quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A castanheira da curva


 

Que coisa linda, nė?

Majestosa, cheia de vida!...

Um Ser tão grandioso, que só mesmo Deus para criar...

Quantas de suas irmãs também destruídas pelo macaco humano?

Quantas de suas irmãs tombarão hoje, amanhã e depois, e depois, e depois...

Aqui mesmo, em Ananindeua, não cessam as motosserras.

E quando escuto o barulho delas, o meu coração se agonia, aperta...

Porque antevejo o silêncio da Vida, da Terra...

O horror!...O horror!...O horror!...

Os pássaros emudecem.

E até os ventos se recusam a soprar.

A minha alma estremece, pela parte de mim que se foi, com as folhas e os frutos que nunca mais serão...

E eu penso: quando foi que tantos de nós perderam a capacidade de sentir a dor das nossas irmãs?

Quando foi que esquecemos de quem somos, o que somos?

Como foi que nos tornamos esse bicho tão destruidor?

A mais nociva das espécies que já habitaram este planeta.

A única que pode ser chamada cruel, pela consciência que tem de si e do mundo.

A única que compreende o afeto que desperta em todos os bichos, quando os afaga...

Mas que mesmo assim continua a dizimá-los, como se fossem nada...

A única, sim, a única, que não deixará saudades.

Que provocará um suspiro de alívio, uma grande festa,

da Terra e por toda a Terra,

quando, enfim, extinta...

 

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A informação do Robson Santos, no grupo Nostalgia Belém (Oficial), no Facebook, sobre a bela foto aí em cima: “Imagem rara da árvore Castanheira que ficava na BR 316.  Ela ficou de pé até o começo da década de 90 próximo ao shopping do mesmo nome. Ano de 1977. Acervo Nostalgia Belém”.

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