terça-feira, 20 de julho de 2021

Até quando o Poder Público vai se omitir diante do abandono dos animais?

 


 

Um ataque de 20 cães de rua a uma criança de 5 anos, em uma praça no centro de Limoeiro do Ajuru, levou o promotor de Justiça Gerson Alberto de França a expedir Recomendação para que a prefeitura e a Secretaria de Saúde daquele município tomem as necessárias providências, para o controle da superpopulação desses animais.

O ataque ocorreu em 14 de julho e a criança, apesar dos vários ferimentos pelo corpo, não corre risco de morte, graças a Deus.

O promotor deu 10 dias para que a prefeitura e a secretaria apresentem o plano de trabalho que irão desenvolver.

Mas recomendou, de imediato, a construção de um canil, uma campanha de castração química e a busca de apoio junto à Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), para que se possa lidar melhor com esse problema.

Ainda não sei como é realizada a castração química.

Mas, quanto ao resto, o promotor está coberto de razão.

O Poder Público tem, sim, de abrigar esses bichinhos.

Tem, sim, de tirá-los das ruas, tratá-los e castrá-los, para a segurança não apenas dos humanos, mas também deles.

No entanto, não é só em Limoeiro do Ajuru que acontece o angustiante abandono desses bichinhos.

Isso ocorre em todo o Pará, em todo o Brasil e em boa parte do mundo.

Durante milênios, os cães foram os nossos companheiros mais leais, ajudando-nos na busca de alimentos, na segurança de nossas famílias e, muitas vezes, até salvando as nossas vidas.

Hoje, no entanto, são descartados como se não fossem seres vivos, mas apenas “coisas” que já não possuem “serventia”.

Ou, o que é pior, são acorrentados, espancados e sofrem toda a sorte de maus tratos, na guarda de propriedades, urbanas e rurais.

Creio até que o abandono e os maus tratos desses bichinhos se agravaram com a pandemia e a crise econômica.

É a sensação que tenho, pelas várias publicações que vejo no Face.

Ao mesmo tempo, as entidades civis que cuidam desses animaizinhos vivem na maior pindaíba, implorando por centavos para comprar ração e medicamentos e pagar as enormes contas em clínicas veterinárias.

É um absurdo que seja assim.

Tais entidades, ainda que aos trancos e barrancos, ajudam a reduzir esse problema.

Elas recolhem os animais das ruas, resgatam cães e gatos maltratados, medicam, castram e buscam arranjar um lar para eles.

Ou seja: fazem tudo o que o Poder Público tem a obrigação de fazer, mas não faz.

E mesmo omisso, e mesmo se aproveitando do trabalho árduo dessas pessoas, o Poder Público é incapaz de auxiliá-las com recursos financeiros mínimos que sejam, para garantir ao menos a alimentação desses bichinhos.

Há dinheiro para tudo: para propaganda, para assessorias, para a contratação da parentada, para toda sorte de “mimos” aos aliados.

No entanto, nunca há dinheiro para uma causa tão importante como essa.

É aquela coisa, né?: bicho não vota. Se votasse, talvez andasse por aí até com coleirinha da Versace...

É preciso dar um basta nessa situação.

O abandono desses animais pelas ruas é, antes de mais nada, um problema de saúde pública.

É um risco para eles e para nós, como bem demonstra o caso de Limoeiro de Ajuru e de tantas outras cidades brasileiras.

E os governos estaduais e as prefeituras não podem mais fazer cara de paisagem diante disso.

Eles têm, sim, de ser responsabilizados judicialmente, como ameaça o promotor Gerson Alberto de França, em relação à Prefeitura de Limoeiro.

E mais: talvez seja o caso até de os nossos parlamentares, em conjunto com os governadores e os prefeitos, pensaram na criação de um “Fundo Animal”, ou até de fundações estaduais.

Para que se estabeleçam parcerias firmes com essas entidades que já atuam no cuidado e na defesa desses animais.

Para que não faltem alimentos, remédios, tratamento veterinário a esses bichinhos, como tantas vezes ocorre.

Para que se possa investir, sistematicamente, em campanhas publicitárias de adoção, que ajudem esses animaizinhos a encontrar o Lar, a Família, que lhes dará o amor que eles tanto precisam e merecem.

Para que se façam campanhas permanentes que sensibilizem a população quanto à necessidade de proteger e não maltratar todo e qualquer animal.

Porque, na verdade, eles só não dominam é a linguagem verbal do macaco humano.

Porque, de resto, sentem dor e necessidade de carinho, da mesma forma que a gente sente.

O que não pode é essas entidades continuarem se moendo e mendigando, como se fosse um “favor” ajudá-las.

O que não pode é essas pessoas, que são verdadeiros anjos no cuidado desses bichinhos, andarem por aí cheias de dívidas e com a vida pessoal prejudicada, enquanto o Poder Público continua a se omitir.

Os impostos suados que todos pagamos também têm de servir para ajudar esses animaizinhos.

E esses senhores (governadores, prefeitos, vereadores, deputados), todos muito bem pagos pelos cofres públicos, têm é de começar a se coçar para resolver essa questão, sob pena de serem levados às barras da Justiça.

FUUIIIII!!!!!!

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