Os casos confirmados de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, aumentaram 30,76%, entre os dias 30 e 31, no estado do Pará.
Até a última segunda-feira (30), eram 26 pacientes, mas ontem (31) o Governo do Estado confirmou mais 8 infectados, elevando para 34 as comprovações.
Esses 8 casos foram, até agora, o maior quantitativo divulgado pelo Governo, em apenas um dia.
Na última segunda-feira, o Governo anunciou que o Pará já registra “transmissão comunitária”, o que deve gerar um aumento exponencial do número casos e reforça a necessidade de que a população mantenha o isolamento e o distanciamento sociais.
A transmissão comunitária significa que o novo coronavírus já circula no Pará e os moradores transmitem a doença uns aos outros, sem que tenham viajado a outros estados e países, ou tenham mantido contato com uma pessoa que viajou a esses locais, ou com alguém diagnosticado com a Covid-19. Ou seja: não é mais possível rastrear a origem da contaminação.
Os 14 novos casos confirmados nesses dois dias (30 e 31) correspondem a 41% das 34 comprovações registradas desde o último 18/03, quando foi anunciado o primeiro caso da doença, no Pará: um morador de Belém, de 37, que havia retornado de uma viagem ao estado do Rio de Janeiro.
Apesar da idade, ele teve de ser atendido em um hospital particular de Belém, em decorrência de problemas respiratórios.
Mas depois de 14 dias em isolamento domiciliar, acabou também se tornando o primeiro paraense curado da doença.
Maioria dos infectados tem até 40 anos
Segundo um levantamento publicado, ontem, no DOL, dos 34 pacientes de Covid-19 do Pará apenas 1 é idoso: uma moradora de Belém, de 68 anos, que teria contraído o vírus em Goiânia, capital do estado de Goiás.
10 têm de 20 a 30 anos; outros 10 de 30 a 40 anos, cada faixa correspondendo a 29,41% dos casos.
Somadas as duas faixas, elas significam 58,82% do total de confirmações.
Outros 8 casos estão na faixa de 40 a 50 anos (23,52%); e 4 na faixa de 50 a 60 (11,76%).
Somadas, as duas faixas correspondem a 35,29% do total.
Além da idosa de 68 anos, o Pará também possui uma criança de 9 anos diagnosticada com a doença: ela mora em Belém e foi contaminada por um familiar, que consta na relação de casos confirmados.
A capital do estado responde por 58,82% das comprovações de Covid-19, no Pará: são 20 casos, segundo informou, ontem, a Prefeitura de Belém, que decidiu paralisar o BRT e prorrogar por mais 15 dias a suspensão das aulas, na rede pública municipal. Leia aqui: http://www.belem.pa.gov.br/
Outros dois municípios da Região Metropolitana, Ananindeua e Marituba, também já possuem casos confirmados, assim como 6 municípios do interior: Castanhal, Parauapebas, Itaituba, Abaetetuba, Tucuruí e Marabá.
Leia aqui: https://www.diarioonline.com.br/noticias/para/581020/todos-os-casos-linha-do-tempo-mostra-perfil-dos-infectados-por-coronavirus-no-para
Helder e Beltrame reforçam necessidade de
isolamento e distanciamento sociais
Na noite de ontem, em um comunicado via internet, o
governador Helder Barbalho disse que além dos 34 casos confirmados da doença há
ainda 31 em análise. Porém, 786 casos suspeitos já foram descartados.
Veja a íntegra das declarações do governador aqui: https://www.agenciapara.com.br/coletiva-31-03/
Ele reconheceu que as 8 confirmações de ontem
representam o maior quantitativo registrado em apenas um dia, até agora.
Mas lembrou que o Pará é o estado com menor número de casos
de Covid-19, por 100 mil habitantes, em todo o Brasil, segundo o último
balanço divulgado pelo Ministério da Saúde.
Ele enfatizou a necessidade de que a população
continue a colaborar, como vem fazendo, para que essa incidência continue baixa.
Lembrou que vem buscando “o bom senso e o equilíbrio”,
nas medidas contra a Covid-19: suspendeu as aulas da rede pública estadual e
restringiu o funcionamento de bares, restaurantes, shoppings centers e casas de
espetáculos, mas manteve abertos supermercados, bancos e casas lotéricas, além
de criar o Fundo Esperança, para socorrer micro e pequenas empresas e
trabalhadores informais.
“Agora, se o cidadão resolver não seguir a orientação e
todo mundo for pra rua ao mesmo tempo, nós vamos pagar uma conta, vamos pagar o
preço. E sabe qual vai ser essa conta, esse preço? Muita gente vai ficar
doente, muita gente vai precisar de hospital e, lamentavelmente, acabaremos
tendo de parar para chorar a perda de um pai, uma mãe, um filho, uma filha, uma
avó”, alertou.
O governador também informou que os quatro hospitais
de campanha que serão erguidos em Belém, Marabá, Santarém e Breves, para
atender os pacientes da Covid-19, começam a ser montados hoje e devem estar
prontos até o próximo 11 de abril.
Ele anunciou, ainda, a criação de um comitê, com
representantes da Auditoria Geral do Estado (AGE), ministérios públicos Federal
e estadual (MPF e MP-PA) e Tribunal de Contas do Estado (TCE), para acompanhar as ações do governo no combate à doença e dar transparência à aplicação dos
recursos públicos, já que será preciso agilizar a compra de equipamentos e produtos, para esses hospitais.
É o caso de respiradores e medicamentos à base de
cloroquina e azitromicina, para utilização em pacientes graves; e de luvas,
máscaras e roupas de proteção, para os trabalhadores da área de Saúde.
O secretário estadual de Saúde, Alberto Beltrame, também
reforçou a necessidade de a população manter o isolamento e o distanciamento
sociais, uma vez que, com a transmissão comunitária da doença, “começou a haver
um aumento exponencial de casos”.
Ele lembrou que até agora vinham sendo confirmados,
por dia, 2 ou 3 casos de Covid-19, mas que só no dia 30 foram 6 confirmações, além
de 8, no dia 31: “Ou seja, começou a crescer”.
Segundo ele, isso acontece porque, com a transmissão
comunitária, as contaminações tendem a aumentar em progressão geométrica.
Com isso, crescem também os pacientes graves, que precisarão
de UTIs e respiradores.
E o aumento da demanda desses serviços, quando
concentrado em um curto período, acaba por sobrecarregar o sistema de Saúde e prejudicar
o atendimento.
“Imagine se
tivéssemos, hoje, 1.000 casos confirmados. Provavelmente, dentre esses 1.000,
já teríamos 50 pacientes em respiradores e UTIs”, disse ele.
“Nós conseguiríamos atender essas 50 pessoas, mas com
enorme dificuldade. É diferente de termos esses mesmos 50 casos ao longo de 30,
60, 90 dias. Quanto menos casos tivermos concentrados, melhor será a resposta do
sistema de Saúde”, explicou.
“Que as pessoas saiam de casa apenas se for necessário.
Vá ao supermercado ou ao comércio, compre o que precisar e volte para casa.
Essa é a melhor forma de prevenir a ampliação exponencial do número de casos e
de termos casos graves”.
O secretário considerou “um alento” o fato de o Pará registrar
a menor incidência do Brasil de Covid-19 por 100 mil habitantes, uma vez que
isso demonstra que o esforço do governo e da sociedade paraense “vem tendo
resultado”.
E disse: “Quem dera que isso continue, com a colaboração
de cada cidadão e de cada cidadã; com a cota de sacrifício que todos estamos dispostos
a dar, em favor da comunidade e, sobretudo, da saúde e da vida de todos os
paraenses”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário