Incra vai vistoriar fazendas
da Agropecuária Santa Bárbara
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) recebeu autorização da Justiça para vistoriar o complexo agropecuário Santa Bárbara-Xinguara, ligado ao grupo do ex-banqueiro Daniel Dantas. O pedido foi formulado pela procuradora-chefe do Incra, Gilda Diniz dos Santos. “Precisamos verificar o cumprimento da função social dessas fazendas, que ocupam uma grande extensão de terras em uma região historicamente conflituosa”, justifica Gilda.
A vistoria foi autorizada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal em São Paulo, nesta quarta-feira (25/11), "em razão da existência de legítimo interesse social". O Ministério Público Federal deu parecer favorável à inspeção. Todo o complexo está sob sequestro judicial desde julho, em função das investigações sobre crime financeiro e lavagem de dinheiro de pessoas vinculadas ao banqueiro e ao grupo Opportunity.
Agora, técnicos do Incra em Marabá poderão entrar em mais de 20 áreas na região Sul do Estado e avaliar se os imóveis cumprem as metas estabelecidas pela legislação: produtividade, bem-estar social e proteção ambiental. Caso um ou mais requisitos não sejam atendidos, o Incra abrirá processo de desapropriação.
Segundo informações preliminares colhidas pela procuradora-chefe do Incra, o mesmo grupo controla cerca de 50 imóveis na região, e estima-se que a extensão ultrapasse o 500 mil hectares. Se a vistoria indicar que as fazendas têm vocação para reforma agrária, a capacidade de assentamento pode atingir cinco mil famílias de trabalhadores rurais sem terra. “O avanço da reforma agrária é o melhor instrumento que o Poder Público tem para de pacificar o campo”, conclui Gilda Diniz.
http://www.mst.org.br/node/8669
Um acréscimo: no site do JC online, em notícia oriunda da Agência Estado, consta que todo o complexo agropecuário de Dantas engloba 27 fazendas e 453 mil cabeças de gado. “A Santa Bárbara controla, por meio da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, todas as propriedades. As fazendas que caíram na malha judicial estão espalhadas por quatro Estados: 23 no Pará, duas em Mato Grosso, uma em Minas e uma em São Paulo”, diz a matéria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário