terça-feira, 28 de maio de 2024

Sem organização e proatividade, perderemos a guerra da comunicação para o nazifascismo. E, talvez, as eleições de 2026.



Enquanto não unificarmos os nossos recursos e ações, continuaremos a apanhar do nazifascismo, nas redes sociais.

E isso poderá ser determinante, para o resultado das eleições de 2026.

Estamos diante de uma estrutura gigantesca, milionária, ágil, capilarizada, barulhenta e cada vez mais internacionalizada.

E não conseguiremos vencê-la sem organização.

Especialmente, quanto ao planejamento estratégico; unidade do discurso e das ações; qualificação dos nossos “exércitos” nas técnicas do universo virtual, recursos financeiros e educação política da população.

Parece difícil, mas não é.

Até porque já temos um modelo para nos "inspirar": a estrutura de comunicação do nazifascismo, nas redes sociais.

Se hoje não podemos vencê-la, temos de imitá-la naquilo que possui de mais eficaz, até conseguirmos superá-la.

Obviamente, não usaremos a nossa estrutura para a disseminação do ódio e da desinformação.

Mas para combater o ódio, a mentira, os discursos nazifascistas, anticiência e teocráticos dessa horda.

E se cada vez mais eles se internacionalizam, nós também temos de nos internacionalizar, na defesa da Democracia, da Ciência e do Estado Laico.

Até onde sei, a produção das publicações nazifascistas é centralizada em um punhado de sites e canais, que se encontram no topo da pirâmide comunicacional.

A partir desse topo, tais publicações vão se disseminando, rapidamente, pelo resto da pirâmide: parlamentares, grupos de zap, Facebook, YouTube etc...

Na base, atingem até mesmo as postagens dos grandes veículos de comunicação e de perfis e canais de grande alcance, através de robôs, perfis fakes e “soldados-comentaristas”, o que gera uma sensação de grande adesão ao pensamento deles.

Enquanto isso, a nossa militância, embora em igual ou maior número e politicamente mais bem preparada, não consegue obter os mesmos resultados.

Dispersos, e muitas vezes sem domínio técnico das redes sociais, gastamos o nosso tempo atirando para todos os lados, sempre correndo para combater as fake news, que eles produzem em massa.

E este é o xis da questão: temos de sair dessa postura meramente reativa, dispersa e amadora, para que sejam eles a correr atrás de nós.

Coisa que só conseguiremos com uma estrutura formal, parida pelas forças democráticas.

Uma entidade civil que se coloque no topo da pirâmide de comunicação, para:

-Conceber um plano estratégico de combate.

-Unificar o nosso discurso e ações.

-Definir as abordagens desse fenômeno, sob vários aspectos: linguagem, psicologia, política, teologia, por exemplo.

-Produzir materiais informativos em grande quantidade, simples e chamativos, até utilizando os mesmos formatos e configurações de sucesso que eles utilizam.

-Mapear os polos de disseminação de informações na internet, para distribuir a nossa militância, em um corpo a corpo virtual.

-Medir sistematicamente o nosso desempenho, para detectar, rapidamente, equívocos e eventuais entraves.

-Coletar e/ou produzir Conhecimento acerca das fake news e da propaganda nazifascista.

-Disponibilizar cursos de formação à militância, acerca do discurso político e do funcionamento como um todo das redes sociais.

-Buscar parcerias e recursos financeiros, no Brasil e no exterior.

-Educar a população, dentro e fora do universo virtual, para que ela consiga detectar as publicações mentirosas e de ideais totalitários, e possa se defender.

Uma estrutura que nos ajude a definir ganchos estratégicos, gerais e conjunturais, e a maneira de disseminá-los, na defesa da Democracia, da Ciência e do Estado Laico.

Uma estrutura que nos permita atingir as fake news em sua espinha dorsal, em vez de apenas seguirmos atirando em seus muitos braços.

Uma estrutura que seja ágil, participativa e criativa, utilizando modernas ferramentas de gestão, como as usadas nas inovações.

Uma estrutura barulhenta, para gerar engajamento e fazer o algoritmo trabalhar a nosso favor, como hoje trabalha a favor dos bolsonazistas.

Já possuímos vários recursos para essa estruturação.

Temos a Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia, que pode nos ajudar com as formalidades legais, para a criação dessa entidade e maneiras de captação de recursos, nacionais e internacionais, para vários tipos de produções e parcerias.

Temos os pesquisadores das universidades, do Brasil e do exterior, que há muito se debruçam sobre tal fenômeno, e cujos trabalhos talvez precisemos apenas reunir e analisar.

Temos entidades como o ICL, que podem nos ajudar, através de parcerias, nos cursos de qualificação específica, para a nossa militância.

Temos canais do YouTube, perfis e grupos das redes sociais que já combatem todo esse ódio e mentira, mas sem os recursos e o alcance do bolsonazismo.

Temos companheiros, como o Felipe Neto e o Janones, que dominam o universo de likes e compartilhamentos.

Temos companheiros, como o Bruno Sartori, que dominam as tecnologias de produção para o universo virtual.

Temos jornalistas bons de Tv e podcasts e que, com um simples ajuste para uma linguagem mais popular, podem se tornar grandes contadores de histórias, para mexer diretamente com as emoções – coisa essencial no combate à Teocracia e ao nazifascismo.

Temos, o que é mais importante, uma militância aguerrida, calejada, muito bem preparada politicamente, e que só precisa é de unidade de discurso e ação e de domínio técnico das redes sociais.

Se pararmos para pensar, são inúmeros os recursos que já possuímos.

O que falta é integrá-los, para que caminhemos todos na mesma direção e de maneira ágil e pró-ativa.

Quanto aos recursos financeiros, acredito, sim, que conseguiremos captá-los, tendo em vista a importância dessas bandeiras, para a sobrevivência da própria civilização.

Apesar das divergências dessa nossa frente democrática, que reúne da direita às esquerdas, precisamos aprender a agir, nas redes sociais, como uma só voz, em torno dos grandes eixos que nos unem.

E temos de nos comunicar de verdade: ou seja, com eficácia.

O que significa nos fazer entender.

Porque de nada adianta possuirmos uma multiplicidade de conhecimentos e estarmos cobertos de razão, se não conseguimos nos fazer entender, para ensinar e convencer.

Daí a importância de traduzir esses conhecimentos e informações em linguagem popular: algo que até mesmo pessoas com pouquíssima instrução sejam capazes de compreender e replicar, tornando-se multiplicadoras, dentro e fora do universo virtual.

A meu ver, essa estrutura é a nossa melhor alternativa, para que consigamos vencer os bolsonazistas, nas redes sociais.

Na verdade, nem sei se existe mais alguma.

O que sei é que, se continuarmos dispersos, sem dinheiro e agindo apenas reativamente, perderemos a guerra da comunicação.

E aí, nem quero pensar no que será.


FUUUIII!!!!

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