segunda-feira, 26 de março de 2018

O superfaturamento do BRT e a “defesa” desastrada de Zenaldo



Lamentável a “defesa” do prefeito Zenaldo Coutinho à acusação de que a Prefeitura superfaturou em R$ 47 milhões o BRT de Belém. 

A reportagem sobre o caso foi manchete do jornal Diário do Pará, do último domingo, 25. 

Quem assina a matéria é a excelente jornalista Luiza Mello. 

E quem acusa a Prefeitura de superfaturamento é a Controladoria Geral da União (CGU), uma prestigiada instituição que fiscaliza o uso do dinheiro público. 

O relatório das CGU, que tem mais de 300 páginas, baseou-se na análise de farta documentação e em uma inspeção in loco de quatro meses, entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016. 

Mesmo assim, em sua “defesa”, Zenaldo preferiu apenas lançar mão de uma falácia: o argumento contra o homem, que consiste em atacar o acusador, em geral pela falta de argumentos para derrubar a acusação. 

E o fez de forma enviesada, porque atacou o jornal Diário do Pará, que apenas publicou a reportagem, e não a CGU, a verdadeira autora da acusação. 

Em um vídeo de 40 segundos, publicado hoje (26), em sua página no Facebook, o prefeito desanca a família Barbalho, que é a dona do Diário do Pará; elogia a própria “seriedade” no trato do dinheiro público; e se refere a “alguns questionamentos” de uma “auditoria”, que a Prefeitura já teria respondido. 

E só. 

Bem vistas as coisas, melhor seria que Zenaldo tivesse ficado calado, porque a sua desastrosa “defesa” só faz é reforçar a desconfiança de que a CGU tem, sim, razão. 

Confesso que ao ler a reportagem do Diário fiquei surpresa e decepcionada. 

Nesses quase 40 anos da vida pública de Zenaldo, nunca se ouviu falar de qualquer envolvimento dele em corrupção. 

E quer se goste dele ou não; quer se concorde com as ideias dele ou não, é preciso reconhecer que isso faz dele uma raridade entre os políticos brasileiros. 

É verdade que ele pratica uma política que lembra a República Velha: nomeou o próprio irmão como secretário de Administração; chegou a ter em seu Gabinete mais assessores do que o prefeito de São Paulo; e pouco ou nada fez para reduzir o monumental abandono desta cidade, especialmente nas áreas mais pobres. 

Além disso, chegou a torrar quase R$ 22 milhões em propaganda, em 2015, em valores da época, o que, em uma cidade miserável como Belém, chega a ser imoral. 

No entanto, muitas dessas práticas a gente pode até considerar (com muito boa vontade, é claro) como decorrentes da formação política dele, que começou na extrema-direita e só ao longo dos anos é que foi caminhando para o centro político. 

Mas a acusação agora é de corrupção – sim, porque ninguém superfatura obra “de grátis”, apenas pelos belos olhos do dono de uma construtora. 

Se houve de fato superfaturamento, houve certamente propina – nem que seja dinheiro de Caixa 2. 

E eu confesso que, depois de ler a reportagem do Diário e boa parte do documento da CGU, fiquei à espera da resposta de Zenaldo. E até torci para que ele conseguisse se explicar. 

Mas para a minha perplexidade tudo o que ele fez, além de atacar os Barbalhos, foi tratar um caso tão grave como se fosse absolutamente corriqueiro. 

Como se fosse “natural” um prefeito ser acusado de um superfaturamento de R$ 47 milhões. 

Nenhuma palavra sobre as acusações da CGU. Nem sequer uma tentativa consistente de defesa. Nada. 

O prefeito não foi capaz nem mesmo de recorrer as alegações dos técnicos da Prefeitura, que constam nesse relatório da CGU, para tentar se explicar ao distinto público. 

Ao que parece, ele nem mesmo se deu ao trabalho de ler esse relatório. 

E se Zenaldo não é capaz de se indignar de verdade com uma acusação dessas (lendo o relatório, para saber as acusações, verificar a densidade delas e se defender de maneira convincente), é porque, talvez, a vida pública dele não tenha sido o que sempre aparentou. 

Hoje, o PSOL protocolou na Câmara Municipal um pedido de CPI sobre o BRT de Belém. 

Vamos ver no que isso dará. 

Mas se pudesse deixar um conselho ao prefeito, seria o seguinte: esqueça um pouco o Perobex, desça da sua empáfia e recorra ao bom e velho Semancol. 

Se não tem nada a dizer sobre isso, ao menos fique calado. 

Mas não tente mais brincar com a inteligência da gente. 


FUUUIIII!!!! 

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Aqui, o link para o vídeo do prefeito: https://www.facebook.com/zenaldo.coutinho/videos/1778924492170349/  

O link para o relatório da CGU: https://auditoria.cgu.gov.br/download/9273.pdf 


E a notícia, no DOL, sobre o pedido de abertura da CPI do BRT: https://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-496520-.html 

sábado, 24 de março de 2018

A PM sangra. O “monstro” vencerá?


 
Em menos de três meses, 14 policiais militares já foram assassinados em nosso estado, diz o jornal Diário do Pará.

Ao que parece, a nossa polícia está a ser caçada; tornou-se um alvo preferencial dos criminosos.

Tanto assim que um dos PMs assassinados estava fardado, de serviço em uma praça, quando, de um carro que passava, veio o tiro que o matou.

Mais recentemente, um policial estava sem farda, dentro de um ônibus, voltando para casa após visitar um parente doente. E o fato de ter sido reconhecido pelos criminosos acabou por custar-lhe a vida.

Fico pensando em como está a cabeça dos nossos policiais, ao se darem conta de que se tornaram alvos da “bandidagem”.

A dor que devem estar a sentir diante das mortes de tantos companheiros, sem que haja nem mesmo um gesto de misericórdia do governador, para garantir-lhes um mínimo de segurança no exercício profissional – ou, ao menos, para consolá-los.

A angústia em que devem viver esses corajosos cidadãos que todos os dias saem às ruas para nos proteger, mesmo diante do perigo de não voltarem vivos para as suas famílias.

É verdade que todos sentimos esse medo, cada vez que saímos de casa, tamanha a violência que tomou conta deste estado.

Mas no caso dos nossos policiais civis e militares essa possibilidade é muito mais real.

Há anos, quando vivia em Lisboa, passou-se um episódio que pode nos ajudar a pensar sobre estes tempos tão sombrios que estamos a viver.

Estava a andar por uma praça, em companhia de outro brasileiro, quando precisamos de uma informação, para nos deslocarmos a outro ponto da cidade.

E aí, vimos um casal de policiais fardados, que patrulhavam a praça.

Nos aproximamos deles, pedimos a informação, e fomos tratados com uma delicadeza e paciência impressionantes.

E quando já nos afastávamos, o outro brasileiro virou-se para mim e disse mais ou menos assim: “que educação, que gentileza, a desses policiais! Imagina se a gente, no Brasil, tem coragem de parar um policial na rua, para pedir uma informação!... Imagina só como seríamos tratados!”

A imagem que a população brasileira tem dos nossos policiais é muito ruim.

E isso nos faz muitas vezes esquecer da importância do trabalho que realizam.

Da coragem e da empatia que é preciso ter, para estar nas ruas a proteger os demais cidadãos.

Do sofrimento mental a que são submetidos, todos os dias, pelas coisas terríveis que presenciam em nossas ruas.

Da necessidade de afastamento mental, de endurecimento emocional, que devem ter, até para que consigam manter um mínimo de sanidade.

Fico imaginando a pressão psicológica sobre um cidadão que está armado, para proteger outros cidadãos, e que não sabe se, de repente, não terá de sacar aquela arma, para matar ou morrer.

E fico pensando, também, que em meio à tamanha pressão ainda está presente na memória, no coração dos nossos policiais, a necessidade de voltarem ilesos para as suas casas; para a mulher, o marido, os filhos, os pais, os irmãos, que também precisam deles desesperadamente.

Bem vistas as coisas, os nossos policiais são heróis do cotidiano. Aqueles heróis que a gente já nem se dá conta de que existem, tão natural se tornou a presença deles em nossa sociedade.

Nossos policiais estão, sim, entre as grandes vítimas dessa violência que tomou conta do Brasil e do Pará.

Mas é preciso que os nossos corajosos policiais comecem também a pensar, a refletir, sobre o porquê desse abismo que os separa da nossa população. Um abismo que faz com que muitas vezes as pessoas nem percebam que eles também são grandes vítimas dessa violência.

É urgente desmilitarizar a nossa polícia. É urgente parar de formar policiais como se fossem para uma guerra, contra um exército inimigo de outro país.

A população brasileira não pode ser “o inimigo” dos nossos policiais. E isso, principalmente, em se tratando da população pobre, preta ou parda, de onde, aliás, vem a maioria dos nossos policiais.

As grandes inimigas do Brasil são a miséria e as desigualdades sociais.

São essas irmãs perversas que estão por trás dessa matança, desse banho de sangue que tomou conta do Pará e do Brasil.

E são elas que nós, todos juntos, precisamos combater.

Nossos corajosos policiais civis e militares também precisam nos ajudar a vencer outro grande inimigo: o corporativismo.

É preciso que desenvolvam uma tolerância zero em relação aos bandidos que se infiltram no meio deles.

E não apenas os bandidos que pegam propina, suborno. Mas os bandidos que “arrepiam” nas nossas ruas e delegacias, batendo, humilhando, torturando e matando cidadãos que se encontram sob a guarda do Estado.

Vamos deixar de lado o fato de que os nossos policiais são agentes públicos – e ainda por cima, encarregados de fazer cumprir a Lei.

Vamos nos concentrar na questão mais profunda, aquela que nos une de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Planeta: a Humanidade em nós.

É verdade: deve ser irritante, um verdadeiro exercício de paciência, lidar com os mesmíssimos ladrões, todo santo dia, por exemplo.

Você se arrisca, trabalha feito um condenado para prender o cara, dá-lhe umas “merecidas” bolachas, e quando vê lá está ele solto, roubando novamente. E roubando muitas vezes de pessoas pobres, que trabalham de sol a sol, para ter o pouco que possuem.

Fico imaginando que, nessas horas, os nossos policiais devem pensar: “Égua, que esse sujeito não aprende mesmo!” e “a Justiça não funciona neste país!”.

E daí, para tomar a Justiça nas próprias mãos e identificar em qualquer cidadão parecido com aquele um potencial criminoso é apenas um passo.

Bem pior, porém, deve ser quando os nossos policiais se deparam com um indivíduo que cometeu um crime bárbaro.

O sujeito estuprou e matou uma criança; esfaqueou e degolou os próprios pais. Ou até torturou com choques um policial e o atirou de um ônibus, para que morresse.

Imagino que, nessas horas, o sangue de um policial deve ferver.

Imagino que ele deve pensar: “Não, isso daí não é um ser humano! Isso daí é um bicho, um monstro!”

E a maior tristeza, a ironia, é que o nosso policial nem percebe que quando faz isto ao “monstro” – humilha, bate, tortura e mata – foi, afinal, o “monstro” que acabou por vencer.

Porque o que nos faz ferver o sangue diante de um crime bárbaro é a nossa Humanidade.

É ela que nos faz sofrer junto com a criancinha estuprada e morta; junto com os pais degolados pelo próprio sujeito que colocaram no mundo; junto com o companheiro policial, que conhecíamos há anos, e que acabou assassinado daquele jeito.

É a nossa Humanidade que provoca tamanha revolta. É ela quem nos diz: “não, esse sujeito não pode ser humano”.

Mas também é essa mesmíssima Humanidade que morre um bocado em nós, quando praticamos crueldades dignas daquele a quem chamamos: “monstro”.

E nós, e especialmente os nossos policiais, não podemos permitir que seja o “monstro” o grande vencedor.

Não podemos nos habituar, achar “natural” infligir dor a outro cidadão, a outro ser humano, por pior que ele nos pareça.

Preservá-lo incólume, para que seja a Justiça a fazê-lo pagar por seu crime, é nos preservar também. É preservar essa coisa tão preciosa que é a Humanidade em nós.

E eu me recuso a acreditar que um ser humano “normal”, que se revolta diante de um crime bárbaro, consiga conviver com a lembrança dos gritos de dor de outro ser humano, a quem ajudou a torturar e matar.

E quanto ao ladrão que levou aquelas bolachas para “se corrigir”?

Ora, se ele continuou roubando é porque as bolachas não serviram de nada, pois não?

As bolachas, no máximo, podem ter diminuído a irritação do nosso policial.

Mas aquele cidadão continuou e continuará a roubar – e até, no limite, a matar.

E o que talvez resolvesse era se, ao cumprir a sua sentença, esse cidadão fosse colocado em um amplo programa de reinserção social. Aí sim, com uma profissão, uma família bem estruturada, uma vida digna, é bem possível que ele deixasse de roubar.

Alguém já disse: se violência policial resolvesse alguma coisa, as favelas do Rio de Janeiro seriam os locais mais pacíficos e seguros do mundo!

E essa violência policial, além de não resolver rigorosamente nada, também distancia a nossa população dos nossos bons policiais, que são muitos, mas que acabam pagando pelas “maçãs podres”.

É preciso entender que vocês não são inimigos da nossa população, nem a nossa população é inimiga de vocês.

Somos todos irmãos, filhos do mesmo Pará e do mesmo Brasil.

E nós não podemos nos permitir embrutecer.

Se a Justiça e o sistema carcerário já não funcionam, vamos para cima deles, para fazê-los funcionar.

Mas não podemos nos transformar naquilo que, todos os dias, todos os cidadãos, temos o dever de combater.

Apesar das coisas terríveis que vemos em nossas ruas; apesar desse banho de sangue em que elas se transformaram, temos que preservar a nossa Humanidade.

E eu não quero nem imaginar um Brasil e um mundo em que seja o “monstro”, afinal, o grande vencedor.

FUUUIIIIII!!!!!  

quinta-feira, 22 de março de 2018

Deixem o homem cantar!




Essas oposições paraenses, além de um bando de desocupados, não têm senso de humor.

Ô xentalha amargurada, meu Deus!

Umas pessoas que vivem reclamando de tudo!

É de uma poluiçãozinha lá em Barcarena, das enchentes em Belém, do BRT que não acaba mais, das escolas caindo aos pedaços, dos hospitais sucateados, da miséria, da violência, do lixo, da lama...

Peralá!

Mas vocês queriam o quê? Cês tão pensando que isso daqui é Nova York, é?

Agora, a última dessa xentalha é espezinhar o nosso querido cantor-governador.

Tudo com inveja do nosso pequeno Sinatra!

Tudo despeitado com aquele vozeirão maravilhoso que ele tem!

Que timbre!... Que afinação!... Que ritmo!... Que domínio espetacular do palco, meu Deus!

Um verdadeiro “divo”!

E olha que ele não precisa nem de cachaça nem de maconha pra ser assim!

É o estado natural dele, ô xente!

A interpretação de “Baby” pelo nosso querido cantor-governador é algo inimaginável!

Unforgettable!

De deixar Caetano, Gal, Bethânia de zolhões arregalados! Ar-re-pi-a-dos!

Mais um pouco e arrepiava até o próprio Dinho!

O ômi parecia até que tava atuado, meu Deus!

E tudo diante de uma plateia extremamente hostil: um bando de assessores do governo!

É ou não é corajoso, esse nosso cantor-governador?

Mas como o nosso pequeno Sinatra é eclético, já foi flagrado também cometendo La Bamba, em um quartel do Corpo de Bombeiros. Parece até ironia, né?

E aí, essas oposições neuróticas, amarguradas, maledicentes, ficam por aí criticando o nosso querido cantor-governador.

E não é nem pelas habilidades vocais dele!!!

Ninguém nem sequer cogitou de chamar a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, o Greenpeace, o Ministério Público do Trabalho!

As críticas são sempre por ele cantar em horário de expediente, em alguma secretaria.

Mas adonde é já que ele vai arranjar público se não for assim?

É até uma questão de humanidade, ô xentes!

Bem vistas as coisas, o nosso cantor-governador é mais uma vítima do Almir, que fechou o Juliano.

Além do mais, é melhor o ômi tá cantando ou pescando do que se metendo a governar.

Porque quando ele se mete a governar, aí é que o Pará acaba numa desgraceira só!

Então, deixem o ômi cantar, mais é!

Vocês são DAS? São assessores? Então, tão reclamando de quê?

Vou deixar aqui o link, pra modo de vocês apreciarem essa espantosa recriação de Baby (https://www.facebook.com/tio.alex.9/videos/1519257614869534/ )

E abaixo, a igualmente inesquecível interpretação de La Bamba:


segunda-feira, 19 de março de 2018

Jatene torra R$ 350 milhões em propaganda. Dinheiro daria para pagar todas as despesas da Santa Casa durante um ano e ainda sobrariam milhões. Só em 2017 propaganda consumiu quase o dobro do Fundo de Investimento em Segurança Pública (FISP) e quatro vezes o FDE. Aumento da propaganda de Jatene foi de 73,20% no ano passado, em relação a 2011.




Quase R$ 350 milhões foram gastos em propaganda pelo Governo Jatene, entre 2011 e 2017. A montanha de dinheiro equivale a um ano inteiro das despesas de alguns dos maiores hospitais públicos estaduais, que atendem milhares de cidadãos, muitas vezes em condições precaríssimas. 

Segundo o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), de dezembro do ano passado, que se encontra no site da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), os gastos totais da Santa Casa de Misericórdia do Pará, em 2017, ficaram em R$ 293,137 milhões. 

No mesmo período, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana gastou R$ 187,511 milhões; o Hospital Ophir Loyola, R$ 187,839 milhões. 

A conta inclui tudo: desde os salários de médicos, enfermeiros e demais funcionários, aos fios de sutura usados em cirurgias e aos copos descartáveis do cafezinho. 

A montanha de dinheiro também supera tudo o que foi gasto, em 2017, pela Universidade do Estado do Pará/UEPA (R$ 284,643 milhões); pela Companhia de Habitação do Pará/COHAB (R$ 88,058 milhões) e pela Fundação de Atendimento Sócio Educativa do Pará/FASEPA (98,405 milhões), que atende adolescentes em conflito com a Lei. 

Os números são dos balanços gerais do estado (BGEs), os documentos oficiais que registram todas as receitas e despesas do governo; portal estadual da Transparência, demonstrativos financeiros do Banco do Estado do Pará (Banpará) e do RREO do último bimestre do ano passado. Foram atualizados pela Perereca com base no IPCA-E de dezembro, com a ajuda da Calculadora do Cidadão do Banco Central. 

Só o que o Executivo e o Banpará gastaram em propaganda, no ano passado (mais de R$ 57 milhões), supera em quatro vezes tudo o que foi gasto, no mesmo período, pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado/FDE (R$ 12,380 milhões). 

Também representa quase o dobro das despesas, em 2017, do Fundo de Investimento de Segurança Pública/FISP (R$ 29,016 milhões), que é responsável por boa dos investimentos nesse setor. 

Os R$ 57 milhões gastos em propaganda, no ano passado, também superam todas as despesas dos hospitais Abelardo Santos (R$ 4,877 milhões), hospitais regionais de Cametá (R$ 3,156 milhões), Conceição do Araguaia (R$ 14,557 milhões), Salinópolis (R$ 3,660 milhões), Tucuruí (R$ 13,606 milhões) e Laboratório Central/LACEN da Sespa (R$ 9,272 milhões), que somaram, no mesmo período, R$ 49,128 milhões. 

Para este ano, a previsão do Orçamento Geral do Estado (OGE) é de gastos superiores a R$ 40 milhões, apenas do Executivo, sem contar o Banpará. O fato indica a possibilidade de que os oito anos do Governo Jatene acabem custando aos cofres públicos cerca de R$ 400 milhões em propaganda. 


Despesas em propaganda cresceram 73,20% entre 2011 e 2017 


Em 2011, as despesas com a propaganda de Jatene ficaram em R$ 25,611 milhões, em valores da época. Já no ano passado atingiram mais de R$ 44,359 milhões – um aumento de 73,20%. 

Veja os gastos de Jatene em propaganda ano a ano. 

Os valores históricos de 2011 a 2016 são dos balanços gerais do estado e se referem apenas ao Executivo. 

O valor histórico de 2017 é do portal da Transparência e representa o que foi pago às agências que detêm a conta de publicidade do governo. 

Atualização monetária: IPCA-E/dezembro de 2017. 

2011 
Valor histórico: R$ 25.611.330,70 
Valor atualizado: R$ 37.286.627,16 

2012 
Valor histórico: R$ 38.354.322,58 
Valor atualizado: R$ 52.857.771,87 

2013 
Valor histórico: R$ 38.376.850,57 
Valor atualizado: R$ 49.996.482,09 

2014 
Valor histórico: R$ 34.114.167,95 
Valor atualizado: R$ 41.762.506,41 

2015 
Valor histórico: R$ 31.624.633,27 
Valor atualizado: R$ 35.105.999,40 

2016 
Valor histórico: R$ 41.682.634,41 
Valor atualizado: R$ 42.988.413,79 

2017 
Valor histórico: R$ 44.359.839,91 

TOTAL ATUALIZADO DO EXECUTIVO: R$ 304.357.640,63 


GASTOS EM PROPAGANDA DO BANPARÁ 

2012 
Valor da época: R$ 1.422.000,00 
Valor atualizado: R$ 1.959.720,48 

2013 
Valor da época: R$ 3.007.000,00 
Valor atualizado: R$ 3.917.450,74 

2014 
Valor da época: R$ 8.270.000,00 
Valor atualizado: R$ 10.124.119,94 

2015 
Valor da época: R$ 7.076.000,00 
Valor atualizado: R$ 7.854.954,38 

2016 
Valor da época: R$ 6.668.000,00 
Valor atualizado: R$ 6.876.886,44 

2017 
Valor da época: R$ 12.723.000,00 

TOTAL ATUALIZADO DO BANPARÁ: R$ 43.456.131,98 


TOTAL DE GASTOS EM PROPAGANDA DE JATENE (EXECUTIVO E BANPARÁ), EM VALORES ATUALIZADOS): R$ 347.813.772,61


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E confira a documentação desta reportagem.

Gastos em propaganda de Jatene em 2011:


Em 2012: 

Em 2013:


Em 2014:

Em 2015:

Em 2016:


Pagamentos às agências de propaganda em 2017.

Griffo:

Bastos:

DC3:

Galvão:

Fax:

Gama:

C.A Comunicação:


Gastos em propaganda do Banpará em 2012 e 2013:


Em 2014 e 2015:
Em 2016 e 2017:


RREO de dezembro de 2017 (parte dele):