configura exatamente uma crise.
Isso porque os embates no interior do PT são permanentes: como o PT é um partido democrático, há espaço para inúmeros pólos de poder, a maioria com uma militância aguerrida por trás, que tem de ser convencida - e não simplesmente manipulada.
Daí que o verdadeiro xis da questão, como já abordado neste blog, é o fato de a governadora pertencer a uma tendência minoritária, já que 80% do partido, no plano estadual, são controlados pela Unidade na Luta e pelo PT pra Valer.
Além disso, Ana parece ter perdido a liderança da DS – uma situação oposta a de Paulo Rocha, Mário Cardoso, Zé Geraldo, Aírton Faleiro e Bernadete Ten Caten, que marcham, de fato, à frente de suas correntes.
Outro problema é a própria configuração da DS: um agrupamento de intelectuais com pouca ou nenhuma experiência política.
O resultado é um caldeirão ainda mais complexo que a conquista da Prefeitura de Belém por outra corrente minoritária do PT, a antiga Força Socialista.
No que isso resultará ninguém sabe.
No entanto, mesmo que fracassem as tentativas petistas de “enquadrar” a DS, soam algo imaginativas algumas das hipóteses que circulam nos bastidores políticos.
Uma delas é a de que o PT poderia abandonar Ana às feras, para eleger Paulo Rocha ao Senado e Jader Barbalho ao Governo do Estado.
O problema aí é a própria democracia petista: os “companheiros” quase se comem vivos nas disputas internas. Mas, na hora do pega pra capar, as disciplinadas bases vermelhas marcham unidas sob a bandeira do petismo – como se viu na reeleição de Edmilson e na própria eleição de Ana Júlia Carepa.
E seria muito, muito difícil convencê-las a votar em Jader e não na “companheira”...
E tem mais: agora, não há nem como a cúpula partidária ou alguma corrente puxar o tapete de Ana Júlia, como parece ter acontecido na eleição para a Prefeitura de Belém.
Quem controla a máquina e o cofre é a própria Ana Júlia.
E isso também torna improvável que o PT negue à governadora a possibilidade de concorrer à reeleição.
Num quadro como esse, o partido ficaria à deriva, com dificuldade até para a recepção de financiamento federal.
Além disso, Ana ficaria como que “liberada” para investir maciçamente nas candidaturas da DS.
Seria, enfim, um salve-se quem puder.
E um salve-se quem puder mais provável é que Ana afunde, levando com ela boa parte das lideranças petistas, caso o PT não consiga controlar a DS – ou Ana não resolva, enfim, se afastar dessa tendência.
Porque, na hipótese de a DS continuar a dar as cartas no governo, Ana provavelmente ficará sem aliados, ou sem o seu principal aliado - o PMDB.
No entanto, a improbabilidade de o PT negar o direito de reeleição à Ana Júlia não impossibilita outra hipótese corrente nos bastidores: a da realização de prévias partidárias.
Isso porque a própria democracia interna do PT facilita a disputa: a única condição estatutária para que alguém se candidate internamente é que seja filiado há mais de um ano.
Mas o principal é que há, sim, petistas descontentes – e não apenas com o comportamento da DS.
Nem Lula escapou
“Há setores do PT que acham que a Ana não é a melhor candidata, por ter concentrado o governo, não ter atendido a todos e não ter feito políticas que caracterizem um programa de transformação” – diz uma liderança petista, que pede para se identificar.
Entre esses descontentes estariam integrantes da Articulação de Esquerda, do Movimento PT e do PT LM.
As três tendências representam de 2% a 6% do partido a nível estadual e alcançam uns 7% a 8% em Belém.
Quer dizer: nada impede que lancem um candidato. Mas, problemático só seria se tal movimento fosse apoiado pela Unidade na Luta e pelo PT Pra Valer, que, como já se disse, detêm 80% do partido – outros 12% estão nas mãos da DS e, o restante, entre correntes ainda menores e os independentes.
Esse tipo de postura das correntes minoritárias, que lançam candidatos nas disputas internas para marcar posição, não é um fato inusitado no PT.
Como lembra a fonte, tendências menores lançaram candidato ao Diretório Estadual, no mais recente PED - o processo de eleições internas do PT. No entanto, o presidente regional, João Batista, se reelegeu com 92% dos votos.
“O próprio Lula teve de se bater com o Suplicy, que se lançou candidato contra ele, na última eleição”, recorda.
Daí que esse tipo de embate, se apenas com tendências diminutas, não representaria, internamente, um desgaste para Ana Júlia – embora o mesmo não se possa dizer de suas repercussões externas.
“Um candidato que não agrada ao partido todo é complicado”, suspira a fonte.
E completa: “Eles (os setores descontentes) têm uma análise crítica, mas, não têm nome para lançar”.
Pergunto o que ele(a), que pertence a uma corrente majoritária, pensa de tudo isso.
A resposta: “Qual a política que se destaca no governo da Ana, a política que encha os olhos da sociedade? Os tucanos vão apresentar mais coisas que fizeram... É verdade que investimentos muito em segurança, mas, não resolveu o problema”.
E desabafa: “O grande problema da Ana foi trazer da universidade um bando de teóricos, um bando de acadêmicos, mas, sem experiência na vida pública”.
A fonte garante que, “hoje”, não há risco de uma candidatura interna contrária a de Ana Júlia.
Mas, lá pelas tantas, escorrega: “Não vejo, hoje, espírito de bater chapa com a Ana. Mas, a conjuntura é um elemento fundamental, e que vai até junho definir o rumo das candidaturas do PT”.
Diz que o governo, sintomaticamente, “não abre” as pesquisas de que dispõe. Mas, a informação extra-oficial é que a rejeição de Ana já teria alcançado 61% - embora alguns garantam que caiu para 50%.
E afirma, ainda que meio relutante: “Não há possibilidade de bater chapa com a Ana, não pela conjuntura, mas porque o adversário principal é o PSDB, que, aliás, está enfraquecido e não encontra rumo. A questão interna com o Almir não está resolvida. Aliás, eles não têm definição nem em relação ao Serra”.
E, até para não perder a prática, dispara: “Veja só... O Jatene está pelo interior, ouvindo a população. Mas eles nunca fizeram isso!... Como é que agora estão dando uma de democratas?”
A fonte confirma que a mexida na Casa Civil “foi, de certa forma, uma imposição não só das tendências partidárias, mas, também, dos aliados, para voltar a ter um mínimo de diálogo. Porque, além do cara (Puty) ser titular da Casa Civil, era o canal político da governadora, o cara que fazia a negociação política. Era complicado ele sendo candidato, ouvir outros candidatos. Nem os aliados tinham confiança. Não dá para conversarem os interesses deles com alguém que vai disputar com eles”.
Disse esperar que Everaldo Martins, cujo irmão é deputado e candidato à reeleição, não incorra no mesmo erro de Puty: “Ele (Everaldo) tem experiência política – foi vice-prefeito de Santarém, secretário de Saúde em Belém é o articulador político da Maria (prefeita de Santarém). Já tem um acúmulo, não pode cometer erros infantis”.
E esclarece: “O Everaldo foi convidado para a Casa Civil em 18 de janeiro, devido ao ponto a que havia chegado o esgarçamento com o PT e com os aliados. Não teve nada a ver com a carta da Bernadete. Isso foi só a gota d’água”.