sábado, 29 de outubro de 2022

O bolsonarismo é nazista. Bolsonaro tem ligações com neonazistas desde 2004. E você precisa saber disso antes de votar.



A esta altura do campeonato, já não sei mais o que dizer para abrir os seus olhos, meu irmão, minha irmã.

Se saber que o bolsonarismo é nazista; se saber que Bolsonaro tem ligações com neonazistas desde 2004 (https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/10/bolsonaro-tem-ligacoes-com-neonazistas.html); se saber que os nazistas, na Alemanha, assassinavam até recém-nascidos; se nada disso lhe comove ou lhe assusta, em relação ao destino do Brasil, o que mais posso dizer?

Domingo passado, você viu na TV, o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson, recebeu policiais federais à bala.

Ele disparou 60 tiros de fuzil, além de lançar três granadas, contra os policiais, ferindo dois deles: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/10/jefferson-e-bolsonaro-uma-profunda.html

Hoje, outra bolsonarista, a deputada federal Carla Zambelli sacou uma arma e perseguiu um homem negro, em uma rua de São Paulo, colocando em risco um monte de pessoas.

Para se justificar, ela disse que aquele homem a empurrou, jogando-a no chão, mas há um vídeo mostrando que ele não tocou nela e que ela caiu sozinha:https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/video-mostra-que-zambelli-nao-foi-empurrada-antes-de-sacar-a-arma

Mais sobre o caso aqui: https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2022/10/29/aliada-de-bolsonaro-zambelli-segue-jefferson-e-provoca-terror-armado-em-sp.htm

Você acha que isso são “casos isolados”?

Não, meu irmão, minha irmã: o bolsonarismo é uma seita extremamente violenta.

Em maio deste ano, publiquei um levantamento com 12 de casos que me pareceram reveladores acerca do ódio e da intolerância dessas pessoas: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/05/uma-seita-perigosa-violencia.html

A lista mostra que você pode ser cuspido, xingado, espancado, atropelado, e até mesmo assassinado, por qualquer coisa que desagrade um bolsonarista: a cor da sua camiseta, um produto que está vendendo, uma resposta a um xingamento.

O maior exemplo disso foi o assassinato do petista Marcelo Arruda, guarda municipal no estado do Paraná, em junho deste ano.

Marcelo estava comemorando o seu aniversário, com uma dessas festinhas que acontecem em qualquer cidade, todos os dias.

Mas o bolsonarista Jorge Guaranhos, um policial penal, soube da festa e foi lá, xingar, provocar.

E quando o Marcelo reagiu, jogando um punhado de terra no carro do Guaranhos, o bolsonarista se sentiu “humilhado”.

E quando voltou àquele local, invadiu a festa dando tiros: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2022/09/09/assassinado-tesoureiro-do-pt-dois-meses-apos-crime-acusado-que-e-apoiador-de-bolsonaro-ainda-nao-foi-ouvido.ghtml

Ele baleou o Marcelo na frente da mulher e dos filhos.

E se o Marcelo, antes de morrer, não tivesse baleado o Guaranhos, será que não teríamos ali uma chacina?

Quando foi, meu irmão, minha irmã, que você viu esse ódio, essa violência política no Brasil?

É esse o Brasil que você quer deixar para os seus filhos e netos?

Um Brasil onde a gente vive com medo de ser a próxima vítima desses sujeitos?

Um Brasil onde a gente não pode nem mesmo usar uma determinada cor, ou ser de uma determinada religião, ou amar quem quiser, porque pode aparecer uma besta-fera desocupada, que vai lhe cuspir, xingar, bater, e até matar?

É preciso compreender que a essência do nazismo é a violência e o ódio.

Para o nazismo, a vida dos outros não tem nenhum valor.

Você tem de pertencer ao que eles chamam de “raça superior”: a “raça” branca.

E tem de fazer tudo o que eles querem.

Inclusive, ficar em silêncio, enquanto eles massacram seres humanos.

Na Alemanha, nas décadas de 1930 e 1940, os nazistas assassinaram 6 milhões de judeus.

E milhões e milhões de russos, poloneses, tchecos, franceses, gays, ciganos, comunistas, Testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais.

E qualquer um que eles achassem “inferior”. 

E qualquer um que resistisse a eles, seja fazendo oposição, seja apenas ajudando as pessoas que estavam massacrando.

Eles mataram crianças, bebezinhos, grávidas, idosos, para eles não fazia diferença, porque a especialidade deles é matar.

Mataram pessoas no meio da rua, em campos de trabalhos forçados; fuziladas, à beira de covas coletivas; sufocadas com gás venenoso, em câmaras de gás; em guetos, em dolorosas experiências científicas.

E hoje, mesmo depois de derrotados na Segunda Guerra Mundial, ressurgem como neonazistas (novos nazistas), em vários países do mundo.

E, novamente, tentam destruir a Democracia, para instaurar ditaduras, eliminar os que consideram “inferiores” e garantir uma boa vida apenas à “raça superior”.

Não é à toa que o mundo está com os olhos voltados, neste momento, para o Brasil.

As forças democráticas vão travar, neste domingo (30), no Brasil, uma batalha decisiva não apenas para este país, mas para todas as Democracias do mundo.

Então, pense muito bem em como votar.

Lembre dos quase 700 mil mortos que tivemos na pandemia, boa parte deles pobres, pretos, idosos, doentes.

Lembre que só não morreu muito mais gente porque Bolsonaro ainda não possuía poderes de um ditador.

Governadores, prefeitos, Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) forçaram esse homem a dar auxílio financeiro às famílias mais pobres e a comprar vacinas, além de obrigarem o uso de máscaras e fecharem os comércios, para impedir que esse vírus se espalhasse ainda mais.

Só que agora, Bolsonaro comprou o Centrão com o Orçamento Secreto, e tem o Congresso na mão.

Bolsonaristas e ele mesmo já sinalizaram várias vezes que vão interferir no Supremo, aumentando o número de juízes, para que ele tenha maioria lá.

E quanto aos governadores e prefeitos, eles estarão, no ano que vem, de pires na mão, sem dinheiro para programas sociais, por exemplo, já que perderam boa parte dos recursos do ICMS.

Ou seja: se Bolsonaro for reeleito, e tivermos uma nova epidemia, igual ou pior do que a covid, é bem possível que não tenhamos vacinas e nenhuma medida para conter o avanço da doença.

Então, pense muito bem na sua escolha deste segundo turno.

FUUUIIII!!!!!  

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Jefferson e Bolsonaro: uma profunda identidade política, da qual ele nega as aparências e disfarça as evidências, para enganar você




Como sempre faz com os aliados que caem em desgraça, o presidente Jair Bolsonaro tenta se distanciar do ex-deputado Roberto Jefferson.

Bolsonaro chegou a afirmar que nem sequer existiriam fotografias deles juntos.

Mas está difícil disfarçar as evidências.

Em agosto do ano passado, Bolsonaro até ameaçou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a Democracia, após a prisão do amigo-de-fé-irmão-camarada, por ataques àquele tribunal: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/08/4943746-bolsonaro-ameaca-ministros-do-stf-apos-prisao-de-roberto-jefferson.html

Na época, não estávamos no período eleitoral, com Bolsonaro tentando se reeleger.

Não era preciso esconder a identidade política que os une, no desejo de destruição da Democracia, para a implantação de uma ditadura nazifascista (link ao final).

Ou o fato de serem tão chegados que, em 2003, Jefferson até indicou Eduardo, filho de Bolsonaro, para uma assessoria de R$ 10 mil por mês (atualizados), na Câmara dos Deputados, em Brasília, apesar do rapaz, então com 18 anos, estudar no Rio de Janeiro: https://revistaforum.com.br/politica/2022/10/24/roberto-jefferson-nomeou-eduardo-bolsonaro-aos-18-anos-com-salario-de-r-98-mil-125356.html?fbclid=IwAR3bvcYwQzwBwnKcS8uGehyFuDuah1fipLiMW-9PBip3xPIBO5miWsDBmWk

Mas a camaradagem não para aí.

Quando foi preso, no ano passado, Jefferson era investigado por suspeita de pertencer a uma milícia digital, que busca destruir a Democracia, através de ataques às instituições e da disseminação de mentiras (fake news), nas redes sociais.

Que seria comandada, aliás, por um dos filhos do presidente.

Na época, Jefferson já xingara e ameaçara autoridades, até exibindo armas, em vídeos que gravara para a internet.

Já pregara a invasão do Senado Federal, para acabar, na base do “pescoção”, com a CPI que investigava possíveis crimes do governo de Bolsonaro, durante a pandemia.

Mas o seu ato terrorista mais impressionante havia sido um vídeo, de abril daquele ano.

Nele, incitara os “cristãos” a baterem em policiais com cabo de enxada, taco de beisebol e chicote.

E até a colocarem os policiais "fora de combate", com tiros de revólver, caso tentassem fechar as igrejas, como determinado por governadores e prefeitos (e criticado por Bolsonaro), para deter o avanço do coronavírus: https://www.youtube.com/watch?v=56G6Kb63hLY

Até onde se sabe, Jefferson nunca recebeu nenhuma crítica do amigo-presidente, por causa de tais crimes.

Pelo contrário: Bolsonaro até o defendeu, aquando da prisão.

Mais recentemente, nova camaradagem.

O ex-deputado teve impugnada a sua candidatura à Presidência da República, pelo PTB.

E escolheu como substituto o cidadão Kelmon Luís da Silva Souza, que se diz “padre”, mas não é reconhecido pelas igrejas católica e ortodoxahttps://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/09/estranho-padre-nao-demonstra-compaixao.html.

Nos debates televisivos do primeiro turno, vestido com uma batina que lhe conferia “autoridade sacerdotal”, Kelmon elogiou Bolsonaro e atacou Lula, até que ele acabou revidando os ataques.

O objetivo da armação seria evitar a vitória do petista no primeiro turno, o que de fato ocorreu: https://piaui.folha.uol.com.br/eleicoes-2022/padre-kelmon-e-o-conto-do-vigario 

A tentativa de Bolsonaro de negar as aparências e disfarçar as evidências, acerca da sua proximidade com Jefferson, só começou a se configurar no último domingo (23).

Quando, a 8 dias do segundo turno das eleições, Jefferson disparou 60 tiros de fuzil e lançou 3 granadas contra os policiais federais que foram prendê-lo, em sua casa no Rio de Janeiro, ferindo dois deles.

O ex-deputado se encontrava em prisão domiciliar, mas a PF descobrira que ele descumpria, constantemente, várias das exigências para a manutenção desse benefício.

Entre elas, ficar longe das redes sociais, não conceder entrevistas, não receber visitas sem autorização: https://www.conjur.com.br/2022-out-23/violacao-cautelares-determinou-retorno-jefferson-prisao

A gota d’água foi um vídeo que ele divulgou, na sexta-feira (21), no qual ofendeu a ministra do TSE, Carmen Lúcia, chamando-a de “prostituta”, entre outros xingamentos.

Uma violação ostensiva das exigências da prisão domiciliar, até com novos crimes (calúnia e difamação), como se quisesse ser preso.

Com isso, o ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das milícias digitais, revogou a domiciliar e determinou que Jefferson voltasse ao regime fechado.

E foi aí que o ex-deputado resolveu atirar na polícia, em uma atitude típica de traficantes, milicianos e outros criminosos barra pesada.

Mesmo assim, em um primeiro momento, Bolsonaro ainda tentou “passar pano” para o amigo, embora negue que agiu assim.

Ele repudiou “as falas” de Jefferson contra a ministra Carmen Lúcia e a “ação armada” contra os policiais.

Mas repudiou, também, o inquérito das milícias digitais, que afirmou não ter respaldo constitucional (em outras palavras, o inquérito, segundo ele, seria ilegal, o que tornaria ilegal a prisão do ex-deputado).

De quebra, mandou o ministro da Justiça ao Rio de Janeiro, para acompanhar a situação.

Tamanha deferência a um bandido que atacara policiais, gerou uma enxurrada de críticas.

Afinal, qual o cidadão que, ao ser acusado de um crime, tem a sua situação acompanhada pelo próprio ministro da Justiça, que, aliás, é o chefão da PF?

No entanto, tudo piorou ainda mais, após um vídeo que circulou nas redes sociais.

O vídeo mostrava o bate-papo entre um agente da PF e o ex-deputado, para negociar a rendição dele.

Um bate-papo com direito a cafezinho, críticas à atuação dos policiais recebidos à bala, e até a risadas.

Para completar, nem algemado Jefferson foi. 

Tais imagens desmentiram a afirmação de Bolsonaro, de que o seu amigo recebera o mesmo tratamento dado aos bandidos, que atiram em policiais.

Além disso, a “negociação” se estendeu por horas.

E enquanto isso, lideranças bolsonaristas defendiam Jefferson, nas redes sociais, apontando-o como vítima de uma “prisão ilegal”.

O deputado federal Daniel Silveira, que foi indultado por Bolsonaro, após ser condenado pelo STF a quase 10 anos de prisão, chegou a pedir que os bolsonaristas ajudassem o ex-deputado a resistir à prisão.

Mas a tentativa de rebelião Tabajara foi cedendo, conforme crescia a indignação nas redes sociais, na imprensa, e até entre aliados do presidente, no Congresso Nacional.

E acabou de vez, no início da noite de domingo, quando o ministro Alexandre de Moraes emitiu uma nova ordem de prisão contra Jefferson.

Nela, Alexandre ordenou que ele fosse preso em flagrante, por tentativa de homicídio, e proibiu que concedesse entrevistas, antes, durante ou depois da prisão.

Além disso, o ministro observou (com a sutileza de um elefante de patins em telhado de zinco) que a intervenção de qualquer autoridade, para impedir ou retardar aquela prisão, seria considerada delito de prevaricação, que dá até um ano de cadeia: https://www.conjur.com.br/2022-out-23/roberto-jefferson-preso-determinacao-alexandre

Não fosse isso, talvez a baderna tivesse se estendido, como acreditam alguns, até a última terça-feira (25), quando entrou em vigor a proibição da prisão de eleitores.

Isso permitiria que Jefferson permanecesse naquela casa, compartilhando vídeos na internet, concedendo entrevistas, apresentando-se como vítima, xingando o STF, o TSE e as oposições, para incitar outros bolsonaristas a atos terroristas, criar o caos e forçar o adiamento das eleições.

A repercussão negativa do episódio, às vésperas do segundo turno, levou Bolsonaro a tentar se livrar do amigo-de-fé-irmão-camarada, até fazendo de conta que nunca foram tão chegados assim.

O problema é que são muitas as aparências para negar, e as evidências, para disfarçar.


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Veja as ligações do bolsonarismo ao neonazismo: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/10/bolsonaro-tem-ligacoes-com-neonazistas.html

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Bolsonaro tem ligações com neonazistas desde 2004, afirma pesquisadora. A essência do bolsonarismo é nazista, afirma um dos maiores estudiosos do nazismo.




Todos os brasileiros deveriam assistir este vídeo.

Nele, a doutora em Antropologia Social pela Unicamp, Adriana Dias, que estuda o neonazismo no Brasil há 20 anos, fala sobre uma impressionante descoberta: Bolsonaro tem ligações com neonazistas, desde pelo menos 2004.

Tire um tempinho para ver.

Para que você saiba exatamente no que está votando, quando vota nele.

Veja, também, uma reportagem que fiz sobre o nazismo, explicando a história dessa ideologia cruel e assassina, e o que ela prega.

Para você ter uma ideia, os nazistas chegavam a fazer capas de livros com a pele de prisioneiros: 

https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/03/voce-sabia-que-os-nazistas-eram-tao.html

E abaixo, dois vídeos do doutor Michel Gherman, um dos maiores estudiosos do nazismo.

Gherman afirma que o bolsonarismo é nazista.

E explica, inclusive, o uso de símbolos judeus, pelo bolsonarismo, para fazer de conta que não é nazista.

Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ddXjpDOAylc&t=6s

E aqui: https://www.youtube.com/watch?v=zNM-shUEsX8


quarta-feira, 19 de outubro de 2022

“Pintou um clima”: polícia e MP têm de investigar se Bolsonaro prevaricou, ou até se cometeu crimes ligados à pedofilia. O Brasil tem o direito de saber, sem sombra de dúvida, se o presidente da República possui ou não inclinações pedófilas. Basta de sigilos de 100 anos!




Não entendi a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que determinou a retirada, das redes sociais, do vídeo em que Bolsonaro afirma que “pintou um clima” entre ele, um homem de 67 anos, e meninas de 14 ou 15 anos, com idade de serem suas netas.

Segundo o portal Metrópoles, Alexandre considerou que as postagens veiculavam “fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização e aparente finalidade de vincular a figura do candidato ao cometimento de crime sexual”: https://www.metropoles.com/brasil/eleicoes-2022/moraes-manda-pt-e-redes-sociais-tirarem-do-ar-fala-de-bolsonaro-sobre-venezuelanas

Mas qual o fato “sabidamente inverídico”, a que o ministro se refere?

No vídeo, quem diz que “pintou um clima” com aquelas meninas é o próprio Bolsonaro.

E se as pessoas entendem tal declaração como pedófila, é porque o único significado dessa expressão é o de atração romântica ou sexual.

No caso, atração de um idoso por meninas de 14 ou 15 anos.

A própria história que ele contou, para tentar se justificar, não explica que outro sentido teria essa expressão, e levanta uma série de questionamentos.

Tudo começou na sexta-feira, 14, quando ele concedeu uma entrevista ao podcast Papparazzo Rubro-Negro.

Lá pelas tantas, resolveu “contar um lance”, que estaria em uma das suas lives, para criticar a situação da Venezuela, uma das suas fixações.

Segundo ele, o “lance” teria ocorrido em um sábado, quando passava de moto pela comunidade de São Sebastião, na periferia de Brasília.

“Parei a moto numa esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas, 3, 4, bonitas, com 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, “posso entrar na tua casa?”. Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos, se arrumando num sábado pra quê? Ganhar a vida. Você quer isso pra tua filha que tá nos ouvindo aqui agora? E como chegou a esse ponto? Escolhas erradas”, disse ele. 

Quer dizer: ele passava por lá, quando viu aquelas “menininhas”, bonitas e “arrumadinhas”. Calculou que tinham uns “14,15 anos”. Sentiu que “pintou um clima”. Voltou e pediu para entrar na casa delas.

As palavras são do próprio Bolsonaro.

E qual o objetivo delas?

Alguns acreditam que ele tentava provar a sua “atratividade” sexual.

O que, dado o cargo que ocupa, pode até incentivar outros homens a “provarem” o mesmo, à custa de menininhas.

Outros acreditam que se tratou de um ato falho: quando alguém diz ou faz por engano, “sem querer, querendo”, alguma coisa que está em seu inconsciente. Como quando você chama a sua esposa pelo nome da sua amante...

Bolsonaro já havia contado a mesma história, no mês passado, em outro podcast.

Mas sem a expressão “pintou um clima”, e com a observação de que as meninas “tinham tomado banho”:

“Parei numa esquina, tirei o capacete. Daí olhei pra trás e tinha duas ou três meninas bonitinhas, de 14, 15 anos de idade. Me chamou a atenção: menina bonitinha, sábado, né? Mas por que chamou a atenção? Eram parecidas. Eu vi que apareceu mais uma, mais outra. Eu desci da moto: “posso entrar?” Entrei. Tinha umas 15 meninas dessa faixa etária, 14, 15 e 16 anos. Todas muito bem arrumadas, tinham tomado banho, estavam fazendo o cabelo. Venezuelanas. Estavam se arrumando para quê? Alguém tem ideia? Quer que eu fale? Eu vou falar: para fazer programa”.

E quando foi que isso ocorreu? O que ele fez naquela casa? Ele denunciou à polícia ou ao Ministério Público aquele suposto crime de exploração sexual de adolescentes?

Bem, é aí que começa a parte mais nebulosa dessa história, que exige, sim, uma investigação da polícia e do Ministério Público.

É que a live que ele teria realizado, naquela casa, não bate com os fatos narrados nos dois podcasts. 

Segundo reportagens do UOL e do G1, a live ocorreu em abril de 2021 e ele estava acompanhado de uma comitiva.

Mas, na live, ele não fez nenhuma referência à prostituição daquelas adolescentes: apenas criticou a situação da Venezuela e, também, as medidas determinadas por governadores e prefeitos, para conter a disseminação do coronavírus.

Além disso, os jornalistas descobriram que não havia, naquela casa, adolescentes se “arrumando” para se prostituir, aquando da visita de Bolsonaro.

Na verdade, o que havia era uma ação social: um curso de estética (corte de cabelo, design de sobrancelhas), para refugiadas venezuelanas.

Veja no UOL: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/16/venezuelana-diz-que-casa-abrigava-acao-social-durante-visita-de-bolsonaro.htm

E no G1: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/10/16/bolsonaro-nao-mencionou-prostituicao-em-visita-a-venezuelanas-em-2021.ghtml

Então, cabe perguntar: a que se deve a diferença entre o que ocorreu na comunidade de São Sebastião, no ano passado, e as histórias que ele contou, nos dois podcasts?

Trata-se, “apenas”, de mais uma das suas mentiras, para associar as esquerdas à situação da Venezuela e meter medo nos eleitores?

Ou estamos diante de dois episódios distintos, que ele embaralhou: a visita que fez a uma casa, na comunidade de São Sebastião, no ano passado; e outra visita, àquela ou à outra comunidade, quando “pintou um clima” com adolescentes exploradas sexualmente?

Em sendo verdadeira a segunda alternativa, onde, quando e por que isso aconteceu?

Foi a única vez, ou ocorreram outras visitas?

E depois que “pintou um clima” e ele entrou na casa, o que foi que aconteceu?

São muitas as dúvidas, que apenas a polícia e o Ministério Público podem, de fato, esclarecer.

Até porque tudo vai ficando cada vez mais estranho.

Devido ao escândalo que se seguiu à divulgação do vídeo, no sábado (15), Bolsonaro fez uma live, na madrugada de domingo, na qual disse que suas declarações foram deturpadas e tentou minimizar o episódio.

No entanto, agentes de segurança de seu governo estiveram na comunidade de São Sebastião, para localizar as adolescentes venezuelanas.

A esposa dele, Michelle, e a senadora eleita Damares Alves, sua fiel escudeira, mantiveram um encontro sigiloso, na tarde de segunda-feira (17), com venezuelanas.

Aqui: https://oglobo.globo.com/blogs/malu-gaspar/post/2022/10/michelle-bolsonaro-e-damares-se-encontram-em-segredo-com-venezuelanas-citadas-no-episodio-do-pintou-um-clima.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=malugaspar

E aqui: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/10/michelle-encontra-venezuelanas-apos-video-de-bolsonaro.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha

Michelle também tentou minimizar o episódio, afirmando que o maridão tem a mania de falar em “pintou um clima”, para qualquer tipo de coisa.

Mas o Estadão descobriu que ele nunca usou essa expressão, nas 128 lives que realizou, entre 2019 e 2022:  https://www.estadao.com.br/politica/mania-de-falar-pintou-um-clima-em-128-lives-bolsonaro-nao-usou-a-expressao-uma-unica-vez/

Por fim, o casal gravou um vídeo, no qual Bolsonaro pede desculpas às venezuelanas, por ter dito que estavam se prostituindo.

Aqui: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/10/18/bolsonaro-pede-desculpas-a-venezuelanas-apos-polemica-com-pintou-um-clima.htm

E aqui: https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2022/10/18/sem-provas-bolsonaro-disse-que-venezuelanas-iriam-fazer-programa.htm

Donde se conclui que toda a interpretação de sentido sexual, para o fato daquelas “menininhas bonitas” estarem “arrumadinhas”, além do “clima” que teria pintado, só existiram na cabeça dele.

Isso se estivermos diante do mesmo episódio.

O fato é tão grave que gerou vários pedidos de investigação e, também, de proteção às meninas venezuelanas.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue Bolsonaro pelo crime de prevaricação, já que ele não teria comunicado, aos órgãos competentes, que aquelas adolescentes estariam a se prostituir.

Também pediu providências urgentes, para proteger as meninas, e que Bolsonaro seja investigado, ainda, pelos supostos crimes de estupro de vulnerável e de favorecimento da exploração sexual de adolescentes.

O Grupo Prerrogativas, que reúne advogados e juristas, pediu que o STF apure o caso, devido ao teor “aparentemente criminoso” das declarações de Bolsonaro e à possível prevaricação: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/10/16/senador-pede-ao-stf-investigacao-de-bolsonaro-apos-fala-sobre-meninas-venezuelanas.ghtml

O deputado distrital Leandro Grass (PV), do Distrito Federal (DF), denunciou o caso à Procuradoria Geral da República (PGR), também por causa da possível prevaricação.

E disse que é preciso apurar o que realmente ocorreu após “pintar um clima”, e se de fato há atividades ilícitas naquela casa: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/10/15/deputado-do-pv-pede-que-pgr-investigue-conduta-de-bolsonaro-apos-fala-sobre-meninas-venezuelanas.ghtml

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal pediu proteção às meninas, junto à Promotoria da Infância e Adolescência: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/10/17/comissao-de-direitos-humanos-da-camara-legislativa-do-df-pede-protecao-para-adolescentes-venezuelanas-apos-fala-de-bolsonaro.ghtml

Então, é preciso, sim, investigar Bolsonaro, apesar de seu pedido de desculpas.

Afinal, só o fato de um presidente da República afirmar que “pintou um clima” com adolescentes já é extremamente grave, uma vez que sinaliza possíveis tendências pedófilas.

Além disso, as suas declarações podem até ser encaradas como um estímulo à pedofilia, tendo em vista o cargo que ocupa.

Isso sem falar na possibilidade, que é preciso esclarecer, de ter ocorrido assédio às meninas, ou até a consumação de ato sexual.

A sociedade brasileira tem o direito de saber, sem sombra de dúvida, se o presidente da República possui ou não inclinações pedófilas e o que fez ou faz a respeito disso.

Espera-se que a polícia e o MP vão fundo nas investigações.

Isso, é claro, se Bolsonaro não decretar mais um dos seus sigilos de 100 anos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Damares usa as nossas crianças e ofende os paraenses, para fazer politicagem em favor de Bolsonaro.




Cabe na cabeça de alguém que nós, paraenses, ficaríamos calados diante dessas barbaridades contra criancinhas da Ilha do Marajó, que Damares Alves diz ter “descoberto”?

(https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/10/alo-alo-marajo-alo-alo-mpf-damares.html)

Como as nossas polícias, Ministério Público, prefeituras, Governo do Estado, igrejas, entidades de direitos humanos, OAB, Judiciário, imprensa, lideranças políticas, a população nunca ouviram falar disso, ou se ouviram, nada fizeram?

A meu ver, estamos é diante de uma grande farsa, para criar pânico moral na sociedade e enganar os eleitores.

Penso que Damares se aproveitou da distância do Marajó e dos graves problemas de exploração sexual infantil que lá existem, para mentir sobre violências inimagináveis, que estariam atingindo as nossas crianças, sob um manto de silêncio de todos os paraenses.

Penso que ela usou as nossas crianças, uma suposta defesa delas, para fazer politicagem em favor do presidente Bolsonaro, às vésperas do segundo turno das eleições.

Ela inventou e divulgou aberrações, perversões sexuais envolvendo criancinhas, que só cabem em uma cabeça perturbada como a dela.

E tanto é assim que nem mesmo o Ministério Público Federal, de Belém ou de Brasília, foi informado sobre as suas “descobertas”, para as providências cabíveis: investigar esses supostos crimes, resgatar as crianças e processar os criminosos.

Há anos, notícias mentirosas (fake news) sobre a mutilação de crianças, adolescentes e mulheres, em outros países, para transformá-las em escravas sexuais, circulam na "deep web", o esgoto da internet, que é usado para todo tipo de crimes. 

As perversidades descritas por Damares são muito semelhantes a essas fake news de esgoto, intoleráveis até para a maioria dos criminosos que se encontram em nossas prisões de segurança máxima, mas que parecem excitar os pedófilos e outros tarados. 

São fantasias sexuais doentias, que raramente deixam o esgoto, para circular na internet "normal". E que jamais se imaginou virem a ser reproduzidas por uma pastora evangélica e senadora eleita, dentro de uma igreja, e na presença de várias crianças, por qualquer que seja a justificativa.

Para fazer propaganda eleitoral criminosa e mentirosa em favor de Bolsonaro, apresentando-o como “herói” da luta contra a pedofilia, Damares ofendeu todo o povo paraense e todas as nossas instituições.

Porque, fosse verdadeiro o que diz, das duas, uma: ou seríamos tão irresponsáveis e incompetentes na proteção das nossas crianças, a ponto de nunca termos tomado conhecimento de qualquer boato, informação ou indício, acerca de tamanha desumanidade; ou seríamos verdadeiros monstros, um bando de degenerados, capazes de assistir uma violência tão perturbadora, sem nada fazer para cessá-la. 

Leia a reportagem que escrevi sobre o caso para o jornal Diário do Pará, do último 11 de outubro. 

Clique em cima da imagem que abre esta postagem ou clique aqui: https://dol.com.br/digital/Page?editionId=2258#book/3

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Jatene apoia Bolsonazi e assume o que realmente é




Só quem teve alguma ilusão em relação ao ex-governador Simão Jatene, é que se surpreende com a sua adesão a Bolsonazi, neste segundo turno.

Jatene sempre foi um mau caráter.

Traiu todos aqueles que o ajudaram a subir na vida: Jader Barbalho, o finado Almir.

Em 2018, traiu até seus companheiros de PSDB e de partidos aliados.

Uns, empurrados para candidaturas natimortas.

Outros, abandonados durante a campanha.

Tudo para que ninguém lhe fizesse sombra.

E, por absoluta falta de alternativas viáveis, acabasse se tornando “unanimidade”, entre os tucanos, para o cargo que mais lhe conviesse: o Governo do Estado ou o Senado, nestas eleições.

Só que no meio do caminho apareceu uma pedra: o TSE, que o tornou inelegível, por ter cometido abuso de poder político e econômico, nas eleições de 2014.

Há quem diga que o apoio a Bolsonazi é um triste fim, para a carreira política de Jatene.

Mas, em verdade, trata-se de uma decisão rigorosamente compatível com a sua essência.

Apesar de vender a imagem de um “democrata”; de viver falando em “servir ao público”, Jatene sempre foi um típico “cidadão de bem”.

Empregou dezenas de parentes na máquina pública.

Manteve, durante anos, uma amante pendurada nos cofres públicos.

O sobrinho enriqueceu a olhos vistos, lá em Castanhal.

O filho chegou a ser preso, por suspeita de corrupção.

O próprio Jatene sempre esteve enrolado em acusações cabeludas de corrupção.

Mesmo assim, vive chamando todo mundo de corrupto.

Haja perobal, não é?

Mas não é apenas o farisaísmo que faz de Jatene um típico “cidadão de bem”: ele também carrega enorme rancor, além de insaciável sede de poder.

A sua decisão de apoiar a reeleição de um neonazista, é claramente uma tentativa de obter alguma migalha de poder, e de destruir o atual governador.

O que deixou Jatene inconsolável foi o fato de Helder ter sido o governador mais votado do Brasil, em termos proporcionais.

Afinal, imaginara que Helder sucumbiria diante do estado de destruição em que recebeu o Pará, e das armadilhas deixadas em seu caminho.

A pior delas, o rombo de R$ 1,5 bilhão nas contas públicas.

No entanto, Helder se mostrou um governador muito melhor do que o esperado.

Depois de tapar o buraco das contas públicas, passou a destinar recursos crescentes a investimentos.

As obras, espalhadas por todos os municípios, aqueceram a economia e geraram milhares de empregos, apesar da crise que o Brasil enfrenta.

Uma situação oposta aos 8 anos dos governos de Jatene, quando bilhões que deveriam ter sido destinados a investimentos, simplesmente desapareceram. E, com eles, os potenciais empregos.

Tão ou mais importante, porém, é que Helder se mostrou um governador presente.

Não apenas na propaganda, mas de verdade.

Isso levou a população a recuperar a confiança no Governo do Estado.

Fez com que ela percebesse que Helder estaria sempre junto dela.

Fez com que tivesse a certeza de que não seria abandonada à própria sorte; de que Helder não iria simplesmente desaparecer, para se embalar em uma rede, pescar ou tocar violão.

A prova de fogo foi a pandemia.

Jatene e alguns urubus, fantasiados de políticos, devem ter apostado que Helder deixaria a nossa população morrer.

Ou por incompetência, ou por medo, ou por desleixo, ou por insensibilidade.

Devem até ter esfregado as mãos, pensando nas imagens que esses cadáveres lhes renderiam, para a campanha eleitoral.

Mas graças a Deus, Helder, novamente, saiu-se muito melhor do que o esperado por Jatene.

E tudo porque possui uma qualidade desprezada por seus adversários: Humanidade.

Foi ela que o levou a se revelar um dos governadores mais corajosos deste país.

Porque o Pará não possui o poder político e financeiro de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais.

E mesmo assim, esse garoto, risonho e educadinho, peitou o neonazista furibundo que ocupa a Presidência da República.

Talvez não passasse nem sinal de wi-fi, mas peitou!

Mesmo sabendo que Bolsonazi é um sujeito perverso e vingativo, Helder moveu céus e terra para salvar o nosso povo.

E não sossegou até conseguir UTIs e vacinas suficientes, para toda a nossa população.

Fico imaginando se fosse o Jatene, um sujeito sabidamente frouxo, no lugar do Helder.

E se tivéssemos na Prefeitura de Belém um neonazista, como queriam esses urubus.

Certamente, teríamos tido aqui um desastre humanitário muito maior do que o de Manaus.

E penso que esse desempenho eleitoral do Helder tem muito a ver com a sua postura, durante a pandemia.

Apesar de tão sofrido, e até desiludido por causa dos maus políticos, o nosso povo sabe, sim, reconhecer aqueles que verdadeiramente o abraçam.

Aqueles que até arriscam tudo o que possuem, para garantir-lhe o supremo direito à vida.

Jatene sabe que se Bolsonazi se reeleger, Helder roerá uma pupunha.

Talvez acabe até preso e afastado do poder, para que Bolsonazi coloque no Governo do Pará um sujeito servil.

Um sujeito que lave as mãos, diante da matança do nosso povo.

Um sujeito que silencie, diante da destruição dos nossos rios e florestas.

Mas Jatene não está nem aí.

Tudo o que ele quer é se vingar e recuperar algum poder, ainda que à custa de um banho de sangue, no Pará e no Brasil.

Nada mais revelador de sua verdadeira face.

Aquela que ocultou de tantos, com a ajuda da sua propaganda milionária e dos puxa-sacos que viviam no seu entorno.

Eis aí, sem a máquina, sem propaganda, sem vassalagem, quem Jatene realmente é!

Eis aí a sua alma pequena, corroída pela amargura e pela sede de poder!

Até o discurso dos “cidadãos de bem” ele repete, em vídeo que circula na internet.

Presta-se até a afirmar que Bolsonazi não representa nenhum perigo à Democracia.

E a única coisa que faltou à sua fala, o fecho de ouro!, foi a saudação típica dos "cidadãos de bem", nestes tempos tão sombrios: Heil Jair!

 

FUUUUIIIII!!!!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Alô, alô, Marajó! Alô, alô, MPF! Damares Alves diz que traficantes arrancam dentes de criancinhas traficadas do Marajó, para que elas “não mordam durante o sexo oral”. E insinua que imprensa, STF e Congresso apoiam tais perversidades. Mas não explica o que fez contra isso e por que só decidiu “revelar” essas aberrações às vésperas do segundo turno das eleições.




Em 2019, quando era ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves chocou o Pará e o Brasil ao afirmar que meninas eram estupradas, na Ilha do Marajó, por não usarem calcinhas. Ou seja: para ela, a culpa era dessas crianças e adolescentes.

Agora, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, Damares volta à carga, com declarações que mais parecem saídas da seita norte-americana Q-Anon, que se utiliza de um problema social gravíssimo, como é a pedofilia, para satanizar adversários e endeusar os amigos.

Segundo Damares, crianças de 3 ou 4 anos da Ilha do Marajó, traficadas para outros países, teriam seus dentes arrancados, “para que não mordam na hora do sexo oral”.

Seriam, também, alimentadas apenas com comidas pastosas, “para o intestino ficar livre, para a hora do sexo anal”.

Damares, que foi eleita senadora pelo PL, o mesmo partido de Bolsonaro, diz que teria descoberto tudo isso durante a sua passagem pelo Ministério, e que existiriam até imagens dessas crianças.

Ela fez tais declarações no último sábado (08/10), diante de uma plateia de evangélicos da Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, capital do estado de Goiás.

Só não esclareceu o que fez em relação a tais “descobertas”: se as levou ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF) e da polícia, para que fossem investigadas, a fim de resgatar essas crianças e punir os criminosos.

Ou se resolveu guardar as suas “descobertas” em silêncio, para divulgá-las apenas durante a campanha eleitoral, deixando os criminosos soltos, e as crianças entregues à própria sorte.

Damares chegou a insinuar que essas perversidades contariam com o apoio ou cumplicidade da imprensa, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

Segundo ela, quando informado da situação, “Bolsonaro disse: nós vamos atrás de todas elas (as crianças). E o inferno se levantou contra esse homem. A guerra contra Bolsonaro que a imprensa levantou, que o Supremo levantou, que o Congresso levantou, acreditem, não é uma guerra política, é uma guerra espiritual”.  

Ela também disse ter descoberto, quando ainda estava no Ministério, do qual saiu em 31 de março deste ano, que, “nos últimos 7 anos” o estupro de recém-nascidos teria “explodido” no Brasil, e que o Ministério teria imagens de bebês de apenas 8 dias de vida, sendo estuprados.

Novamente, ela não informou o que fez, quando ministra, para combater tais crimes.

Além disso, parece ter esquecido que os “últimos 7 anos” são o período de 2015 para cá.

Ou seja: não se referem apenas ao governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, do PT, que foi afastada do cargo no começo de 2016, mas principalmente aos governos de Michel Temer (de 2016 a 2018), aliado de Bolsonaro, e do próprio Bolsonaro (de 2019 até agora).

Damares disse ter “descoberto”, ainda, que um vídeo com o estupro de crianças “custa entre R$ 50 mil e R$ 100 mil”.

Mas não disse que tais valores significam que os compradores dessas perversidades têm de ser pessoas muito ricas, possivelmente grandes empresários, como aqueles que apoiam Bolsonaro.

Ela também afirmou que o crime organizado está envolvido nessas brutalidades e que “tem sangue, tem morte, tem sacrifícios”.

No entanto, mais uma vez, não esclareceu se levou à polícia e ao Ministério Público tais “denúncias”.


A opinião do blog


A Perereca da Vizinha lamenta a falta de caráter de Damares Alves, ao insinuar uma espécie de cumplicidade da imprensa com tamanhas aberrações.

Em vez de fazer as suas insinuações dentro de uma igreja, repleta de pessoas que, em geral, só se “informam” através das redes bolsonaristas de fake news, a ex-ministra deveria ter tido a decência de fazê-las diante dos jornalistas.

Igual postura deveria ter tido em relação aos ministros do STF e aos integrantes do Congresso Nacional, para que, assim como os jornalistas, tivessem a chance de se defender.

O blog espera que a ministra informe as providências que adotou acerca de tão graves “denúncias”, e que apresente provas do que diz.

Do contrário, as suas “revelações” terão sido apenas mais uma das fake news eleitoreiras do bolsonarismo.

O blog reluta em acreditar que a ex-ministra esteja a se utilizar de criancinhas indefesas, e de um problema tão grave quanto a exploração sexual infantil, para fazer politicagem em favor do atual presidente e satanizar aqueles que não se curvam diante dele.

Tal atitude, vinda de uma pastora evangélica como Damares, seria absolutamente covarde, repugnante, e até diabólica.

Mas não só.

Poderia até mesmo indicar espécie de tara, perversão sexual, a exemplo da fake news das mamadeiras em formato de pênis.

Fantasias ocultas de mentes profundamente perturbadas, que as pessoas normais, com um mínimo de sanidade mental, simplesmente não conseguem conceber.

Mas, obviamente, o blog não acredita que seja esse o caso da ex-ministra.


As reportagens com as declarações de Damares


Leia esta excelente reportagem da Agência Pública, de 2019, mostrando que a exploração sexual de crianças e adolescentes, na Ilha do Marajó, é muito grave e existe, sim, mas é bem diferente do que Damares Alves afirmava, naquela época: https://apublica.org/2019/09/investigamos-a-violencia-sexual-no-marajo-e-nao-e-nada-do-que-a-ministra-damares-diz/

E veja as matérias com as declarações da ex-ministra.

Aqui: https://portaldeprefeitura.com.br/2022/10/09/damares-alves-revela-descobertas-chocantes-de-abusos-em-criancas-dentinhos-sao-arrancados-para-elas-nao-morderem-na-hora-do-sexo-oral/

Ou aqui: https://folhadoestadoonline.com.br/politica-nacional/video-damares-afirma-que-governo-bolsonaro-vem-combatendo-trafico-de-criancas-e-pedofilia-criancas-tem-os-dentes-arrancados-para-fazer-sexo-oral/