terça-feira, 17 de julho de 2007

Férias!!!!!!!!!

Férias, agora sim!


Peço desculpas aos leitores deste blog, se andei baixando o nível.

Mas, às vezes, é preciso agir assim.

Há certas figuras às quais não podemos, simplesmente, tratar com o mesmo grau de civilidade com que nos habituamos a tratar toda gente.

Finalmente, vou de férias, com os telefones devidamente desligados e sem nem olhar para jornais ou computadores.

Vou dormir numa rede, embalada pelas ondas do mar... E o meu teto será... as estrelas do firmamento!...

Vou contar estrelas... A decifrar o mistério que nos une!...

A todos nós! E a essa coisa a que chamamos existência!...

Vou levar comigo um bocadinho de vocês.

Pois, como já me disse aqui, lindamente, um anônimo belíssimo, levamos conosco um pouquinho de todos aqueles que conhecemos. E deixamos, em todos, um bocadinho de nós...

Vou ouvir um carimbó danado de bom, um jazzão...

Sim, porque, claro está, levarei meu sonzinho. Afinal, quem consegue meditar ao som de um bregão?...

Se calhar, até comerei, devorarei (não em sentido antropofágico, mas, puramente libidinoso...) um pescador bem novinho e parrudão... Como diria uma amiga minha - uma extraordinária amiga! – à “bera dum garapé”, com um “celpão” quente, num copo de “prástico”...

Vou, enfim, me desgarrar de vocês pra fazer indecência... A deixar todos vocês com uma inveja danada, dessa coisa bacana que é a gente se desgarrar pra fazer indecência...E indecência daquelas bem indecentes, pois não?...

(E por favor, não me mandem, porque eu já vou, mesmo sem vocês mandarem!...)

Mas, como tomei umas carradas do “Pondera” do “cumprade” Juvêncio – lamentável!...rs... – “adeixo”, aqui, uma música bem bacana.

Para os meus amigos tucanos, tão de asas partidas!... E que eu adoro, porque são o meu ninho, o útero que me concebeu...O mar, para sempre, o mar!...O mar que, por vezes, lava todas as mágoas, não é mermo?

Para os meus amigos peemedebistas, que me acolheram quando eu mais precisei. E que têm sido de uma lealdade, de uma camaradagem e de uma honestidade sem par...E aos quais, por isso mesmo, de moto próprio eu jamais deixarei...

Para os meus amigos petistas, que, apesar de todas as cagadas, aprendi a respeitar. E que continuarei a respeitar, mesmo quando já não estivermos juntos...

Para os meus amigos pefelistas – por que não? – que me ensinaram a ver o outro lado das pessoas. Essa solidariedade que muitos sentem, mas que não conseguem compreender. E que leva a um assistencialismo desajeitado, porque decorrente dessa incompreensão histórica acerca da opressão...

E até porque foi entre os pefelistas que encontrei a minha mãezinha espiritual – e que pessoa magnífica que ela é!...

Para os meus amigos do PC do B e do PSOL. Com os quais não concordo, mas que respeito. Afinal, é preciso respeitar quem tem uma visão tão boa, acerca desse predador cruel que é o ser humano.

É preciso respeitar essa gente que dedica, por vezes, a vida inteira para tentar construir uma sociedade igualitária, que, infelizmente, jamais será possível... Há gente mais bela? Pois não...

A todos vocês, queridinhos, meus amores!, uma seleção arretada.

Gravada pela poderosa Fafá de Belém, nesse disco bacana que é “O Canto das Águas”:


Bom Dia, Belém!


Há muito que aqui no meu peito
Murmuram saudades azuis do teu céu
Respingos de orvalho me acordam
Luando telhados que a chuva cantou

O que é que tens feito que estás tão faceira?
Mais jovem que os jovens irmãos que deixei
Mais sábia que toda a ciência da terra
Mais terra, mais dona, do amor que te dei
Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe
Meu sol, minha rede, meu tambatajá
A sesta, o sossego na tarde descalça
O sono suado do amor que se dá?
E o orvalho invisível na flor se espalhando
Cantando cantigas e o vento soprando
Um novo dia vai anunciando
Mandando e cantando cantigas de lá

Me abraça apertado que eu venho chegando
Sem sol e sem lua, sem rio e sem mar
Coberta de neve
Lavada no pranto dos rios que correm
Cantigas no ar
Onde anda meu barco de vela azulada
Que foi de panada sumindo sem dó?
Onde anda a saudade da infância na grama
Dos campos tranqüilos do meu Marajó?
Belém, minha terra, meu rio, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro, a suar
Me beija, me abraça
Que eu quero matar a imensa saudade
Que quer me acabar
Sem Círio da virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a chuva das duas, que não pode faltar
Murmuro saudades de noite, abanando
Teu leque de estrelas
Belém do Pará.

(Edyr Proença/Adalcinda Camarão)



Siriá – Salve Mestre Cupijó



“(Vai, maestro Cupijó!)

Siriá, meu bem siriá,
Eu tava dormindo, vieram me acordá!

Se eu soubesse eu não vinha do mato
pra tirá sarará do buraco...

Siriá, siriá...
Eu tava dormindo,
Vieram me acordá!...

Namora pai, namora mãe, namora filha
Eu também sou da família,
Também quero namorá!...

Siriá, siriá...
Eu tava dormindo,
Vieram me acordá!...

Siriá, meu bem siriá
Tua mãe é traíra e teu pai, jacundá!

Maçariquinha, na beira da praia,
Diz como é que a mulhé arriba a saia?...

É assim, é assim, é assim
É assim que a mulhé arriba a saia!...

(RRapaz!...Isso, na zona do Sarrgado, vai sê sucesso! Hum!...Fumo!... Vamo pa Bagança!...)

Me leve, me leve, seu Rafael
Me leve, me leve, pra ser sua mulhé!...

Já te disse, Mariquinha,
Eu não posso te levá!...

Minha barca é pequenina,
Não agüenta balanço do má!...

Siriá, meu bem siriá,
Eu tava dormindo, vieram me acordá

(Intonce, caboco, tu vem de prua?)

(DP)



Este Rio é Minha Rua


Este rio é minha rua
Minha e tua, mururé
Piso no peito da lua
Deito no chão da maré

Pois é, pois é
Eu não sou de igarapé
Quem montou na cobra grande
Não se escancha em puraquê

Rio abaixo, rio acima
Minha sina cana é
Só de pensar na “mardita”
Me “alembrei” de Abaeté

Pois é, pois é...

Me “arresponde” boto preto
Quem te deu esse pixé
Foi limo de maresia
Ou inhaca de mulher?

Pois é, pois é...

(Paulo André/Rui Barata)

2 comentários:

Eduardo André Risuenho Lauande disse...

Minha perereca, goze muito tuas férias. E venha molhadinha de ´prazer..ahahahah...beijos.

Henrique Arake disse...

Ei! Obrigado por ter linkado meu blog! O que te atraiu nele, se não se importa que eu pergunte?