São gravíssimas as acusações feitas, ontem, pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Segundo ele, há corrupção no Ministério Público
Federal e na operação Lava Jato, que estaria até mesmo “escolhendo” os advogados
que atuam nas delações premiadas dos acusados.
E mais: muitos desses processos teriam de passar,
necessariamente, pelo escritório de um advogado que é irmão de um procurador
federal. Mas depois que o esquema foi descoberto, esse escritório teria passado
a operar clandestinamente.
Em várias
ocasiões, enquanto desfiava suas denúncias, o ministro se dirigiu diretamente à
Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, a dirigente máxima do MPF, como
que a cobrar-lhe a necessária investigação.
Leia aqui as denúncias de Gilmar: https://www.jota.info/stf/do-supremo/gilmar-corrupcao-mpf-lava-jato-11042018
Desconheço fato semelhante na História do
Brasil: um ministro do STF, em plena sessão, denunciar um suposto esquema de
corrupção envolvendo o Ministério Público e o Judiciário.
Pode-se não gostar de Gilmar Mendes, afinal ele não é
um sujeito simpático. Mas, vamos e convenhamos, nenhum magistrado deveria estar
preocupado, em primeiro lugar, em ser candidato a miss ou mister simpatia.
Ademais, Gilmar é um liberalzão e irá sempre
desagradar gregos e troianos e, especialmente, o “clamor popular”, com a sua defesa do estado de direito.
No entanto, não há como ignorar as denúncias de um
ministro da mais alta Corte de Justiça do País.
É preciso, sim, que o Ministério Público Federal investigue a suposta existência de corrupção na
operação Lava Jato, pela qual passam milhões e milhões de reais.
Não é a primeira vez, aliás, que se fala nessa
possibilidade.
No ano passado, ganhou repercussão em blogs
alternativos o caso do advogado Tacla Duran, hoje “refugiado” na Espanha.
Duran afirma que teria negociado com um amigo do juiz
Sérgio Moro a entrega de 5 milhões de dólares, para obter a redução de uma multa
que teria de pagar à Justiça.
Ele chegou a apresentar os prints da conversa, via
whatsapp, acompanhados do laudo de um perito espanhol, acerca da integridade
desses documentos.
Por medo, ninguém diz o nome maldito, mas é disto que
se trata: propina.
É disto que se está a falar em tais denúncias.
Para bom entendedor, o que se depreende da fala de
Gilmar e das denúncias já veiculadas é que existe um esquema milionário de
extorsão de grandes empresas, por parte de integrantes da Lava Jato.
Veja
na Revista Forum os documentos apresentados por Tacla
Duran: https://www.revistaforum.com.br/tacla-duran-apresenta-as-provas-da-pericia-do-contato-com-amigo-do-moro-veja-aqui/
E
leia, na Rede Brasil Atual, sobre o dinheiro que a mulher de
Moro teria recebido de Tacla Duran: http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/09/nassif-mulher-de-moro-recebeu-pagamentos-de-investigado-na-lava-jato
Em sua fala de ontem, Gilmar Mendes também denunciou
uma suposta combinação entre juízes que atuam na Lava Jato, que estariam
sobrepondo ordens judiciais, para frustrar a aceitação de habeas corpus pelo
STF.
É um fato que tem de ensejar uma investigação das
corregedorias e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), já que não se
pode admitir esse tipo de ação entre magistrados.
Na verdade, o pronunciamento do ministro Gilmar Mendes
lançou uma prova de fogo diante do Ministério Público, CNJ e de
todas as instituições e entidades que se preocupam de verdade com o combate à
corrupção.
Foi uma fala explosiva e preocupante para todos os que
ainda acreditam no estado democrático de direito.
Se é que ainda existe algum resquício do estado
democrático de direito neste país.
FUUUIIIII!!!!!
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