segunda-feira, 3 de novembro de 2008

tabuleiro1

A partir de hoje, o blog começa a publicar uma série de levantamentos sobre as eleições deste ano.

Decidi fracionar o material para não ficar muito pesado, porque é informação demais. Ainda hoje retorno com outra parte dele.





O tabuleiro de 2010.




PT, o perdedor




Foi um resultado pífio, para quem detém duas máquinas poderosas: os governos federal e estadual.


Ao todo, o PT elegeu, apenas, 27 prefeituras, nos 143 municípios paraenses.


Mas comemorou a “façanha”, como se de algo extraordinário se tratasse, uma vez que isso representa um incremento de 50% em relação a 2004, quando a legenda conquistou somente 18 prefeituras.


Visto assim, nessa simplificação quantitativa, o resultado das municipais até que poderia dar razão à euforia petista.


O problema é quando se verifica a qualidade de tais conquistas.


Das 27 prefeituras que o PT emplacou, dois terços (18) são de municípios com menos de 20 mil eleitores.


Mais: o partido até recuou nos colégios eleitorais maiores – aqueles com eleitorado acima de 40 mil.


Pior: quando se compara o número de candidatos que lançou às prefeituras paraenses (82) com aquele que conseguiu eleger (27), o aproveitamento do PT fica na faixa dos 32% - ou seja, quase o mesmo do PSDB (40 candidatos, 13 eleitos), que amarga imensa pindaíba, desde que perdeu o Governo do Estado, em 2006.


O fraco desempenho petista; as performances extraordinárias do PMDB, do PR, do PTB e do PP; e a capacidade de sobrevivência demonstrada pelo PSDB são as grandes peças colocadas no tabuleiro de 2010, pelas municipais deste ano.


Ao contrário do que se acredita à primeira vista, os tucanos tiveram um resultado melhor do que o esperado para um partido dividido, perseguido e sem dinheiro.


E isso, ao que parece, demonstra que os tucanos têm chances reais de reconquistar o poder, em 2010.




O teatro de operações



Ao todo, o Pará possui cerca de 4,5 milhões de eleitores.


Mas, desse total, quase 2,5 milhões estão concentrados em apenas 18 municípios, aí incluída a capital: Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Itaituba, Marabá, Marituba, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santarém, Tucuruí.


Todos possuem acima de 40 mil eleitores.


Outro grupo de 34 municípios concentra mais de hum milhão de eleitores.


Todos têm de 20 a 40 mil eleitores.


São eles: Acará, Alenquer, Augusto Corrêa, Benevides, Breu Branco, Capitão Poço, Conceição do Araguaia, Curuçá, Dom Eliseu, Goianésia, Igarapé-Açu, Igarapé-Miri, Irituia, Itupiranga, Jacundá, Jurutí, Mãe do Rio, Moju, Monte Alegre, Novo Repartimento, Oriximiná, Pacajá, Portel, Rondon do Pará, Salinópolis, Santa Izabel, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia, Tailândia, Tomé-Açu, Uruará, Vigia, Viseu, Xinguara.


Quer dizer: esses 52 municípios, do primeiro e do segundo grupo, concentram 3,5 milhões de eleitores, dos 4,5 milhões existentes nos 143 municípios paraenses.


E esses 52 municípios, além de mais densamente povoados, possuem a capacidade de influenciar as regiões nas quais se localizam.




O desempenho petista



Ao longo da semana, a Perereca abriu os resultados eleitorais de cada um desses 52 municípios, conforme constam no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


O blog também teve acesso a um estudo preparado pela jornalista Deury Farias, do gabinete do senador Flexa Ribeiro, do PSDB.


O cruzamento desses dois levantamentos revela um quadro preocupante para o PT.


É certo que, no grupo de 34 municípios com 20 a 40 mil votos, o PT não foi tão mal assim.


Fez sete prefeituras (só quatro foram novas conquistas; as restantes foram reeleições) e participou das coligações que elegeram outros nove prefeitos.


Mas, quando se analisa o grupo dos 18 municípios mais importantes, o desempenho petista foi, no mínimo, complicado.


É certo que manteve Parauapebas, que detém o segundo maior orçamento do estado, cerca de R$ 300 milhões por ano, só superado pela capital.


E manteve, também, Santarém, a mais importante cidade do Baixo-Amazonas.


Mas, além de não avançar um milímetro nesse grupo, ainda recuou, ao perder Abaetetuba para o arquiinimigo PSDB.


Pior: obteve esse resultado – a manutenção de Parauapebas e Santarém e a perda de Abaetetuba – debaixo de uma saraivada de acusações de uso despudorado da máquina pública...


Além disso, nesse grupo de 18 municípios, só ajudou a eleger dois outros prefeitos: em Ananindeua e Marituba.




O quadro geral




Veja você mesmo como ficou a divisão partidária nesses 18 municípios:



PMDB: emplacou 3 prefeituras (Ananindeua, Bragança e Breves), que totalizam 353.333 eleitores. Além disso, fez os vice-prefeitos de Cametá, Paragominas e Santarém.



PT: emplacou 2 prefeituras (Parauapebas e Santarém, que totalizam 275.975 eleitores) e fez os vice-prefeitos de Ananindeua e Marituba.



PSDB: fez 3 prefeituras (Abaetetuba, Altamira e Paragominas, que somam 197.471 eleitores). Fez os vice-prefeitos de Redenção e Tucuruí e participou das coligações que elegeram os prefeitos de Barcarena, Cametá, Capanema, Castanhal e Itaituba.




DEM: fez o prefeito de Cametá (68.529 eleitores) e participou das coligações vitoriosas em Bragança, Capanema, Castanhal, Itaituba, Paragominas e Tucuruí.



PR: fez 4 prefeituras (Capanema, Castanhal, Itaituba e Marabá, que somam 328.112 eleitores) e ajudou a eleger os prefeitos de Ananindeua e Santarém.




PP: elegeu o prefeito de Barcarena (54.942 eleitores), fez os vice-prefeitos de Capanema, Itaituba e Parauapebas e participou das coligações vitoriosas em outros 8 municípios: Altamira, Ananindeua, Cametá, Castanhal, Paragominas, Redenção, Santarém e Tucuruí.



PPS: elegeu os prefeitos de Marituba e Tucuruí (116.762 eleitores) e participou das coligações vitoriosas em 7 municípios: Altamira, Bragança, Castanhal, Itaituba, Paragominas, Parauapebas e Santarém.



PTB: fez as prefeituras de Belém e Redenção (mais de hum milhão de eleitores) e o vice-prefeito de Altamira. Também participou de coligações vitoriosas em 6 municípios: Cametá, Capanema, Castanhal, Paragominas, Parauapebas e Santarém.

domingo, 2 de novembro de 2008

retorno III

Um post bêbado





Não sei o que vou fazer deste blog.



Mas, por favor, não me peçam pra ficar selecionando notícias de jornais pra vocês.



Tenho pra mim que nenhum de vocês é retardado.



Assim, se virem!



Ora, cacete!, se eu me viro, por que é que vocês não vão se virar?



Vocês vêm aqui? Ótimo!




Então, vou trazer notícias e análises exclusivas.



Em contrapartida, vocês, gentalha, têm de botar a cabecinha pra funcionar.



Mas, agora, era só o que faltava: euzinha bancar a mãe, o pai ou a babá de vocês!...



Tomem tento de gente mais é!...



Estou pensando, mas, já descartei esse caminho.



Porque presumo que vocês são “lidos”.



E não quero, sinceramente, fazer a cabeça de ninguém, dominar opinião.



Quero conversar, gastar cuspe.



Fazer com que eu e vocês – nós – fiquemos a pensar nisso ou naquilo.



Pra que a gente possa chegar a uma opinião, a uma compreensão mais ou menos lúcida dessa barafunda que é mundo.



Égua que vocês me cansam, sério!...



E vou dar trezentas bicudas em vocês, todos, antes de revelar, na madrugada de segunda-feira, o material bacana que produzi.



Pra vocês!...



Poderia, é verdade, ser melhor, se eu não andasse com essa preguiça macunaímica...



Sabe como é que é: pobre, quando tem dinheiro, não quer mais trabalhar...




Mas, apesar de tudo, vou trazer umas coisinhas bem bacanas pra vocês (pisc, pisc...)



E FUUUUIIIIII!!!!, gentalha!



Porque vocês não merecem que eu fique me debatendo assim (ou será que merecem?)



ME DEIXEM ENCHER A CARA EM PAZ, PARA QUE EU POSSA ESCREVER BACANA AMANHÃ!

FUUUUIIIIIIII!!!!!


E como eu detesto vocês, vou deixar aqui uma música horrível.

Horripilante.

Horrorosa.

Daquelas que a gente nunca mais que quer ouvir.

Com vocês,
Esta música que, por favor, eu nunca mais que quero ouvir!
Porque não tem nada a ver comigo, com a minha história de vida:







História de Uma Gata



Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram!
(Miaaaauuuuuu!)


O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato


Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda noite vão cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria


Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua, virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás !


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato


Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda noite vão cantando assim


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!


Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres!
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás!

(Miaaauuuuuuu!)


(Enriquez/Bardotti - versão: Chico Buarque)


O retorno II

Até a madrugada de segunda!



“Não sou eu quem me navega/Quem me navega é o mar!” (Paulinho da Viola/Hermínio Bello de Carvalho)






A Perereca volta a ser atualizada na madrugada desta segunda-feira, como era antes.



Com matérias sobre política, como era antes (e não perca, porque estão interessantes e deram um trabalhão...).



Um recomeço? Sei lá!...



Nem sei se diga: “espero que sim!”.



Continuo a matutar acerca da minha vida; o que farei dela.



Se, afinal, encerro a fase de reportagens e me dedico, apenas, ao marketing e assessoramento político.



Quer dizer, a outro patamar da comunicação.



Quem sabe, até para emplacar um futuro governador do Pará – ou até mais...



Ou, talvez, porque marketing e assessoria política dão bem mais dinheiro e muito mais tranqüilidade.



Com bem menos esforço físico.



E enorme facilidade para mim - porque, graças a Deus, idéias e capacidade de ver além nunca me faltaram...



Ou porque isso acaba sendo até mais honesto, em relação ao astuto e curiosíssimo leitor...



Afinal, quando me afastei deste blog, durante o último período eleitoral, foi justamente porque estava atuando em campanhas.



E considerei que não seria justo trazer a você informações, notícias, nas quais eu teria, inevitavelmente, algum interesse pecuniário.



O problema é que esse meu brevíssimo período de independência financeira logo se acabará.



E, como já disse a você, é preciso garantir o leite das crianças...




E tal garantia, certamente, não virá dessa atividade muitíssimo mal paga que é a reportagem. Muito menos num blog.



Também tenho pensado nessa questão financeira porque, nos próximos dias, emplacarei 48 anos – muito bem vividos, aliás!...



Tão bem vividos que até poderia morrer amanhã, sem pena de ter deixado alguma coisa por viver...



Talvez que isso, afinal, seja “paz de espírito”.



Mas, o fato (e lá vem ele!...) é que já não tenho nem a capacidade física, nem as ilusões de há vinte anos.




Daí a necessidade de fazer um pezinho de meia para a velhice.



E, mais que isso, a necessidade de garantir um porto, um abrigo, para a minha descendência.



Afinal, quando estiver mais bilé do que agora e mais fragilizada fisicamente, quem garantirá o básico, que é o teto, a roupa, a comida no prato?



Mas, ainda espero lançar dois livros com o conteúdo da Perereca, no final deste ano, e continuar a atualizar este blog com reportagens, sabe Deus até quando.



De qualquer forma, é bacana estar com você!



E se, afinal, deixar de vez a reportagem, espero que a gente possa continuar a “se ver”, ao menos, entre poesias e bebedeiras bloguísticas.




FUUUIIIII!!!!!






Para vocês, queridinhos, quatro pérolas desse belíssimo CD “Bêbada Chama”, do mestre Paulinho da Viola:







50 Anos



Eu vim aqui prestar contas
De poucos acertos
De erros sem fim
Eu tropecei tanto às tontas
Que acabei chegando
No fundo de mim
O filme da vida não quer despedida
E me indica:
Acha a saída
E pede socorro onde a lua
Encanta o alto do morro
E gane que nem cachorro
Correndo atrás do momento
Que foi vivido
Venha de onde vier
Ninguém lembra por que quer
Eu beijo na boca de hoje
As lágrimas de outra mulher
Cinquenta anos são bodas de sangue
Casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos
Não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro
De braços abertos
Citando Cartola:
- Eu fiz o que pude
Aos 50 anos
Insisto na juventude


(Cristovão Bastos/Aldir Blanc)





Novos Rumos



Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos
Que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz


Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares
Nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição
Que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade
Está longe de ti


(Rochinha/Orlando Porto)





Onde a Dor Não Tem Razão




Canto
Pra dizer que no meu coração
Já não mais se agitam
As ondas de uma paixão
Ele não é mais abrigo
De amores perdidos
É um lago mais tranqüilo
Onde a dor não tem razão
Nele a semente de um novo amor nasceu
Livre de todo rancor
Em flor se abriu
Venho reabrir as janelas da vida
E cantar como jamais cantei
Esta felicidade ainda




Quem esperou como eu
Por um novo carinho
E viveu tão sozinho
Tem que agradecer
Quando consegue do peito
Tirar um espinho
É que a velha esperança
Já não pode morrer



(Paulinho da Viola/Elton Medeiros)





Timoneiro




Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar




E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Esta viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar




Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar




Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar




Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar




A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz




Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar




(Paulinho da Viola/Hermínio Bello de Carvalho)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

na berlinda

Na Berlinda





Recebi, há pouco, o seguinte comentário:




núcleo13 deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Juvêncio":





O PT rachou esta semana com a decisão inédita da DS (Democracia Socialista), tendência interna do PT da qual faz parte a governadora Ana Julia e a maioria dos secretários de estado que são do PT.


Falando em nome da DS, Claudio Puty (Casa Civil), Edilza Fontes (Escola de governo), os irmãos Marcílio Monteiro (Projetos Estratégicos) e Maurílio Monteiro (Ciência E Tecnologia), estão orientando integrantes do governo e lideranças de base da DS a votarem e pedirem voto para Duciomar Costa; e quem não quiser que opte pela neutralidade na disputa, como fez a governadora.


Segundo esses militantes da DS, Claudio Puty tem dito que votar em Priante no atual momento é fortalecer não somente um partido (no caso, o PMDB), e sim uma família (no caso, a Barbalho) e um único grupo de comunicação.


Tem explicado que a vitória de Priante é a vitória de Jader Barbalho, que de fato iria mandar na prefeitura; e mais, seria fazer refém o povo do Pará, o PT e a governadora Ana Júlia dos mandos e desmandos dessa família.


Sabendo disso, o antigo Campo Majoritário do PT resolveu agir, comandado pelo deputado federal Paulo Rocha.


O Campo Majoritário é a união de várias tendências internas do PT, que tem como seus representantes no Pará cinco dos seis deputados estaduais petistas (Regina Barata é independente, porém está insatisfeita com os rumos do governo), os três deputados federais do PT, aproximadamente 150 dos 176 vereadores eleitos pelo PT paraense e 22 dos 27 prefeitos eleitos pelo PT no Pará.


Proporcionalmente falando, é como se Paulo Rocha tivesse controle de 75% a 80% do PT-Pará, o que lhe dá ampla vantagem para disputar em 2009 o PED-PT, que é o Programa de Eleições Diretas do PT.


Para não ficar mais atrás nessa disputa, a DS resolveu se organizar e ir a campo filiar mais de 20.000 novos militantes para o PT, para dessa forma buscar vencer o Campo Majoritario.


Com o apoio do deputado Jáder Barbalho, Paulo Rocha resolveu fazer uma manobra arriscada em termos políticos, além de ganhar o PED-PT/2009.


Paulo Rocha vai propor prévias em 2010 para a escolha dos candidatos petistas ao governo e ao Senado, caso os índices de aprovação do governo Ana Julia continuem baixos.


A manobra é arriscada, mas o inquilino do poder (Jader Barbalho) deu seu aval para Paulo Rocha começar a operar tal manobra.Muitos petistas estão encarando essa proposta como uma verdadeira imposição de Jader Barbalho para continuar a aliança em 2010.


Outros tratam o assunto como se fosse uma verdadeira intervenção dos Barbalhos em assuntos de consumo interno do PT, o que tem feito tremer essa famosa aliança política.


A proposta de Jader Barbalho, caso Priante saia vitorioso, é que Maria do Carmo deixe a Prefeitura de Santarem para disputar o governo do Estado pelo PT com um vice do PMDB, deixando assim a Prefeitura de Santarém para o PMDB.


Segundo ele, Maria do Carmo contaria com as 38 prefeituras ganhas pelo PMDB, entre elas Belém, Ananindeua e Santarém.


Já para o Senado, os candidatos seriam ele mesmo [Jader], mais o deputado Paulo Rocha, ou seja, a verdadeira aliança que Jader quer é pelo poder.


Quanto a Ana Júlia, os planos para a governadora é que ela seria uma boa puxadora de votos para a Câmara de Deputados, sendo provavelmente a mais votada do Pará; puxaria no mínimo mais dois deputados, além dos três existentes.


Agora, é como dizem alguns petistas históricos, só falta combinar com os russos!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Juvêncio

Não adianta, Juvêncio!



Esse negócio de voto branco ou nulo até pode dar a ti e aos que te lêem alguma “parecença” de tranqüilidade.


Mas, será apenas isso - impressão.


Mesmo que não votes – e contigo os cinco ou, no máximo, sete por cento da internet – ainda assim haverá um resultado doloroso para Belém: Dudu ou Priante.


E a questão que permanecerá é esta: será que fizemos o suficiente?
Nós, os diz-que formadores de opinião?


Não, querido, isso não é uma provocação.


É, antes, uma meditação.


Tenho pensado no que fazemos, Juva.


Essa coisa da internet, que atinge, apenas, uns poucos.


Ou não sabes que são uns poucos?


Meu amigo, desculpe essa minha consciência fria.


Mas, a verdade, é que se dividirmos os nossos acessos por meses, semanas, dias ou anos, sobrarão, talvez, mil ou dois mil freqüentadores.


Mil ou duas mil pessoas numa terra de mais de seis milhões.


Por isso, acho blog bacana, para conversarmos, trocarmos idéias.


Mas, não me iludo quanto ao impacto societário do que produzimos.


Este Brasil, Juvêncio, não é os Estados Unidos, onde reside metade dos internautas domiciliares do mundo.


Não é nem mesmo a Europa.


E mesmo nos Estados Unidos e Europa temos de expurgar, das resultantes de acesso, os que usam a internet, apenas, para acessar e-mails ou sites de fofocas – que não é o nosso caso.


Somos, portanto, uma luz solitária neste universo – como são os nossos leitores.


Nada além de massa pensante num mundo que deseja – e que faz por isso – nunca mais ter de pensar.


Portanto, esse teu protesto do voto em branco, na prática, resultará em nada – assim como a minha opção pelo Dudu – a não ser que vá, como irei, para o corpo-a-corpo com o meu plantel...


Mas, analisemos o teu voto em branco sob outra ótica.


Façamos de conta que isso se torne massivo.


E o que isso quererá dizer numa eleição democrática?


Rigorosamente nada.


Porque a democracia supõe que tu, Juvêncio, e eu, Perereca, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, para emplacarmos a nossa vontade.


Quer dizer: fomos pra rua, distribuímos panfletos, discursamos, reunimos com sindicatos e associações de moradores, escrevemos artigos para os jornais, os rádios; mandamos sugestões de pauta para as televisões.


E até, quem sabe, encaminhamos denúncias ao Ministério Público.


Não fizemos nada disso?


Mas, o fato é que poderíamos ter feito.


A sociedade, a democracia, o Direito, nos permitia isso e mais alguma coisa.


Não sabíamos?


Me desculpe, querido, mas essa desculpa não nos cabe.


Afinal, como poderíamos ser, então, formadores de opinião?


É claro que sempre soubemos do terreno imenso em que poderíamos jogar.


É claro que sempre soubemos das possibilidades enormes desse jogo, a todos nós.


Não fizemos.


Não há, agora, como pedir absolvição.


E veja, querido, que não me eximo dessa responsabilidade.


Afinal, poderia ter ido ao Benguí ou à Terra Firme ou ao Guamá, com um cartaz na mão, a chamar a comunidade para uma discussão.


E o seu José e a dona Maria, educadíssimos que são, certamente que me atenderiam.


Iriam para a minha reunião, nem que fosse para cochichar, posteriormente, bem distante dos meus ouvidos: “Ô sujeita doida, essa!”.


Mas, não fiz isso. Assim como, também, não fizeste.


Nem os nossos leitores.


A nós, resta, portanto, a escolha: Dudu ou Priante.


Que é?


Vais fugir do pau, é?


Beijinhos,



Da tua admiradora, a Perereca

o diploma


O diploma, os jornalistas,
a sociedade e o destino dela.





I



Nos próximos dias, o STF deverá se manifestar, finalmente, sobre um tema importantíssimo para a sociedade brasileira: a obrigatoriedade de diploma específico, para o exercício da profissão de jornalista.


Pelo que li, na internet, seis dos 11 ministros do STF são favoráveis à derrubada dessa exigência.


O que leva a crer que ela venha, de fato, a cair.


É uma pena que um tema como esse, que diz respeito à própria democracia brasileira, não tenha sido debatido, profundamente, em todos os segmentos sociais.


E que a decisão acabe restrita, portanto, a 11 cabeças iluminadas, numa Nação de 180 milhões.


Infelizmente, a sociedade brasileira, seus formadores de opinião, seus representantes, suas entidades, não parecem ter se dado conta da importância desse debate.


E creio que nós, os jornalistas, com ou sem diploma, temos, todos, parcela significativa de culpa por essa incompreensão.


Afinal, essa batalha jurídica em torno da obrigatoriedade do diploma de jornalismo vai completar seis anos.


E, ao longo de todo esse tempo, nós, os jornalistas – todos nós – conduzimos esse debate como se de mera questão interna se tratasse.


Perdemo-nos em mil falácias, especialmente acerca da relação de necessidade que haveria entre a aprendizagem e o exercício da ética profissional.


Quer dizer, transferimos esse debate para a estratosfera, na qual radicam essas discussões milenares, platônicas, talvez até que insolúveis, das relações entre a prática e a teoria.


Nós, que temos por matéria-prima a informação e por ferramenta básica a linguagem, demonstramos uma incapacidade exemplar - no péssimo sentido - em transmitir aos cidadãos a importância dessa discussão.


Talvez até por não compreendermos, de fato, essa importância; talvez por medo ou por meras motivações corporativistas, não levamos esse debate para a arena em que deveria ter acontecido: as escolas, as universidades, os sindicatos, as associações de bairro, o parlamento. As ruas, enfim.


Permitimos, assim, que a sociedade brasileira como que perdesse “o bonde da história”.


E agora, qualquer que seja a decisão do STF, permanecerá em aberto a discussão principal: qual o jornalismo que nós, sociedade, queremos?



II


Não tenho diploma de jornalismo, apesar dos meus 28 anos de profissão.


E, como já disse aqui, em diversas ocasiões, defendo, obviamente, o fim dessa obrigatoriedade.


O problema é que esse “obviamente” não é tão “óbvio” na minha cabeça, digamos assim.


Também aqui – e contra os meus interesses, já que não possuo qualquer graduação – já defendi que os jornalistas fôssemos forjados em uma extensão, pós-graduação, da área das Ciências Humanas.


Porque me parece que os cursos dessa área fornecem um instrumental teórico mais adequado à compreensão da realidade.


E a “técnica” jornalística, de mera confecção da notícia, poderia ser apreendida num prazo menor e por cidadãos com um “olhar mais agudo”, digamos assim, diante da história, do “universo” que construímos.


Não, não se trata desse debate horroroso, preconceituoso e apaixonado em torno da relação necessária entre a ética e um curso superior.


Lembro até que já pensei assim, já tive essa ilusão...


Há uns doze anos, conversava com um amigo – para a informação dos leitores, um pedagogo.


Na época, era apaixonada por Platão – mais por Sócrates, é verdade... E até estava a ler um calhamaço maravilhoso, que recomendo vivamente: a Paidéia, do Jaeger.


De repente, deparei-me com um(a) jornalista com um comportamento ético absurdo.
E eu me lembro que disse a esse meu amigo, entre triste e espantada:


_Mas como é possível isso? Ele(a) conhece, sabe que isso é errado!...


E esse amigo, que tem uma cabeça formidável, respondeu-me, de pronto:


_Ah, quer dizer que tu achas que só age assim quem não conhece, é? Bem feito pra ti!...



III



No fundo, o que eu gostaria é que nós, os jornalistas, e o conjunto da sociedade que nos pariu pudéssemos ter um debate desapaixonado acerca do jornalismo que queremos.


E que começássemos, portanto, pelo básico: que é notícia e que é ser jornalista?


Para além do “faro” jornalístico e do interesse das empresas, que é, realmente, “notícia”?


Qual o conceito dessa coisa, da informação que acreditamos que vale a pena “vestir”, confeccionar, para levar ao conhecimento de uma parte ou da totalidade dos cidadãos?


Pode-se, de fato, conceituá-la? Quer dizer, podemos, realmente, escapar à abstração do “faro” e a este momento, aos interesses conjunturais das empresas jornalísticas, para cunhar a universalidade, a atemporalidade, que requer o conceito?


Que é a notícia?


Ou, parafraseando a pergunta radical da Filosofia: que é isso, essa coisa que é?


(Realmente, leitores, esse papo rende umas quantas grades de cerveja...)



IV



De outro lado, que é ser jornalista?


De fato, o leitor da Perereca, inteligente como só ele sabe ser (égua da puxada de saco!...) deve de estar pensando: você está, simplesmente, “punhetando”.


Afinal, se não conceituamos sequer a notícia, e o jornalismo, por conseguinte, como conceituar, portanto, o profissional, o jornalista?


Bom, se vocês me permitem, farei, assim mermo, algumas incursões nesse sentido, embora que, é verdade, sem base suficiente na objetividade...



V



Que é ser jornalista?


Não sei se os colegas jornalistas, os companheiros de profissão, já se deram conta, mas a definição de jornalista está ligada à negação – é algo muito semelhante ao que acontece com a Lei.


A Lei diz, por princípio, não matarás, não roubarás, não farás.


Nenhuma legislação que eu conheça, a não ser a teocrática, diz: amarás, farás assim. E mesmo ela mistura essa visão “benfazeja” com a repressão.


E, nesse nosso mundo profano, o que impera, o que conta, é o cerceamento, o controle dos instintos do animal humano.


É espécie de “negatividade positiva”, para a vivência em sociedade.

E, é claro, parte de um suposto: a intrínseca “maldade” humana.


Se essa raiz, esse dado, é subjetivo ou objetivo não vou discutir aqui.


Mas, o fato é que essa negação radica, sem sombra de dúvida, no suposto de “instintos maléficos” , que é necessário reprimir, para a existência da coletividade (que é a raiz da individualidade, do “ser humano” e por aí vai...).


Ou seja, a sociedade protege o indivíduo para que, até ele, possa existir...


De forma muito parecida é o jornalista.
E que é um jornalista?
Sempre que penso num jornalista, penso: não, não é um vendedor de sabonetes. Não, não é um fazedor de atas. Não, não é um serviçal. Não, não é um mero operário, a “formiguinha”, da grande “cadeia produtiva” da comunicação. Também não é um Lênin arrebatado. Um Cícero. Ou um Guevara.
E é estranho que a gente tenha de repetir, como que naquele filme do Homem-Elefante: eu sou um ser humano...
Quer dizer, que tenhamos de lembrar, cotidianamente, à sociedade, que somos indivíduos como os demais: com sonhos, frustrações, necessidades.
Exatamente, como todo e qualquer cidadão.
Que temos, por trás de nós, uma história, que nos permite ver o mundo desta ou daquela maneira.
E que a conseqüência – essa sim, necessária - da nossa própria história e da visão que temos, é a notícia que produzimos.
O que escrevemos, portanto, não é, apenas, uma “fotografia” do fato, mas, de nós.
Mas, ao fim e ao cabo, somos espécie de servidores públicos.
Nós, os jornalistas.
Não, não se iludam, portanto, coleguinhas: para além do rostinho bonito que aparece num telejornal; para além da voz amável de um programa de rádio; para além do “furo”; para além dos resultados eleitorais produzidos por uma notícia; para além da beleza de uma página que convida a ler; para além de uma fotografia que convida a sonhar; para além da manchete que vende o jornal; para além da ansiedade que eletriza as redações...
Para além de tudo isso, somos, apenas e tão somente, servidores públicos.
É verdade que sem aqueles salários e vantagens bacanas que, algumas vezes, têm os servidores públicos.
Mas, apenas, servidores públicos.
Quer dizer, prestamos um serviço essencial.
Porque, sem informação, nem as pessoas se reconhecem, nem a sociedade anda.
E o que temos nas mãos, portanto, como “matéria-prima” – e isso desde os primórdios do jornalismo, talvez que até antes das revoluções burguesas, talvez até a remeter aos carteiros-repórteres – é a própria condição de o cidadão se situar no mundo, saber onde pisa, e até que pode sonhar e ir adiante...
É essa a responsabilidade, imensa, que pesa sobre os nossos ombros.
Colher, apesar de nós, de tudo o que somos, de tudo o que a vida e nós forjamos em nós, essa riqueza que é a informação.
E vesti-la de uma forma compreensível a todos.
E divulgá-la, o mais possível, apesar de todos os interesses em jogo.
Pela certeza de que essa riqueza é um bem social.
A coisa que é pertença de toda sociedade.

VI

Se me fosse dado escolher, estaria, agora, na Academia.
Deixaria pra trás, sem muita saudade, a reportagem investigativa, as campanhas políticas, a assessoria de imprensa.
Sinto um frio na espinha quando penso que posso morrer sem transmitir o que aprendi.
Porque isso, para mim, é o mais importante: contribuir para formar as novas gerações, os que ficarão aqui, depois que me for.
Sinto uma ansiedade enorme quando pego, eventualmente, um “aluno”.
Como aconteceu em Capanema.
Em que dei um intensivão de rádio e de marketing político.
Não, não era o momento apropriado: uma campanha política que, quando peguei, andava meio que atabalhoada.
Mas, fiz o que podia. E acho que o meu aluno interiorizou o mais importante: a esquecer o palavreado universitário e a ampliar, ao máximo, o vocabulário, para se comunicar com a massa.
E esse é o grande engano que cometem os jornalistas e os intelectuais: bem mais difícil que usar as palavras que aprendemos no cotidiano universitário é encontrar a palavra certa, adequada, para se transmitir alguma coisa ao conjunto da sociedade. Ao conjunto dos que nos lêem, por pouco que saibam ler.
Esse esforço é que exige, de fato, muita leitura e um profundo conhecimento da linguagem.
Quanto mais fácil um texto, de ler, de compreender, mais difícil, mais complexa é a sua confecção.
Porque requer a capacidade de esquecermos, de deixarmos para trás, o meio em que vivemos, para “descermos” ao cotidiano de poucas palavras que a população, de fato, domina.
Mas, quatro anos me separam da Academia. Preciso de um pedaço de papel, um “passe”, para ajudar a educar esses meninos e meninas...
De sorte que seguirei pegando, individualmente, esses meninos e meninas.
E sem cobrar nada!
(Não contem, por favor, pra minha filha-empresária que ela me mata!...)
Mas, acho que isso não tem preço.
É, simplesmente, a satisfação, a felicidade, de sentir que estou a devolver à sociedade um pouquinho do muito – e ponha muito nisso! - que ela me deu...

FUUUIIIIII!!!!

VII

Ah, sim, estávamos a discutir o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo.
Bem, o que é que eu penso?
Compreendo, é claro, a frustração de quem estudou quatro, cinco anos numa universidade.
Compreendo, mermo.
Mas, acho que essas pessoas não compreendem o seguinte: a dinâmica do mercado de trabalho.
Se amanhã, por exemplo, eu (uma “adiplomática”) e um diplomado formos disputar uma vaga, é claro que ele levará vantagem.
Para qualquer coisa: veículos de comunicação, assessoria de imprensa.
Vocês pensam que eu acho isso errado? Não. Tá certíssimo. Significa que vocês fizeram o esforço que eu não fiz.
Afinal, aos 48 anos, eu já deveria ter concluído um curso superior, né mermo?
Nem que fosse pra me estapear com os “fessores” ( e eu, aqui, por pura preguiça “macunaímica”, a perder essa experiência inesquecível...).
Mas creio que é preciso, coleguinhas (e sociedade), discutir outros pontos dessa coisa toda.
E o mais importante é: um registro profissional não pode ser condição necessária para a divulgação de uma informação ou de uma notícia.
No fundo, todos os cidadãos somos repórteres em potencial.
No fundo, todos temos, portanto, de ter a possibilidade de veicular informação, notícia.
Esse é um ganho da Sociedade da Informação. Todos temos alguma coisa a dizer. Nem que seja na forma de auto-ajuda – e como separar até a auto-ajuda da informação?
Então, não há como restringir isso.
O que se pode fazer é isso que vocês, de há muito, já vêm fazendo: estudar
E eu?
Bom, eu e outros teremos de ter a humildade que vocês tiveram: vamos estudar.
Mas, a dona Maria e o seu José, e todos aqueles que não tiveram essa oportunidade, e todos os que não vão adiante nessa caminhada, porque a sociedade capitalista não tem interesse em que caminhem, têm, sim, o direito de transmitir informação.
Mesmo os nossos intelectuais médios, digamos assim, que fazem, hoje, comunicação na internet, nos sites e blogs, sem o domínio da linguagem que essa categoria, a dos jornalistas, tem ou deveria ter, devem ter o direito, sim, de prosseguir naquilo que fazem, porque isso é fundamental para sociedade, na conjuntura que temos.
Mas, vocês, prosseguirão, orgulhosamente (e eu só peço: leiam, obstinadamente, de tudo, por favor!)
Quanto a mim, vou seguir o exemplo de vocês: vou estudar.
E talvez que essa seja a única chance de entrar na Academia, afinal...

Fumus. I ingora, fumu mermo!!!!!


VIII

Ah, sim! Tenho de remeter ao primeiro post.
A importância desse debate para a sociedade.
Vejamos.
Não é justo, não é correto, não é democrático que a possibilidade de divulgação de uma notícia esteja subordinada a um registro profissional de jornalista.
Isso não cabe na cabeça de ninguém, queridinhos!
Vejam: a internet trouxe uma possibilidade ímpar de veiculação de informações.
O primeiro formato foram os sites, depois os e-mails, mais recentemente os blogs. Daqui pra frente, sabe Deus o que virá.
Por que e para que obstar isso?
Os próprios veículos de comunicação tradicionais se enriquecem com essa participação.
Por que e para que obstar isso?
Ora, reconheçamos: lead, sublead e outras técnicas de formatação da informação são facilmente domináveis.
E se, apesar desses 50 anos de reconhecimento dos cursos de comunicação, não conseguimos responder àquela pergunta lamentável (que é a notícia?) por que, então, impedir a participação societária?
Temos de ter um mínimo de humildade, nós, os jornalistas.
E temos de reconhecer que a sociedade escolhe caminhos que, muitas vezes, nada têm a ver com os interesses da gente.
Não pensem que não me sinto incomodada ao ver gente que nunca foi jornalista se intitulando jornalista.
Não pensem que não sinto uma dor no peito ao ver analfabeto se dizendo jornalista.
Afinal, vocês estudaram quatro anos numa universidade; eu, tenho estudado, me preparado para isso ao longo de 28 anos – quer dizer, bem mais que a metade da minha vida...
E o que vocês não perceberam é que, na verdade, somos cúmplices – não, adversários.
Não quero a abertura dessa profissão para qualquer um.
Mas, sou obrigada a reconhecer, democraticamente, que algumas exigências tem, sim, de cair.
Em face da liberdade de expressão constitucionalmente garantida.
E a primeira que tem de cair é a exigência de registro profissional para a divulgação de informações.
E o Código Civil que trate da responsabilização de cada qual.


Agora, FFFFFFUUUUIIIII!!!!!!!


IX

No fundo, a verdade, é que, apesar da importância, nenhum de nós sabe como tornar essa discussão participativa...
Temos mais é que jogar pra fora. Temos mais é que chamar a sociedade...

X

Continuo com a idéia fixa de cursar Comunicação.
E recomendo, vivamente, a todos os colegas, que, como eu, têm registros precários ou, mesmo, com registros definitivos que façam o mesmo.
Por quê?
Porque a Comunicação vai atingindo, a cada dia, uma complexidade imensa.
E mesmo para quem está, hoje, nas redações, vai ficando difícil se adequar a esse avanço.
Vão – vamos – para o curso, nem que seja para conseguir alguma bibliografia.
Mais importante, porém, é que, apesar dos “fessores” (muitos dos quais nossos ex-colegas, muitos dos quais despreparados) ajudaremos a formar novos jornalistas, à nossa imagem e semelhança.
Jornalistas com vontade de fazer jornalismo. Jornalistas com a compreensão do que é jornalismo. Jornalistas que estarão, de fato, em condições de nos substituir.
Vou para o Ipiranga. Cês topam?
Ué, cês não falavam tanto em revolução?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O retorno

Olá, gentalha!



I


Finalmente, estou de volta a Belém – à nossa amada, fantástica, inesquecível Belém.


Sei que essa foi, realmente, uma ausência prolongada. Por isso, até agradeço a insistência da gentalha extraordinária que freqüenta este cafofo.


Pelo que vi vocês continuaram entrando religiosamente na Perereca, né mermo? (Ah, o que não faz a força desse velho hábito, tão antigo quanto à humanidade...)


Muitos de vocês até cravaram comentários na Perereca, que, agora, vou tratar de postar.


Obrigada, gentalha! Vocês nem imaginam o quanto a atenção de vocês me envaidece!


(Embora eu continue achando que a insistência de vocês em entrar neste blog tem, sim, algo de subliminar...).


II


Foi bacana a campanha que coordenei, no interior do estado, onde o meu candidato – um sujeito pra lá de gente boa – acabou se elegendo com mais de 63% dos votos válidos.


Foi uma proeza e tanto, tendo em vista o quadro político: o outro candidato tinha o apoio da máquina municipal, do Governo do Estado e até do Barbalho-mor.


E eu, sinceramente, que até senti uma dor no coração pela minha xará!...


Afinal, ela, governadora do Estado, teve de pagar o mico de comparecer a um comício com menos de cem gatos pingados – entre bandeiretes deles, olheiros nossos e uns 50 passantes e moradores incomodados...


Aliás, que até me postei bem em frente ao palanque – coisa que nem era difícil, porque havia tão pouca gente que dava até pra dançar carimbó...


Mas, quis mostrar a minha xará que, pelo menos eu, estava a seguir atentamente o seu discurso. Sabe como é: é tudo uma questão de sensibilidade feminina...




III



Quanto ao Barbalho-mor, nos limitamos a veicular o depoimento que ele deu, em 2004, no qual rasgava elogios ao nosso candidato.


“Um jovem e competente empresário”, dizia ele, observando que bastava a população comparar a qualidade desse jovem com a “de quem já foi, de quem está junto, de quem é” – e o nosso oponente era um ex-prefeito, que estava aliado ao alcaide atual.


Quer dizer: mesmo passados quatro anos, o depoimento do Barbalho-mor parecia, incrivelmente, recém saído do forno!...


Mas, a euforia da vitória foi tamanha que até nos esquecemos de agradecer a Jader, pelas palavras tão sinceras e apropriadas...


Afinal, ele como que “abriu o coração”...


Fica aqui, portanto, o agradecimento, embora que tardio, ao Barbalho-mor...


IV



Cheguei do interior e fui passando direto para as águas belíssimas da minha Algodoal.


Foi lá que passei o Círio, bem longe da agitação que, nesta época, toma conta de Belém.


E cada vez que vou a Algodoal fico com a certeza de que, um dia, ainda vou me mudar pra lá.


Pra viver eternamente de céu e de mar...


A velejar, em pensamento, entre as ondas do Sublime...




V



Mas, como sou uma fumada, tive de voltar pra Belém.


E cá estou, novamente, a pensar no que vou fazer da vida.


Nos próximos dias, penso publicar algumas crônicas e poesias.


Mas, na verdade, vou é decidir se acabo com este blog ou se o reformulo.


Talvez que volte a fazer reportagens. Ou talvez que encerre essa fase da minha vida.


Vou pensar, enquanto saboreio um Ice, em plena tarde de quarta-feira.


A ouvir umas músicas bem bacanas.


E com uma preguiça rrrealmente “macunaímica”.


Em outras palavras: morrrram de inveja!


E antes que eu me esqueça: Gentalha, gentalha, gentalha!!!...



FUUUUIIIIII!!!!!!!




Na Carreira


Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão


Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar


Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir


Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão


Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar


Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus


(Chico Buarque e Edu Lobo)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mulheres!

Para Ana Júlia, Elcione, Valéria e todas as mulheres que participam desta campanha!




Pagu



(Tem um preço!...
Não é mole não...
Tem que ser macho!
Mas é bom... Tudo de bom!)


Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
(Uh! Uh! Uh! Uh!...)


Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra
(Hum! Hum! Hum! Hum!)


Minha força não é bruta
(Adoro essa frase! Adoro essa frase...)
Não sou freira
Nem sou puta...


Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem


Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...


Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!...



Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanran! Ah! Hanran!
Uh! Uh!




Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe é Maria-Ninguém
Uh! Uh!...



Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima!



Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...



Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem... (2x)



Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!...



(Que nem a gente...
Somos Pagus...
Por que não?)




( Rita Lee/Zélia Duncan)

blogando



Querido diário:




Hoje, passei uma vergonha danada: a minha calça ficou encharcada de sangue menstrual. E o pior, queridíssimo, é que nem sabia disso. Daí que andei, pra cima e pra baixo, como que a anunciar: menstruei.




Veja bem, queridíssimo: vou fazer 48 anos. Já parí, já me reproduzi o suficiente por quatro ou cinco ou seis reencarnações – contando os abortos, é claro!...




E mermo assim essa bicha insiste em me manchar de sangue... Como se ainda estivesse apta a reproduzir... Até parece!...Só se fosse pra eu me atirar do Manoel Pinto da Silva umas quinhentas mil vezes!...




De sorte que manchei cadeiras e cadeiras, em bares e carros. E ninguém pra me avisar: “porra, Ana, esse negócio tá vazando!”...




Avalie a vergonha, queridíssimo: eu, a discutir altas teses políticas e jornalísticas, a pensar que estava a abafar. E o sujeito só pensando: tá vazando, tá vazando...




O pior, querido, é a “estranheza” disso. Pois, que me fica a impressão de que sou uma excrescência, a única mulher a menstruar...




Parece que a todas aquelas garçonetes, educadíssimas, por sinal, nunca desceu, inesperadamente, a porra de uma menstruação.




E parece que o sujeito que me acompanha, e os sujeitos com quem fala, nunca teve nem mãe, nem irmãs, nem namorada, nem mulher...




E eu me sinto assim, querido diário, como uma coisa, a única a eliminar esse turbilhão vermelho.




Que nada mais é que um óvulo não-fecundado e o aconchego inútil de um útero que não se fez.




E eu penso nas vezes em que vi esse fenômeno, como espécie de graça de Deus.




Das vezes em que rezei: Senhor, que eu não tenha engravidado!...




Ou das vezes em que fiz um aborto, para não permitir o nascimento de uma criança que eu, simplesmente, não queria.




Das vezes em que me vi, não simplesmente como um útero, mas, como um ser, como uma pessoa, com absoluta determinação sobre a própria vida...




E a menstruação, queridíssimo, em tais ocasiões, nunca me pareceu como aquela maldição judaico-cristã (imunda és e em quem tocares e tudo em que tocares!).




Mas, como a resposta do bom Deus às minhas preces...




Afinal, por que, querido, tenho de me envergonhar de uma coisa que é minha, fêmea, e só minha?




Trepei, trepei, trepei – não procriei, e daí?




Ninguém vai me tirar o gozo que senti. O prazer do ato, o orgasmo que alcancei, pelo qual, sim, lutei...




Ninguém vai me tirar esse ganho social de fazer uma coisa de que tanto gosto, sem a “necessária” conseqüência de parir.




Posso, hoje, sentir o prazer da mão que percorre a minha pele, o meu corpo.




Do corpo que a minha mão percorre. No rosto, no peito, entre as pernas...




Esse é um ganho que ninguém me tira, querido diário: o prazer do sexo. O fato de gostar de sexo, de não ter o sexo como simples fator de troca.




Como algo que se “dê” a um homem, como forma de sustentação.




É algo que eu quero – o sexo – e que me faz falta, sim.




Então, por que, queridíssimo, devo ter vergonha da minha menstruação?




É minha. A menstruação é minha, como o parto e o filho que acalentei – ou que deixei, por vontade própria, de acalentar.




É minha, como o meu útero, os meus hormônios e os meus seios.




É minha, como a forma que eu, mulher, encaro o mundo.




Pensando bem, queridíssimo, nem tenho vergonha das cadeiras e dos sofás que manchei...




Sou feita de sangue; sou fêmea...




E quem não gostar, queridíssimo, que vá mais é lamber sabão...





FUUUUUIIIIIII!!!!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Barbie

Desconstruindo a Barbie!




E vamos ver se, até o final desta campanha, a gente rapta a Valéria, né mermo?



Afinal, a Barbie já nem usa maquiagem – o que deve de ser uma dor pra ela; pra mim seria!...



Não, ela não faz mais nem escova; e pra mim seria horrível não usar a minha mousse!... – e está, aparentemente, cansadíssima...


Mas, ela tem uma vantagem bacana: gosta das pessoas, se preocupa com as pessoas.



E eu me identifico com a Barbie, porque nascemos na mesma elite e ela está a trilhar o mesmo caminho que já fiz.


Com uns anos a menos e com uma conservação a mais – que ódio!!!...



Mas, é bacana vê-la enveredar pelos mesmos churrascões e feijoadões e maionesedões que já tracei...



É bacana vê-la, de camiseta, no solzão – ah, que falta que faz um bloqueador solar! (tipo 50, né, maninha?...)



Bacana vê-la crescer, assim!




Bacana que queira crescer – afinal, ela nem precisa... Exatamente, como eu nunca precisei...




E vamos ver se a gente rapta a Valéria.



Afinal, a gente precisa de alguém com essa empatia com a população, né mermo?




Mas, que tenha a humildade dela. De se cercar de técnicos, de pessoas competentes, em cada área.




Para fazer, simplesmente, o melhor!...

pensando




Pensando, pensando




Uma dica: se eu fosse o Mário, tiraria do ar aquele negócio de dizer que, se for eleito, serão três, do município, do Estado e da União do mesmíssimo PT.



Não vale soprar, né, deputado? Mas, como eu gosto muito do senhor, vou lhe dizer que esse negócio me provocou arrepios.



Belém é, historicamente, oposição.



E não é por qualquer motivo, não.



É porque Belém é sensata.



É a capital, cujas elites, as pessoas mais esclarecidas, temem, justamente, esse alinhamento, que tem, sim, muito de autoritário.



Esqueça o Lula, esqueça a Ana, fale do senhor.



Melhor dizendo, deixe que falem do senhor. Deixe que o programa – aparentemente descompromissado – conte a sua história.



E deixe que o pessoal daqui, as lideranças daqui, o sujeito daqui – e não o bacanão de lá de fora – falem do senhor.



Mais não posso fazer.



Voto na Valéria, apóio a Valéria.



Mas, como gosto do senhor, lhe dou, “de grátis”, essa dica...






Indo





E como já vou, vou insistir, nessa música que adoro.


Afinal, que seria do mundo sem o vermelho?

Que seria de nós, sem essa coisa que faz vibrar o peito?

A esperança!...

Um mundo, dez mil vezes, infinitamente melhor...

Um mundo sem medo. Um mundo farto... Como todo o mundo deveria de ser.

Um mundo em que o seu José e a dona Maria sejam

Tão ilustres como aquele cidadão que aparece nas fotos grandonas dos jornais.

O seu José e a dona Maria, reverenciados, homenageados

Pela imensidão que fazem e que já fizeram por todos nós.

Égua, e como são grandes, a dona Maria e o seu José!...

Mais gente do que muita gente que aparece naquelas fotografias...

O seu José e a dona Maria que nunca souberam o que é queijo, vinho, lagosta, filé, dom perignon.

E que estão lá, sobreviventes, apesar de não terem um mísero pedaço de pão...

Se lhes dão as filas, para conseguir a porcaria de um medicamento pra febre? Não importa. Lá estão eles, na fila imensa, desde as três, as quatro da manhã...

Se lhes exige um trabalhar de sol a sol? Não importa. Bem cedinho estarão lá. E, só à noitinha, é que voltarão às suas casas.

Não, o seu José e dona Maria não têm nada dessa “preguiça” que a elite costuma dizer que têm.

Como se fossem pobres por “preguiça”. Como se ser rico fosse sinônimo de gostar de trabalhar...

Afinal - e eu que me identifico com a dona Maria e o seu José, data vênia, falarei por eles, agora, né mermo?- é muito fácil dizer que se gosta de trabalhar, quando se tem lambaio pra preparar o café, lavar a louça, dirigir o carro, e fazer tudo o que signifique esforço físico, né mermo?

É muito fácil ser grande, às custas do suor, literalmente o suor, dos outros.
É muito fácil lembrar de tudo, quando se tem lambaio até pra cuidar da agenda...

É muito fácil dizer: enriqueça! A esquecer as mumunhas que se tem de fazer ou participar, para enriquecer, né mermo?

E é para os lambaios, aqueles com os quais me identifico, apesar de não ter nascido entre eles, que deixo essa música.

Porque, hoje, eu não estou, apenas, entre vocês.

Eu sou igualzinha a vocês.

Porque me fiz, graças Deus, igualzinha a vocês!...




Vermelho



A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Vermelho!...




A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Meu coração!...



Meu coração é vermelho
Hei! Hei! Hei!
De vermelho vive o coração
Eô, Eô...
Tudo é garantido
Após a rosa vermelhar
Tudo é garantido
Após o sol vermelhecer...



Vermelhou o curral
A ideologia do folclore
Avermelhou!
Vermelhou a paixão
O fogo de artifício
Da vitória vermelhou...(2x)



A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Vermelho!...



A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
(Vermelho!)
Meu coração!...



Meu coração é vermelho
Hei! Hei! Hei!
De vermelho vive o coração
Eô, Eô...
Tudo é garantido
Após a rosa vermelhar
Tudo é garantido
Após o sol vermelhecer...



Vermelhou o curral
A ideologia do folclore
Avermelhou!
Vermelhou a paixão
O fogo de artifício
Da vitória vermelhou...(4x)




(Chico da Silva)

até outubro


O último sumiço: até outubro!






Queridinhos:





Infelizmente, vou ter de desaparecer, até o início de outubro.




Terei de viajar e de me concentrar numa campanha. Daí que não terei tempo de bater ponto neste blog. Provavelmente, nem de vez em quando.




Até cheguei a telefonar a um procurador, para marcar uma entrevista. Pensei em fazer, ao menos, um ping-pong sobre essa questão da fiscalização da campanha.




Ia perguntar especificamente sobre as campanhas dos prefeitos que concorrem à reeleição. Afinal, só eles parecem não estar nessa pindaíba dos demais candidatos.




Taí uma boa pauta, pra quem puder fazer: o MP vai devassar as contas desses prefeitos, principalmente as deste exercício? Eles correm o risco de ganhar, mas, não levar? Quer dizer: de acabarem impossibilitados de assumir o cargo, por abuso de poder econômico? O que os cidadãos e os partidos podem fazer em relação a isso, como devem agir? E essa cruzada do MP, da PF e da Justiça Eleitoral, pela moralização do financiamento de campanha, não acabou resultando numa situação complicada, do ponto de vista democrático, já que somente os candidatos com fortuna pessoal e os prefeitos que concorrem à reeleição têm, hoje, algum dinheiro para financiar as ações de campanha? Ou seja, não se corre o risco de perpetuar prefeitos ruins, devido à incapacidade financeira das oposições?




Além disso, é preciso ver quantas denúncias já foram recebidas pelo MP, em relação ao abuso de poder econômico, o aumento percentual disso em relação aos anos anteriores e em quantas denúncias o MP acredita que se fechará esta campanha (é a campanha com mais denúncias dos últimos anos? Por quê?); os meios disponíveis de fiscalização, do MP e da Justiça Eleitoral; o enquadramento legal dessa prática (é improbidade, também).




Paralelamente, seria bacana levantar, junto aos partidos e aos marqueteiros, em quanto caiu, percentualmente, o custo e a arrecadação das campanhas. Mas, atenção: é claro que, nominalmente, os valores devem ter crescido. Mas, em quanto estão e em quanto deveriam estar as campanhas e a arrecadação, não fossem as mexidas na legislação, os escândalos e o “corpo a corpo” da Justiça com os financiadores (é melhor, portanto, trabalhar com percentagem e proporcionalidade). Seria bacana até falar, com doadores tradicionais de campanha (é possível encontrá-los no site do TSE): quanto doavam e quanto estão doando, agora? Por quê? Quanto custa, hoje, um voto, quanto custou em 2004 e quanto deveria estar custando?




Dá uma matéria muito bacana, principalmente, se os “offs” (e eles serão muitos!) forem bem aproveitados. Fica a sugestão.




Ia fazer essa pauta, apesar de ter dito a vocês que não ia me meter nisso, em reportagens, devido a estar engajada em campanhas.





Acho que não é lá muito ético misturar reportagens com a participação direta em campanhas, né mermo?




Mas, sabe como é que é...: o uso do cachimbo deixa a boca torta... Daí que ia entrevistar o procurador, assim mermo. Fazer o quê? Essa coisa da reportagem tá na massa do sangue, maninhos...




No entanto, acabei atropelada por uma mudança de rota: vou ter de sair de Belém. Assim, tenham paciência...




Volto em outubro. E aí vou poder, talvez, realizar um sonho antigo: reformular este cafofo, tornando-o, novamente, uma boa fonte de informação.




Ah, sim: e se der tudo certo, é possível, também, que volte a fazer jornal.






FUUUUIIIIIII!!!!!!!






(Tem cabimento/Depois de tanto tormento/Me casar com algum sargento/
E todo sonho desmanchar?/Não tem carranca/Nem trator, nem alavanca/
Eu quero é ver quem é que arranca/Nós aqui desse lugar... (
Chico Buarque e Tom Jobim)






Guerreira



Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Ketu e Nagô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira
Dentro do samba eu nasci,
Me criei, me converti
E ninguém vai tombar a minha bandeira


Bole com o samba que eu caio
E balanço o balaio no som dos tantãs
Rebolo, que deito e que rolo,
Me embalo e me embolo nos balagandãs
Bambeia de lá que eu bambeio nesse bamboleio
Que eu sou bam-bam-bam
Que o samba não tem cambalacho,
Vai de cima embaixo pra quem é seu fã
Eu sambo pela noite inteira,
Até amanhã de manhã
Sou a mineira guerreira,
Filha de Ogum com Iansã!

Salve o Nosso Senhor Jesus Cristo, epa babá, Oxalá!
Salve São Jorge Guerreiro, Ogum, ogunhê, meu Pai!
Salve Santa Bárbara, eparrei, minha mãe Iansã!
Salve São Pedro, kaô cabecilê, Xangô!
Salve São Sebastião, okê arô, Oxóssi!
Salve Nossa Senhora da Conceição,otopiabá, Yemanjá!
Salve Nossa Senhora da Glória, oraieiê, Oxum!
Salve Nossa Senhora de Santana, Nanã Burukê, saluba, vovó!
Salve São Lázaro, atotô, Obaluaiê!
Salve São Bartolomeu, arrobobó, Oxumaré!
Salve o povo da rua, salve as crianças, salve os preto véio;
Pai Antônio, Pai Joaquim de Angola,vovó Maria Conga, saravá!
E salve o rei Nagô!

Bole com o samba que eu caio
E balanço o balaio no som dos tantãs
Rebolo, que deito e que rolo,
Me embalo e me embolo nos balagandãs
Bambeia de lá que eu bambeio nesse bamboleio
Que eu sou bam-bam-bam
Que o samba não tem cambalacho,
Vai de cima embaixo pra quem é seu fã
Eu sambo pela noite inteira,
Até amanhã de manhã
Sou a mineira guerreira,
Filha de Ogum com Iansã

(João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro)

domingo, 24 de agosto de 2008

pixinguinha

Cantando, cantando...



Pra vocês, gentalha, essa coisa linda, linda, linda!... Ouçam com a belíssima voz da Beth Carvalho, no disco “Pagode de Mesa”, volume 2, ao vivo. É pra sonhar, visse?...





Carinhoso



Meu coração,
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim


Meu coração,
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim


Ah, se tu soubesses
Como eu sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim


Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz
Bem feliz


Meu coração,
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim


Ah, se tu soubesses
Como eu sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim


Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz
Bem feliz



( Pixinguinha/ João de Barro)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mais e Menos

Os mais e os menos desvalidos



Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Eleitoral resolveram realizar uma grande cruzada contra o caixa dois.




Em suma, para moralizar o país, para impedir que o abuso econômico comprometa a escolha democrática dos futuros prefeitos.




Para botar alguma ordem, nessa grande promiscuidade em que se transformou o financiamento de campanha.




A intenção, como sempre, é pra lá de louvável. Afinal, que cidadão, que contribuinte, não quer a moralização desse grande Bataclan em que se transformaram as campanhas eleitorais, né mermo?




Trata-se, portanto, indiscutivelmente, de uma ação justíssima e louvável.




Por conta dela, a quase totalidade dos candidatos e partidos políticos está numa pindaíba só.




Não consegue empresário nem pra financiar meia dúzia de “praguinhas” – quanto mais os caríssimos programas eleitorais televisivos.




Daí que campanhas “ricas”, digamos assim, com melhor capacidade de caixa, só estejam sendo realizadas por candidatos que podem financiar, no todo ou em parte, a própria campanha.




E, estranhamente, pelos prefeitos que concorrem à reeleição...




No entanto, muitos desses prefeitos não possuem um patrimônio pessoal significativo. Aliás, alguns, como diria a minha mãe, não têm no rabo o que periquito possa roer.




Alguns, até diploma falsificaram, para conseguir alguma coisa na vida.




No entanto, a campanha que fazem e o programa de Tv que apresentam, são coisas, assim, de Primeiro Mundo.




E eu, cidadã, contribuinte, fico pensando, cá com os meus botões: égua, quantas camisetas e feijoadas eles tiverem de vender, para arranjar tanto dinheiro, né mermo?




Quer dizer: tá certo que a Justiça é cega... Mas, será que, de repente, também ficou meio bilé?...




Exemplo do que estou dizendo (e assinando): a campanha de Duciomar Costa.




Eu, cidadã de Belém – cidadã da gema, aqui nascida e criada – quereria saber de onde vem o dinheiro da campanha do Dudu.




Afinal, Dudu, até onde a gente sabe, nunca foi um sujeito rico. Sempre foi um humilde e fumado oculista – e mais fumado ainda, se, como ele mermo diz por aí, fez muito trabalho assistencial.




Além disso, até onde a gente sabe, o Dudu também não realizou nenhuma grande movimentação para arrecadar fundos de campanha.




Nem ele, nem o seu partido promoveram um showzinho básico com o Chitãozinho e o Xororô; não venderam feijoada, camiseta, não abriram um livro de ouro - e são uns fumados, como todos nós.




Quer dizer, matematicamente, é grande a probabilidade de que estivessem na mesma pindaíba de todos os partidos e candidatos, à exceção dos que possuem patrimônio suficiente para bancar, ao menos, os gastos iniciais de campanha.




No entanto, Duciomar Costa contratou um dos marqueteiros mais caros do país – se não o mais caro – o Duda Mendonça. O mesmo que, por alguns milhões, também defendeu o Maluf e rinhas de galo... (daí que a gente nem pode dizer, né maninhos?, até onde o Duda desceu!...).




E eu, cidadã, contribuinte, fico embatucada.




Ora, segundo se diz, só uma vinda do Duda aqui, para “olhar” umas pesquisas, custou a “babugem” de R$ 100 mil – fora hotel, comida, transporte, etc...




Quer dizer: será que também fiquei meio bilé? Ou será que cabe a pergunta, aos senhores promotores, aos senhores juízes: mas, de onde é que vem tanta grana?




Ou será que só vale vigiar quem está fora do poder, quem não tem “favores” a distribuir, né mermo?




Quer dizer: pelo visto, no Brasil, criamos dois tipos de candidatos. Uns são os mais desvalidos. Outros, os menos, né mermo?




Uns, além de terem uma merreca de tempo de rádio e TV, agora, também, não têm nem dinheiro para fazer um programa decente, para mostrar o que pretendem para a urbe.





Outros, sentados na grana farta dos cofres públicos – no dinheiro que é de estrada, de hospital, de escola – podem fazer a maior farra, sem que ninguém, nem mesmo os vetustos senhores togados, ouse, ao menos, indagar o lógico: de onde vem a bufunfa? Qual a fonte que estão a utilizar para o financiamento de suas campanhas?...




Cinicamente, poderemos até dizer: pronto! Eis aí o financiamento público de campanha!...




E, cinicamente, também poderemos pensar: que coisa linda que é a democracia!...




FUUUIIII!!!!!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Valéria

Valéria




Tenho muita esperança de que Valéria vença estas eleições.


Não, ela nunca será a minha candidata ideal – nenhum candidato pefelista, alguma vez, será.


Temos diferenças profundas, ideológicas.


E, tenho certeza, tão logo as eleições terminem, vamos começar a quebrar o pau...


Mas, apesar de tudo, tenho certeza de que Valéria, neste momento, é o melhor para a minha Belém.


Primeiro, por uma questão pragmática: é a única candidata em condições reais, concretas, objetivas de derrotar o Dudu.


E isso, que venho dizendo desde o ano passado, as pesquisas de opinião começam a confirmar.


Em segundo lugar porque, apesar de todas as mumunhas do Dourado, é preciso reconhecer que ele é competente na área da Saúde.


Lamento, profundamente, que ele seja de tais mumunhas – como já lamentei, aqui, o desperdício de talento social de Jader Barbalho.


Mas, assim como respeito o brilho político de Jader, também respeito a competência técnica de Dourado.


Penso que um técnico da estatura de um Dourado, que criou um serviço como o 192, que foi, depois, transposto para o Brasil inteiro, pelos arquiinimigos petistas, tem, sim, alguma coisa a oferecer a Belém.


E como a equipe do Dudu e o próprio Dudu só têm a nos oferecer rolos e mais rolos, a mim parece que, neste caso, a opção é, pragmaticamente, pelo menos pior.


Apesar da certeza do Dourado, não incluo Valéria nesse balaio.


Vejo Valéria como uma mulher inteligente, capaz e sinceramente preocupada, comprometida com as questões sociais.


O caminho que ela adota, para fazer frente a tais preocupações – o assistencialismo puro e simples – não é, certamente, o caminho que, alguma vez, eu escolheria.


Mas, também reconheço que a pobreza e a miséria deste estado são tamanhas que, sem uma cesta básica, fica difícil manter o sujeito vivo, de pé, respirando, até uma eventual transformação social...


Certamente que a mudança social pensada por Valéria, nem de longe se aproxima da transformação que eu penso para esta sociedade, para este mundo.


Aprendi, porém, a respeitá-la, como, afinal, respeito todos os jogadores deste grande jogo político.


Nunca me permiti proximidade da Valéria, embora tenha sido sua assessora, como já disse aqui.


Sempre resisti a todas as tentativas nesse sentido, feitas por assessores muito próximos a ela.


Sempre achei que isso não seria ético, correto. Uma vez que sempre compreendi que estaremos, na maioria das vezes, em canoas opostas.


É uma postura bem diferente daquela que tive em relação ao Mário Cardoso, por exemplo. Que, apesar de ser petista, e eu, tucana, guarda, comigo, bem lá no fundo, profunda identidade...


Mário e eu, embora que por caminhos diferentes, queremos chegar ao mesmíssimo tipo de sociedade.


Já a Valéria será sempre uma antagonista, nesse tipo de projeto social.


Vamos nos bater por coisas aparentemente simples, como a redução da menoridade penal. Que os pefelistas, certamente, defenderão – com o apoio, é claro, da maioria da sociedade, do “senso comum”. Mas que nós, tucanos e petistas, rechaçaremos com todas as forças deste mundo.


Vamos nos bater por uma sociedade, de fato, igualitária, em termos de oportunidades e do usufruto daquilo que é socialmente gerado – e não por aplacar, através do assistencialismo, o revolucionário descontentamento popular...


Mesmo assim, vou de Valéria, e não de Mário.


E tenho certeza de que não vou me arrepender.


Lá adiante, certamente, nos estapearemos...


Mas, cá com os meus botões, tenho a convicção de que Valéria também fará umas coisas bem bacanas pela minha Belém...


Mais não seja, com a sua sensibilidade, vai impedir que tanta gente morra, na porta dos nossos postos de saúde, do nosso pronto socorro, dos nossos hospitais...



FUUUIIIIII!!!!!



Aos companheiros do PSDB. Porque, afinal, todos somos uns “goiabas”... Quer dizer: amarelos por fora. Mas, vermelhíssimos, por dentro...



Vermelho



A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Vermelho!...



A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Meu coração!...



Meu coração é vermelho
Hei! Hei! Hei!
De vermelho vive o coração
Eô, Eô...
Tudo é garantido
Após a rosa vermelhar
Tudo é garantido
Após o sol vermelhecer...


Vermelhou o curral
A ideologia do folclore
Avermelhou!
Vermelhou a paixão
O fogo de artifício
Da vitória vermelhou...(2x)


A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão!...



O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
Vermelho!...


A cor do meu batuque
Tem o toque, tem o som
Da minha voz
Vermelho, vermelhaço
Vermelhusco, vermelhante
Vermelhão...


O velho comunista se aliançou
Ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom
E a expressão da minha cor
(Vermelho!)
Meu coração!...


Meu coração é vermelho
Hei! Hei! Hei!
De vermelho vive o coração
Eô, Eô...
Tudo é garantido
Após a rosa vermelhar
Tudo é garantido
Após o sol vermelhecer...


Vermelhou o curral
A ideologia do folclore
Avermelhou!
Vermelhou a paixão
O fogo de artifício
Da vitória vermelhou...(4x)


(Chico da Silva)