segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Um apelo ao (ainda) PGJ, Gilberto Valente Martins



 

Queria fazer um apelo público ao (ainda) Procurador Geral de Justiça, Gilberto Valente Martins: pare de se comportar como uma rainha louca, que fica gritando e tramando nos subterrâneos, porque perdeu o poder.

Acabou, doutor Gilberto.

O senhor perdeu as eleições no MP-PA. A-CA-BOU!

Mesmo que o senhor conseguisse apear o Helder do governo, colocando no lugar dele um representante do Jatene, ainda assim o senhor e o seu grupo político continuariam fora do comando do MP-PA.

Não, o governador não tem nada a ver com isso.

Quem lhe deu o cartão vermelho foram os seus colegas, procuradores e promotores.

E se eu fosse uma mentalista, ou até a Mãe Delamare, arriscaria dizer que o recado deles foi o seguinte: pira-paz, não queremos mais! Nós precisamos de um PGJ que agregue, em vez de dividir! Precisamos acabar com esse fogo cruzado no MP-PA! Precisamos de um mínimo de tranquilidade para realizar o nosso trabalho, que é fundamental para toda a sociedade!

Penso que o seu ódio vem do fato de o Helder não ter nomeado alguém do seu grupo político, para PGJ.

O problema é que isso foi uma ilusão sua, doutor, sem qualquer amparo na realidade.

O Helder jamais passaria por cima da vontade do MP-PA. Tanto assim, que resistiu a todas as pressões nesse sentido.

E se o fizesse, receberia dúzias de críticas de muitos daqueles que o apoiam, já que estaria a repetir o comportamento desrespeitoso, indecoroso do Jatene, que lhe nomeou PGJ apesar do mais votado ter sido o doutor César Matar.

Entenda: é preciso um mínimo de respeito às instituições.

Elas têm de funcionar livremente, de forma harmônica, mas independente, em vez de se transformarem em meros joguetes de disputas político-partidárias.

O Judiciário e o Ministério Público são importantes demais para a República e a Democracia, tendo em vista a confiança, as tarefas e os poderes que lhes foram conferidos pela sociedade.

E quando viram meros joguetes de disputas partidárias, o resultado é desastroso para a Nação, como vemos agora mesmo com a ascensão do fascismo, devido, em boa parte, àquela operação político-partidária que foi a lava-jato.

Os partidos verdadeiramente democráticos não querem que o Ministério Público, o Judiciário, o Parlamento, as Cortes de Contas deixem de fiscalizar os governantes e de punir os seus malfeitos.

Pelo contrário: o que se quer é que cumpram os seus papeis com rigor.

Porque essa máquina gigantesca que é o Estado tem de ser controlada de perto não apenas por eles, mas por cada um de nós, sob pena de se transformar em um monstro de corrupção e autoritarismo.

No entanto, o que se espera é que esse controle seja justo e democrático, em vez de massacrar alguns, enquanto passa a mão na careca de outros.

Quem gosta de mamata são bolsonaristas e tucanos, que aparelham não apenas os governos, mas o próprio Estado.

Partidos verdadeiramente democráticos respeitam e querem ser respeitados. E lutarão até o fim pelo livre funcionamento das instituições.

Então, doutor Gilberto, pare e reflita: nada do que o senhor fizer vai alterar a sua derrota, da qual o senhor foi o único responsável.

Tudo o que o senhor está conseguindo e conseguirá é destroçar o Ministério Público do Estado do Pará.

Seja em termos de imagem e de confiança dos cidadãos.

Seja em termos da união que precisa haver, para que todos possam trabalhar na mesma direção, em defesa da res publica.

Tire umas férias, doutor, vá rezar, procure um psicólogo. Ou então, saia do Ministério Público, filie-se a um partido e vá se candidatar.

Pare de usar esses seus longos tentáculos em articulações subterrâneas, para tentar derrubar um governador eleito por mais de dois milhões de paraenses, que lutaram contra a máquina e venceram de forma limpa.

E, sobretudo, pare de achar que o Ministério Público é uma espécie de puxadinho da sua casa.

O Ministério Público é meu e de cada cidadão, doutor. Ele é uma construção coletiva, do Pará e do Brasil.

Ele é patrimônio e orgulho de toda a sociedade brasileira, que lutou muito, durante décadas, para que tivesse os poderes e a autonomia que hoje possui.

Ele é, muitas vezes, o último recurso contra o mau uso de um dinheiro que pertence a cada um de nós e que tem de ser utilizado em benefício de todos.

Basta de usá-lo para interesses pessoais ou partidários! Chega!

Acabou, doutor Gilberto. Acabou!


FUUIIIII!!!!!

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