segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Ex-governador Simão Jatene tem piti nas redes sociais. Tudo por causa das investigações da AGE sobre a fortuna de R$ 22 milhões do ex-secretário da Fazenda, Nilo Noronha. Há baratas e mais baratas avoando nos céus do Pará...



 
O chororô do ex-governador Simão Jatene me emocionou tanto, mas tanto, que decidi manifestar a minha solidariedade ao auditor fiscal Nilo Noronha, ex-secretário da Fazenda do governo dele. 

É que o coitado do Nilo está sendo vítima de uma terrível "perseguição". 

E tudo por causa desse espírito de porco, que é o auditor-geral do Estado, Giussepp Mendes. 

Pois num é que esse tal de Giussepp descobriu que o pobre do Nilo possui uma fortuna de quase R$ 22 milhões? 

E olhe que isso é só o que o Nilo declara no processo de divórcio que ajuizou, neste ano, e no qual oferece R$ 12,5 milhões pra ex-mulher. 

Mas o que é que nós, contribuintes, e esse tal de Giussepp temos a ver com isso, né? 

Tá certo que o pobre do Nilo é de origem remediada: na década de 1980, sobrevivia vendendo bugigangas, numa kombi velha, pelas ruas de Belém.

Mas e daí? Vai ver que ele enriqueceu como funcionário público, né não? 

Em dezembro do ano passado, segundo o portal da Transparência, o salário líquido do Nilo foi de R$ 18.517,18, na Secretaria da Fazenda (SEFA). 

Aí, quando você faz as contas, percebe que ele teria de trabalhar 90 anos, sem gastar 1 mísero centavo, pra conseguir juntar esses R$ 22 milhões. 

Não acredite em mim, não! Multiplique R$ 18.517,18 por 13 e você terá o ganho anual dele: R$ 240.723,34. Depois, é só multiplicar por 90. 

Então, a pergunta que não quer calar é: de onde saiu tamanha fortuna? 

E por que é que a Auditoria Geral do Estado (AGE), que é o principal órgão de fiscalização do governo, não pode investigar isso? 

A AGE recebeu uma denúncia e instaurou uma investigação.  

Aí, pediu ao Nilo e a ex-auxiliares dele, que também possuiriam grandes fortunas, que apresentassem as suas declarações de Imposto de Renda, um documento que todo servidor público é obrigado, por Lei, a atualizar, anualmente, no órgão em que trabalha. 

Isso bastou pra que um bando de tucanos, assumidos ou enrustidos, começassem a espalhar que o Nilo está sendo “perseguido”. 

Quer dizer: pra essa tucanada, a AGE tinha era de deixar em paz os “bacanas”, com essas fortunas que ninguém sabe de onde vieram. 

Pois muito bem. Na última quarta-feira, a AGE enviou o caso pra delegacia de polícia civil especializada em corrupção e lavagem de dinheiro, já que o Nilo e os seus colegas se recusaram a apresentar as declarações de bens. 

E o que foi que aconteceu? 

Ontem (27), o ex-governador Simão Jatene resolveu se juntar às suas viúvas e atacar o Giussepp Mendes e até o atual governador, Helder Barbalho, nas redes sociais. 

Ora, Jatene nunca deu um pio pra defender o Paulo Chaves, nas investigações sobre o Parque do Utinga. 

Só se manifestou sobre o escândalo do Asfalto na Cidade quando foi atingido com a possibilidade de um pedido de prisão. 

Então, por que o piti com a investigação sobre o patrimônio do Nilo Noronha? 

Ataque de consciência? Acesso de lealdade? A manifestação de um dedal de coragem?  

Não, não e não. 

O problema é que o Nilo é o mesmo do famoso diálogo do “dinheirinho”, com a Izabela Jatene, filha do ex-governador. 

Se você não se lembra, em 2011, a Izabela ligou pro Nilo, que era então subsecretário de Receitas da SEFA, e pediu pra ele a lista das 300 maiores empresas estaduais, pra “começar a buscar esse dinheirinho deles”. 

Um “dinheirinho” que a Izabela jura que ia direitinho pro Propaz... 

Segundo a AGE, quando o Nilo começou a trabalhar na SEFA, em novembro de 1993, o salário dele não era grande coisa. 

Seus ganhos só melhoraram a partir de 2002, no primeiro governo de Jatene, quando ele passou a ocupar cargos de confiança. 

Mas mesmo entre 2002 e 2018, o salário líquido do Nilo ficou, em média, em R$ 17 mil por mês. 

Isso dá R$ 221 mil por ano, já com o décimo terceiro. 

Agora, faça as contas: mesmo que você pegue e multiplique esse salário melhorado de R$ 17 mil, por todo o tempo de trabalho do Nilo na SEFA (26 anos), o resultado não chega nem a R$ 5,8 milhões. 

Ou seja: o patrimônio dele é mais que o triplo de tudo o que ele ganhou em salários. 

Esse rapaz é ou não é um fenômeno das finanças? 

Com tamanho talento pra multiplicação, poderia até resolver a crise econômica mundial, né não? 

Mas aí, o Jatene tem todo esse piti e chega até a desafiar o Helder, pra comparar patrimônio. 

Só que como todo sepulcro caiado, “esquece” da impressionante fortuna do sobrinho-testa de ferro dele, Eduardo Salles, lá em Castanhal (https://pererecadavizinha.blogspot.com/2014/10/fortuna-da-familia-do-governador-simao.html); dos postos de gasolina e dos R$ 13 milhões que o Beto Jatene, filho dele, pagou pra uma seguradora (https://pererecadavizinha.blogspot.com/2018/05/filho-de-jatene-paga-r-13-milhoes-uma.html); dos apartamentos que o Beto, a Izabela, a ex-mulher do Jatene e a sogra do Beto possuíam no luxuoso edifício Wing, aquele do abalo, em 2011.  

Não, caro leitor, o Jatene não está apenas morrendo de medo, e daí esse ataque desesperado. 

A verdade é que esse sujeito é tão perturbado, mas tão perturbado, que achava que as falcatruas do governo dele continuariam varridas pra debaixo do tapete. 

Imagine a cena. O Helder chega com o Giussepp e diz: “ulha, Giussepp, não investiga o Jatene e o pessoal dele, visse? Qualquer denúncia arquiva, tá? Porque a gente não pode mexer com essa alma penada”. 

É ou não é muita empáfia desse sujeito? 

Ele acha que o Helder e o Giussepp têm de se arriscar até a ser presos, só pra esconder as patifarias do governo dele. 

Ninguém pode investigar nada, porque todo mundo tem a obrigação de proteger esse encosto. 

Ademais, se o Jatene é tão “honestíssimo”quanto afirma, tá com medo de que, afinal? 

Aí, ele fica dizendo que quer um órgão “isento”,  como o Ministério Público, pra dar uma olhada em toda a fortuna que acumulou. 

Só que a AGE já está pegando todas as paradas de sucesso do governo dele e enviando pra tudo que é Ministério Público – Federal, Estadual, de Contas, o escambau. 

Quer mais isenção do que isso? 

Então, o Jatene tem de ir assombrar é os ministérios públicos, receita federal, tribunais de contas e sei mais o quê, que tão recebendo essas paradas de sucesso. 

Dura lex sed lex, ora! 

De resto, o ex-governador deveria é continuar perturbando os ouvidos de seus puxa-sacos com as suas cantorias desafinadas, em vez de ficar na internet, se fazendo de “coitadinho”. 

Porque coitados somos nós, o povo do Pará, que vamos levar anos pra resgatar o estado dessa violência e miséria em que ele foi jogado, pela incompetência, preguiça e desonestidade desse sujeito. 

E mais: telefonei ao auditor geral do Estado, Giussepp Mendes, e ele me disse que já se prepara pra ajuizar todas as medidas judiciais cabíveis contra as calúnias que lhe foram dirigidas pelo ex-governador. 

E eu até brinquei: “cuidado, doutor, que ainda vão lhe considerar uma pessoa ruim, por processar esse inimputável”. 

O que Jatene precisa entender é que já não possui poder pra ficar aterrorizando as pessoas, como fez com o Nelson Medrado e o Armando Brasil, lá no Ministério Público, só porque eles decidiram investigar as paradas de sucesso do filho dele. 

O seu governo, o seu império, graças a Deus, chegou ao fim. 

E agora, como todo e qualquer cidadão, ele vai ter é de prestar contas à Justiça, sobre tudo aquilo que tiver de explicar. 

FUUUIIII!!!!!


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Leia mais sobre a fortuna de Nilo Noronha no Diário do Pará de 6 de outubro, página A7: http://digital.diariodopara.com.br/web/?state=zoom&data=06/10/2019&pagina=7

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