Quero pedir desculpas a vocês se tenho andado afastada
do front.
O problema é que já não acredito em soluções pacíficas
para o Brasil. Creio que o que vem por aí é um banho de sangue, qualquer que
seja o resultado destas eleições.
Se Bolsonaro ganhar, teremos um dos períodos mais violentos
da História deste país, contra mulheres, negros, homossexuais, jornalistas,
intelectuais, e até mesmo contra religiosos que não rezem pela cartilha dos xiitas
que apoiam esse cidadão.
Se Bolsonaro perder, é possível que tenhamos um novo
golpe, muito pior do que o de 1964.
E em qualquer dos casos, não se pode descartar uma
guerra civil.
Tudo isso tem me deixado muito angustiada. Até porque,
ao contrário dos defensores do fascismo, tenho uma profunda crença em Deus, a
quem amo de todo o meu coração.
No passado, tive uma relação muito tumultuada com Deus.
Mas em 2002, quando já não acreditava em coisa alguma, sofri um acidente em que
quase morri.
E foi aí que senti a mão de Deus a me segurar.
Desde então, voltei a acreditar Nele.
E, a partir de 2011, essa relação foi se tornando cada
vez mais forte.
É que vim morar em uma casa, ao redor da qual plantei muitas
árvores, flores e cipós. Ao redor da qual há sempre passarinhos, borboletas e
insetos de todos os tipos.
E foi nesta casa, através de toda essa explosão de vida, que
Deus me mostrou toda a grandiosidade das maravilhas que Ele criou.
Tenho uma profunda gratidão a Deus, por jamais ter
desistido de mim, apesar de todos os meus erros e defeitos.
Ele é de fato o Bom Pastor, que vai buscar as suas
ovelhas, onde quer que se encontrem. A Sua luz ilumina os nossos caminhos. E
Ele nos dá vida – e vida com abundância!
E é por isso que eu sei que onde Ele está não há lugar
para o ódio.
A presença de Deus, quando preenche o nosso coração,
afasta as trevas, afasta os espíritos que querem nos manter distantes do
Criador.
E se você, meu irmão, odeia o seu próximo a ponto de
querer vê-lo até torturado e morto, Deus, com certeza, não está no seu coração.
Esse ódio que você sente, com certeza, não vem de Deus.
E ainda que você fale em línguas e ande com a Bíblia
debaixo do baixo; ainda que você grite aleluias e se imagine o mais santo entre
os santos; ainda que você ore todos os dias e tente conquistar mais e mais
almas para Jesus, ainda assim, se você não tiver amor, NÃO poderá estar na
presença de Deus.
Só um caminho conduz a Deus. E esse caminho é a maior
expressão de amor do Universo: é Aquele que morreu de forma horrenda em uma
cruz, apenas para salvar esse bando de pecadores que somos todos nós.
Jesus nos deixou dois mandamentos, que resumem todos
os demais: amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, como a nós mesmos.
Por isso, fique certo, meu irmão: tudo o que disso
passar provém do maligno.
Porque não é amar dentro de determinadas condições;
não é amar apenas aqueles que me agradam ou que se parecem comigo: é amar a
todos, como amamos a nós mesmos, com todas as nossas qualidades e imperfeições.
E isso significa não fazer ao outro o que não queremos
que nos façam.
Queremos apanhar? Queremos ser violentados? Queremos
ser torturados? Queremos ser espancados, presos e mortos apenas por nossa
maneira de ser ou pelas nossas convicções?
Então, como podemos querer fazer tudo isso ao nosso
irmão e ainda dizer por aí que somos cristãos?
Nós, cristãos, temos uma importante missão neste
mundo: temos de refletir o amor e a misericórdia de Deus.
E o desafio que nos foi lançado por Jesus (de amar a
Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, como a nós mesmos) pode até parecer
extremamente simples.
No entanto, amar assim, apesar de todas as
imperfeições humanas, exige um esforço e um vigiar constantes, todos os dias,
todas as horas, por toda a vida. E é por isso, meu irmão, minha irmã, que é
estreito o caminho que conduz ao Nosso Senhor.
Nós, cristãos, se é que somos cristãos de fato; se é
que verdadeiramente amamos a Deus, não podemos nos permitir odiar a quem quer
que seja. Não podemos dar ouvidos aos falsos profetas, aos fariseus semelhantes aqueles que torturaram e crucificaram Jesus.
Um pastor ou um padre que prega o ódio, de forma
alguma pode falar em nome de Deus.
São apenas cegos, a guiar outros cegos. São apenas
almas que desconhecem o amor de Deus, e que, por isso mesmo, dizem aos irmãos: “espanquem!”,
“persigam!”, “matem!”, “odeiem!”. Quando, na verdade, disse Jesus: “amai-vos
uns aos outros, como eu vos amei. E orai até por aqueles que vos perseguem!”.
E disse mais o Senhor: “quem vive pela espada, morrerá
pela espada!”.
O Senhor conhece o coração de cada uma de suas
criaturas e sabe o tempo exato de cada qual.
Nada do que existe dentro de nós escapa aos olhos de
Deus.
E é só a Ele que compete dizer quem vive ou morre.
É só a Ele que compete condenar ou absolver.
É só a Ele que pertence todo o poder e toda a glória.
E quem somos nós, seres de pó e alma imperfeita, para
querermos ocupar o lugar de Deus?
Como podemos imaginar ter o poder de dizer: "este vive,
aquele morre!"
Que é o Homem diante Daquele que a tudo criou?
E eu oro, meus irmãos, para que Deus tenha piedade do
Brasil. Oro para que Ele não permita que o ódio incendeie este país.
“O sangue do teu irmão clama a mim desde a terra!”,
disse o Senhor a Caim.
Que Deus NÃO permita que acabemos todos por ter nas
mãos o sangue dos nossos irmãos.
FUUUIIIII!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário