Cabe na cabeça de alguém que nós, paraenses, ficaríamos calados diante dessas barbaridades contra criancinhas da Ilha do Marajó, que Damares Alves diz ter “descoberto”?
(https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/10/alo-alo-marajo-alo-alo-mpf-damares.html)
Como as nossas polícias, Ministério Público, prefeituras, Governo do Estado, igrejas, entidades de direitos humanos, OAB, Judiciário, imprensa, lideranças políticas, a população nunca ouviram falar disso, ou se ouviram, nada fizeram?
A meu ver, estamos é diante de uma grande farsa, para criar pânico moral na sociedade e enganar os eleitores.
Penso que Damares se aproveitou da distância do Marajó e dos graves problemas de exploração sexual infantil que lá existem, para mentir sobre violências inimagináveis, que estariam atingindo as nossas crianças, sob um manto de silêncio de todos os paraenses.
Penso que ela usou as nossas crianças, uma suposta defesa delas, para fazer politicagem em favor do presidente Bolsonaro, às vésperas do segundo turno das eleições.
Ela inventou e divulgou aberrações, perversões sexuais envolvendo criancinhas, que só cabem em uma cabeça perturbada como a dela.
E tanto é assim que nem mesmo o Ministério Público Federal, de Belém ou de Brasília, foi informado sobre as suas “descobertas”, para as providências cabíveis: investigar esses supostos crimes, resgatar as crianças e processar os criminosos.
Há anos, notícias mentirosas (fake news) sobre a mutilação de crianças, adolescentes e mulheres, em outros países, para transformá-las em escravas sexuais, circulam na "deep web", o esgoto da internet, que é usado para todo tipo de crimes.
As perversidades descritas por Damares são muito semelhantes a essas fake news de esgoto, intoleráveis até para a maioria dos criminosos que se encontram em nossas prisões de segurança máxima, mas que parecem excitar os pedófilos e outros tarados.
São fantasias sexuais doentias, que raramente deixam o esgoto, para circular na internet "normal". E que jamais se imaginou virem a ser reproduzidas por uma pastora evangélica e senadora eleita, dentro de uma igreja, e na presença de várias crianças, por qualquer que seja a justificativa.
Para fazer propaganda eleitoral criminosa e mentirosa em favor de Bolsonaro, apresentando-o como “herói” da luta contra a pedofilia, Damares ofendeu todo o povo paraense e todas as nossas instituições.
Porque, fosse verdadeiro o que diz, das duas, uma: ou seríamos tão irresponsáveis e incompetentes na proteção das nossas crianças, a ponto de nunca termos tomado conhecimento de qualquer boato, informação ou indício, acerca de tamanha desumanidade; ou seríamos verdadeiros monstros, um bando de degenerados, capazes de assistir uma violência tão perturbadora, sem nada fazer para cessá-la.
Leia a reportagem que escrevi sobre o caso para o jornal Diário do Pará, do último 11 de outubro.
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