Nos últimos três anos, os bolsonaristas têm espalhado uma grande mentira, para enganar os brasileiros.
Todos os dias, eles afirmam, nas redes sociais, que defendem a “liberdade de opinião” e a Constituição.
Só que os fatos mostram o contrário: parte deles são pessoas intolerantes, e até mesmo violentas, que agridem qualquer um, por qualquer coisa: um esbarrão, um simples comentário, uma camiseta vermelha.
A Perereca da Vizinha separou 12 casos de violências bolsonaristas, para exemplificar essa agressividade, em geral contra a liberdade dos outros, o que é uma afronta à Constituição.
Na escolha dos casos, dei preferência àqueles noticiados por veículos de comunicação conhecidos, e já sob o governo de Bolsonaro. Apenas 1 deles, por ser o mais grave de todos até hoje, é de 2018, época da eleição.
A lista não inclui as agressões a jornalistas, nem as ofensas e ameaças, nas redes sociais, contra jornalistas, magistrados, artistas, políticos e cidadãos geral, por apoiadores do presidente.
E isso por um motivo simples: elas são tantas e cotidianas, que precisariam de várias postagens como esta.
Segundo um Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), foram mais de mil agressões contra veículos de comunicação e jornalistas, entre 2019 e o ano passado, emplacando recordes na série histórica, iniciada na década de 1990.
Em 2019, no primeiro ano do governo de Bolsonaro, as 208 agressões representaram 54% a mais do que no ano anterior. Já em 2020, esse número saltou para 428 agressões e, no ano passado, fechou em 430.
O maior agressor é o próprio Bolsonaro, que descredibiliza os veículos de comunicação e já xingou jornalistas de “canalha”, “quadrúpede”, “picareta” e “idiota”, além de mandá-los “calar a boca”.
Com tal comportamento de seu líder, o resultado não poderia ser outro: bolsonaristas transformaram os jornalistas em um de seus alvos preferenciais.
Em maio de 2020, por exemplo, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal Estado de São Paulo, foi jogado no chão e levou chutes e socos, quando cobria uma manifestação bolsonarista, em Brasília. Fotógrafos que tentavam defendê-lo, foram empurrados. Jornalistas de outros veículos de comunicação foram insultados:https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,profissionais-do-estadao-sao-agredidos-com-chutes-murros-e-empurroes-por-apoiadores-de-bolsonaro,70003290864.
Em 12 de outubro do ano passado, o cinegrafista Leandro Matozo, da Globo News, cobria as festividades de Nossa Senhora de Aparecida, às proximidades da Basílica, no interior do estado de São Paulo, quando foi agredido por um bolsonarista com uma cabeçada no rosto, o que provocou sangramentonasal: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/10/4955045-se-eu-pudesse-mataria-voces-bolsonarista-agride-cinegrafista-em-aparecida.html.
Acesse o Relatório da Fenaj, que relata as agressões do ano passado contra jornalistas e veículos de comunicação: https://fenaj.org.br/
E depois de ler esta postagem, pergunte a si mesmo: É esse o Brasil que eu quero deixar para os meus filhos?
Os 12 casos listados pelo blog:
1-Em 2020, no estado do Rio Grande do Sul, bolsonaristas agrediram quatro pessoas, entre elas uma mulher e um homem que estavam com camisas vermelhas e passavam perto de uma manifestação.
E aqui: https://www.youtube.com/watch?v=c6uLslawBEY
2-No ano passado, eles agrediram verbalmente um padre, de 82 anos, no estado do Ceará, e chegaram a invadir uma missa, por discordarem de seus sermões. A perseguição foi tanta, que o padre Lino Allegri teve de entrar no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, e a polícia montou um esquema de segurança, às proximidades da igreja.
3-Em agosto do ano passado, no estado do Rio de Janeiro, o economista Eduardo Debaco, de 49 anos, foi atropelado, quebrou a perna e teve de passar por uma cirurgia, depois que um bolsonarista o empurrou contra um carro. Tudo porque Debaco comentou que o bolsonarista estava sem máscara.
4- Ainda no ano passado, em Brasília, eles xingaram e empurraram o servidor público aposentado Anamin Lopes Silva, que também teria sido agredido com chutes e socos. Tudo porque Anamin teria criticado o governo. Ele e jornalistas tiveram de se abrigar no prédio do Ministério da Saúde, que acabou alvo de uma tentativa de invasão, por bolsonaristas:
Aqui: https://www.metropoles.com/brasil/homem-perseguido-por-bolsonaristas-na-esplanada-relata-agressoes
5-Em fevereiro do ano passado, no Rio de Janeiro, bolsonaristas bateram em um homem que usava muleta (Edson Rosa, de 50 anos), porque ele carregava uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Édson ainda tentou fugir, mas foi chutado e jogado no chão. Um dos bolsonaristas chegou até a lhe aplicar uma gravata: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/apoiadores-de-silveira-agridem-manifestante-com-placa-de-marielle-em-frente-a-pf/
6-Em junho do ano passado, no Rio Grande do Sul, um bolsonarista agrediu manifestantes, e tentou até mesmo bater em uma mulher. Tudo porque eles exibiam faixas contrárias ao presidente da República: https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2021-06-21/apoiador-de-bolsonaro-agride-manifestantes-no-rio-grande-do-sul-video.html
7-Em outubro do ano passado, também no Rio Grande do Sul, bolsonaristas invadiram a Câmara Municipal de Porto Alegre e agrediram vereadores, em uma manifestação contra a obrigatoriedade do passaporte da vacina. Um deles exibiu até um cartaz com um símbolo do nazismo, o regime mais perverso da História da Humanidade, que matou 6 milhões de judeus, incluindo bebezinhos, grávidas e deficientes físicos e mentais:
Veja aqui, sobre a invasão da Câmara: https://catracalivre.com.br/cidadania/ostentando-suastica-bolsonaristas-agridem-vereadores-de-porto-alegre/
E aqui, para saber mais sobre o nazismo e os laços entre o bolsonarismo e os novos nazistas: https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/03/voce-sabia-que-os-nazistas-eram-tao.html
8-Em novembro do ano passado, no estado de Minas Gerais, um bolsonarista agrediu integrantes do movimento negro, porque eles distribuíam panfletos convocando para uma manifestação contra Bolsonaro. Um dos rapazes, de 19 anos, recebeu um soco e um chute e teve o celular destruído, ao tentar filmar o agressor: https://bhaz.com.br/noticias/bh/bolsonarista-agride-integrantes-de-movimento-negro-no-centro-de-bh/#gref
9- Também no ano passado, no mês de setembro, uma bolsonarista agrediu duas vendedoras de roupas, no Rio de Janeiro. Tudo porque elas vendiam camisetas com os rostos de Lula e Marielle Franco, além de panos de chão com o rosto de Bolsonaro. A bolsonarista chutou produtos expostos na barraca e teria chegado a dizer: “Vocês tinham que morrer de fome, tinha que quebrar isso tudo”: https://oglobo.globo.com/politica/vendedora-detalha-agressao-de-bolsonarista-que-reagiu-com-violencia-camisetas-com-imagens-de-lula-marielle-pano-de-chao-com-cara-de-bolsonaro-25210778
10- Em maio de 2020, bolsonaristas agrediram enfermeiros, que homenageavam os colegas que haviam morrido na pandemia. Um dos agressores, que teria até cuspido no rosto de um dos enfermeiros, seria evangélico e, na época, funcionário fantasma do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=k0zAQre2Yps
Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xk18JOxFCuI
11-Também em 2020, no mês de março, no estado de São Paulo, bolsonaristas agrediram com socos e chutes um homem que passava perto de uma manifestação. Tudo porque teria esbarrado em um deles. Uma pessoa também teria sido baleada, durante a manifestação: https://ponte.org/em-protesto-por-bolsonaro-em-sp-uma-pessoa-e-baleada-e-outra-agredida/
12-Mas a violência bolsonarista começou ainda em 2018, antes da eleição de Bolsonaro à Presidência. O caso de maior repercussão foi o assassinato, em outubro daquele ano, no estado da Bahia, do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, o “Moa do Katendê”.
Ele era eleitor do PT e foi morto, com 12 facadas nas costas, por Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, apoiador de Bolsonaro. Ambos estavam em um bar e acabaram discutindo, por causa de suas posições políticas. Paulo Sérgio foi, então, até a sua casa, onde pegou um facão, para assassinar o capoeirista. Em 2019, ele foi condenado a 22 anos de prisão.
Defesa da liberdade? Mas quando!
Então, é o caso de perguntar: você acha que pessoas assim realmente defendem a “liberdade” e a Constituição?
Na verdade, os bolsonaristas usam a palavra “liberdade”, para defender crimes.
O que eles querem é ofender, ameaçar e agredir as pessoas, sem que nada lhes aconteça.
É um tipo de violência política que nunca vimos, nessas proporções, na história recente do Brasil.
E o objetivo é claro: intimidar os outros, para que todos façam apenas o que eles querem e consideram o “certo”.
É verdade que nem todos os bolsonaristas são assim: vários deles são apenas cidadãos desinformados, ou até que sofreram uma espécie de lavagem cerebral, através das redes bolsonaristas de notícias falsas.
Mas também é verdade que muitos deles são, de fato, violentos.
O exemplo mais famoso é o deputado “bombadão” Daniel Silveira, que o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a quase 9 anos de prisão (https://pererecadavizinha.blogspot.com/2022/04/stf-lava-alma-do-brasil-e-decide.html), e que Bolsonaro safou da cadeia, através de um perdão especial, chamado graça.
Em vídeos na internet, Silveira chegou a incentivar os seus seguidores a invadir o STF e espancar os ministros daquele tribunal.
Também pediu o fechamento do STF, a instituição responsável pela defesa da Constituição.
E até que o governo decretasse um novo AI-5, o ato institucional que empurrou o Brasil para a fase mais repressiva da ditadura militar de 1964.
A Constituição garante, a todos os cidadãos, o direito às liberdades democráticas.
Mas essas liberdades têm limites: elas terminam onde começam os direitos dos outros.
Ameaçar e agredir pessoas porque pensam diferente de você, e até defender uma ditadura, para impor aos outros aquilo que você pensa, não é liberdade democrática: é autoritarismo. E crime, também.
E é essa diferença que os bolsonaristas se recusam a entender.
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