quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Derrotado em 1º turno só vira o jogo em 30% dos casos. E se a diferença for menor que 10%





No blog do jornalista Fernando Rodrigues, uma informação interessantíssima: só 20 candidatos que perderam a disputa ao Governo no primeiro turno, conseguiram vencer no segundo. E foram 70 os segundos turnos eleitorais, nos Estados e Distrito Federal, desde a década de 90, quando a regra passou a viger. E mais: só em quatro "viradas" a diferença, no primeiro turno, superou os 10%.

“Chavão da vez: ‘2° turno é uma nova eleição’. Não é o que mostram os resultados das últimas eleições: quem perdeu a 1ª etapa raramente ganha a 2ª”, escreve Rodrigues, que mata a cobra e mostra o pau – no caso, as tabelinhas de um alentado levantamento das eleições estaduais e presidenciais.

No caso dos pleitos estaduais, "virada" de derrotado em primeiro turno só em 28,6% do total.

Além disso, os quadros apresentados por Rodrigues só registram quatro viradas, entre essas vinte, em que o candidato perdera no primeiro turno por mais de 10%.


São eles: Luiz Fleury, que derrotou Paulo Maluf, em 1990, apesar da diferença de 12,1% do primeiro turno (a única virada com essa característica, entre as cinco daquele ano, que teve 16 segundos turnos); Paulo Afonso, que derrotou Ângela Alckmin, em Santa Catarina, em 1994, apesar de ter perdido o primeiro turno por 11,9%; e Eduardo Azeredo que, também em 1994, foi eleito governador de Minas Gerais, apesar de ter ficado 21,1% atrás de Hélio Costa (em 1994, foram 17 segundos turnos e 5 viradas. Mas apenas nesses dois casos a diferença era maior que 10%).

E mais, assinala Rodrigues: nessa espantosa virada de Azeredo, a única com diferença tão expressiva, dois fatores poderosos jogaram a favor do tucano: a aprovação popular do Plano Real e a urucubaca de Hélio Costa, um contumaz perdedor...

A quarta virada com diferença superior a 10% ocorreu em 2006, no Maranhão, quando Jackson Lago derrotou Roseana Sarney, apesar de ter ficado 12,9% atrás dela no primeiro turno (naquele ano, foram 10 segundos turnos, três viradas e apenas a de Jackson Lago em tais condições).

No caso do Pará, nunca houve virada com diferença tão grande quanto os 12,87% que separaram Ana Júlia  de Simão Jatene, no último domingo.

Ao vencer Jarbas Passarinho, em 1994, Almir Gabriel passara ao segundo turno apenas 1% atrás dele (38,2% contra 37,2% dos votos válidos).

E na virada de Ana Júlia sobre Almir, em 2006, a diferença entre eles, no primeiro turno, ficou em apenas 6,3% (43,8% contra 37,5%).

A diferença entre Ana e Jatene, aliás, é a terceira maior entre os nove segundo turnos que acontecerão em 31 de outubro -  só perde para o Distrito Federal (16,9%) e o Piauí (16,6%).

Além desses, só há mais um caso com diferença superior a 10% (Alagoas), entre os candidatos que disputarão o segundo turno.

Por essas e por outras é que Fernando Rodrigues não acredita que José Serra consiga virar o jogo em relação a Dilma Rousseff, já que o quadro não é nada animador para Serra, nem quando se analisam apenas as eleições presidenciais.

A matéria completa do Fernando Rodrigues está aqui:


http://uolpolitica.blog.uol.com.br/

4 comentários:

Anônimo disse...

Acontece que o segundo round vai ser no Dia das Bruxas e Ana Júlia vai pegar as vassouras das diaristas e varrer essa diferença de 12 por cento. Aí temos que fazer outras estatísticas.

Anônimo disse...

Interessante esses posicionamentos que tentam induzir a tomada de decisão como favas contadas. Como tudo tem sempre uma primeira vez...

Anônimo disse...

Inverter o resultado da eleição dia 31, dá 13.

Juan Pablo Vidal disse...

Muito me estranha a senhora garimpar e postar textos sobre prognósticos eleitorais. Isso é sintoma de que há uma preocupação com uma possível derrota de Jatene. Na certa as pesquisas do PSDB já indicam isso.