sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CPI



CPI da Previdência já reúne
trinta assinaturas no Senado


Até a manhã de quinta-feira, 21, o senador Mário Couto (PSDB-PA) já havia conseguido o apoio de 30 senadores para a criação da comissão parlamentar de inquérito que se propõe a investigar a Previdência Social. "A CPI da Previdência Social já é uma realidade. Temos três assinaturas a mais, mas não vamos dar entrada hoje. Sabemos que a luta desta CPI é árdua", anunciou o tucano.



Apesar de o requerimento contar com três assinaturas a mais que o número mínimo exigido pela Constituição, que é de 27 assinaturas, Mário Couto acredita que ainda poderá convencer outros colegas a endossar o seu pedido de CPI. Diante disso, ele vai esperar até a próxima semana para protocolar o requerimento na Mesa Diretora.


O senador se preocupa em reunir o maior número de assinaturas possível para evitar o que aconteceu no início deste ano com o pedido para a criação da CPI do Dnit, quando logo após o requerimento ser lido em plenário, com 30 assinaturas, quatro senadores retiraram o apoio e a comissão foi arquivada. Mário Couto precisou apresentar novo requerimento da CPI do Dnit, que desta vez foi aprovado e está no aguardo da indicação dos nomes dos senadores que irão investigar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.



Em pronunciamento, Mário Couto disse que matérias publicadas hoje por vários jornais sobre o aumento no rombo da Previdência, agora em R$ 9,17 bilhões, reforçam a necessidade de investigação do instituto. Mas o senador já prevê que o Governo tentará evitar a instalação da CPI. "Essa (CPI) o Governo não quer de jeito nenhum. O povo brasileiro vai saber agora que o Governo mente, que não fala a verdade quando diz que a Previdência é deficitária. A Previdência arrecada R$ 93 bilhões e gasta R$ 55 bilhões. Como a Previdência pode ser deficitária? Inventam, mentem para o povo brasileiro para justificar o massacre que fazem aos aposentados desta Nação", disse Couto.



O senador paraense questionou as razões de o Governo não adotar uma política mais rígida para obrigar grandes empresas a pagarem o que devem para a Previdência. Dados do próprio Ministério da Previdência mostram que em junho de 2008 a dívida com o instituto estava em R$ 131,6 bilhões. Entre os devedores, a Empresa de Correios e Telégrafos (dívida de R$ 313,6 milhões), a Caixa Econômica Federal (R$ 298,5 milhões), a Volkswagen do Brasil (R$ 180,5 milhões), o Banco do Brasil (R$ 165,8 milhões), a Fundação Nacional de Saúde (R$ 137,4 milhões), o Banco do Estado do Rio de Janeiro (R$ 122,2 milhões), o Banespa (R$ 118,4 milhões), a Itaipu Binacional (R$ 106,2 milhões)e o Banco de Brasília (R$ 91,5 milhões).



"Deveria o ministro José Pimentel dizer ao povo brasileiro por que ele não cobra dessas empresas, por que ele tem medo de cobrar dessas empresas. Porque elas são poderosas; porque, próximo das eleições, colaboram com as campanhas eleitorais. Não se pode mexer com elas. Essa é a grande realidade", destacou Mário Couto, para insistir: "Vou repetir o número: R$ 131 bilhões. É quanto a Previdência deixa de arrecadar. É por isso que os aposentados sofrem. Eles sofrem em benefício desses aqui, eles sofrem por esses aqui que estão ricos, milionários, passeando na Europa, com jatinhos, com piscinas, com uísque importado. E os aposentados sem ter dinheiro para pagar o remédio sequer. É isso que dói".




(Fonte: Assessoria de Imprensa do senador Mário Couto)

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