quarta-feira, 9 de julho de 2008

Registro



Eu, enfim, jornalista profissional!!!




I



Depois de 28 anos de jornalismo, que completei no último abril, obtive, finalmente, o meu registro profissional.




O processo tramitou rapidamente, cerca de 20 dias, ajudado pela profusão de matérias e de documentos que apresentei.




Afinal, quando iniciei na profissão, boa parte dos jornalistas diplomados ainda iniciava a escola primária...




Recomendo, vivamente, aos demais jornalistas sem diploma que dêem entrada em seus processos de registro, junto à Delegacia Regional do Trabalho (DRT).




O próximo passo é requerer, da Fenaj e do sindicato, o direito à associação e à emissão da carteira de jornalista.




Se tal for negado, cabe mandado de segurança, uma vez que existe liminar, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo o registro e sustando a exigência do diploma, até o julgamento do mérito da questão.




Torço para que, nesse julgamento, que deve acontecer ainda neste ano, o STF acabe, de vez, com a exigência do diploma, para o exercício da profissão – e creio que as chances, nesse sentido, são excelentes.



II




É certo que os jornalistas diplomados vêm fazendo enorme pressão sobre o Supremo, convencendo câmaras municipais, assembléias legislativas e entidades de classe a se manifestarem favoravelmente ao diploma.




Mas, estranhamente, para quem trabalha com a informação, os companheiros “se esquecem” de informar às câmaras, assembléias e entidades de classe que essa exigência de diploma específico – e até de registro, salvo engano – para o exercício da profissão de jornalista, só existe, mesmo, é no Brasil, entre todas as nações civilizadas, democráticas, do mundo.




Em todos os países democráticos das Américas e da Europa é livre o exercício do jornalismo. E as bases desse direito são as liberdades de informação e de expressão, que precisam ser amplas, gerais e irrestritas.




Não há lógica democrática na exigência da assinatura de um profissional diplomado e registrado, para a publicação de um periódico de um sindicato ou centro comunitário, que busca, apenas, o exercício sagrado dos direitos de informação e de opinião.




Não há lógica democrática nisso, nem mesmo em se tratando dos grandes veículos de comunicação, das assessorias de imprensa e, menos ainda, de sites e blogs – esses últimos, espaços personalíssimos de comunicação.




Porque tal exigência é um obstáculo intolerável a direitos constitucionalmente garantidos.




Mas, se o STF não derrubar a obrigatoriedade do diploma específico e do registro profissional, é exatamente isso que acontecerá: até mesmo blogs informativos poderão ser submetidos, no futuro, à exigência da assinatura de um profissional diplomado e registrado.




Quer dizer: o direito à divulgação sistemática de informações e de opiniões ficará absurdamente restrito às entidades que possam pagar pela assinatura desses profissionais.



III



Não por acaso tal exigência nasceu da Lei de Imprensa, da ditadura militar. O registro profissional foi uma das fórmulas encontradas, pela ditadura, para controlar e amordaçar os jornalistas – e, através deles, o conjunto da sociedade.




Pois que a restrição da possibilidade de divulgar fatos e opiniões, tornava essa meia dúzia de cidadãos "registrados" mais indefesos, diante do aparelho estatal.




E esse é outro “detalhe” que muitos diplomados “esquecem” de mencionar às instituições e entidades de classe, às quais solicitam apoio, nessa tentativa inconsciente (na verdade, só se está a olhar os interesses corporativos), de fazer retroceder a democracia brasileira a uma espécie de “Era da Mordaça”.




IV



Essa é uma discussão que interessa à totalidade dos brasileiros – e não, apenas, aos excelentíssimos senhores jornalistas.




E é uma pena que um debate tão importante tenha se perdido em discussões menores e falaciosas, acerca da aprendizagem escolar da ética, como condição sine qua non ao exercício ético da profissão.




Perdeu-se, assim, o foco – ou melhor, desviou-se o foco do principal: a possibilidade de alarmante restrição de direitos pétreos (informação, expressão) frente à Constituição e, mais que isso, às exigências democráticas.




Tal debate que, salvo engano, não foi levado sequer entre os próprios jornalistas, ficou restrito aos tribunais, quando, na verdade, deveria ter sido objeto de ampla mobilização societária.



V



Do ponto de vista estritamente profissional, não creio que o fim da exigência de diploma específico de jornalista seja o “Mal” o “Grande Satã” dessa história.




Para mim, males, na realidade, são os cursos de comunicação de péssima qualidade - que existem, em profusão, em todo o Brasil - que lançam, a cada ano, no mercado de trabalho, essa mão de obra abundante e desqualificada.




Porque é essa massa, em verdade, que permite o achatamento salarial da profissão, na medida em que se sujeita a encarar jornadas extenuantes de trabalho, por qualquer R$ 700,00 ou R$ 800,00, e até sem exigir condições mínimas de trabalho ou o direito legal ao pagamento de horas-extras.




É essa massa despreparada até do ponto de vista político, vez que não possui sequer noção da importância histórica, social do jornalismo, e da necessidade de se organizar para reivindicar direitos elementares, um respeito mínimo dos patrões da imprensa, que contribui, inclusive, por sua omissão, para a censura existente nas redações, entre outras práticas condenáveis, como o assédio moral e sexual. E que contribui, também, para os altos índices de desemprego - que é o verdadeiro motivo dessa tentativa desesperada de fechamento do mercado de trabalho.




Enquanto isso, os cursos específicos de comunicação, que são os grandes vilões dessa história, junto com a totalidade do sistema educacional brasileiro que, decadente, não consegue sequer ensinar a ler – e a prova disso é a massa de analfabetos funcionais, em todos os níveis escolares – ficam como que “protegidos” do olhar crítico da sociedade.



VI



Não creio que o fim da exigência do diploma leve, necessariamente, a uma ampla abertura do mercado.




Até pelo próprio patamar de complexidade que atingiu a comunicação, não acredito que uma empresa prefira entregar a elaboração de um periódico a um cidadão sem o mínimo preparo técnico, ao invés de recorrer aos serviços de um profissional.




E o que combato, repito, é a exigência da assinatura de um profissional com diploma específico, ou até com registro compulsório, como condição necessária à circulação de um periódico, por exemplo.




Aliás, como já disse aqui, também sou contrária aos cursos específicos de jornalismo, no nível de graduação.




Para mim, o lugar do jornalismo é como extensão, especialização dos cursos de graduação em ciências humanas, que proporcionam melhor instrumental teórico para a compreensão da realidade. Isso, certamente, ajudaria a elevar a qualidade profissional.




Aliás, faço essa defesa apesar de contrária aos meus interesses, já que não possuo qualquer graduação – apenas, um elementar “Doutorado em Abandono”, vez que fui jubilada em Comunicação Social, Administração e Filosofia...



VII



No entanto, queridinhos, decidi fazer o curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, independentemente da decisão do STF.




Porque, aos 48 anos de idade, 28 deles de profissão, concluí, finalmente, que nasci para o jornalismo...




E a verdade é que só ainda não fiz o curso por absoluta falta de recursos: há dois anos, passei no vestibular da Ipiranga, mas, não tive dinheiro para me matricular.




Agora, porém, se o sindicato der uma força, talvez que consiga um desconto, para fazer o curso, em obtendo, novamente, aprovação no processo seletivo.




Humildemente, reconheço que necessito de uma reciclagem básica de meus conhecimentos de jornalismo, com a aquisição de novas técnicas de editoração e até de elaboração textual.




Mais que isso, porém, creio que temos, todos nós, os “não-diplomáticos”, os “oitenta e um precários”, a oportunidade de participar, nas salas de aula, da formação desses novos jornalistas, ajudando-os nessa reflexão tão necessária acerca do nosso papel social.




Não quero levar para o túmulo a experiência que acumulei, ao longo de todos esses anos: quero, antes, dividi-la amplamente com esses jovens, que, um dia, ocuparão o lugar que hoje ocupo, quem sabe, até, enveredando pelo jornalismo investigativo.




Melhor que suportar um foca desqualificado numa redação, maninhos, é ajudar a preparar, ainda no decorrer do curso, um grande profissional.




FUUUUIIIIIII!!!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Minha alma

Minha Alma

A minha alma
Tá armada e apontada
Para a cara do sossego
Pois paz sem voz
Paz sem voz
Não é paz é medo


Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz
Que eu não quero conservar
Prá tentar ser feliz?"...


A minha alma
Tá armada e apontada
Para a cara do sossego
Pois paz sem voz
Paz sem voz
Não é paz é medo


Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz
Que eu não quero conservar
Prá tentar ser feliz?"...


As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa
Prisão...


Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona num dia
De domingo ...


Procurando novas drogas
De aluguel
Nesse vídeo coagido
É pela paz
Que eu não quero seguir
Admitido...


Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz
Que eu não quero conservar
Prá tentar ser feliz?"...


As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa
Prisão...


Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona num dia
De domingo ...


Procurando novas drogas
De aluguel
Nesse vídeo coagido
É pela paz
Que eu não quero seguir
Admitido...


É pela paz
Que eu não quero seguir
É pela paz
Que eu não quero seguir
É pela paz
Que eu não quero seguir
Admitido...


(Marcelo Yuka)

Profundamente

Profundamente


Por que tanto medo de sentir?
Sentir profundamente...
Como se, de repente,
Tudo ao redor se dissolvesse
E ficasse de nós, simplesmente,
Um sentimento em estado bruto.


Sem pele, sem sangue, sem músculos!


E a alma a mergulhar nos abismos
Imponderáveis da existência!...


Por que essa ânsia daquilo que é certo?
Essa busca do “equilíbrio dos imortais?”...
A vida que começa e termina
Na reta que é comum...


Como quem reescreve, infinitamente,
Um belo discurso.
Apenas para deixar à posteridade
Um belo discurso!...


Como quem bate o ponto, manhãzinha.
E volta a bater na hora da partida.
Com o mesmo rigor profissional...


E a alma apresada
Amordaçada,
No relato impessoal de um capataz.


A alma apresada,
Amordaçada,
Sem poder, como é dado às almas,
Voar!...E voar...!


E quando alguém nos diz:
_Olha só que horizonte!
Olha só que azul a chamar!...


_Olha as flores, os passarinhos,
E o mar e as estrelas e o sol e o luar!...


Ficamos com a mesma sensação do passante
Diante de um profeta enlouquecido.


E a vida se vai, incompreensível e repentina.
Na ata da reunião, no livro de ponto.
No relato impessoal do capataz.


Mas, os vermes e o túmulo, certamente,
Dirão ao futuro:
_Esse daí?... Esse, sim, foi, de fato, um justo!...



Belém, 08 de julho de 2008.




Pesadelo

Quando um muro separa, uma ponte une.
Se a vingança encara, o remorso pune.
Você vem me agarra, alguém vem me solta.
Você vai, na marra, ela um dia volta...
E se a força é tua, ela um dia é nossa!
Olha o muro, olha a ponte, olha o dia de ontem chegando...
Que medo você tem de nós!...
Olha aí!...


Você corta um verso, eu escrevo outro.
Você me prende vivo, eu escapo morto.
De repente, olha eu de novo,
Perturbando a paz, exigindo o troco!...
Vamos por aí, eu e meu cachorro,
Olha o verso, olha o outro,
Olha o velho, olha o moço chegando...
Que medo você tem de nós!...
Olha aí!...


O muro caiu, olha a ponte,
Da liberdade guardiã.
O braço do Cristo, horizonte,
Abraça o dia de amanhã!
Olha aí!...


(Maurício Tapajós/Paulo César Pinheiro)

domingo, 6 de julho de 2008

Sublime!

Finalmente!...



Vou Festejar



Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar!
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
Mas chorar!


Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar!
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar...


É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar!
O teu sofrer
O teu penar...


Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...


Mas chora!
Chora!
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar...


Mas chora!
Chora!
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar...


É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar!
O teu sofrer
O teu penar...


Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...


Laraiá Laraiá!
Lá Laiá Laiá!
(Fala, Cacique de Ramos!)
Laiá Laiá!
Laiá Laiá!
Eu vou festejar
Vou festejar!
O teu sofrer
O teu penar...


(Vamo no pé, gente!)
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão...


( Neoci / Dida / Jorge Aragão)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Apesar da juíza!

Apesar De Você



Amanhã vai ser outro día
Amanhã vai ser outro dia
Amanhã vai ser outro dia


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?


Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.


Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.


Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.


Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.


Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.


Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.


E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa.
Apesar de você


Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.


Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você


Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….


(Chico Buarque)

Jeso

Aviso aos navegantes



Este blog, como todos os blogs – e essa é a definição de blog – não é nada além de um diário, um espaço de reminiscências e opiniões pessoais.


Mas, nestes tempos bicudos de censura aos blogs - como se a Constituição, em cláusulas pétreas, admitisse tal tipo de censura, ao invés de resguardar a liberdade de expressão - creio que se faz necessário esse tipo de esclarecimento.


Data vênia, creio que os caríssimos magistrados que cometem tais sentenças, cometem um crime contra a Constituição que juraram defender.


Blog não é jornal, não é rádio, não é televisão. Não é veículo de comunicação de massa. É, por definição, um cafofo, um espaço personalíssimo. Algo muito distante do “Domingão do Faustão”...


Em blog, vem quem quer. E diz o que quer – embora a gente, por uma questão de ética, evite publicar comentários ofensivos a outrem, sem que as pessoas se identifiquem.


Até porque quem quiser ofender alguém tem, sim, de ter a coragem, primeiramente, de se identificar.


E de permitir, então, que o ofendido possa se defender, como deve de ser – e aqui já nem se trata de democracia, mas, da boa e velha educação... E, por que não dizer?, até de caráter...


Mas, o que eu acho mais esquisito em tais sentenças é que nem no TSE e no Supremo o tratamento a ser dispensado aos blogs, pela Justiça Eleitoral, é ponto pacífico.


Talvez, até, por uma questão territorial.


Ora, se o meu blog estivesse hospedado no exterior, como eu poderia ser submetido às leis de outro país? (E isso é, sim, uma sugestão, querido e amordaçado Jeso...)


O que é que eu faria em relação a isso? Iria, digamos assim, adotar a “solução” chinesa?


Mais importante, porém, é que, como se trata de um espaço pessoal, de expressão e opiniões pessoais, como posso censurá-lo sem ofender a liberdade constitucional de expressão?


Quer dizer: se amanhã eu resolver sair pela minha rua ou pelo meu bairro, divulgando os “causos” de um candidato e dizendo que votem em outro, vão me amordaçar, e multar e prender e arrebentar? E olhem que a minha casa é como o meu blog: todo mundo sabe onde é que fica, né mermo?


Mas, que diabo de democracia é essa, em que inexiste o básico, a liberdade de opinião e de expressão?


Aliás, isso parece mesmo coisa de ditadura: para que me serve pensar, se não posso dizer? É como naquela música do Chico Buarqe: eu vivo atormentado pela possibilidade de surgimento do monstro da lagoa...


Mas, vamos um pouco mais fundo nessa discussão.


Digamos que eu seja dirigente de uma associação de bairro.


Se, por acaso, eu resolver distribuir uma circular recomendando aos meus associados e à comunidade abrangida pela minha associação, que não votem num ladrão, que não fez nada pela gente, mas, que votem em alguém comprometido com a melhoria da nossa condição de vida, eu terei cometido um crime eleitoral?


Mas, novamente, além da liberdade de opinião e de expressão, temos aqui outro problema igualmente importante: para que servem as associações, as entidades da sociedade civil?


Se elas não servem nem para, num momento tão importante quanto o das eleições, dizerem, à comunidade que representam: “aquilo é um bandido, ratazana de dinheiro público, de dinheiro de imposto, de hospital, de posto de saúde, de escola, de rua, de estrada”, então, para que servem, afinal?


Quer dizer, a sociedade civil virou mera fantasmagoria, um mero ente figurativo, é? E quem foi que “escrevinhou”, afinal, essa tal de Constituição?


E se eu, cidadã, quites com os meus impostos e as minhas obrigações eleitorais, perfeitamente identidade, “qualificada”, como se diz, resolver escrever e mandar imprimir um jornal, um panfleto, pedindo votos para um candidato e detonando outro, estarei cometendo crime eleitoral?


Mas, então, onde fica a minha liberdade de ser, pensar e expressar?
A minha cidadania, constitucionalmente garantida, haverá de ser tragada, consumida por uma legislação menor?


Quer dizer, então, que a minha participação se reduz ao ato de votar?

Quer dizer que me basta saber apertar duas teclas coloridas para ser cidadão, é?


Que é ser cidadão, senhores magistrados? Que é Cidadania? Que é essa res, chamada Democracia?


Resumindo e concluindo, viramos um país de mudos. Ou, melhor dizendo, de amordaçados. E sem nem mesmo aquela linguagem bacana das mãos, que essa, também, pode virar, de repente, crime eleitoral...


Por que, simplesmente, não se deixa à Justiça Comum a decisão acerca disso?


Quer dizer, se, num blog, num panfleto, circular ou jornal de associação, eu, cidadã, chamo alguém de ladrão, de bandido, de ratazana, de chefe de quadrilha, por que me negar a oportunidade de provar aquilo que estou dizendo? E a oportunidade, é claro, do ofendido de me fazer engolir tais afirmações?


Vejam bem: não estamos a falar dos veículos de comunicação de massa, que sobrevivem da propaganda, às vezes até camuflada de “matérias pagas” – e que nem têm a dignidade de informar que são pagas.


Mas, de espaços pessoais – blogs, panfletos, circulares, jornais de bairro – que são espaços conquistados pela sociedade democrática, a partir da acessibilidade das tecnologias de comunicação.


E que nos levam até a pensar, filosoficamente, naquela bela expressão socrática: não sou grego, nem ateniense, mas, cidadão do mundo!


A se persistir no caminho de alguns magistrados, que, por tais sentenças, sequer fazem jus ao cargo que ocupam, daqui a pouco se estarão censurando até cartas e telegramas.


Aliás, por que não começar censurando a propaganda da Justiça Eleitoral?


Afinal, ela conclama à participação.


Quer dizer, é essencialmente subversiva.


Então, aos costumes!...



FUUUUIIIIII!!!!!!



(Pra terminar, uma musiquinha bacana por Jeso)


Acorda Amor


Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão



Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão



Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer



Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão


(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)



(Do Leonel Paiva e do grande “Julinho da Adelaide”)

Pai d'égua

Eu sou Belém, eu sou pai d’égua!!!



Pai d’egua é ter saúde e educação. Pai d’égua é ter emprego, casa boa, comida, dinheiro no bolso, pra gente gastar.


Pai d’égua é ter criança na escola - e não por aí, cheirando cola...


Pai d’égua é a gente cuidar da nossa cidade, como cuida dum filho da gente.


A gente pega o filhinho no colo, trata, alimenta, cheira, beija... A gente envolve nos braços, com todo o amor do mundo!


Pensando bem, a gente “mermo” é que é muito pai d’égua!...


Quando se compromete com o destino da nossa gente. Com o futuro da nossa cidade.


Nós - nós todos! - somos é muito pai d’éguas!... Nós, os belenenses...


Nós, que saímos do ventre desta Belém danada de pai d’égua!...


A Belém dessas mangueiras majestosas, que nos viram nascer e crescer.


Chorar o primeiro choro, sorrir o primeiro sorriso, para a mãezinha que nos acalentou...


Falar, andar, brincar de peteca.


Empinar uma curica, sujar os dedinhos de tinta.


Segurar aquela coisa esquisita chamada de lápis.


E apagar com aquele objeto mágico que é a borracha...


A Belém da chuva certa, que sempre cai na merma horinha.


E a gente tudo de sombrinha!!!...


Pois, que a sombrinha é nossa, como a caba, a bacaba, e tantas outras palavras que herdamos ou cunhamos, sabe-se lá de onde.


A Belém desse cheiro inebriante de tucupi!...


A Belém da pupunha quentinha, com manteiga e café...


Bairrista? Bairrista é o pai e o tio e o avô!...


Eu sou é belenense, belenense da gema, belenense com um orgulho danado de ser belenense!


Belenense daquelas que querem tudo no mundo, menos deixar de ser belenense!


Já vi muita cor, já senti muito cheiro. Já vi até palácios, daqueles em que dormiram os reis, assabe, sumanu?


Mas, confesso, nunca vi, em nenhum lugar do mundo, as cores, os sabores e os perfumes que a gente tem aqui.


Mas, para mim, ainda mais pai d’égua é o nosso povo.


Essa mistura encantada do negro, do branco e do índio.


Essa mestiçagem que corre nas minhas veias e nas veias de cada um de vocês.


E que nos torna uma invenção especialíssima das mãos do Criador...


Esse nosso povo, danado de honesto e trabalhador. Que acorda cedinho o Ver-o-Peso, os barcos, as velas, as águas que se perdem de vista do rio Guamá...


Esse povo tão sofrido e lutador. Que não se cansa de semear, com o braço forte, a esperança de uma vida melhor!...


Um povo que também já nasceu, assim, meio que sentido com o mundo...
Afinal, por que é que Deus só deu pra gente a enormidade desta Belém?!!!...


Avaliem o que é que é um sujeito que não sabe o que é o cheiro da graviola madura, que a gente tem de “adisputá” à tapa com as formigas?!!!...


E os passarinhos que deixam a gente tudo doidinho, manhãzinha, com um canto e uma cor que não é nem de filme, nem de foto, nem de música alguma deste mundo...


Mas, uma experiência, uma vivência que fica ali, guardinha, bem no fundo do fundo do coração!...


Pai d’égua é tudo isso, esse universo que Deus nos deu, a nós, os belenenses.


Como se tivesse passado horas a recortar um infinito à altura da alma do nosso povo...


E é por isso que eu nunca vou cansar de repetir: eu sou Belém! Eu sou é muito pai d’égua!!!...


Porque trago nos olhos este céu estrelado da minha Belém!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Voltei!



(Essa sessão de três posts, inclusive a crônica-teatral, digamos assim, é dedicada a alguns dos mulherões mais porretas que já conheci ao longo da minha vida: Deury, Sílvia, minha mãe espiritual, Eneida; Helpinha, Beth, Izabel, Janice, Fatinha, Rose, Suleima, Valéria, Mainha... Vamos lá, caruaaannnaaassss!)



Bom dia, Belém!


Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida


Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar...


Porém! Ai, porém!
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém
Que não me lembro anunciou
Portela, Portela
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou...


Ah! Minha Portela!
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir
Aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar

Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar!

(Paulinho da Viola)

Eleições

Boa sorte, queridinhos!




Para mim há bem poucos momentos tão pai d’éguas quanto este: o período eleitoral.


Creio que todos os agentes políticos nos sentimos assim, contentes à beça, que nem pinto no lixo...


É o momento em que a simples preparação do jogo ficou para trás. É quando, de fato, entestamos os times, para ver que bicho vai dar.


E é muito bacana essa “tchurma” que participa desses campeonatos.


Conheço boa parte, boa parte me conhece. Em alguns momentos, até já jogamos juntos, na mesma equipe. E creio que aprendemos o principal: a nos respeitarmos.


Porque, no fundo, todos queremos a mesma coisa: queremos fazer valer idéias que consideramos as melhores para a sociedade.


Mas, não queremos fazer valer isso de qualquer jeito: queremos fazer valer isso democraticamente. Pela publicidade, pelo conhecimento, pelo convencimento.


Sou apaixonada, encantada, pela democracia – e sei que vocês também são.


Se não fôssemos, iríamos simplesmente cuidar das nossas vidas; fazer coisas bem menos complexas – abrir uma quitanda, uma sorveteria, uma panificadora - em vez de entrarmos nessas guerras extenuantes, que trazem tanta ansiedade e que até branqueiam nossos cabelos...


Talvez que muita gente possa até imaginar que aquilo que nos atrai é a grana que rola, farta, nesse meio.


Mas, eu penso que não. Afinal, há muitos outros meios em que a grana também rola fartamente. E, no entanto, tais meios não exercem sobre nós qualquer atração.


Temos, queridinhos – e essa é que é a verdade - aquela essência de “urubu do Ver-o-Peso”: a gente gosta, mermo, é dessa sacanagem...


E eu fico pensando na importância que todos temos para a sociedade: vocês já pensaram o que seria da democracia e do jogo político se, simplesmente, perdêssemos o interesse em jogar?


Haveria um vácuo imenso em relação a essa geração que ainda está se preparando para ocupar os lugares que hoje ocupamos.


Um vácuo complicadíssimo para a democracia que vamos, arduamente, construindo, neste que já é - ou que vai se tornando - o mais longo período democrático da sociedade brasileira.


Do arraial em que me encontro, olho os arraiais que vão se formando, aqui e ali.


E me sinto irmanada a todos vocês, nos mesmos sonhos. Na mesma ansiedade. Na mesma esperança. Na mesma determinação. No mesmo desejo de vencer.


E é por isso que eu quero desejar aqui, como já fiz outras vezes, boa sorte a todos os jogadores – companheiros ou adversários – na abertura de mais um período eleitoral.


Que Deus nos dê força, garra, coragem, discernimento, o bom senso nosso de cada dia!...


Que saibamos respeitar aquela que é a nossa própria razão de ser: a Democracia.


E até – por que não? – que Deus nos ajude a driblarmos bacana esses grandes juízes que têm sido o Ministério Público e a Justiça Eleitoral.


Afinal, esse é um dos sonhos de todos nós...


É claro que a Justiça Eleitoral e o MP têm um papel importantíssimo nesse jogo: sem eles, certamente, seria a barbárie.


É bom que eles estejam aí para nos lembrar, a todo instante, que há regras, sim, a respeitar.


Mas, o jogador que disser que nunca sonhou em dar uma bela quicada que passasse em branco ao juiz tem de voltar, merecidamente, ao banco de reserva. Para aprender a não usar, tão abundantemente, o perobal...


Por isso, queridinhos, boa sorte, força, garra – um belíssimo jogo, aquela coisa de craques - a todos vocês!


E, mais uma vez, que vença o melhor, a melhor proposta, para a nossa cidade, o nosso estado, o nosso País!


FUUUUUIIIIIII!!!!!




Sonho Impossível



Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão



(J. Darion/ M. Leigh. Versão: Chico Buarque/Ruy Guerra)

Ressurreição

A Ressurreição do Barão



_Comadre, se aprepare que eu atenho um babado fortíssimo pra lhe acontá!...
_Ô animal, será que eu posso te fazer uma perguntinha básica?
_Ué, o que é que afoi, comadre? A sua amenstruação já adesceu, é?
_Mas que menstruação, já? Eu não tô na menopausa, animal? Menstruação, agora, é que nem obra do Tirésias: só aparece uma vez por ano!... E mesmo assim, debaixo de cólica!...
_Pois então, comadre, se num aé nem amenstruação, nem amenopausa, apor que é que você atá com esse amau humô de ametê medo, ué?...
_Cumadizinha, sejamos didáticas... Você está vendo aquele relógio ali na parede? Então, que horas são?
_Três da matina, ué? Apor que, comadre, você num atá enxergando direito, é? Vixe Maria!... Atome cuidado, comadre, que adaqui a pouco você avai andá de bengalinha e aperguntá: aonde estô? Aonde estô?...
_Não é nada disso, animal!... Eu estou lhe perguntando as horas, pra ver se você se manca!... Por que, por que sempre às três da manhã, cumadizinha?...
_Ué, comadre, mas “si” num é essa ahora em que você atualiza esse seu ablog véio?... Quando já aparece inté a versão arrevista e mal vista do seu Papudo!... E os seus leitores, que assó avêm aqui no mermo horário, adevem de sê tudo da merma marca... Aliás, se vocês afalarem tudo junto, paaaammm!... Agente acai tudo de coma alcoólica!...
_Cumadizinha, eu desisto; eu não vou mais me debater com você!...
_Eu acho é bom, comadre, eu acho é bom... Aporque assenão eu num lhe aconto o último babado do Brejo!...
_O que é que foi já?
_Amataram o seu Barão de Inhangapi!...


(Som de trovões; jogos de luzes. Entra um coral, vestido de branco, com jeito de bêbado e ataca “Fortuna, Carmina Burana”: Oh fortuna/Velut luna/Semper variabilis...)



_ Apodem pará, apodem pará!... Vocês atão apensando que isso daqui é alguma assuperprodução do seu Balloon, é?...Ô seu DJ! Ô seu DJ!... Acoloque aí o “apescadô, apescadô”!...


(O coral sai, reclamando e xingando a correspondente. Entra um grupo de carimbó. O DJ ataca: “Pescador, pescador por que é/Que no mar não tem jacaré?/Pescador, pescador por que foi/Que no mar não tem peixe-boi?/Eu quero saber a razão/Que no mar não tem tubarão?/Eu quero saber por que é/Que no mar não tem jacaré?/Ah! como é bom pescar/Na beira mar/Em noite de luar/Ah! como é bom pescar/Na beira mar/Em noite de luar”. Todos dançam, inclusive a correspondente.)


_Parou! Parou!...Ô cumadizinha, será que você pode acabar com essa doidice?
_Ô pessoal! Ô pessoal! Acabô, acabô, que a comadre atá acuspindo bala
_(Um dos dançarinos, com jeito e voz de bêbado): ô dona, quais serem os pobrema das Perereca?
_Os pobrema, zifio, como adiria o lorde Tirésias, é que a comadre atá sem amenstruação, bêbada que nem o seu Papudo e, ainda por cima, sem amacho, égua!...
_Ah, serem isso? Mas a gente podemos resolverem os pobrema dela!...
_Avocê? Assim atão franzino? E com esse aportuguês, zifio? Zifio, zifio... Ana hora em que você abri a boca pra comadre... Aperele lá que eu avô lhe amostrá... Afeche os zoio... Isso, zifio... E agora, zifio, aimagine que vocês atão num motel bacanão... Acama arredonda, espelhos em tudo que é lado... Amúsica de afundo: Je t’aime, je t’aime, ô, uí, je t’aime! Uí, uí, uí!... Apiscinão adiante!... E aí a comadre já atá adoidona: Vai! Vai! Vai! Vai!... Num apara!...Num apara!...Num apara!... Aquase agozaaaannndo, égua!... E aí você se avira pra ela e adiz: “os pobrema é que a gente somos”... Apronto, zifio, a comadre avai se atremê todinha, que nem o Barão... E avai ababá e ababá e ababá e aí, cataplof!...
_Cataplof?...
_É, zifio, avai aentrá em acoma agramatical!... O Tico e o Teco avão aquerê aconjuminá e aconjuminá e anada de aconjuminá... E aí, apronto, zifio: assó um Spa com o Freud e o Pasquale pra arresolvê a situação... Mas avão-se, avão-se, achispem daqui!...



(Os dançarinos de carimbó saem, reclamando e xingando a correspondente)



_Ô cumadizinha, é verdade que mataram o Barão?
_Mas aooonnnde!
_Ué, mas você não disse que ele morreu?
_Mas aooonnnnde, comadre! Aquilo dali haverá de avirá pedra!
_Égua, então eu não estou entendendo mais nada!...
_Ô comadre, o negócio é o seguinte: assabe o seu Barão de Drumond?
_É claro que sei: aquele sujeito, dono do zoológico do Rio de Janeiro, que inventou o jogo do bicho...
_Pois então, comadre, aquem adiria!...Pois num é que o seu Barão de Drumond aveio se acabá em Inhangapi?
_Como é que é?
_Pois intoncis, caboca, o ômi arreencarnô em Inhangapi... E com arco-íris e tudo!...
_Não brinque, cumadizinha!...
_E num é que afoi? Diz que ateve fogo de artifício, salva de bala e inté uns três reis magros - macérrimos, comadre! Por isso é que num adeu de apresentearem o seu Barão de Drumond com incenso, mirra e ouro...
_E deram o que, então?
_Um carrão amontado no Paraguai, uma tonelada de tapioca e um afrasco de “prástico” de asseiva de alfazema.
_Ué, pra que já a seiva de alfazema?
_Pra quando ele afizé agreve de baaaanho, égua!
_Ô cumadizinha, eu só não estou é entendendo o que é que isso tem a ver com a morte do Barão!...
(As luzes piscam. Piano de fundo: tcham tcham tcham tchaaammm! Tcham tcham tcham tchaaammm!).
_ Ô comadre, aponha o Tico e o Teco pra atrabalhá!...Aconjumine, comadre, aconjumine... Olhe o céu, o mar, o sol, as estrelas... Aveja essa agrande aconjuminância holística que é o infinito!...Pois, como adiria o seu Napoleão: “Ora direis ouvi estrelas!”
_Égua, que essa sujeita tá cada vez mais doida!...
_Aqué que afoi, comadre?
_Nada, nada... Prossiga, cumadizinha!...
_Abom!... De assorte que adizem por aí que aquando o seu Barão de Inhangapi assoube que o seu Barão de Drumond havia arreencarnado no Brejo, e que já afoi até ungido por El Rey, ele ateve pra modo dum piripaque!...
_Um piripaque?...
_É, comadre, o ômi acomeçô a se atremê todinho!... Assabe adecolagem de foguete? Pois é, afoi aescritinho: 5...4...3...2...1!... VRRUUUUMMM!...VRRUUUUMMM!... E cataplof!...
_Cataplof?...
_Pois é, comadre, o seu Barão acaiu no chão, amortinho da silva...
_Ué, e por que é que você disse que ele não morreu?
_Aporque o ômi arressuscitô, comadre!...
_Como é que é?
_Pois intoncis, caboca!...Adiz que o ômi já atava atodo durinho, ó, esticadinho no caixão... (imita um defunto). E aí achegô o seu Jujuba e adisse: “É pena, mon ami, que pra onde vais não há viola, uí?”. E aí achegô o Duzinho e adisse: “É pena, titio, que pra onde vais não tem vara de pescar”. E aí achegô o seu Tirésias e adisse: “Erem umas pena, caboco, que pra onde a gente vamos a gente não pudemos mais fazerem umas sacanagem”...
_E o Barão ressuscitou!...
_Mas aooooonnnnnde, comadre!
_Ué, mas nem assim?
_Mas aoooonnnde, comadre!
_Égua, mas o que foi que aconteceu?
_Atava tudo num achororô só... Avalie, comadre, o seu Barão ali, esticado, ó, e o Brejo inteiro sem pai nem mãe... Adiz que já havia inté afila de viúva, comadre, afila de viúva!... E afoi, então, que aconteceu o milagre!...
_Que milagre já?
_O seu Sudão, comadre, adentrou no recinto, acaminhô na direção do caixão e adisse: “Lázaro!... Levanta-te e anda!”. E num é que o ômi se alevantô, comadre?...
_Égua, e o que foi que aconteceu depois?
_Adepois?... Abom, o seu Sudão e o seu Barão aforam atomá uma cana e abatê uma viola, lá pras bandas do Condado de Ananindeua. Adiz que apareciam inté duas almas gêmeas, comadre!... A bem dizê, o Chitãozinho e o Xororó!... Um atacava a música e o outro acometia o refrão...
_E o Barão de Drumond?
_Abom, comadre, adiz que, adepois de tudo isso, ele pra modo que se arresolveu de amudá de vida...
_Como assim, cumadizinha?
_Ele acomprô a fábrica da asseiva de alfazema e amontô uma asseita, pra lá de abacana.
_Ué, e como é que se chama essa seita?
_The Alorde of athe Arrings nas Águas do Asseu Amacunaíma de Apatu-Anu...
_Égua, que diabo que é isso já?
_Pois num é, comadre? É que o seu Barão de Drumond apercebeu que ele o seu Barão de Inhangapi assão que nem o Frodo e o Smeagol: aquando um alarga, o outro atem de apegá o zanel!... Adaí que ele o asseu Barão de Inhangapi já atão inté apescando junto, comadre!... Arresumindo e aconcluindo, a ‘rente é tudo afarinha do mermo saco, avisse, caboca?...
_A ‘rente?...
_Pois, intoncis, caboca!... A ‘rente é tudo acaruaaaannnnaaaa, égua!...



(Jogo de luzes. Entra uma bateria de escola de samba e ataca o samba-enredo da Beija-Flor, naquele inesquecível 1998...)




O Mundo Místico Dos Caruanas Nas Águas do Patu-anu



(Obrigado, bateria!... Valeu, grande mestre!... Alô, Nilópolis! Alô, Baixada Fluminense!... Vamos lá, minha comunidade!...Unida, com muita força, em busca desse título tão sonhado!... É isso aí, mundo do samba!... A família Beija-Flor te ama!... Obrigado, Belém do Pará!...Vamos lá, meu povo!...Olha a Beija-Flor, aí, gente!... UMBOOOORAAAA CARUAAANNNAAASSS!...)



Beija-flor
E o mundo místico dos Caruanas
Nas águas do Patu-Anu
Mostra a força do teu samba



Contam que no início do mundo
Somente água existia aqui
Assim surgiu o girador, ser criador
Das sete cidades governadas por Auí
Em sua curiosidade, aliada à coragem
Com seu povo ao fundo foi tragado
O que lá existia aflorou, o criador semeou
Surgindo os seres viventes em geral
E de Auí se deu a flora, fauna e mineral



Sou Caruana eu sou
Patu-Anu nasceu do girador, obá
Eu trago a paz, sabedoria e proteção
Curar o mundo é minha missão



Pajé, a pajelança está formada
Eu vou na barca encantada
Anhanga representa o mal
Evoque a energia de Auí
Pra vida sempre existir
Oferenda ao mar pra isentar a dor
Com a proteção dos caruanas Beija-flor
A pajelança hoje é cabocla
Na Ilha de Marajó, vou dançar o carimbó
Lundu e siriá, marujada e vaquejada
Minha escola vem mostrar
O folclore que encanta
O estado do Pará

terça-feira, 24 de junho de 2008

parauapebas

Wanterlor versus Darci



É bem possível que até depois de amanhã, sexta-feira, o PT de Parauapebas fume o cachimbo da paz. Pelo menos foi isso o que me garantiu, ontem, o vereador Wanterlor Bandeira, que derrotou o prefeito Darci Lermen nas prévias partidárias, para a escolha do candidato a prefeito da cidade, nas eleições de outubro.


Como não estava comendo ninguém e passava pelo município, decidi lançar mais um olhar de peixe morto para aquele negão bacanão. Sabem como é: sou acionista nata e majoritária da Perobal SA.


De sorte que tivemos uma prosa bacana, que só não postei ontem mesmo porque a internet deu pau e ando enlouquecida de trabalho.


Tranqüilo, mas firme, Wanterlor fez muitas críticas ao PT local. Mas deixou a porta entreaberta a conversações, que, segundo ele, caminham a passos largos para um consenso.


Wanterlor me disse que o Diretório Municipal anulou o encontro que o Darci tentou realizar, para reverter as prévias, e que o partido perdeu todos os prazos estatutários. De sorte que, agora, para mudar o cenário (ele não disse, mas deixou no ar) só através de uma saída negociada.


Contou que a direção local do PT havia concentrado poderes em torno de Milton Zimmerman, que até já pediu afastamento temporário do partido depois do temporal advindo das prévias.


Considera que a saída de Zimmerman já foi um avanço para o PT, trabalha, agora, para unir o partido e tem consciência de que Darci é o melhor candidato para ganhar a eleição.


Mas quer, ao menos, discutir os rumos partidários e a gestão municipal, para que se possa retomar a linha programática do PT. E considera prioritário, por exemplo, que uma secretaria como a de Obras, que tem um orçamento de R$ 80 milhões, volte às mãos da legenda, em vez de permanecer com o PSDC, que nem vereador possui.


Wanterlor confirmou que teve o apoio, nas prévias, das lideranças locais da Unidade na Luta e do PT pra Valer, as duas correntes majoritárias do partido, no estado. Mas informou que pertence à Articulação de Esquerda, tendência mais próxima da antiga Força Socialista.


Disse que Darci já aceitou discutir as propostas dos vencedores das prévias, inclusive a possibilidade de uma chapa pura ou a manutenção do atual vice-prefeito, pastor Moisés, do PSC. Mas os principais pontos em debate são mesmo o PT e a gestão municipal.


No entanto, com as discussões já em andamento, tudo caminha para que o partido marche unido nestas eleições – “isso, é claro, se o Darci não recuar”.


Segundo ele, os ânimos, que andavam bem acirrados, acabaram arrefecendo, anteontem, com a chegada a Parauapebas de pessoas ligadas aos deputados Bernadete Ten Caten e Zé Geraldo (do PT Pra Valer).


Wanterlor observou que está brigando com duas máquinas poderosas, a da Prefeitura e a do Estado, além de pesar contra ele o fato de ter saído e retornado ao PT.


Por isso, me pareceu que nunca teve ilusões de manter a vitória das prévias. Até porque disse: “A novidade em tudo isso é o PT resgatar o debate, a democracia interna, que, nestes três anos, foram completamente esquecidos”.


Wanterlor não acredita em intervenção no Diretório Municipal e garante que há boas chances de recomposição, até esta sexta-feira.


Mas, para isso é preciso que Darci apresente um plano de gestão que vá ao encontro da linha programática do PT e que o partido esteja mais bem representado no próximo governo.


Hoje, disse ele, o PT detém a Educação, o Meio Ambiente, as Finanças e a Secretaria de Gabinete, o que dá mais ou menos um terço do governo. Mas a maior parte do orçamento está nas mãos de outras legendas: PDT, PSDC, PPS, PP.


Ele confirmou que não será candidato a vereador e disse que, “se não for candidato a prefeito” pretende, mesmo, é “voltar para dentro do partido”.


Pergunto se quer a presidência da municipal. Ele insiste: “pretendo ir pra dentro do partido”.


E eu saí de lá com a impressão de que aquele negão bacanão está é jogando para o futuro: quer é ser candidato a prefeito em 2012, para suceder ou o Darci ou a Bel – quer dizer, qualquer que seja o vencedor desta eleição...

sábado, 21 de junho de 2008

darci

Darci e Wanterlor



I

Conheci Wanterlor (acho que é assim que se escreve) numa ida a Parauapebas.


Fiquei a olhar pra ele com uns olhos de peixe morto: que negão bacanão!


Catita, espertíssimo. Tão esperto que entra naquela do: faz de conta que eu não percebo que tu percebes a minha esperteza...


Excelente jogador.


Tão bom que foi para o PSOL, que parece ser o seu partido do coração, mas retornou ao PT, pragmaticamente, para se reeleger.


Para mim isso não representa qualquer demérito: é capacidade, matemática, de jogar. Por outras palavras, de encarar friamente o jogo político.


Também não vejo grandes diferenças entre o pai, o PT, e o filho, o PSOL.


Esse último, bem que poderia se contentar em ser, apenas, mais uma corrente petista, como a DS, por exemplo.


Mas, teve a coragem de se assumir, para construir, entre marchas e contramarchas, entre ganhos e perdas tremendas (vide a derrota da grande deputada Araceli Lemos; que falta que ela faz!...) o Brasil que imagina ser o melhor.


É o melhor deles, não é o meu melhor. Mas, eu gosto de imaginar que, lá bem no fundo do coração, a gente quer a mesmíssima coisa...


A quebra da espinha dorsal desse escravismo que, há 500 anos, domina o nosso país.


Uma relação mais respeitosa dessa infâmia que sempre foi a Companhia Vale do Rio Doce.


Cidadania, democracia. Respeito, solidariedade. Reconhecimento de que o seu José e a dona Maria têm, exatamente, os mesmos direitos que eu a uma vida melhor.


Se o que eu penso ou o que eles pensam é factível ou é um sonho, só a história, com a sua marcha irrefreável, dirá.


Mas, respeito esses companheiros e sinto um baita orgulho em acreditar que eles me respeitam também.


Gostei do negão: ele tem tutano. É humano. Apesar da política, conseguiu conservar esse bem, que é a humanidade.


Mas, não estou aqui para falar do aparentemente vitorioso Wanterlor. E sim, do aparentemente perdedor, companheiro Darci.


II

Há dias apaguei um post pra lá de bêbado e nem avisei aos leitores, dada a pressa de viajar.

Nele, eu lembrava a aflição de um promotor, na campanha de 2006, que, de repente, sentiu que teria de impugnar a Ana, porque ela não havia declarado a propriedade de um apartamento.

E, no final, esse promotor acalmou-se ao descobrir que a Ana, afinal, vendera o apartamento, para pagar dívidas da campanha de 2004.

Lembro que ela até chorou, sem querer chorar, ao relatar essa história: a venda forçada do único bem que conseguiu amealhar, em décadas de trabalho, e que, certamente, sonhava em deixar aos filhos...

A minha xará é assim: uma mulher de fibra!...

E eu recordo que terminava aquele post apagado dizendo mais ou menos isto: que eu me sentia, agora, na mesma miserável condição daquele promotor.

Só que com um agravante: percebi que essa história da merenda de Parauapebas não bate. E infelizmente, desgraçadamente, não encontro maneira de dizer que bate...

III

Não conheço pessoalmente o Darci Lermen. Mas, de tudo o que vi, li e ouvi consegui depreender que é um quadro magnífico das esquerdas.

Sujeito esquisitão, para os padrões da política brasileira: elegeu-se prefeito, tem a caneta na mão. Mas, ao invés de se esquecer do povo que o elegeu, como fazem todos, preferiu continuar a se comportar como um mero cidadão.

Ao invés de se vender à poderosíssima Vale, que, certamente, deve ter lhe oferecido mundos e fundos, preferiu continuar com o seu bonezinho do MST.

Só por isso, pra mim, sem trocadilho, ele já vale um bocado...

O comportamento de Darci, a firmeza de Darci, ajudam, aliás, a compreender um bocadinho a ferocidade da Vale, nessa tentativa de derrubá-lo.

Darci está para Cuba, como a Vale está para os Estados Unidos.

É o mesmo ódio do império, em relação ao preto, ao aborígene, ao pobre, que insiste em demonstrar que é o verdadeiro senhor daquilo que o império julga, apenas, um quintal.

E eu até compreendo o ódio da Vale e daquele seu presidente arrogante e mal educado, que esqueci o nome: de fato, deve dar uma revolta danada encarar esses “índios arredios”, que preferem atirar no helicóptero a se contentar que as miçanguinhas e os espelhinhos que ela distribui...

IV

Mas, apesar dessa firmeza do companheiro Darci, do seu compromisso com a sociedade – compromisso de “classe”, diria ele – tenho, infelizmente, de reconhecer que ele padece de alguns defeitos insanáveis.

O primeiro, certamente, é a incompetência para o cargo que ocupa.

Daí, talvez, muitos dos erros que cometeu.

Darci não tem noção do funcionamento da máquina pública, e muito menos, de planejamento.

E, para mim, há dois exemplos antológicos disso.

O primeiro, todo mundo soube e riu: a crença de que, num processo em que o mérito transitou em julgado, inexistem recursos protelatórios.

É mais ou menos assim: o Supremo determinou que eu e várias outras pessoas lesadas temos o direito de receber um pagamento, um ressarcimento, pelo dano que nos foi causado.

Bom, num país sério, eu até poderia incluir esse dinheiro no meu orçamento imediato. E aí contratar um mestre de obras, um engenheiro, um arquiteto, para reformar imediatamente a minha casa.

Mas, isso não acontece em países avacalhados como o Brasil, em que se pode contratar uma penca de excelentes advogados para dizer, simplesmente, o seguinte: sim, mas eu não entendi o que significa essa sentença, realmente... E: sim, vamos pagar, mas, de que jeito?

E é claro que a tudo isso ajuda não apenas a pilha de processos sobre as mesas dos senhores magistrados, mas, principalmente, a corrupção que grassa neste país.

O outro exemplo é a própria situação de Parauapebas, com esse orçamento extraordinário, superior a R$ 250 milhões por ano, o segundo do Pará, atrás, apenas, de Belém.

Caramba, é verdade que há um fluxo migratório absurdo no sudeste do Pará, por conta justamente, da atividade da Vale, que não destina ao estado nem 000000000000,1% de seus lucros, para mitigar esses impactos sociais, que já vêm de longa data.

Mas, talvez que com um mínimo de planejamento e com um orçamento tão grandioso, seja possível ir de alguma forma orientando esse crescimento populacional, em vez de simplesmente ir aceitando, passivamente, a miséria que ele cria.

Acho que até já falei sobre isso: tá bom, eu tenho um incremento populacional absurdo, de 10%, 20%, 30% ao ano.

Mas, eu tenho uma média histórica, né mermo? E é com uma margem, um percentual acima desse índice que eu tenho de jogar – na educação, na saúde, no saneamento e por aí vai.

Mas, o Darci não conseguiu pensar assim nem em relação a uma única escola: peguei o caso de uma escola, bacana, por sinal, que ele construiu. Mas, que teve de mandar fazer um anexo miserável, de madeira, para contemplar a mixaria de 300 alunos – e eu digo mixaria, porque a escola tem em torno de 2.000 estudantes – no mesmo ano letivo.

O que eu não posso, numa cidade como Parauapebas, é pensar apenas o presente imediato.

Se a comunidade, no momento em que projetei uma escola, um posto de saúde, um sistema de abastecimento, é de duas mil pessoas, eu preciso pensar numa defasagem ainda maior do que eu pensaria em qualquer outra cidade.

Eu tenho de buscar um parâmetro – a média histórica de crescimento. E aplicar aí uma margem de segurança.

Em suma: se houvesse um mínimo de planejamento, dava ou não, para, ao menos naquele ano, naquela escola,contemplar todo mundo?

V

Mais grave, para mim, porém, de tudo aquilo que apurei, é a questão da merenda.

Aí concordo com o Wanterlor, estivesse ou não ele jogando: desviar dinheiro, num partido de esquerda, é inaceitável – e eu diria complexo, porque todos fazemos isso, os recursos de caixa dois, imprescindíveis não apenas devido à legislação, mas à história deste país escravista, que não vai financiar, justamente, aqueles que tentam romper com isso, né mermo?

Mas, se isso já é complicado no superfaturamento de uma estrada, por exemplo, mais complicado se torna quando atinge a merenda das crianças ou os remédios dos doentes...

E aí a gente vai cair numa coisa que tenho repisado aqui – é só ver os posts anteriores: quais os limites éticos desse tipo de ação?

Até onde podemos ir ao negociar com essa bandidagem que está aí? Em que setores poderemos negociar? E quais as bases dessa negociação?

Infelizmente, PSDB e PT, que buscamos, inteligentemente, transformar a sociedade brasileira, numa sentamos para discutir isso.

Um faz – e o outro imagina que, por isso, está autorizado a fazer, sem ao menos questionar por critérios nesse tipo de ação.

Essa é uma discussão que até já passou do tempo de ser levada; tá pra lá de amarelo-vermelha; vai cair da árvore sem que se lhe dê uma solução.

E a gente tem, sim, de sentar para ver isso.

Porque, se nos cabe o comando da “massa atrasada”, cabe-nos, também, o balizamento, as diretrizes, os caminhos, por onde todos andarão.

E eu, com licença, vou encher a cara.

FUUUUIIIIIII!!!!!