Vamos jogar o foda-se!
Carta Aberta à Joana Pessoa II
Na tarde de hoje, caro leitor, fui surpreendida por uma intimação judicial, derivada de um processo por “danos morais”, movido contra mim pela doutora Joana Pessoa, presidente da Organização Social Via Amazônia.
Ao ler tal peça acusatória, eivada de mentiras, dela só pude extrair uma conclusão.
A de que, mais uma vez, a doutora Joana Pessoa recorre ao seu expediente favorito, o único que talvez conheça em sua tristíssima trajetória: o ataque acanalhado e covarde, através do uso de dinheiro público, para tentar intimidar os cidadãos que “ousam” lhe fazer frente.
Ao ler tal peça acusatória, também me pareceu que a doutora Joana Pessoa padece de uma arrogância patológica: crê, piamente, que pode comprar tudo e todos, para escapar impune aos crimes que comete contra o meu, o seu, o nosso dinheirinho.
É certo, doutora Joana, que não possuo dinheiro; aliás, nem palmo de terra num cemitério qualquer...
Não controlo, como a senhora controla, tubos e mais tubos de dinheiro público.
Não posso comprar grandes veículos de comunicação, nem grandes bancas de advogados... Ou que se pretendem, hoje, no Governo do PT, grandes bancas de advogados...
No entanto, doutora Joana Pessoa, possuo uns tantos atributos que Deus, em sua infinita misericórdia, teve a Bondade de me conceder: coragem, dignidade, honra, caráter. E, sobretudo, capacidade investigativa.
É certo, doutora Joana Pessoa, que essa será uma luta de Davi contra Golias; do tostão contra o milhão; de um mero cidadão contra as “falanges do mal”, que empestam este estado e este país.
Mas, para a sua infelicidade, doutora Joana, devo lhe dizer que nada temo: afinal, tenho comprovação de tudo o que escrevi.
E, ao contrário da senhora, creio, sim, no Poder da Sociedade. No imenso Poder do Cidadão, do Contribuinte.
Parte-me o coração, no entanto, constatar a que ponto desceu o PT, nessa coisa de abrigar “operadores” da sua laia.
Causou-me espanto, doutora Joana Pessoa, o fato de a senhora me processar – a mim, repórter - não pela matéria publicada neste blog, mas, pela matéria publicada em O Liberal.
Causou-me espanto, sobretudo, o fato de nesse mesmo processo covarde, hediondo, a senhora ainda tecer elogios a O Liberal, como se aquele jornal nada tivesse a ver com a divulgação do Caso Hangar.
Como se eu tivesse determinado a publicação desse triste episódio nas páginas de O Liberal. E – pasme-se - fosse responsável até pela manchete escolhida no referido jornal.
Como se eu, repórter, pudesse dizer: publiquem ou não publiquem isso e aquilo.
Como se eu, enfim, me chamasse Maiorana...
Mas, bem vistas as coisas, nem deveria me espantar: afinal, a senhora fez publicar uma página igualmente covarde, no referido jornal, logo após a publicação do Caso Hangar.
No entanto, doutora Joana, padeço de um mal incontornável: acredito nas pessoas. E, mesmo quando cometem canalhices, me disponho a crer que não poderão descer ainda mais.
Lamento, profundamente, que a senhora insista em retomar essa questão.
Lamento que a senhora me obrigue a ir fundo no Caso Hangar.
Quem acompanha este blog sabe que deixei isso de lado, não por acaso.
O fiz, em primeiro lugar, porque tenho plena consciência de até onde esse explosivo caso poderá levar – talvez, até ao impeachment da governadora.
Afinal, entre todos os escândalos desse governo, profícuo em escândalos, o Caso Hangar é aquele que tem a possibilidade de estabelecer a ligação mais concreta entre o crime, a improbidade, e a governadora do Pará.
Por isso, logo depois daquela matéria, fugi do Caso Hangar como o diabo foge da cruz – apesar de todas as “dicas” que recebi, vindas de empresários, promotores, jornalistas, anônimos.
E até – pasme-se – busquei convencer as oposições de que esse era o melhor caminho a trilhar, tamanhas, eu sei, são as conseqüências desse escândalo...
Pesou em tal decisão, é verdade, as minhas três décadas de militância política: o pudor que sinto, apesar de jornalista, de investigar profundamente a “metodologia” petista.
Pesou, também, a conversa que tive com um petista extraordinário, logo após a divulgação do Caso Hangar.
Pesaram, sobretudo, os amigos petistas que fiz ao longo da minha vida, e o sofrimento que eu sei que lhes causará a “evisceração” do Hangar – da mesma forma que sofreram os tucanos, quando eviscerei os escândalos da dupla Marcelo Gabriel/ Chico Ferreira...
Até me havia recolhido a uma espécie de auto-exílio; a uma fase contemplativa, digamos assim.
Havia como que me retirado da arena política, para pensar, para refletir acerca da minha vida...
No entanto, lá estava eu, entre incensos e mais incensos, entre mantras e mais mantras, quando a senhora, doutora Joana Pessoa, em sua arrogância patológica, resolveu como que “me chamar” de volta à arena...
E, o que é pior: através de um ataque covarde. De contra-ataque irrecusável, pois...
Lamento, não pela senhora, que, a meu ver, não passa de uma criminosa comum, que, simplesmente, se utiliza da política para se dar bem.
Lamento pelo PT. E até pela minha xará, que, sinceramente, creio que não merece – como já disse a tanta gente!... – um final tão melancólico...
E quando esse magnífico petista me procurou, para jogar água fria no Caso Hangar, ele até referiu gente que aí trabalha, cuja biografia não merece ser enlameada pela investigação dessa imensa lavanderia.
E eu aquiesci. Por tais pessoas. Pelas importantes lutas que travam e que já travaram. E até porque não desconheço os esquemas a que são obrigados a recorrer os partidos brasileiros, para angariar dinheiro para as eleições.
Aquiesci porque pesou o compromisso que tenho – ao contrário da senhora – com a transformação da sociedade brasileira.
Mas, infelizmente, a sua ação, o seu processo, doutora Joana, me obriga a ir até o fim...
Me obriga a tomar decisões que eu, neste meu auto-exílio, não queria tomar...
Me obriga a mexer pedras, nesse grande tabuleiro político, que eu hesitava em mover, à espera da definição de 2010...
Lamento, como já disse.
Mas, agora, vamos jogar o “foda-se”.
Um jogo que não conhece paralisação, doutora Joana.
Um jogo, como se diz em política, que “só termina quando acaba”.
Um jogo que vai até a última gota, sem qualquer comiseração em relação ao adversário...
Lamento que a senhora tenha tomado esse caminho.
E eu vou até lhe dizer como a senhora, na sua obtusidade, raciocinou.
A senhora pensou: “Bom, eu processo essa fodida, elogio o jornal em que ela trabalha e, assim, a isolo; deixo-a sem chance de defesa; deixo-a a minha mercê”...
“Assim, saio livre, leve e solta de todas as acusações”...
Não foi assim, doutora Joana Pessoa, que a senhora raciocinou?
Não lhe vou dizer que é um raciocínio de todo ruim.
Peca, no entanto, por dois “detalhes”.
O primeiro: a senhora, simplesmente, não “combinou comigo”, como se diz, essa sua “estratégia”: a senhora se esqueceu de me dizer que era para ficar quieta, caladinha, diante de um possível massacre...
Em segundo lugar, a senhora desconheceu o básico: em uma mesa de jogo, há, necessariamente, mais de um jogador.
E isso quer dizer que a gente pode até tentar adivinhar o jogo alheio. Mas, não há jogador, doutora, por melhor que seja, que possa prever, de fato, as cartadas alheias...
Creio, sinceramente, que a senhora deveria ter escolhido outro opositor.
Um que lhe desse, ao menos, possibilidade de defesa...
Que publicasse: “Acho que”; “Dizem que”...
Porque, doutora Joana, eu jamais “acho”: eu provo!...
E ainda que isso me custe dias e dias e noites e noites... E até um bocado de tintura nestes meus cabelos brancos...
Lamento que, entre tanta gente, a senhora tenha escolhido a mim...
Lamento que a senhora tenha me “acordado” do meu retiro espiritual...
Pois que, agora, nem pense em desistir do seu processo: para parar esse processo a senhora tem de me consultar.
E eu não vou aceitar paralisação, doutora Joana.
Agora, porque a senhora quis assim, nós vamos jogar o “foda-se” - até o fim...
E que Deus, doutora Joana, em sua infinita misericórdia, tenha Piedade de nós!
FUUUIIIIII!!!!!!!
(Ei, Joana, diz pros Weyl se acalmarem com o que o que vou tocar agora... Pra estes tempos tão bicudos do PT...)
Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
em, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...
(Geraldo Vandré)