Além da quantidade de votos necessária à conquista de uma cadeira na Câmara ou na Assembléia, cresce, também, o número de candidatos a essa disputa.
Neste ano, foram 542 candidatos a deputado estadual – um quantitativo recorde, que praticamente dobrou a relação candidato/vaga em comparação com as eleições de 1994.
Clique no quadro abaixo:
Em 1994, o candidato mais votado à Assembléia Legislativa, José Rodrigues de Souza Neto, do PPR, teve 27. 718 votos, o que representou 2,24% dos votos válidos (pouco mais de 1,2 milhão).
E vejam só: Nadir Neves e Sebastião Oliveira da Silva, ambos do PL e os “fonas” entre os eleitos, se elegeram a deputado estadual com menos de seis mil votos.
Pudera: além de o eleitorado ser infinitamente menos atuante, também havia menos gente na parada, como pode se ver na tabela acima.
Em 1994 foram apenas 281 candidatos à Assembléia Legislativa, para as mesmíssimas 41 cadeiras, o que resultou em uma relação candidato/vaga de 6,85.
Já em 2010, a relação candidato/vaga bateu em 13,21.
O acirramento da disputa explica o fato de o deputado eleito menos votado deste ano (Hilton Aguiar, do PSC) ter tido de cravar 15.615 votos – mais que o dobro de Nadir e Sebastião.
E o fato, também, de o mais votado, Edmilson Rodrigues, do PSOL, ter arrebentado a boca do balão com seus 85.412 votos – algo impensável, em 1994, quando os 27 mil votos de José Neto representaram uma diferença expressiva em relação aos demais.
Esses dois movimentos – o aumento do mínimo necessário e a arrebentação da boca do balão por alguns candidatos – já eram bem visíveis nas eleições de 2002 e 2006.
Em 2002, João de Deus Ferreira, do PSB, foi o eleito com a menor quantidade de votos: 8.595.
E o campeão, Helder Barbalho, do PMDB, teve 68.474 votos, ou 12 mil a mais do que o segundo colocado, o tucano Mário Couto.
Na época, apenas dois candidatos tiveram mais de 40 mil votos: Helder e Mário.
Já em 2006, 7 candidatos à Assembléia cravaram mais de 40 mil votos – três deles, na verdade, mais de 60 mil, ai incluído o tucano Manoel Pioneiro, o campeão daquele ano, com 63.311. Já o menos votado, Cássio Andrade, do PSB, teve 10.893.
Na eleição deste ano, 14 candidatos alcançaram mais de 40 mil votos – o dobro de 2006 e sete vezes o registrado em 2002.
Entre esses 14, está, por exemplo, o Democrata Márcio Miranda, que teve 67.530 votos neste ano, contra os 23.996 de 2002.
Consta, também, o petista Carlos Bordalo, que teve agora 45.075 votos – contra os 26.608 de 2006.
E o tucano Alexandre Von, que obteve 44.837 votos no domingo passado – e apenas 26.096 em 2006.
Quem não atentou para a necessidade de crescer e aparecer, acabou ficando de fora da AL, mesmo que fosse uma liderança pra lá de conhecida.
Foi o caso, por exemplo, do deputado Joaquim Passarinho, que teve mais de 30 mil votos, mas não chegou lá: seus companheiros de PTB, Junior Ferrari e Tião Miranda, que conseguiram se eleger, cravaram mais de 40 mil.
O problema é que Joaquim até encolheu em relação a 2006, quando obteve 36.713 votos.
O mesmo aconteceu com a tucana Tetê Santos (32.809 votos em 2006 e 23.975 nas eleições deste ano); com a petista Regina Barata (27.987 votos em 2006 e 19.641 neste ano); e até com a peemedebista Bel Mesquita, que se elegeu deputada federal, em 2006, com 44.037 votos – mas obteve agora, para a AL, apenas 15.319.
Na verdade, dos 542 candidatos à AL apenas 253 conseguiram emplacar mais de mil votos – sem contar aqueles com a votação não contabilizada, devido a pendências eleitorais.
No final da fila, mais de 120 candidatos obtiveram menos de 100 votos cada, e quatro candidatas apenas um voto: Sandra Maria, do PSDC; Odineide Reis, do PRB; Nalígia, do PDT e Deborah Franco, do PC do B.
Também como sempre acontece, o quociente eleitoral gerou distorções.
O Democrata Haroldo Martins, por exemplo, obteve 33.921 votos – ou mais que 24 dos deputados estaduais eleitos. Mesmo assim, não conseguiu se reeleger.
Veja os quadros das votações para deputado estadual:
1994 |
1998 |
2002 |
2006 |
2010 |
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