segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

municipais 9

Meio bilhão de reais I



Entre os políticos e marqueteiros ouvidos pela Perereca, ninguém acredita que as campanhas municipais deste ano movimentem menos que R$ 100 milhões.


Mas, um publicitário pra lá de tarimbado aposta, na ponta do lápis, que esses gastos podem até ultrapassar, na verdade, meio bilhão de reais.


A conta é simples. Mesmo considerando a média (por sinal, baixíssima) de R$ 300 mil para a campanha de cada um dos 500 candidatos a prefeito, nos 143 municípios, só aí a conta chega a espantosos R$ 150 milhões.


Mas, acrescente-se a isso, outra média até risível: R$ 30 mil para a campanha de cada um dos 13 mil candidatos a vereador. Resultado: inacreditáveis R$ 390 milhões.


Ou, uma dinheirama impensável para o comum dos mortais: R$ 540 milhões – por baixo, muito por baixo.


Isso acontece, observa, porque os recursos materiais e humanos mobilizados numa campanha eleitoral são amplos e caros.


É verdade que as recentes alterações na legislação acabaram, formalmente, com os caríssimos showmícios e com materiais como camisetas e bonés.


Mas permanecem, como lembra o publicitário, os gastos com cartazes, comícios, caminhadas, cabos eleitorais, passagens (de ônibus, barcos, aviões), combustível, mobilização, anúncios na imprensa, carros-som – dentre uma infinidade de outros.


“Só as campanhas do Duciomar e do PT, em Belém, devem ficar entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões – cada uma”, prevê. “Já a campanha do Jordy deve sair por uns R$ 3 milhões. Mas, esse negócio que te disseram, de R$ 1 milhão, em Belém, é para quem não é candidato”.


E nos municípios maiores, como é o caso de Parauapebas, Redenção e Santarém, a carestia não é tão diferente, dados os custos dos programas de rádio e televisão.


Daí a previsão de que, em Ananindeua – onde só existe uma emissora de Tv e de qualidade sofrível – a campanha acabe ficando até mais barata do que, por exemplo, em Marabá.


“Nesses municípios que dispõem de rádios e TVs é preciso montar uma estrutura de produção de programas e isso sai caro. Só nos custos básicos de campanha, como os programas, comícios, estrutura, você acaba gastando uns R$ 2 milhões, numa campanha de um município maior”, explica.


Já para os vereadores, os custos são muito variáveis: “Em Belém, tem candidato que pode ser eleito com R$ 100 mil. Mas, também tem aquele que, mesmo com R$ 500 mil não se elege”.

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