A barra tá pesada para o governador do Pará, Simão Jatene.
Em 2010, Jatene foi eleito “nos braços do
povo” e obteve, em Belém, mais de 55% dos votos válidos.
Como nem concluiu o segundo ano de Governo,
ainda deveria estar em “lua de mel” com a população.
No entanto, segundo a pesquisa Ibope
divulgada pelo jornal O Liberal deste domingo (12), apenas 43% dos eleitores
entrevistados na capital paraense consideram o Governo de Jatene bom ou ótimo –
quer dizer, o aprovam de verdade.
15% o consideram um governador ruim ou até
péssimo.
E para 40% dos entrevistados Jatene faz um
governo apenas “regular”.
Traduzindo: nem fede nem cheira; nem é bom
nem é mau - é apenas médio. Por isso, tanto pode estar aí, como poderia não
estar.
É um resultado tísico, tendo em vista não
apenas o pouco tempo de administração tucana (um ano, sete meses e treze dias),
mas, também, outros fatores importantes.
O primeiro é a impressionante tentativa de
lavagem cerebral a que vem sendo submetida a população paraense, através do derrame de milhões e milhões de reais em propaganda.
O segundo é o atrelamento das instituições,
através da distribuição a rodo de assessorias especiais.
O terceiro é a posição que Jatene assumiu no
último Plebiscito: ele foi contra a divisão do Pará, da mesma forma que a
maioria esmagadora dos eleitores de Belém.
Quer dizer: nem jogando praticamente sozinho
e fazendo “de um tudo” pra agradar a plateia, Jatene consegue ser aprovado, ao
menos, pela metade do eleitorado da capital, o maior do estado.
E se é assim em Belém, que dizer, então, do
Baixo Amazonas e do Sul e Sudeste do Pará, depois de seu posicionamento contra
a divisão?
A acreditar na pesquisa do Ibope, é possível
que, se as eleições para o Governo do Estado fossem hoje, Jatene tivesse de
rebolar para se reeleger ou para fazer seu sucessor.
Sim, porque ninguém vota em um governo apenas
“regular”.
Eu pelo menos, em mais de 30 anos de jornalismo
e de política, nunca ouvi falar de alguém que tivesse votado em um governo
apenas porque ele era “regular”...
Hoje, a Doxa, empresa do santareno Dornélio
Silva, divulgou pesquisa de intenção de voto à Prefeitura de Belém, na qual os
entrevistados também avaliaram o desempenho de Jatene.
Pois bem: na pesquisa das Doxa, a soma dos conceitos
“ótimo” e “bom” obtidos por Jatene se manteve estável entre julho e agosto, alcançando
pouco mais de 36,5% , em cada mês.
Já os conceitos “ruim” e “péssimo” cresceram
de 15,6% para 22,8%, lipoaspirando o grupo de eleitores que consideram o
governo estadual como “regular”.
O problema é que a Doxa separa o conceito “regular”
em "positivo" e “negativo”.
Daí que, na pesquisa dela, Jatene teria
agora em agosto 61,9% de aprovação em Belém.
Mas, ainda assim, os tucanos não podem
comemorar coisa alguma: em julho, também segundo a Doxa, a aprovação de Jatene seria
de 70,9%, também com base nessa segregação do regular em “positivo” e “negativo”.
Quer dizer: a aprovação de Jatene teria caído
9% em apenas um mês.
Vale salientar, ainda, que a soma de “bons”
e “ótimos” de Jatene na pesquisa da Doxa é muito menor do que na pesquisa do
Ibope: 36,5% na Doxa; 43% no Ibope.
Veja os números nos quadrinhos abaixo (os do
Ibope foram retirados do portal G1).
Primeiro a Doxa:
Aqui, o Ibope:
Descompasso
entre a propaganda e a História
São vários os fatores que podem estar por
trás dessa raquítica aprovação.
O primeiro é a própria realidade, que os cidadãos
enxergam todos os dias, todas as horas, dentro ou fora de casa, apesar da
tintura cor de rosa da propaganda governista.
A propaganda jura que a violência caiu, mas
não é isso o que as pessoas veem em cada esquina, ou até nas páginas dos
jornais, obrigados a noticiar o assunto, já que “noticiário de polícia vende jornal”.
A propaganda jura que a saúde melhorou, mas
os cidadãos não encontram melhoria alguma nos postos e hospitais públicos.
Além disso, há o noticiário televisivo, que
fura o bloqueio da imprensa local, a desconstruir a “ilha da fantasia”
governista e escancarar a miséria assustadora da maioria da população deste
estado.
E há, ainda, a informação dos blogs e redes
sociais, especialmente, na capital paraense, onde é maior o acesso à internet,
em casa ou no trabalho.
Tudo isso demonstra o descompasso entre o
avanço da História e as táticas de propaganda nazista, nas quais insistem os
tucanos paraenses.
E, como definiu belamente o compositor Pablo
Milanes (em tradução de Milton Nascimento ou de Chico Buarque, já não me
recordo) a História é “um carro alegre/cheio de um povo contente/que atropela
indiferente/todo aquele que a negue”.
Em outras palavras: o receituário nazista da
propaganda pode ter funcionado na década passada e até no primeiro governo de
Jatene.
Mas já não tem como se sustentar diante do
avanço acelerado da transparência e da democratização das informações – dois fenômenos
absolutamente irreprimíveis.
Falta
dinheiro para investimentos
Outro problema é o marasmo que toma conta do
governo, pela falta de dinheiro para investimentos - e até pelas próprias
opções de Jatene.
O Governo tergiversa, faz publicar matérias
enganosas com dinheiro público, para ludibriar o contribuinte, mas não consegue
esconder o fato: vai ter de contrair pelo menos R$ 1,8 bilhão em empréstimos, apenas
para manter o nível de investimentos nos mesmos patamares da última década (leia
aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/08/incrivel-jatene-quer-contrair-quase-r-2.html
).
No domingo, 12, por exemplo, o jornal O
Liberal publicou, na capa do caderno Poder, matéria que é cuspida e escarrada
um release da Agência Pará, a central de notícias do Governo do Estado.
Lá, diz-se que os investimentos do Governo chegarão
a mais de R$ 5 bilhões até 2014.
Ocorre que, desse total, quase R$ 2 bilhões virão
desses empréstimos referidos aí em cima.
E nos R$ 3,5 bilhões restantes o Governo
misturou, “candidamente”, recursos destinados ao custeio da máquina – a matéria
não quantifica esse volume de dinheiro de custeio, mas, presume-se, ele deve
ser alto, já que se trata de verba de saúde.
Ora, custeio é custeio; investimento é
investimento.
Uma coisa é eu comprar gaze e esparadrapo pra
colocar no hospital – isso é custeio, material para o dia a dia daquele
hospital.
Outra coisa é eu construir e equipar uma UPA
lá em Jacareacanga – isso, sim, é investimento.
Além disso, é bem possível que nesses R$ 3,5
bilhões também estejam encafuados os R$ 800 milhões daquela enroladíssima taxa
de mineração, que ninguém sabe se e quando sairá.
Resumo da ópera: o Governo pode tentar
maquiar a realidade o quanto quiser com a verba da propaganda. Mas a verdade é
que não há dinheiro para investimentos.
E queda dos investimentos o cidadão sente
na porta de casa, na esquina da rua. Especialmente, num estado com os fluxos
migratórios do Pará.
E, especialmente, no caso de um governador
que assumiu o cargo em meio a tantas expectativas.
Daí que é possível que esse nível raquítico
de aprovação de Jatene tenha a ver com esse sentimento – apesar de toda a
propaganda – de que o Pará parou.
Menos, é claro, em termos de irregularidades
assombrosas.
Pior: mesmo que consiga botar a mão nessa
impressionante bufunfa de quase R$ 2 bilhões, nada garante que a aprovação de
Jatene irá melhorar. Isso devido às opções do próprio Jatene.
Exemplo: ele anuncia que vai construir mais
dois hospitais regionais. E, no entanto, não consegue botar pra funcionar
direito nem os hospitais existentes.
O que Jatene e os tucanos paraenses não
parecem entender é que os tempos mudaram.
As tecnologias (especialmente as de comunicação) avançam com uma
rapidez nunca vista na história da humanidade.
Milhões de brasileiros vão melhorando de
vida, com a ajuda de programas como Bolsa Família, Bolsa Trabalho, crédito
produtivo.
Milhões de brasileiros vão sendo incluídos no
sistema de ensino e conseguem até mesmo chegar a uma universidade.
As leis vão se transformando, para obrigar a
transparência na gestão da coisa pública.
Tudo isso eleva o nível das aspirações dos
cidadãos – como sabe, aliás, qualquer pessoa que estudou o básico de Administração.
E isso significa que, nestes novos tempos, já
não basta apenas erguer “elefantes brancos” em véspera de eleição.
Aliás, o “elefante branco” já nem pode ser “elefante
branco”, já que tem de funcionar.
Nestes novos tempos, a melhor receita para
acertar o passo com os cidadãos é fazer as coisas como deve de ser: com
transparência, honestidade, participação social.
Isso sim dá resultado.
Além de sair muito mais
barato do que a propaganda milionária, mentirosa e abusiva.
FUUUUUIIIIIIII!!!!!!!
12 comentários:
E sem falar no nepotismo bandido e sem-vergonha, um dos carros chefes desse governo.
Excelente análise.Desnudando os números. Parabéns!
Olhando a remuneracao dos servidores do estado, chega-se a alguma conclusoes.
O Policial Militar ganha uma miséria para colocar em risco sua vida e dar seguranca a populacao! Ganham em media 2,5 mil reais ou 4 salarios minimos.
Os Fiscais e Auditores Fiscais sao os mais ricos! E nao estou falando da propina! Maiores salarios, beirando os 25 mil reais! Devem ficar 10 anos sem reajuste salarial?
Os servidores da Sema ganham mal, mas os carroes dos servidores na frente da secretaria denuncia que ha algo de errado por lá.
Os professores nao ganham tao mal quanto pensei, ainda mais pela qualidade do servico que eles prestam em sala de aula.
Em todas as secretarias, muitos comissionados, assessores especiais I, II, III etc, mandando essa cambada embora daria para enxugar a folha salarial e dar um reajuste digno aos policiais e aos servidores da area da saude!
Da para ajustar o sistema remuneratorio do estado, deixando mais equanime os salarios dos servidores, para isso, basta ter vontade!
Ahhhh o nepotismo bem ao estilo paraense: parente incompetente sempre tem uma vaguinha para afundar o erário e o resto dos sonhos do povão. Pobres cabanos devem estar se remoendo no fundo do buraco.
Esse des governo já está de ladeira a baixo..
É o governo Jatene vai mau mesmo. Olha essa noticia.
A nota do ensino médio em nove Estados diminuiu de 2009 para 2011. É o que mostram os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2011, divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta terça-feira (14).
São eles: Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul.
Dá-lhe Jatene, esse governo está conseguindo ser pior que a Ana Julia.. Aff!
É isso aí Perereca, não vamos dar tréguas a esses canalhas ladrões do nosso dinheiro. Seja quem for, partido, religião, enfim, LADRÕES, PERERECA NELES.
Oh!deu um resultado assustador no governo dos PTralhas paraenses,que inclusive são farinha da mesma mandioca,a elite da casa grande chamada Belem do pequeno pará.CARAJÁS em vcs.
ATENÇÃO GOVERNADOR ,ESTAMOS DE OLHO!
Educação , saúde e segurança -tenha vergonha Jatene!
Transparência e honestidade é tudo que falta a esse pescador. E lealdade ,que isso é padrão moral que falta nas quadrilhas.
Boa Tarde a Todos:
Sou Paraense do Sul com 44 anos nesta terra, mais precisamente de Marabá, filho de desbravadores desta área, pessoas do Piaui e Maranhão que chagaram aqui no inicio da década de 60. Somos de uma comunidade arabe que aqui se instalou naquela epoca.
Sou engenheiro que presta assessoria em todos os ramos de engenharia as cidades do Sul do Pará, seja prefeituras ou empresarios.
O que tenho a dizer aqui, pela primeira vez postando, já publiquei no facebook. Tem a ver com a divisao do estado do Pará, não para alimentar políticos, pois na verdade é o povo que paga o preço, mas sim por uma questão de sobrevivência e desenvolvimento de nossa região, as três: Carajas, Tapajos e Pará.
O funcionario publico, Simao Jatene, foi obtuso em sua analise sobre esta divisao. Se tivesse bem assessorado e com visão dos problemas futuros, tais como a crise mundial, que vai afetar significativamente os estados mineradores extrativistas ou melhor dizendo já está afetando a sua economia.
Caso a divisao territorial tivesse ocorrido estariamos blindados da crise mundial ou na pior das hipoteses passariamos por ela sem senti-la, pois a melhor das expectativas é de que ela dure até 2018.
Passariamos por ela, pois empresas do Brasil e do mundo iriam investir nestas novas regioes, incluindo o Pará remanescente, onde a capital fica no litoral e seu PIB é mal distribuido por este sr governador Simao Jatene.
Outra situação foi a do governador de uma regiao como nosso estado "desrespeitar", em uma eleição democratica, a decisao da minoria ameaçando com intimidações das mais diversas prefeitos e politicos que se manifestaram pelo SIM, empresarios e nop frigir dos ovos toda a população e a cadeia produtiva de um modo geral.
O ódio do povo das regioes separatistas é tão grande, que os candidatos apoiados por Simao Jatene estão tendo dificuldades nas eleições municipais.
Recentemente em Marabá e Santarem as manifestações foram grandes, durante a presença do governador do Pará, a ponto dele ter que antecipar sua agenda.
O povo estava com ovo e tomate nas mãos para jogar nele e dizer NAO aos seus candidatos a prefeito.
Agradeço a Belem por ter me recebido durante meu curso de engenharia pela UFPA, aos Paraenses do Norte, em especial aos belenenses, mas confesso a vocês que desde antes do comício não fui a Belem e não tenho mais vontade de ir.
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