quinta-feira, 12 de abril de 2018

Gilmar Mendes lança prova de fogo ao Ministério Público e CNJ





São gravíssimas as acusações feitas, ontem, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

Segundo ele, há corrupção no Ministério Público Federal e na operação Lava Jato, que estaria até mesmo “escolhendo” os advogados que atuam nas delações premiadas dos acusados.

E mais: muitos desses processos teriam de passar, necessariamente, pelo escritório de um advogado que é irmão de um procurador federal. Mas depois que o esquema foi descoberto, esse escritório teria passado a operar clandestinamente.

Em várias ocasiões, enquanto desfiava suas denúncias, o ministro se dirigiu diretamente à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, a dirigente máxima do MPF, como que a cobrar-lhe a necessária investigação.


Desconheço fato semelhante na História do Brasil: um ministro do STF, em plena sessão, denunciar um suposto esquema de corrupção envolvendo o Ministério Público e o Judiciário.

Pode-se não gostar de Gilmar Mendes, afinal ele não é um sujeito simpático. Mas, vamos e convenhamos, nenhum magistrado deveria estar preocupado, em primeiro lugar, em ser candidato a miss ou mister simpatia.

Ademais, Gilmar é um liberalzão e irá sempre desagradar gregos e troianos e, especialmente, o “clamor popular”, com a sua defesa do estado de direito.

No entanto, não há como ignorar as denúncias de um ministro da mais alta Corte de Justiça do País.

É preciso, sim, que o Ministério Público Federal investigue a suposta existência de corrupção na operação Lava Jato, pela qual passam milhões e milhões de reais.

Não é a primeira vez, aliás, que se fala nessa possibilidade.

No ano passado, ganhou repercussão em blogs alternativos o caso do advogado Tacla Duran, hoje “refugiado” na Espanha.

Duran afirma que teria negociado com um amigo do juiz Sérgio Moro a entrega de 5 milhões de dólares, para obter a redução de uma multa que teria de pagar à Justiça.

Ele chegou a apresentar os prints da conversa, via whatsapp, acompanhados do laudo de um perito espanhol, acerca da integridade desses documentos.

Por medo, ninguém diz o nome maldito, mas é disto que se trata: propina.

É disto que se está a falar em tais denúncias.

Para bom entendedor, o que se depreende da fala de Gilmar e das denúncias já veiculadas é que existe um esquema milionário de extorsão de grandes empresas, por parte de integrantes da Lava Jato.


E leia, na Rede Brasil Atual, sobre o dinheiro que a mulher de Moro teria recebido de Tacla Duran: http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/09/nassif-mulher-de-moro-recebeu-pagamentos-de-investigado-na-lava-jato

Em sua fala de ontem, Gilmar Mendes também denunciou uma suposta combinação entre juízes que atuam na Lava Jato, que estariam sobrepondo ordens judiciais, para frustrar a aceitação de habeas corpus pelo STF.

É um fato que tem de ensejar uma investigação das corregedorias e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), já que não se pode admitir esse tipo de ação entre magistrados.

Na verdade, o pronunciamento do ministro Gilmar Mendes lançou uma prova de fogo diante do Ministério Público, CNJ e de todas as instituições e entidades que se preocupam de verdade com o combate à corrupção.

Foi uma fala explosiva e preocupante para todos os que ainda acreditam no estado democrático de direito.

Se é que ainda existe algum resquício do estado democrático de direito neste país.

FUUUIIIII!!!!!

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