domingo, 19 de outubro de 2014

Opinião: Um rei nu e cada vez mais só





O governador e dois candidatos deixados na chuva: o senador Mário Couto e o vice, Helenilson Pontes. Será que ainda existe político que acredite no político Simão Jatene?



Não gosto do Jefferson Lima e nem voto nele.

Mas dizer que ele apoia o Helder porque recebeu dinheiro... Pera lá!

Desde quando algum candidato tem mais dinheiro do que o Jatene, que está sentado na máquina pública?

E se o Jefferson Lima quisesse dinheiro pra apoiar o Jatene, ele não ia pagar? Sério ‘mermo’ que vocês acreditam nisso?...

Dá até pra imaginar a cena.

O Jefferson Lima chega com o Jatene e diz: “Te apoio pela mesma bufunfa que sempre dás para o meu clone”.

Mas aí, o Jatene se vira pra ele e diz: “caboco’, eu não faço isso!!!...Sou um cara honestíssimo, ‘caboco’!!!...Essa fortuna de R$ 40 milhões da minha família é tudo invenção da Jucepa e dos cartórios!!!...

“Mas e aquela propina bacana da Cerpasa?”, pergunta o Jefferson.

“Tudo mentira do MPF, da PF e daqueles fiscais amargurados da Receita, do INSS e do Ministério do Trabalho...”, garante Jatene, “Aliás, aquelas fotos da grana apreendida na Cerpasa é tudo coisa de photoshop...

Mas aí, depois de muito se “arrevirá” no túmulo, eis que surge o espírito do Papudinho, que diz: “maneira na peroba, Jatene, que até a careca já tá lustrosa demais!...”

Então, o mais lógico é que tudo isso não passe de lári-lári do Orly, pra satanizar o Jefferson Lima e minimizar o apoio dele ao Helder.

Até porque, ao fim e ao cabo, a “culpa” por esse apoio é do próprio Jatene.

E por quê?

Porque o Jatene é uma pessoa inconfiável, o que é um defeito mortal para qualquer político.

Nesse meio, perdoa-se quase tudo – menos deslealdade.

E a eleição do Paulo Rocha ao Senado, com impressionante quantidade de votos, arrancou de vez a máscara do Jatene.

Ele simplesmente rifou o Jefferson Lima, o Mário Couto e o Helenilson Pontes, só pra tentar se reeleger.

Sim, porque essa tática de três candidaturas ao Senado tava na cara, desde o início, que só teria UM beneficiário: o próprio Jatene.

Por mim, achei foi ótimo, porque o meu candidato era o Paulo Rocha. Além disso, quem acompanha o meu blog, sabe muito bem o que penso daquele detestável do Mário Couto.

No entanto, é forçoso admitir que Jefferson Lima, Mário Couto e Helenilson Pontes têm todos os motivos pra estarem tiriricas com o Jatene.

Afinal, foi como se o Jatene jogasse os três em uma arena, para que se estapeassem.

Na certa, como se imagina um “iluminado”, deve ter achado que ninguém perceberia o que foi capaz de fazer aos próprios companheiros...

Enganou-se, no entanto, o nosso Einstein tupiniquim: até quem só possui um Tico e um Teco já entendeu que Jatene não tem limites, nem mesmo de lealdade partidária, quando se trata de livrar o próprio pescoço. Com farinha pouca ou muita, o pirão será sempre só pra ele.

Então, se os tucanos quiserem culpar alguém por essa “desertificação” têm é de apontar o dedão acusador para o Jatene, cujo perfil complicadíssimo é o oposto do finado Almir.

E que não se pense que esse pessoal está com o Helder porque o Jatene está afundando.

A vitória de Helder, no primeiro turno, foi por apenas 50 mil votos. Uma diferença tão pequena que se pode até considerar que eles estavam empatados. E, na verdade, foram os apoios do Zé Carlos, do Elton Braga e, principalmente, do Jefferson Lima, que fizeram com que a balança começasse a pender para o Helder.

Jefferson Lima teve um desempenho eleitoral impressionante: 741.427 mil votos, 465 mil deles nos seis municípios da Região Metropolitana, onde Jatene obteve uma boa vantagem de votos (mais de 167 mil), o que reduziu o estrago das lambadas que levou no interior.

Juntos, Jefferson, Zé Carlos e Elton Braga tiveram cerca de 500 mil votos na RMB. E se conseguirem transferir só um terço disso para o Helder, acabou a eleição.

Dá pra entender a campanha do Orly contra esses três, não dá? Afinal, dificilmente o Jatene conseguirá crescer no abandonado interior do Pará...

Então, caro leitor, não se deixe levar por esses láris-láris.

A questão desses apoios é, sobretudo, de confiança.

Se você quer apresentar  um conjunto de reivindicações, não vai preferir um enrolão: vai é procurar o sujeito que diz claramente o que pode e o que não pode fazer. E que amanhã, em vez de lhe enfiar uma faca nas costas, vai é lhe dar chances de crescer.

Em política, nem tudo é sórdido, imundo.

Às vezes, política é apenas política.

Ou seja, um bocado de lealdade e um belo jogo de cintura.

E é por isso que políticos como Jatene acabam da maneira que estamos vendo: um rei nu e cada vez mais só.

FUUUUUIIIIIIII!!!!!! 

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