segunda-feira, 30 de novembro de 2020




Informe Publicitário: Câmbio é no Banpará: instituição garante a estrutura e o apoio necessário para empresas atuarem com diferencial competitivo no mercado internacional


O Banpará oferece um atendimento diferenciado para o cliente realizar suas operações de forma ágil, segura e sem burocracia, dispondo de uma mesa de operações para suporte, em Belém.

No Banpará a carteira de câmbio foi criada para fomentar a pauta exportadora local, bem como atender todas as expectativas das empresas importadoras e, inclusive, das empresas nacionais com demandas financeiras internacionais. 

Para tanto, utiliza todas as ferramentas tecnológicas alinhadas com o mercado, o que proporciona, por exemplo, internalização dos recursos de exportação em minutos para a conta corrente do cliente, fechamentos por telefone ou e-mail, e em breve, o uso de assinatura digital e eletrônica para contratos de câmbio, fazendo com que o cliente não precise sair de casa ou da empresa, para fechar suas transações internacionais.

Além disso, possui:

- Melhores tarifas, taxas de deságio de ACC e ACE e taxas de câmbio do mercado;

- Infoemail: de todas as informações sobre operação Internacional;

- Documentação digitalizada: para agilizar a operação;

- Equipe Comercial qualificada: atendimento humanizado presencial, por telefone ou online para fechamento de operações de câmbio, consultas, cotações, análises trade do mercado de câmbio, etc.;

- Agilidade na disponibilidade do recurso: o crédito pode estar disponível em até 30 minutos após a negociação na conta corrente do cliente;

- Agilidade na emissão de ordem de pagamento Internacional.


O Banpará dispõe dos seguintes produtos para as empresas atuarem no mercado internacional com diferencial competitivo:


Câmbio Pronto na Exportação

O cliente exportador pode realizar operações de compra de moeda estrangeira à vista através da contratação de câmbio, nas seguintes modalidades: Pagamento Antecipado na Exportação, Pagamento à vista na Importação, Remessa Direta na Exportação, Cobrança Documentária, Crédito Documentário.


Trade Finance – Financiamento à pauta exportadora MPMG Empresa

O Banpará disponibiliza ao cliente exportador, dois tipos de financiamentos à exportação (sujeito a análise de crédito):

1.    Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio – ACC

Financiamento à exportação concedido na fase pré-embarque que tem por objetivo arcar com os custos de produção. É um capital de giro disponível em até 360 dias antes do embarque do bem exportado, cobrindo até 100% do valor da operação.

Vantagens e Benefícios:

- Obtenção imediata da moeda nacional por meio do financiamento à produção de mercadoria e/ou serviços destinados à exportação com custos inferiores aos empréstimos do mercado doméstico;

- Custo zero com IOF e outros benefícios fiscais por ser um financiamento atrelado à exportação (caso a exportação seja concretizada e o contrato de câmbio liquidado dentro do prazo);

- Proteção cambial automática das receitas de exportação.

 

2.    Adiantamento sobre Cambiais Entregues – ACE

É a antecipação do contrato de câmbio de recebíveis sobre exportação quando a mercadoria já foi embarcada. O adiantamento é concedido em até 100% do valor a receber com prazo de carência de até 390 dias para pagamento.

Vantagens e Benefícios:

- Obtenção imediata da moeda nacional na fase comercial da exportação. O cliente recebe antecipadamente do Banco, em reais, suas receitas, aguardando o importador obter recursos para cumprir o pagamento internacional para exportação;

- Recursos para empresa com custos mais atrativos que os obtidos no mercado nacional, sem incidência de IR e IOF;

- Proteção cambial automática na moeda de exportação.

Banpará Comex – Importação

O Banpará fornece as melhores condições para satisfazer as necessidades do cliente importador.

Câmbio Pronto na Importação

Operações em que há venda de moeda estrangeira à vista através da contratação de câmbio para liquidação em até 2 dias úteis, contados da data da operação, nas seguintes modalidades: Pagamento Antecipado na Importação, Pagamento à vista na Importação, Remessa Direta na Importação, Cobrança Documentária de Importação.

Banpará Câmbio Financeiro - Empresa

O Banpará também realiza operações de câmbio financeiro (envio ou recebimento de ordens de pagamento internacionais sem lastro em exportações ou importações) para qualquer tipo de empresa, de modo rápido, seguro e moderno, para qualquer lugar do mundo, sem necessidade do comparecimento do cliente nas agências, via telefone ou por e-mail.

Banpará câmbio TURISMO

O empresário cliente Banpará também pode fazer aquisição de moeda estrangeira – Dólar e Euro – pelo seu CPF ou CNPJ da empresa.


Outros Produtos e Serviços Financeiros de câmbio

O Banco Central exige o registro na forma declaratória dos capitais estrangeiros ingressados no País através do RDE IED (Registro Declaratório Eletrônico Investimento Externo Direto) e do RDE ROF (Registro Declaratório Eletrônico Registro de Operação Financeira). 


Contatos:

Mesa de Operações de Câmbio: (91) 3348-3746 / 4435 / 4436 / 4437

E-mail: atendimento.cambio@banparanet.com.br

             cambio@banparanet.com.br

domingo, 29 de novembro de 2020

Uma vitória da Civilização, da Democracia e dos verdadeiros cristãos.


 


A vitória dessa coalização democrática que apoiou o Edmilson foi uma vitória de Davi contra Golias.

Vencemos uma poderosa máquina de mentiras, as fakes news.

Uma máquina terrorista, criminosa, que apelou aos preconceitos e aos medos mais profundos das pessoas.

Vencemos o embuste, a hipocrisia, o ódio.

Vencemos a velha política, com a sua distribuição de cestas básicas e todas as formas de compra de votos.

Vencemos o dinheiro dos ricos, de vários pontos do Pará.

Uma gente que considera “ofensiva” a simples possibilidade de que a população mais pobre tenha uma vida digna.

Um bando de escravocratas, que não estão nem aí se milhares de belenenses passam fome, sem direito à Educação, Saúde, empregos, e vivem que nem bicho, no meio da lama.

Uma gente que acha “natural” que o nosso povo morra às centenas, no meio dessa pandemia.

Uns arremedos de seres humanos, que se dizem “cidadãos de bem”.

Mas que perseguem, espancam e matam outros seres humanos.

E que tentam, de todas as formas, destruir a Democracia.

Vencemos também os falsos pastores, os falsos profetas, os vendilhões do Templo.

Aqueles que usam a religião para ajuntar dinheiro e poder.

Aqueles que conduzem tantas ovelhas para o abismo, porque as ensinam a odiar, em vez de amar.

Sim, essa também foi uma vitória dos verdadeiros cristãos.

De todos nós que sabemos que não basta apenas falar em Deus da boca pra fora.

Mas que é preciso que os nossos frutos, os nossos atos, sejam o reflexo do exemplo de Jesus, que era manso e humilde de coração.

Ser cristão é amar ao próximo, é consolar os que sofrem, é dividir o pão com aqueles que nada têm.

É lutar por uma sociedade mais justa, mais humana, solidária, tolerante, respeitosa.

É NÃO emporcalhar o Santo nome de Deus, arrastando-o para a lama da politicagem.

É dizer em alto e bom som, como talvez dissesse hoje o próprio Jesus: respeitem a nossa Fé, bando de sepulcros caiados, bando de fariseus!

Apesar da apertada margem de votos, essa foi, principalmente, uma grande vitória de todos nós que amamos a Democracia e que acreditamos na construção de um mundo melhor.

De Belém e outras cidades vêm os sinais de que estamos, sim, conseguindo conter essa onda de ódio que varreu o Brasil.

Vêm os sinais de que conseguiremos, sim, apear do poder essa quadrilha que tomou de assalto o nosso país.

No entanto, ainda levaremos décadas para vencer essas hordas que tentam destruir todas as conquistas civilizatórias, e nos empurrar de volta ao patriarcado.

As vitórias que obtivemos nos Estados Unidos, na Venezuela e em várias cidades brasileiras são apenas os primeiros resultados concretos da reação das forças democráticas.

Mas não desanime, meu irmãozinho, minha irmãzinha.

Porque os nossos netos e bisnetos colherão o doce fruto de toda essa luta pela Civilização, pela Democracia, pela Tolerância, pela Liberdade, pela Solidariedade, pelo Amor, que estamos hoje a travar.

Em todo o mundo.

Com todas as nossas forças.

E com todo o nosso coração.

FUUUIIIIII!!!!!

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Empresários financiam campanha de Eguchi a prefeito de Belém. Quase 60% das doações para o candidato vieram de sócios ou donos de empresas da capital e do interior. Entre os doadores do delegado há até gente envolvida em acusações de trabalho escravo, crimes ambientais e fraude fiscal. Um quarto das doações para a campanha dele são de origem não identificada, mesmo problema que levou à rejeição de suas contas da campanha de 2018, pelo TRE. Veja a relação dos empresários que doaram acima de R$ 2 mil.

 


Empresários de Belém e de outros municípios, alguns deles milionários e até envolvidos em acusações de trabalho escravo e crimes ambientais, estão entre os maiores doadores de dinheiro para a campanha do delegado da Polícia Federal Everaldo Eguchi, que concorre à prefeitura com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Entre as 163 doações que o candidato declarou até a última segunda-feira (23/11) também existem 41 de origem não identificada, o que representa um quarto do total. 

A irregularidade é a mesma que levou à desaprovação das contas de campanha de Eguchi pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nas eleições de 2018, quando concorreu a deputado federal.

A decisão, que transitou em julgado no último 31 de outubro, determina que ele devolva R$ 16 mil aos cofres públicos.

Já a campanha de Edmilson Rodrigues, também candidato a prefeito Belém, recebeu mais de 90% das doações do partido dele, o PSOL, e do PT. Nas contas de campanha dele, há apenas dois doadores não identificados. 

 

Pelo menos 59% vieram de empresários

 

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até a última segunda-feira o dinheiro de empresários já representava pelo menos 59% das doações de origem identificada para a campanha de Eguchi. Outros 7% vieram da Direção do Patriota.

Mas como a Perereca pesquisou nome a nome apenas as 53 maiores doações (aquelas iguais ou acima de R$ 1.000,00), não há como afirmar se os 34% restantes eram apenas de cidadãos comuns.

Até a última segunda-feira, Eguchi havia declarado apenas R$ 235.315,00 em doações. Desse total, R$ 21.170,00 eram de origem não identificada.

Dos R$ 214.145,00 restantes (doadores identificados), pelo menos R$ 125.545,00 vieram de empresários e R$ 15.900,00 da direção partidária, restando R$ 72.700,00 que poderiam ou não ser apenas de “cidadãos comuns”. 

 

Acusações de trabalho escravo...

 

O maior doador da campanha de Eguchi é Reinaldo José Zucatelli, que doou R$ 20 mil. Em maio de 2002, uma fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e da Polícia Federal constatou várias irregularidades em uma fazenda pertencente a ele, no município de Marabá, no Sudeste do Pará.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), mais de 70 trabalhadores viviam ali há anos, mas não possuíam contrato de trabalho. As condições de vida eram degradantes: a água para beber, tomar banho e preparar a comida vinha de um igarapé, também usado para dar de beber ao gado. Os alojamentos eram barracos no meio da mata, com piso de chão batido e cobertos com lona, sem cozinha ou banheiro.   

O caso só foi sentenciado, em primeira instância, em 2009, ou 7 anos depois. O fazendeiro, o gerente e testemunhas negaram as acusações. O juiz entendeu que Zucatelli e o gerente não poderiam ser condenados por trabalho escravo, por falta de provas. Mas o principal, a seu ver, é que Lei 10.803/03, que descreveu as práticas trabalhistas enquadráveis nesse tipo de crime, só entrou em vigor em dezembro de 2003, ou depois do fato. 

No entanto, o juiz condenou cada um a mais de 3 anos de reclusão por outros crimes. Basicamente, falsificação de documentos públicos, devido à falta de anotações nas carteiras de trabalho. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou os recursos do fazendeiro, do gerente e do MPF. Mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o caso só chegou em 2015, declarou as punições extintas, devido à prescrição pelo tempo decorrido. 

 

...Crimes ambientais...

 

Sediado em Marabá, o grupo empresarial de Zucatelli é um dos mais poderosos do Norte do país: além de fazendas de gado e plantio de eucalipto, também atua nas áreas de Seguros, pavimentação asfáltica e comércio de veículos, máquinas e implementos agrícolas, inclusive para prefeituras do Pará e de outros estados. 

Mas ele não foi o único rico e poderoso empresário a contribuir para a campanha de Eguchi. Outro grande empresário é Arnaldo Betzel, ex-presidente do Sindicato Rural de Paragominas, que declarou ter doado apenas R$ 5 mil. Ele é o patriarca de um grupo cujas empresas localizadas pela Perereca somam cerca de R$ 8,5 milhões em capital social declarado. 

Boa parte das empresas está concentrada no município de Benevides, como a EBL – Exportadora Benevides, a Hadex Comércio e Indústria de Madeira e a Benevides Madeiras. Mas há também uma empresa sediada no Acará, a Goola Indústria Comércio e Exportação de Alimentos (antiga Angus), e uma filial da Benevides Madeiras em Melgaço, na Ilha do Marajó. 

Em 2018, Arnaldo Andrade Betzel, filho e sócio do Betzel doador da campanha de Eguchi, foi multado pelo IBAMA em cerca de R$ 2,2 milhões, por desmatamentos ilegais. Mesmo assim, o grupo segue exportando madeira para a Bélgica, Holanda, França e Dinamarca, e polpa de frutas, como o açaí, para a Alemanha.

Outro empresário acusado de crimes ambientais, que também doou dinheiro (R$ 6.295,00) à campanha do delegado, é Eduardo Yasuji Martins Eguchi, irmão do candidato. Em 11 de novembro, o juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 5ª Vara da Fazenda e Tutelas Coletivas de Belém, determinou o bloqueio de R$ 3 milhões em bens de Eduardo, da Tecniflora Ltda, que pertenceu a ele, e de mais quatro pessoas, devido a um suposto esquema de fraudes para acobertar a extração e comércio de madeira ilegal.

(Leia aqui: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2020/11/justica-bloqueia-bens-de-eduardo-eguchi.html).

 

...e apropriação de ICMS

 

Outro doador às voltas com a Justiça é o empresário Antonio de Abreu Lobão, que doou R$ 1.000,00. Sócio das empresas Super Luz Comércio e Serviços e Centro Elétrico Ltda, ele chegou a ser preso, em dezembro de 2014, durante a Operação Poraquê, deflagrada pelo  Ministério Público do Pará (MP-PA) e pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), para investigar fraudes licitatórias e sonegação fiscal que teriam ocorrido em prefeituras do interior. 

Lobão foi preso porque a polícia encontrou, na casa dele, duas armas (revólver e espingarda) sem registro. No último 19 de novembro, ele foi denunciado pelo MP-PA à Justiça por crimes contra a ordem tributária. Durante dois anos, diz o MP-PA, o empresário teria se apropriado de mais de R$ 3 milhões em ICMS, que o Centro Elétrico Ltda cobrava dos clientes, embutido nas notas fiscais, mas não repassava ao Fisco. O processo é o de número 0019896-28.2020.8.14.0401 e tramita na 13 Vara Criminal de Belém.

 

Veja outros empresários, além de Zucatelli, Betzel e Eduardo Eguchi, que doaram para a campanha do delegado (na lista, apenas as doações iguais ou acima de R$ 2 mil):

1-Geraldo Kohei Yamamoto, dono da Master Jeans Comércio e Confecção (aparentemente ligada ao grupo Yamcol). Doou R$ 18 mil; 

2-Francisco Nunes Viana Neto, seria sócio da construtora Perfil Engenharia Ltda. Doou R$ 12.200,00;

3-Cleomar Carneiro de Moura, produtor rural (e cartorário). Doou R$ 10 mil; 

4-Fabrízio de Almeida Gonçalves, sócio da construtora Santa Rita Engenharia Ltda. Doou R$ 7.500,00; 

5-Edison Pacheco Gonzales Junior, seria sócio da Indústria e Comércio de Conservas Alteroza Ltda, que fabrica palmito em conserva, no município de Anajás, na Ilha do Marajó. Doou R$ 5.000,00;

6-Acácio Antonio de Almeida Gonçalves, sócio da construtora GM Engenharia Empreendimentos Ltda. Doou R$ 5.000,00;

7-Roza Martinha Cabral Rebelo Vianna, sócia da Rebelo Indústria, Comércio e Navegação Ltda (Reicon) e da Fazenda Santo Ambrósio, no município de Chaves, na Ilha do Marajó. Doou R$ 4.500,00;

8-Armando Câmara Uchoa Junior, dono da construtora Engefix Construções Eireli, sediada em Ananindeua (no site do TSE, o nome está grafado “Armanda”, mas o CPF é dele). Doou R$ 3.000,00;

9-Alexandre Antunes Renda, seria sócio administrador da Veloz – Química, Derivados de Petróleo e Solventes Ltda (Veloz Tintas), sediada em Benevides. Doou R$ 3.000,00;

10-Maura Bringel Erse, dona da construtora Marquise Serviços de Construção Eireli (MG Construtora). Doou R$ 2.500,00;

11-Ivan Lopes de Carvalho, sócio da empresa de instalação e manutenção elétrica Carvalho’s Comércio e Serviços de Manutenção Ltda (Estrutura – Materiais de Construção). Doou R$ 2.400,00;

12-Walter Filizola da Silva Filho, seria sócio da WG Filizola Representações Ltda. Doou R$ 2.150,00;

13-Neuro Zortea, seria sócio das empresas J Evelin Comércio de Móveis Ltda (Vitta Ambientes Planejados) e NTZ Comércio de Móveis Ltda. Doou R$ 2.000,00;

14-Fábio Yamamoto Inagaki, seria sócio da empresa Yamamoto Comércio Ltda (Yamcol). Doou R$ 2.000,00;

15-Agnaldo Novaes de Lima, seria sócio da empresa M.J Novaes de Lima & Cia Ltda (Curtume Ideal). Doou R$ 2.000,00

sábado, 21 de novembro de 2020

Justiça bloqueia bens de Eduardo Eguchi, irmão do Delegado Eguchi, candidato a prefeito de Belém. Maior fraude do Pará para “esquentar” madeira ilegal teria causado prejuízo de R$ 3 milhões.


O juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 5ª Vara da Fazenda e Tutelas Coletivas de Belém, determinou o bloqueio de bens do engenheiro florestal Eduardo Yasuji Martins Eguchi, irmão do delegado da Polícia Federal Everaldo Jorge Martins Eguchi, que concorre à Prefeitura de Belém com o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro. Eduardo, a empresa Tecniflora Ltda e mais quatro pessoas são acusados de crime ambiental, naquele que seria o maior esquema de fraudes do tipo já registrado no Pará, para a extração ilegal de madeira, em vários municípios. No processo (uma Ação Civil Pública), o Estado do Pará pede uma indenização de R$ 3 milhões, por danos ambientais. A decisão judicial é do último 11 de novembro. O bloqueio de bens é também de até R$ 3 milhões.

O caso começou em 2013, com uma investigação da SEMA, a secretaria estadual de Meio Ambiente, que levou à autuação de mais de 50 empresas, por crimes ambientais. Segundo as investigações, a Tecniflora Ltda, que pertenceu a Eduardo Eguchi, teria dado cobertura à extração ilegal de madeira por várias empresas. Ela possuía um Plano de Manejo Sustentável, aprovado pela SEMA, e autorização para extração madeireira na Fazenda Marituba, de 5 mil hectares, no município de Anajás, na Ilha do Marajó. No entanto, não explorou a área: no local, não havia estradas principais, secundárias, ramais de arraste, pátios de estocagem, alojamento, ou seja, uma estrutura compatível com os 151.943,48 metros cúbicos de madeira nativa que estava autorizada a explorar.

Em alguns pontos da fazenda, não havia nem sequer vestígio de atividade, e as imagens de satélite mostravam que a floresta, de onde deveriam ter saído várias toras de madeira, permanecia intocada. O acesso ao terreno era apenas por via fluvial, mas 33 das 830 guias florestais emitidas pela empresa informavam a movimentação de carga através de estradas, apesar da mais próxima ficar a 54 km, em linha reta. Na verdade, a madeira que a Tecniflora dizia ter retirado dali e vendido a outras empresas existia apenas no papel e nos dados falsos que eram inseridos no sistema estadual de controle dessa atividade, o Ceprof/Sisflora. O esquema permitia “esquentar” a madeira que as empresas “compradoras” (algumas delas fantasmas) haviam retirado ilegalmente de outras áreas.

“Este crime ambiental é conhecido por ‘esquentamento de madeira’, que é quando uma empresa utiliza créditos florestais de uma área de manejo florestal autorizada para ‘acobertar’ madeira explorada ilegalmente de outro local, geralmente áreas de florestas exploradas sem autorização ou de desmatamento ilegais”, explicou o secretário da SEMA da época, José Alberto Colares. As empresas envolvidas na suposta fraude estavam localizadas não apenas em Anajás, mas até em Belém, e em mais oito municípios: Breves, Moju, Portel, Tucuruí, Tailânda, Trairão, Uruará e Inhangapí. Ao todo, a Tecniflora teria vendido 151.819,33 metros cúbicos de madeira ilegal, ou 99,91% do total que estava autorizada a comercializar, o que levou à interdição de seu Plano de Manejo e ao seu bloqueio para a atividade, ainda em 2013.

Na decisão do último dia 11, na qual determinou a indisponibilidade de bens da empresa, de Eduardo Eguchi e de mais quatro pessoas, o juiz Raimundo Rodrigues Santana considerou existir, na documentação apresentada pelo Estado, “a demonstração prévia de que houve infrações de natureza administrativa e (talvez até penal), cuja repercussão também poderá ser aferida no campo civil. Afinal, o desmatamento realizado irregularmente constitui ilícito flagrante à ordem jurídica, especialmente quando é sucedido por vários relatórios de fiscalização e procedimento administrativo”.

Ele observou que os responsáveis pela Tecniflora não apresentaram qualquer recurso administrativo perante a SEMA, “denotando o seu desinteresse em esclarecer e/ou refutar as imputações”. E mesmo com a interdição definitiva da empresa “inexistem notícias no sentido de que os seus sócios e/ou responsáveis tivessem adotado qualquer atitude no sentido de minimizar os danos causados”. Leia a íntegra da decisão: https://drive.google.com/file/d/16uKKFjXFGWoojYFHsdiRpKoO4tDWmuMn/view?usp=sharing

Confira um release (notícia) distribuído em 2013, pela SEMA, aos veículos de comunicação: https://www.semas.pa.gov.br/2013/09/20/sema-atua-mais-de-50-empresas-por-comercio-ilegal-de-madeira-no-para/

E confira, também, a reportagem publicada, na época, pelo jornal Diário do Pará: https://m.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-257600-sema-confirma-megafraude-no-marajo.html

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Belém resistirá!


 

Belém está à beira de uma tragédia nunca vista.

Porque colocar um bolsominion para comandar uma cidade como ela, no meio de uma pandemia, é arriscar-se a ter cadáveres e mais cadáveres pelas ruas, para repasto dos urubus.

Mas quem se importa, não é?

Afinal, essa gente quase nem nome direito tem.

É só José e Maria.

E são tantos josés e marias, que mais um ou menos um, que diferença faz?

Gente de falar caboclo, pele morena, curtida pelo trabalho de sol a sol.

Gente que alguns acham que nem é gente.

Ou se é gente, que nasceu apenas para servir.

E que tem de ficar quieta, calada, enquanto lhe roubam até o bem maior, que é a Vida.

Mas eu lhes digo: esse sangue caboclo que corre nas veias dessa gente, é o mesmo que corre nas minhas veias também.

E não, vocês não vão matar os meus irmãos.

Vocês não vão transformar Belém em um grande cemitério, apenas para agradar a esse presidente assassino.

Vocês, que se dizem “cidadãos de bem”, que chamam todos os políticos de ladrões, mas que idolatram um presidente que fez fortuna com o crime organizado, com as milícias, com as rachadinhas.

Vocês enchem a boca para falar de Deus, mas o coração de vocês não é de Deus, é do demônio, porque é o demônio que mata e destrói.

Jesus não veio ao mundo para condenar. Jesus veio ao mundo para salvar.

Não foi apenas o sangue que Ele derramou naquela cruz: foi a Sua Graça infinita, para perdoar todos os nossos pecados.

Mas enquanto Jesus salva, vocês condenam. Enquanto Jesus fala de amor, vocês semeiam o ódio.

Ódio aos gays, ódio às mulheres, ódio aos negros, ódio aos índios, ódio aos pobres.

Ódio, ódio, ódio!

Porque o coração de vocês é como aquela figueira amaldiçoada, que nada tinha a oferecer, nem mesmo ao Criador.

E tenho para mim que vocês nem sequer acreditam em Deus.

Porque se acreditassem Nele, ao menos O temeriam.

E não usariam o Seu Santo Nome em vão.

Para enganar as pessoas.

Para arrancar dos pobres o pouco que eles têm.

Para transformar o Senhor Nosso Deus em uma espécie de baal, que se deleita com o sangue dos nossos irmãos.

Negros, índios, caboclos, gays, mulheres, que vocês perseguem, espancam e matam, ou tentam reduzir à escravidão.

Vocês não estão nem aí para o sofrimento do nosso povo. Para a fome, a dor, o desespero. O fato da nossa gente viver se arrastando que nem bicho, no meio da lama.

Tudo o que vocês querem é servir a esse presidente psicopata.

É servir aos interesses desse país distante chamado Brasil, que só se lembra do Pará para roubar as nossas riquezas.

Não, vocês não dominarão esta cidade.

Vocês não farão da minha Belém, a cidade onde nasci e cresci, uma cidade triste, amargurada e cheia de ódio, como esse coração imundo de vocês.

A minha Belém continuará livre, feliz, acolhedora, amável, solidária, suave como o beijo da manhã.

Belém resistirá!

E ressurgirá com toda a beleza e esplendor que já teve um dia.

Já vocês passarão.

E quando tiverem morrido, ninguém nem se lembrará que aqui estiveram.

Porque, se calhar, nem deveriam ter nascido.

FUUUIIII!!!!!

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Opinião*: Procurador Geral de Justiça, Gilberto Martins, rasga a fantasia e tenta interferir nas eleições com factoide. Ele pede o afastamento de Helder pela compra de ventiladores pulmonares, o que não causou prejuízo algum ao erário. Mas silencia sobre a compra de ventiladores, aparentemente fantasmas, pelo prefeito Zenaldo Coutinho. Pudera: quem assinou a transação foi Sérgio Amorim, cunhado de Gilberto, e que era secretário de Saúde de Zenaldo. Mulher do procurador geral de Justiça é assessora do TCM, comandado há décadas pelo PSDB. Gilberto e os tucanos talvez esperassem que o governador deixasse a população morrer, para transformá-lo no vilão de toda essa história. Mas Helder preferiu a Vida.


 

O procurador geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, chefe do Ministério Público Estadual (MP-PA), rasgou de vez a fantasia e assumiu a sua militância partidária em favor do PSDB. Ontem, ele ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo o afastamento do governador Helder Barbalho, devido à compra de 400 ventiladores pulmonares junto à SKN do Brasil. A transação não causou nem sequer um real de prejuízo aos cofres públicos. Helder conseguiu, na Justiça, que a empresa devolvesse todo o dinheiro que o Governo havia pagado antecipadamente. Aliás, até conseguiu que a empresa indenizasse o Pará, por entregar equipamentos diferentes dos que foram comprados. Mesmo assim, Gilberto Martins pede o afastamento de Helder. Mas silencia sobre os ventiladores pulmonares comprados pelo tucano Zenaldo Coutinho junto à empresa GM Serviços, em uma transação repleta de indícios de irregularidades, e dos quais até hoje não se sabe se de fato existem.

Pudera: até há poucos dias, o secretário de Saúde de Belém e braço direito de Zenaldo era Sérgio de Amorim Figueiredo, cunhado de Gilberto Martins. Foi Sérgio Amorim quem assinou a compra desses ventiladores da GM Serviços, além de várias outras transações que podem ter causado milhões de reais em prejuízos aos cofres públicos. Foi Sérgio Amorim quem assinou, por exemplo, a compra sem licitação de 11 milhões de luvas de látex para o combate à Covid-19, um quantitativo que supera até a população do Pará e que é forte indicativo de superfaturamento por quantidade: quando se compra grandes volumes de um produto, para receber apenas uma parte. Durante a pandemia, Amorim até pagou antecipadamente por 40 mil máscaras hospitalares PFF2, mesma irregularidade de que Gilberto Martins acusa o governador. Só que no caso de Helder, todo o dinheiro foi devolvido. Mas e quanto as máscaras compradas por Amorim? Aliás, onde é que elas estão? Foram entregues de fato, ou o seu paradeiro é semelhante ao dos ventiladores da GM Serviços, que ninguém sabe ninguém viu?

Não, não são meras “coincidências” os dois pesos e duas medidas de Gilberto Martins e o fato de ajuizar essa ação contra Helder a apenas 5 dias das eleições municipais. Em verdade, o procurador geral de Justiça se utiliza dos poderes de seu cargo para criar um factoide político que possa influenciar no resultado das eleições. O que ele pretende é que os eleitores não votem em candidatos apoiados pelo governador e escolham os candidatos do pior e mais rejeitado prefeito da história de Belém. Mas também pudera, não é? Por outra dessas “coincidências”, a mulher de Gilberto Martins, Ana Rosa, é assessora do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), comandado há décadas pelos tucanos. Entre eles, o ex-deputado do PSDB Zeca Araújo.

A indecência dessa promiscuidade entre o procurador geral de Justiça e esses políticos só foi revelada graças à Operação Quimera, da Polícia Civil, que investiga o escândalo dos ventiladores pulmonares, aparentemente fantasmas, comprados por Zenaldo da GM Serviços. Em 9 de outubro, a Operação cumpria ordens judiciais de busca e apreensão na Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) e em vários endereços ligados à GM Serviços e a Sérgio Amorim. Um desses endereços era o apartamento da mãe do então secretário municipal de Saúde. E para surpresa do distinto público, que paga cerca de R$ 500 milhões por ano em impostos para sustentar o MP-PA, quem apareceu para abrir o apartamento foi a mulher de Gilberto Martins. Um fato que escancarou a boquinha do cunhado do procurador geral de Justiça na SESMA. E não só: também mostrou até onde Gilberto Martins está disposto a usar e abusar dos poderes do cargo, para defender seus interesses pessoais.

Pouco depois de os policiais chegarem ao apartamento da mãe de Amorim, apareceu por lá o tenente-coronel da Polícia Militar, Afonso Geomárcio Alves dos Santos, assessor de Gilberto Martins no MP-PA. Além de pedir “o nome completo” da delegada que comandava a busca e apreensão, Geomárcio já chegou filmando, com seu smartphone, os policiais civis que participavam daquela operação, o que para muitos advogados configura uma clara tentativa de obstrução da Justiça. O caso, possivelmente inédito, provocou tamanho desconforto nos policiais, que a delegada até registrou um boletim de ocorrência. Diante do escândalo, Gilberto Martins alegou que Geomárcio estava ali como segurança de sua esposa, um privilégio que o contribuinte é obrigado a garantir a integrantes do MP-PA. No entanto, isso não explica o porquê de o tenente-coronel haver pedido o “nome completo” da delegada e filmado os policiais.

É escancarado o uso político que Gilberto Martins faz do cargo que ocupa e a maneira como amordaça o MP-PA para que os malfeitos tucanos permaneçam impunes. Talvez por dívida de gratidão ao ex-governador Simão Jatene, que o guindou ao cargo, apesar de não ter sido o preferido de seus colegas. Afinal, o seu nome foi o terceiro menos votado de uma lista tríplice, e a sua nomeação como Procurador Geral de Justiça representou um profundo desrespeito à vontade do MP-PA, além de uma vingança de Jatene contra procuradores e promotores que “ousaram” investigar o filhote dele, Beto Jatene. No entanto, se pretende fazer política-partidária, Gilberto Martins deveria era fazer como todos os cidadãos: se desincompatibilizar. Largar o MP-PA, filiar-se ao PSDB e disputar as eleições. O que não pode é militar partidariamente, com os poderes e o salário que possui.     

Aparentemente, o que também incomoda o procurador geral de Justiça é a popularidade de Helder, derivada em grande parte das belas escolhas que fez como governador. Em vez de se preocupar com os poderosos inimigos que poderia angariar e que poderiam até acabar com a sua carreira política, Helder preferiu socorrer a população. Não titubeou, em momento algum, diante do bem maior que é a Vida, o único cuja perda ninguém consegue remediar. Comprou equipamentos, abriu hospitais de campanha, a Policlínica, que salvaram mais de 200 mil vidas. Gente pobre, desesperada, largada à própria sorte pelo prefeito de Belém, que, em plena pandemia, mandou fechar as portas das unidades municipais de Saúde, além de negar o básico aos profissionais de saúde: equipamentos de proteção individual, que somente agora, depois do pico da doença, é que ele passou a comprar em suspeita profusão.

Talvez o que Gilberto Martins e outras criaturas esperassem é que Helder deixasse o nosso povo morrer, para então processá-lo por descaso, inoperância, no lugar do desprefeito de Belém, tornando-o o grande vilão de toda essa história. Seria a desculpa perfeita para a incompetência, covardia e insensibilidade de Zenaldo, que entre a população e o presidente da República, escolheu o presidente. Pena que o governador tem coração, não é? Pena que não é como Jatene, que, provavelmente, teria ido pescar. Porque agora, para arrancar o governador do cargo e jogar na lata de lixo os votos de mais de dois milhões de eleitores, Gilberto Martins e as criaturas de sua marca terão de explicar à população a verdadeira razão de seu ódio. Feito abutres, queriam era a morte. Mas Helder preferiu a Vida.

 

*Artigo publicado originalmente no jornal Diário do Pará de 11/11/2020

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

A Tomada de Belém

 


Com uma reprovação recorde de 83% até no amigo Ibope, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, virou uma espécie de encosto: ninguém o quer por perto, já que causa um estrago danado ao coitado de quem se aproxima...

Mas como desgraça só quer começo, pode ficar ainda pior.

Caso se confirmem as pesquisas, o segundo turno das eleições de Belém será entre dois candidatos de oposição ao prefeito (Edmilson Rodrigues e José Priante), o que será um fato inédito, pelo menos na história recente da capital.

É verdade: Duciomar não conseguiu colocar o seu candidato no segundo turno.

Mas havia Zenaldo, das fileiras tucanas, então comandadas por Jatene, de quem Duciomar foi a criatura mais impressionante...

Assim, nem tudo estava perdido para Dudu.

Naquele segundo turno de 2012, havia a possibilidade de eleger um “sucessor amigo”, que não submeteria a sua administração a um pente-fino, ou jogaria todos os seus apoiadores na rua da amargura.

Bem diferente, porém, será a situação de Zenaldo, se confirmadas as pesquisas: a quem ele poderá chamar de “sucessor amigo”?

Ao seu arqui-inimigo ideológico Edmilson Rodrigues?

A José Priante, integrante da família Barbalho, cujo coração “é um pote até aqui de mágoa”?

Pode-se até imaginar, diante de um quadro desses, que o prefeito acabe obrigado a um movimento em direção a Priante.

Em primeiro lugar, porque as diferenças com Edmilson são bem mais difíceis de ultrapassar.

Edmilson representa um projeto de poder popular, que é a antítese da manutenção do poder pelas elites políticas e econômicas, das quais o atual prefeito já foi o representante mais promissor.

Além disso, bem vistas as coisas, não há diferenças tão grandes assim entre Zenaldo e os Barbalho.

Todos foram talhados nos valores conservadores da classe média.

Politicamente, podem até fazer um remendo aqui e acolá, melhorando a assistência social, a saúde, a educação.

Mas, com a cidade sob o comando deles, as grandes massas populares sempre estarão excluídas do poder.

O problema de um movimento em direção a Priante é que Zenaldo precisaria ter muito a oferecer, o que não é caso.

Ele já não possui nem mesmo popularidade.

Além disso, os Barbalho nem sequer precisam da máquina da Prefeitura.

Têm a máquina do Governo do Estado, grupo de comunicação próprio e uma militância que se assemelha a um exército guerreiro (e valoroso): entra coesa no campo de batalha, e não foge e nem se desvia, sempre obediente às ordens de seus comandantes.

É uma militância que faz uma diferença danada em qualquer eleição. E que só se encontra semelhante no petismo.

Daí que seria preciso que essa batalha por Belém, cujo pano de fundo, para todos os partidos, é 2022, assumisse contornos dramáticos no segundo turno, para que Zenaldo pudesse ser acolhido por Priante como uma espécie de “filho pródigo”...

Uma dramaticidade que não acredito que venha a se configurar.

Afinal, seria muita burrice de Helder procurar mais inimigos, além dos poderosos inimigos que já possui, e que tentam, de todas as formas, arrancá-lo do poder: entre eles, o MPF e a PF, sob o comando de um vingativo presidente da República; e o MP-PA, com a sua indisfarçável militância tucana.

Além disso, o PSOL não possui capilaridade no estado. Quem possui essa capilaridade é o PT. Mas o PT é aliado do governo. E nos planos do Edmilson, creio eu, não está uma candidatura ao governo, em 2022.

Daí que, em uma disputa entre Edmilson e Priante, é possível que tenhamos um segundo turno como há muito tempo Belém merece e não vê: razoavelmente civilizado.

E a única situação dramática será, em verdade, a do prefeito, que terá de lutar como um bicho, para ao menos sobreviver politicamente.

A colocação de dois oposicionistas ferrenhos no segundo turno será um recado inocultável de que o eleitorado de Belém, desde sempre, talvez, o maior eleitorado de Zenaldo, só deseja mesmo é que ele rasgue, desapareça.

Será uma derrota acachapante, raras vezes vista até no resto do Brasil, já que o “normal” é que o prefeito consiga colocar o seu candidato no segundo turno, ou que ao menos consiga ter uma alternativa que possa apoiar sem maiores problemas.

E de quem é a culpa desse “encalacramento” do prefeito? Da RBA e o do Diário do Pará, como ele tantas vezes afirmou?

Não. A culpa é dele, e somente dele, como até já escrevi.

Zenaldo foi burro desde o começo; um autêntico perna-de-pau.

Primeiro, porque aceitou assumir uma prefeitura problemática como a de Belém logo depois da passagem de um huno como o Duciomar, e ainda por cima na condição de “sucessor amigo”, o que impossibilitou até empurrar as heranças a quem de direito.

Como se isso não bastasse, ainda resolveu comprar brigas que não eram suas, mas daquela mamba-negra que é o Jatene.

Mas o principal é que não conseguiu nem ao menos mitigar os impactos de sua incompetência administrativa, com a escolha de uma equipe de boa qualidade.

A vaidade e os puxa-sacos de que se cercou não lhe permitiram nem enxergar as suas limitações, nem reconhecer e consertar os seus erros.

E o resultado é este: uma cidade destroçada e uma população que vai até soltar foguete, quando ele deixar o cargo.

A 9 dias do primeiro turno, é claro que ainda há muita água para rolar debaixo dessa ponte.

A reta final de uma campanha pode, sim, surpreender e mudar o rumo de uma eleição.

Mesmo assim, é difícil uma ascensão meteórica (e teria de ser realmente meteórica) do candidato do prefeito, ou de algum candidato que pudesse ser um “sucessor amigo”.

Em primeiro lugar, porque os tucanos não estão a lidar com a Ana Júlia e aquela turma da universidade, mas com o MDB e as suas raposas políticas.

Em segundo lugar, porque a pandemia e a proibição de ajuntamentos dificultam ainda mais a situação dos candidatos menos conhecidos pela população.

No entanto, é nestes 9 dias que acontecerão as lutas mais ferozes, os lances mais ousados e empolgantes desta provável Tomada de Belém, pelas oposições aos tucanos.

Caso se concretize a perda do caixa de Belém para alavancar a campanha de 2022, assistiremos à rápida fragmentação dos tucanos e à acelerada desmontagem de suas estruturas de duas décadas de poder.

Será, como se diz, um salve-se quem puder.

FUUUIIII!!!!!!

 

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Pros tucanos entrincheirados em Belém: