As pessoas têm de parar de ver no nepotismo uma questão menor.
Na verdade, o emprego de parentes na máquina pública revela um profundo desrespeito ao contribuinte e à própria democracia, que tem na separação entre o público e o privado uma condição basilar.
Não dá para tratar a res publica como extensão do quintal do mandatário.
Não é herança, nem dinheiro amealhado com o suor do próprio: é o seu, o meu, o nosso dinheirinho que vai para o bolso da parentela do todo-poderoso de plantão.
É rapinagem vergonhosa, especialmente em estados mais pobres, onde a verba é diminuta e, as necessidades, colossais.
Se a parentela é competente, que se estabeleça por meios próprios: que faça concurso público, abra uma empresa, arranje emprego na iniciativa privada, vá vender cachorro-quente – aliás, há grandes exemplos de sucesso nesse tipo de empreendimento.
O que não pode é usar dinheiro público. Criar programa de primeiro emprego para beneficiar os seus. Ou transformar o erário em previdência privada, para teúdas e manteúdas.
Veio tarde, aliás, a decisão do Supremo. Porque nepotismo agride, sim, a Constituição. A moralidade e a impessoalidade que precisam nortear a conduta dos detentores de poder.
Ou o Brasil aprende o mínimo sobre democracia, ou nunca mais que sai do buraco.
Política não pode ser encarada como meio para fazer pé de meia. É serviço em favor da sociedade. E ponto.
6 comentários:
Muito bom este blog. Vida longa à Perereca da Vizinha!!!
Parabéns pelo blog, Ana Célia. Prometo ser visitante contumaz.
Um beijão!
Ullisses Campbell
Parabéns Ana Célia, estarei sempre visitando esta Perereca da Vizinha.
Osma
Ótimo blog, Ana Célia! Claro, preciso e elegante.
Sempre virei visitar a perereca...
Bjs!!!
Jeyone Pinheiro
Oi Ana Célia,
Também gostei muito do teu blog.
Essa questão do nepotismo é cruel mesmo. Nepotismo, corrupção. É uma pena que tudo isso tenha virado lugar comum e que o PT tenha embarcado nessa canoa furada também. Quem diria que lideranças conhecidas tenham dado com os costados nesse mar de lama também. A explicação mais honesta possível não justifica a corrupção e nem o nepotismo. E como custam a largar o osso heim? Convictos de que o que fazem está certo. Vou tomar um café e dar um tempo.
Beijos
Raimundo Sena
Por que parou?
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