Minha história é muito parecida com a de milhões de paraenses.
Meu avô materno era um maranhense que descendia de holandeses e que acabou se casando com uma cabocla do Marajó. Meus avós paternos eram portugueses.
Mas os meus pais, assim como eu e os meus irmãos nascemos e crescemos como caboclos paraenses – e com sólidas raízes na Ilha do Marajó.
Adoramos açaí, farinha, pirarucu, maniçoba, manga, pupunha, cupuaçu. E temos, também, um indisfarçável “nariz de batata”.
E é nessa condição de paraense da gema, com este estado no sangue, no olfato e no paladar, que eu gostaria de me manifestar, mais uma vez, sobre a proposta de divisão do Pará.
Em primeiro lugar, quero parabenizar todos aqueles que lutaram pela aprovação do Plebiscito.
Trata-se de uma importante vitória, não apenas porque pode significar a concretização daquilo que é o sonho de milhões de irmãos brasileiros: a criação dos estados do Tapajós e de Carajás.
Mas também porque o Plebiscito nos permitirá debater de verdade uma questão que já não pode ser varrida para debaixo do tapete.
E penso que, antes de mais nada, é preciso afastar desse debate o simbolismo romântico da “grandiosidade do Pará”, da “estrela solitária da bandeira”, do “orgulho de ser paraense”, entre outras subjetividades que derivam deste nosso “paraensismo” exacerbado.
Até porque o que estamos a discutir não é simplesmente um ideal. Mas, as condições de vida de milhões de cidadãos.
II
Só quem não conhece o Pará – a Transamazônica, o Baixo-Amazonas, o Sul e Sudeste – é que não consegue entender o sentimento de abandono das populações dessas regiões.
Esse gigantismo que cantamos em prosa e verso tem sido, em verdade, um enorme obstáculo à melhoria da qualidade de vida daquelas pessoas.
Muitas vezes, e nem prometendo os olhos da cara, se consegue levar um médico para essas regiões.
Muitas vezes, um profissional de Santarém ou de Marabá tem de se mudar para Belém e trabalhar dobrado, para ter o seu valor reconhecido neste gigante chamado Pará.
Muitas vezes, a produção inteira de centenas de agricultores se perde pela impossibilidade de escoamento.
Porque a esse gigantismo também se junta (talvez geneticamente, devido à imensidão territorial), a falta de infra-estrutura: de transportes, de comunicação, de todos os tipos de assistência. E tudo, até mesmo na iniciativa privada, acaba girando em torno de Belém.
Mas para além do reconhecimento profissional ou da perda da produção, o mais importante é mesmo o sofrimento e a morte de milhares de pessoas, pela demora ou pela falta de atendimento.
E esse, sim, é um dado objetivo – ao contrário do simples “orgulho de ser paraense”.
III
Até pouco tempo era mais fácil – e até mais barato – levar um doente dessas regiões para se tratar em outro estado, do que trazê-lo para a capital.
Há três anos, quando estive pela última vez no Sul e Sudeste do Pará, a internet, que vai se tornando cada vez mais um direito humano, simplesmente inexistia em boa parte daquela região. E quando havia era tão precária que a gente ficava pensando se não seria mais fácil enviar um sinal de fumaça.
Há uns 13 anos, quando estive pela primeira vez na Transamazônica, localidades inteiras comemoravam a chegada da energia elétrica – vejam só!...
E aí a gente tem de pensar que, além do gigantismo e da precariedade de infra-estrutura, há outro problema: a histórica concentração da administração pública na capital.
O cidadão da Transamazônica, do Baixo-Amazonas, do Sul e Sudeste do Pará tem de viajar quilômetros e quilômetros para se queixar da falta de segurança, da falta de água, da falta de uma escola de segundo grau, da precariedade de uma unidade de saúde.
Sim, porque embora muitos desses municípios possuam serviços e órgãos públicos estaduais, o poder decisório permanece centralizado em Belém.
Há dificuldade até mesmo para obter informações, na capital, acerca das condições dessas regiões: às vezes, é mais fácil telefonar para São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. E quem é repórter ou técnico do governo sabe disso muito bem.
E o gigantismo territorial faz com que tudo o que se planeje para o Pará, em termos de serviços públicos essenciais, assuma proporções até irrealizáveis.
Veja-se o exemplo daquela explosão popular que ocorreu em Goianésia do Pará, se não me falha a memória, em 2006.
Na época, se bem recordo, havia em Goianésia apenas dez soldados da PM e nenhum veículo policial - ou o veículo existente estava quebrado há semanas.
Quer dizer: os crimes se sucediam e a população estava entregue à própria sorte – daí a explosão.
E a pergunta que fica é: quantos policiais se precisará contratar e quantos veículos e armamentos será necessário comprar para se ter um policiamento minimamente decente em cada município deste gigante chamado Pará?
IV
As populações dessas regiões – da Transamazônica, do Baixo-Amazonas, do Sul e Sudeste do Pará; os brasileiros e brasileiras dessas regiões amargam uma vida severina.
E é na situação dessas pessoas que é preciso pensar em primeiro lugar – e não, simplesmente, nesse “gigantismo romântico” que nunca conseguiu ultrapassar a geografia, para se transformar, principalmente, em gigantismo econômico-social.
Já escrevi aqui uma vez: o Sul e o Sudeste do Pará já são, na prática, outro estado.
Um estado que nasceu de um caldeirão cultural muito diferente daquele que temos em Belém e em boa parte do Nordeste do Pará.
Um estado construído com o sangue, suor e as lágrimas de milhares de pioneiros, que transformaram desertos humanos em grandes cidades, como Marabá e Parauapebas.
E que não podem ser simplesmente tratados como “oportunistas que querem levar o filé do Pará”, como já li por aí.
Esses brasileiros são pessoas, cidadãos, que tiveram a coragem de desbravar aquilo que era apenas um latifúndio improdutivo dos habitantes de Belém.
Sim, porque nós, de Belém, não queremos ir para o interior nem quando recebemos uma boa oferta de trabalho.
Não queremos ir nem para o Nordeste do Pará, ao qual o acesso é muito mais fácil. Quanto mais para Marabá, Parauapebas, Canaã, Altamira, Rurópolis, Novo Progresso ou até mesmo para a belíssima Santarém, com a sua extraordinária Alter do Chão.
Então, não dá para “satanizar” aquelas pessoas porque reivindicam uma autonomia a que têm direito, e que será, sim, extremamente benéfica para a qualidade de vida delas.
E não se pode, também, tentar forçá-las a se identificar com este nosso “paraensismo”, com o qual, na verdade, jamais guardaram nenhuma identidade.
Também já disse e vou repetir: não se pode jogar nas costas dessas pessoas a “culpa” pelo nosso imobilismo e pelas quizílias da política paraense.
Sim, porque são esse imobilismo e essas quizílias que sempre representaram, de fato, uma ameaça à situação do Pará – e não, simplesmente, a divisão territorial.
Ainda gigantes, perdemos espaço para o Amazonas e até para o Maranhão.
Nunca conseguimos nos impor – e, parece-me, isso só aconteceu quando o finado Hélio Gueiros mandou que enfiassem o lixo atômico em outro buraco.
Sempre nos comportamos bovinamente diante de toda sorte de violências contra os nossos interesses, como, por exemplo, a Lei Kandir.
Até há pouco tempo o imobilismo e as quizílias políticas não permitiam nem sequer que nos preparássemos devidamente – como fez o Maranhão – para ajudar a beneficiar e a escoar as riquezas do futuro Estado de Carajás. Riquezas que, de tão imensas, tendem a gerar muita riqueza em todo o entorno.
É em nós e na fuleiragem dos nossos políticos, na pequenez das nossas lideranças, que temos de buscar eventuais “culpas”, caso a situação do Pará se complique a partir da divisão territorial.
V
É claro que há todo um processo a atravessar até o nascimento desses novos estados.
E embora eu vote, sim, a favor da divisão, penso que é preciso realmente ouvir toda a população do Pará, e não apenas as populações dessas regiões.
É preciso, sim, um amplo debate, talvez o mais importante que já fizemos na história deste imenso país chamado Pará.
Quem defende a integridade territorial – e sei que são fortes os argumentos nesse sentido – deve ter a oportunidade de se manifestar para o conjunto da população.
De igual forma, aqueles que defendem a autonomia dessas regiões.
Penso que não devemos temer esse debate – muito pelo contrário.
Mas creio que essa discussão não pode ser norteada por maniqueísmos ou por ufanismos acerca da “grandiosidade” do Pará.
Até porque, para mim, uma orgulhosa cabocla paraense, pouco se me dá o tamanho deste estado.
E para além de toda a sua extraordinária beleza e sedução, este nosso Pará só será de fato grandioso quando garantir dignidade, Cidadania, para cada um de seus filhos.
Por fim, gostaria de acentuar o seguinte: ao contrário do que sempre anunciam os apocalípticos de plantão, o mundo não acabou com a criação de outros estados brasileiros.
Além disso, os números, sempre tão importantes, não podem ser a única baliza dessa discussão.
Feitas de carne e osso, as pessoas não comem papel nem matemática, mas são tão objetivas como qualquer número.
E é nelas que é preciso, sobretudo, pensar nessa discussão, eis que os cidadãos do Baixo-Amazonas e do Sul e Sudeste do Pará não podem continuar a viver nesta vida severina que os aflige há décadas, ou até mesmo há séculos.
FUUUUIIIIIIIII!!!!!!!!!
......
Pra todos os Severinos deste País. De Norte a Sul, de Leste a Oeste:
“(...)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
(...)”
(Do grande João Cabral de Melo Neto in “Morte e vida severina: auto de natal pernambucano”)
Aqui, um pedacinho dessa preciosidade em vídeo:
28 comentários:
Parabéns, Ana Célia, pelo texto e pela posição inteligente e desapaixonada sobre essa questão.
Cara Ana Célia,
O texto é excelente, fornece muitos elementos pra que reflitamos racionalmente sobre essa questão. O paraensismo agradece,porque não foste ofensiva. No entanto, gostaria de te lembrar: quem sãos os políticos paraenses e não paraenses que defendem a divisão do estado? Já pensaste nisso ? Não? Pois eu já. Todos, sem nenhuma exceção, não têm caráter e não possuem capacidade intelectual e política pra fazerem nada pelos caboclos severinos, até porque nunca o fizeram. A eles interessa a divisão do Pará, porque continuarão ricos. Se houvesse, pelo menos unzinho com alguma boa intenção, eu tb defenderia a divisão do território, mas a única coisa que querem é continuar no poder, como os velhos coronéis. O que vai haver mesmo é a divisão da pobreza e esta é a maior "riqueza" que esses sacanas querem,pra manipular ao bel prazer deles.
acho incrivel um jornalista achar que a divisão do estado acabará com a miséria....
Minha prezada,quem comandará os estados que - espero que não aconteça - seja dividido serão os mesmos politicos e seus descendentes....esses não estão preocupados com a dificuldade que passam os " severinos", seus filhos passam férias em NY..hehe acredite, e continuarão passando
Soube sexta feira que o prefeito de santa luzia..- OLOOURO - EX MOTORA DE CAMINHÃO com dois mandatos de prefeito...hoje é dono de uma CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS e o povo luiziense esta lá...quem manda os miseráveis o elegerem?
Ana Célia, parabens pela excelente material. Concordo com você. Por nosso Estado ser tão grande, os lugares mais longiquos acabam ficando por conta da própria sorte. Façamos uma reflexão sobre a juventude dos nossos distantes municípios o que tem para eles de prosperidade se parmanecerem nas suas localidades? Ser pescador? dono de roçado? vaqueiro? Nçao quero com isso dizer que essas profissões não sejam dignas. São dignas sim. Muitos criaram suas famílias com essas atividades. Porém, que sejam como opção e não como obrigação por não existir alternativa. Se os municiípios deste Estado fossem bem estruturados nossa realidade seria bem diferente. E o Marajó então? Lugar bonito e abençoado pela própria natureza porém, pobreza total! A infra-estrutura mínima aonde está? Se alguem adoecer? Um hospital? enfim. Diante dessa visão também estou convicto que uma divisão seria ideal. Porém, precisamos discutir amplamente com o povo de forma transparente e honesta sem que seja preciso criar monstros que não existam para que possamos tomar uma medida sensata. Celso Abreu
Ana, já te admirava de longe. Agora te acho mais que o máximo do máximo. É difícil morar e viver em Belém e assumir essa postura. Eu que nasci aí, sei disso. Vim com 15 anos pra Santarém e com o olhar daqui, percebi a arrogância do belenense com o interior.
Assumi minha nova terra, minha região e sei que a divisão do estado não vai compensar de imediato todos os males, mas será o começo da redenção de um povo que há séculos luta para ser ouvido. A mentira do "Para Único" é cruel. O Pará são pelos menos cinco Pará, culturalmente falando. E o projeto de redivisão é o início de um desenvolvimento regional. Nos acusam de bairrismo, mas Belém é ainda mais bairrista em não querer olhar a realidade. Já estamos separados há tempos. Agora é hora de apenas redefinir o mapa, que começou quando a grande Província do Grão-Para e Maranhão, se redividiu. à época, já havia a intenção de se criar a Província do baixo-Amazonas, que acabou não saindo do papel!
Por isso, no plebiscito é SIM!
Cara colega Ana Célia,
Com o devido crédito, pretendo publicar na íntegra, no Jornal do Comércio, de Itaituba, essa preciosidade que é seu artigo sobre o direito de nos manifestarmos através de um plebicisto, se queremos, ou não criar os estados do Tapajós e do Carajás.
Jota Parente - Jornalista
Cada dia fico mais fã de suas posturas e de seus posicionamentos. Incontestáveis os teus argumentos sobre o abandono vivido por nós que vivemos longe dos arredores da baía do Guajará. Reforço a sua tese de inviabilidade de desenvolvimento digno a seus moradores, de um estado com as dimensões gigantes do Pará, Amazonas e todos quantos fica praticamente impossível vivenciar além da burguesa capital. O novo Pará será muito maior para todo os que dele irão desfrutar. E nós buscaremos neste novo espaço lutar para viver com a dignidade que merecemos.
Celivaldo Carneiro
Perereca, a miséria, a peste e a fome estão presentes nos Municípios que querem se emancipar, porque ao longo do tempo foram governados por políticos, ladões, desonestos, e que querem continuar mamando nas tetas do governo. Como disse o anônimo das 05:03, se houvesse "unzinho", talvez eu parasse para pensar. Mas políticos do quilate de Giovanni Queiroz. Lira Maia( que tem trocentos processos em suas costas)Zeca Marinho, que quis mudar até a Constituição e outros, não merecem respeito e crédito de nós, paraenses da gema. Se para nossa desgraça, houver divisão, as Severinas continuarão morrendo de fome e sede (de justiça).E é bom lembrar que por detrás de tudo isso, tem o sujeito que quer comprar o resto das terras do Pará,: Daniel Dantas, que não quer gado não, quer é as nossas riquezas que estão no sub-solo. Gosto muito de você, Perereca,, mas neste assunto de divisão, não estamos de acordo.
Ana Célia,
Gostaria de pedir permissão para publicar em meu Blog a tua postagem. Concordo com 99.9% do que colocas, estás muito certa e tens clareza disso. Só tenho dúvidas se a maioria dos paraenses terá essa clareza das coisas, se conhecem ou viveram nos locais mais distantes dessa Pará... Pois só assim se tem essas certezas.
Saudações.
William Guimarães
Sou Caboclo da parte que continuará Pará.
Esse é o melhor texto sobre a necessidade de divisão deste ingovernável( no mínimo, fisicamente) estado.
Parabens pela lucidez!
Ana Célia, parabéns!!!
Esta postagem traduz bem o sentimento de quem nasceu nestes locais.
Não que a divisão seja o Santo Graal para nossos problemas.
Não podemos ficar esperando o Godot da emancipação para curarmos todas as nossas mazelas,quem sabe faz hora, não espera acontecer, cantava o poeta.
É oportuno lembrar que pelos idos de 1910 foi solicitada a anexação do sudeste do Pará ao estado de Goiás, que prontamente enviou agente fiscal para estabelecer-se na região. Foi então que o Pará movimentou-se, instalando comarca em Sao Joào do Araguaia, de onde Marabá era distrito.
atualmente moro em Manaus,e conheço muitos santarenos que nunca foram(nem pretendem) ir a Belém. ë algo distante, outra realidade, dizem.
aliás, deixo aqui uma provocação:Quantos paraenses defensores da grandiosidade do Pará sabem o tempo que se leva para ir de Belém a Novo Progresso no "inverno" amazônico??
grande abraço a todos,
Ana Célia, parabéns mais uma vez.
Marcio Mazzini
Ana,lendo seu texto,da pra tirar algumas conclusões importantes:a primeira, e acho que é a que todos concordam,que devemos ter sim o plebiscito,a segunda ,e aqui vai sem nem um saudosismo,não encontrei nem um comentário de como vai ficar a vida dos paraenses,caso o sim ganhe.O Pará vai ficar com a parte mais pobre desta divisão,inclusive com a ilha do Marajó,os bairros periféricos de Belém e da região metropolitana
Sabes onde mora o Giovanni Queiroz? Ele é deputado federal pelo Pará, mas mora em Goiânia. Tu acreditas mesmo que esse cidadão (para ficar num único exemplo)está preocupados com os pobres, os despossuídos? O Marajó fica perto de Belém e as populações ribeirinhas também padecem da ausência de muita coisa importante para sobreviver. A riqueza está concentrada, mas isso não é culpa só dos políticos, mas de uma sociedade que aceita a Vale do Rio Doce esgotar os nossos minerais enquanto deixa apenas migalhas aqui. A miséria é tanta não por conta de arrogência do povo de Belém,mas por conta da concentraçao da terra, que latifundiários como Giovanni Queiroz não aceitam sequer discutir a reforma agrária. Em vez de dividir o Pará, temos que desconcentrar a riqueza.
ana célia, acho intessantes alguns argumentos que dizem que fulano mora em tal e qual lugar, que ele é de fora, ou quem comandará os futuros estados serão "políticos" (será que teremos que esperar a volta de cristo, para que os políticos sejam verdadeiramente éticos e aí sim poderemos separar do Pará? Que argumento mais tosco esse?). Todos esses argumentos refletem o modo como o belenense e adjacências vê o interior: como algo que lhe e deve ser subordinado, enquanto aqui as ruas não diferem muito do interior, com seus esgotos à céu aberto, violência, descaso, capim nas praças, seres humanos e bebês morrendo nos hospitais, seja na Santa Casa, seja no HSPM, seja no Ofir Loyola a espera de um tratamento que não virá tão cedo; o paraense é tristemente famoso pela sua sesta após o almoço, depois de consumir seu açaí, enquanto os seus políticos atacam a assembléia legislativa; ora, ora, quantos argumentos toscos!
Célia,
eu tb não gosto de ouvir a voz das multidões, geralmente é burra e deixa passar algum detalhe, mas dessa vez tá cruel.
O probelma nao é o territorio são os politicos, o povo do interior nao pode reclamar, dos 41 deputados, 40 vem eleito do interior só o Edmilson foi eleito por Belém.
Errar é humano, te perdoo, lembra qnd apoiastes o Duciomar?
Pois é filha, não se pode ganhar todas...
Hora de divulgarmos este link para que as pessoas compreendam que essa divisão não é só uma questão política. Excelente texto. Parabéns.
Parabéns pela sua postagem,realmente sou favorável a divisão,temos que pensar no povo que vive e sobrevive naquela região,eles sim sabem o que é melhor para eles,temos que deixar de sermos egoístas,pois São Paulo se desenvolve cada vez mais a custa dos demais estados mais nem por isso quer dividir a sua riqueza com o Norte...se é que o Pará de graaandeeee... dimensões territoriais é pobre?cadê o desenvolvimento?cadê progresso?só a capital que se expande em tudo desde fatores negativos até os positivos,vamos deixar também os nossos irmãos conquistar um lugar também para o tão esperado banho de luz solar, principalmente se for na beira do rio Tapajós.
Bela materia Ana, gostaria que permitisse publicar em meu blog. sou a favor da divisão por entender que pela grandeza do estado, nenhum politico dará conta de atender as demandas dessas regiões. Por outro lado, quando se fala em politicos como os do sul e sudeste e do tapajós, ele não são diferentes de Jatene, Ana Julia, manoel pioneiro, então se for por causa de politico sruins, Jatene, Jader Barbalho, Duciomar entre outros ficarão por aí mesmo, graças a Deus. mais seria ótimo se o Edimilson Rodrigues viesse para o Carajás.
Ana. Você por vezes rema contra a maré da mediocridade. E o faz sempre com argumentos e combatividade. Mais uma vez essa veia se manifesta. Parabéns pela sua lúcida posição. E aos que se manifestaram contra quero dizer que se existem políticos ruins no sul do Estado, eles existem também no Pará. Da mesma sorte que existem bons políticos aqui e lá.
João Salame
Tu é muito leza, muié!!!
Isso nada mais é do que um delirium etílico!!! Nooossaaa!!!
Excelente. Acho que o meu comentário anterior saiu com defeito e não vai aparecer.
GOSTARIA de pedir a permissão da jornalista para publicar costumeiramente em meu humilde blogue (http://bloguedovalentim.blogspot.com) as suas opiniões e informações, para mim bastante corajosas. O TÍTULO será sempre assim: 'OPINIÃO da Perereca', o subtítulo variando conforme o assunto da ocasião.
Obrigado.
ANTONIO Valentim
2Vizinhos - PR
Sou Aliete Pereira Silva- Adm de Empresa. Santarena e Paraense,lhe parabenizo pelo seu artigo e coragem de falar o que sente e vê a real situação do povo paraense que labuta fora da capital.Continuarei enviando esse artigo aos demais,
Agradecida,
Aliete( lili_guarany@hotmail.com)
Santarém-Pa
Ana,
Parabéns pelo artigo,trata com responsabilidade a questão da divisão do Pará e a "arrogância" do paraense.
nao vai adiantar nada,vao acabar com nosso estado! irão somente aumentar os cargos para PREFEITOS,DEPUTADOS,VEREADORES e etc...fora os possiveis funcionarios fantasma que poderão criar,ou seja, mais gastos e mais chances de roubar nosso dinheiro suado! o que falta e menos corrupçao e uma boa administracao do dinheiro publico.
Desculpe eu usar este espaço tão suave para te avisar que o Dudu tirou a Pilar da Sesan, porem ela ameaçou sair atirando com isso conseguiu ficar até o fim do mês, que sua empresa KLR ( iniciais dos nomes dos seus filhos Karlos Lourival e Rafael ) sediada em frente ao cemitério do Tapanã na quarta rua continuasse trabalhando para Sesan e um cargo top em outra secretaria mais precisamente na Codem .
Parece que desta vez o Dudu arranjou uma tampa para o sanitário que é sua administração!
Ana Célia,
Apaixonei-me por ti após a leitura desse texto. Não pssso deixar de espressar minha admiração pelas tuas lúcidas e honestas posições a respeito da divisão do Pará. Seria muito cômodo e confortável para você assumir uma posição contrária à emancipação já que és uma metropolitana, mas tua honestidade e pensamento clarividente te leva a rechaçar o que para alguns belenenses ou quase todos, que se recusam a pensar com estribo na razão e solidariedade, parece ser tão lógico e fácil: opor-se raivosamente ao direito de um povo a uma vida melhor e mais dígna.
ANA CÉLIA,
É UMA SATISFAÇÃO PODER DIRIGIR-ME A VOCÊ, PERMITA-ME.
JÁ HAVIA LIDO OUTRAAS MATÉRIAS SUAS, MAS VOCÊ SURPREENDEU-ME COM ESTA.PELA LUCIDEZ DA COLOCAÇÃO DA MAIS PURA REALIDADE DAS REGIÕES SOFRIDAS DESTE ESTADO IMENSO. SEM VITIMIZAÇÃO DE COISA ALGUMA, MAS A CLARA TRANSPARÊNCIA DO PORQUE TRATAMOS HÁ 26 ANOS, PARTE DOS MAIS DE 150 JÁ ACALENTADOS PELO NOSSO POVO E NOSSA GENTE PARA CRIARMOS O TAPAJÓS. O MARAJÓ, QUE TEM UM POVO TÃO AGUERRIDO PARA O TRABALHO, EM BUSCA DE MELHORES DIAS PARA OS SEUS, NÃO TÊM MELHOR OPORTUNIDADE PARA DEMONSTRAR SUA INSATISFAÇÃO, PELO DESCASO COM SUAS MAZELAS. EXATAMENTE POR TEREM UM DOS PIORES, SENÃO O PIOR IDH DO
PAÍS.
A CHANCE QUE O NOVO PARÁ VAI TER EM PODER ATENDER MAIS E MELHOR SUA GENTE DAQUI, EM TODAS AS SUAS MAIS PREMENTES NECESSIDADE, MELHOR AINDA POR TRATAR-SE ESTA NOVA DEMANDA GEOPOLÍTICA E ADMINISTRATIVA COMO UMA NECESSIDADE E NÃO UMA PAVULAGEM CABOCLA, PORQUE TAMBÉM O SOU.
OUTRO DIA QUE JÁ LEVARAM OS RECENTES DIAS DE DEMOCRACIA, ALGUUM POLÍTICO, JÁ RECLAMAVA A UM GENERAL PRESIDENTE, QUE A POPULAÇÃO SANTARENA COBRAVA, COM FAIXAS E CARTAZES, A INSERÇÃO DA UNIVERSIDADE PARA A REGIÃO, NO QUE RECLAMAVA O POLÍTICO:"PRESIDENTE,
V. EXA., É SABEDOR QUE HÁ POUCOS DIAS IMPLANTAMOS NESTA REGIÃO O ENSINO DE 2* GRAU E JÁ QUEREM O TERCEIRO", COMO SE ISSO NÃO FOSSE POSSÍVEL. ISTO TUDO EM UMA ÉPOCA EM QUE A REGIÃO ASSEGURAVA AO PAÍS, BRASIL, A POSSIBILIDADE DE MENTER-SE VIVO - A PESO DE OURO DO NOSSO OURO DE ITAITUBA, QUE HOJE NÃO O TEMOS MAIS - DIANTE DE UMA INFLAÇÃO DE 82%/MES. RECLAMÁVAMOS DO GOVERNANTE EXATAMENTE PELAS RAZÕES DE 150 ANOS PASSADOS, ATENÇÃO PARA CONOSCO, "OS CABOCLOS DO INTERIOR" COMO SEMPRE FOMOS TRATADOS.
POR ISSO ANA CÉLIA, QUERO PARABENIZÁ-LA E DIZER-LHE O QUE VOCE POR CERTO JÁ SABE. QUEM NÃO CONHECE AS REGIÕES CITADAS NO SEU TEXTO, COM CERTEZA NÃO SABE ONDE O SAPATO APERTA. SAUDAÇÕES TAPAJÕNICAS.
UM ABRAÇO.
PARABÉNS a jornalista pelo lindo TEXTO apresentado no blog... sou paraense de familia paraense, moro em belém e sou a favor da divisão do nosso estado. assim como você diz " pouco me importa do tamanho do estado" não tem nada de que se orgulha-se pelo tamanho do Pará. O que agente percebe e que O TAMANHO E PROPORCIONAL a falta de SAUDE, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO,AO BASICO PARA SE VIVER. MEU VOTO É SIM POIS JÁ ANDEI MUITO POR ESSE PARÁ GRANDÃO QUE DIZEM, É DESLUMBREI NÃO A NATUREZA GRANDIOSA MAIS SIM A FALTA DE UM GOVERNO CENTRALIZADO QUE NÃO CONSEGUE DÁR CONTA NEM DE SUA CAPITAL ONDE O QUE VEMOS É A VERGONHA ESTAMPADA NOS GRANDES NOTICIARIOS NACIONAIS, NOTICIAS COMO PEQUENOS PARAENSES MORTOS SEM CHANCE DE VIDA NOS HOSPITAIS DA CAPITAL... SE VOCÊ DO "NÃO" TEM ORGULHO DE UM PARÁ GRANDE DESSE JEITO. PARABÉNS VOCÊ E CEGO..
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