quinta-feira, 11 de julho de 2019

MPPA pede condenação do acusado de torturar ex-namorada. Denúncia sustenta que Márcio Cruz praticou lesão corporal grave, entre outros crimes. Pena pode chegar a 30 anos de prisão.







Por Fernando Alves (Assessoria de Comunicação Social MPPA) 



A promotora de Justiça Sintia Bibas Maradei, atual responsável pela 5ª Promotoria de Justiça Criminal de Icoaraci, ofereceu denúncia à Justiça contra Márcio Cruz da Conceição, que está preso sob a acusação de torturar, ameaçar e obrigar a ex-namorada a comer fezes de animal. 


A vítima foi mantida em cárcere privado e submetida a cinco horas de agressão. O caso gerou ampla repercussão pela crueldade do suposto agressor. 

 
Na denúncia encaminhada nesta quinta-feira (11) à vara criminal de Icoaraci, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) pede à Justiça que Márcio Cruz da Conceição seja condenado pela prática dos crimes de tortura, lesão corporal e perigo à vida, com vários agravantes, como causar deformidade permanente, se enquadrar como violência doméstica, ter provocado lesão grave, ter ocorrido mediante sequestro e com característica de estupro e ter como vítima uma mulher.


A somatória das penas pelos crimes cometidos pode resultar em condenação à prisão por período próximo a 30 anos. 


De acordo com a promotora Sintia Bibas Maradei, o suposto agressor não foi denunciado por tentativa de feminicídio pois, a princípio, a violência não foi motivada pelo fato de a vítima ser mulher. “Mas se obtivermos outras provas, podemos fazer o aditamento da denúncia”, explica.


Além de pedir a condenação de Márcio Cruz pelos crimes citados, a promotora também requereu que a Justiça fixe um valor mínimo para que o suposto agressor indenize a vítima a título de reparação dos danos causados.



Relembre o caso


Márcio Cruz, de 19 anos, está preso preventivamente em cadeia pública, a pedido do MPPA, desde o último dia 2 de julho. Ele foi detido por uma equipe da Polícia Civil no bairro do Paar, em Ananindeua, acusado de torturar e ameaçar a ex-namorada.


O pedido de prisão foi feito pelo promotor de Justiça Mauro Mendes, titular da Promotoria de Justiça de Icoaraci, local onde ocorreu o crime. A motivação da agressão, segundo denúncia feita pela vítima, foi a insatisfação com o término do relacionamento.


No pedido de prisão, o promotor Mauro Mendes detalhou que no último dia 23 de junho, Márcio Cruz convidou a vítima para almoçar em sua residência. Chegando lá, o homem estava sozinho e mandou a vítima entrar. Na entrada, ele disse, textuais: “eu te avisei que o fim era triste”. Na sequência, começou a agredir a ex-namorada com uma barra de ferro, provocando vários hematomas pelo corpo. 


Em seguida, segurando uma faca para que não fugisse, raspou sua cabeça com uma navalha, cortando a região supraciliar esquerda e ocasionando múltiplos ferimentos na região do couro cabeludo.


Ainda com a faca, Márcio cortou superficialmente o rosto da vítima no formato da letra “M” em sua testa, jogou sabão em seus olhos, urinou em sua boca, fez a referida comer fezes de cachorro, jogou água sanitária em seu rosto e gravou um vídeo após realizar as lesões. O vídeo foi enviado aos familiares da mulher agredida. 


O acusado também gravou mensagens de áudio ameaçando a ex-namorada. Em alguns trechos, Márcio diz que “eu só não te matei mesmo, vagabund*, porque tua vida vale menos que merd* e minha liberdade, sua rata”.

 
Informações contidas no inquérito policial registram que a tortura durou cerca de cinco horas, cessando somente após a vítima ter conseguido escapar por uma janela da residência.


Márcio Cruz é suspeito de ter envolvimento com o tráfico de drogas e de ser integrante da organização criminosa Comando Vermelho.

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