Para MPF, parte da culpa por notas baixas do Pará no Ideb pode ser de faculdades irregulares. Empresas que atuam sem credenciamento no MEC não têm condições de formar professores de qualidade. Além disso, educação sofre com desvios de recursos.
No
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Pará apresentou a pior
média nacional no ensino médio: 2,8, numa escala de zero a dez.
Além
disso, teve um desempenho inferior à média dos demais Estados da região Norte
nas séries finais do ensino fundamental.
Para
o Ministério Público Federal (MPF), esse baixo desempenho pode ser atribuído,
em parte, à atuação de faculdades ilegais no Estado e a desvios de recursos
públicos.
Desde
janeiro de 2011, cinco instituições que promoviam cursos de graduação ou de
pós-graduação sem autorização do Ministério da Educação (MEC) foram fechadas ou
por decisão da Justiça Federal ou devido a assinatura de Termo de Ajuste de
Conduta (TAC) com o MPF.
Outras
quinze empresas estão sendo investigadas e, até agora, só uma delas conseguiu
provar que está regular.
Essas
faculdades de fachada não passam por nenhum tipo de controle de qualidade
porque atuam totalmente à margem da lei, explica o Procurador Regional dos
Direitos do Cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, que atua na maioria das
investigações. “Por isso, formam alunos sem uma preparação minimamente
adequada, e esses alunos, vítimas dessas empresas, muitas vezes passam a atuar
como professores e em outras funções na área da educação, comprometendo
a qualidade do ensino no Estado”.
O
MPF projeta em cerca de 10 mil o número de alunos formados todo ano só pelas
instituições oficialmente investigadas.
Além
delas, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão vem recebendo todo mês
denúncias sobre outras empresas.
O
modo de atuação dessas instituições é sempre o mesmo: apesar de não terem
conseguido credenciamento no MEC, promovem os cursos como se estivessem
regularizadas, inclusive divulgando-os por meio de material publicitário que
leva os alunos a acreditarem que os diplomas concedidos são válidos no mercado
de trabalho.
A
pedido do MPF, Justiça Federal já determinou a suspensão das aulas e das
propagandas sobre cursos de nível superior promovidos pela Faculdade de
Educação Tecnológica do Pará (Facete), Faculdade de Educação Superior do Pará (Faespa),
Instituto Brasileiro de Educação e Saúde (Ibes), e Instituto de Educação
Superior e Serviço Social do Brasil (Iessb).
Outra
instituição que teve as atividades interrompidas foi a Faculdade Teológica do
Pará (Fatep), por meio de TAC com o MPF.
Desvios – Além da atuação das faculdades
ilegais, a educação no Pará também é vítima de irregularidades cometidas por
gestores públicos.
Só
entre janeiro de 2011 e junho de 2012 foram 57 ações judiciais do MPF contra
gestores que cometeram ilegalidades, principalmente desvios de recursos do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para os programas de
alimentação e transporte escolar.
Trinta
e três são processos criminais, em que a condenação, caso ocorra, pode resultar
em prisão.
Os
demais 24 processos são da esfera cível, em que os condenados podem sofrer
penas como a perda do cargo público, multa e devolução dos recursos desviados.
Das
ações, 19 tramitam na Justiça Federal em Belém, 14 em Castanhal, 13 em Marabá,
cinco em Altamira, cinco em Santarém e uma na subseção judiciária de Redenção.
Do
total de processos, 52 aguardam julgamento, em um houve absolvição do acusado e
nos quatro restantes a Justiça Federal considerou que a competência para
julgamento é da Justiça Estadual, decisões contra as quais o MPF interpôs
recursos.
(Fonte: Ascom/MPF/PA)
Um comentário:
O Pará consegue no governo Jatene o 1ºlugar em sensação de insegurança,pior IDEB,quase o pior em mortalidade materno-infantil, hanseníase, Tb e saneamento. Culpar o governo PT é estratégia que já teve o prazo esgotado. A compra da mídia para veiculação de pauta positiva já não funciona, ouvir "vamos implantar","estamos projetando" enquanto a realidade é exposta vergonhosamente no dia-a-dia teve o prazo esgotado também. Esse é o Pará que a gente quer?
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