quinta-feira, 27 de junho de 2013
A cabanagem marabaense: movimentos sociais podem fechar Estrada de Ferro Carajás por tempo indeterminado. E agora, Vale?
No blog do Hiroshi Bogéa, de Marabá:
“Agora é pra valer: movimentos sociais fecharão ferrovia da Vale por tempo indeterminado
quinta-feira, junho 27, 2013, 11:29
A interdição da Estrada de Ferro Carajás idealizada por um alguns comerciantes, organização não governamental e pelo grupo de uma rede social denominado “A Alpa é nossa”, não durou dez horas.
Finalizado com a chegada de um oficial de Justiça, o ato de interdição terminou às 18 horas de quarta-feira.
Agora, deve-se aguardar a interdição da ferrovia por quem realmente entende do traçado, e tem expertise na mobilização duradoura de massas: os movimentos sociais.
Cerca de quinze entidades dos movimentos sociais aguardam o desenrolar das negociações entre a prefeitura de Marabá e a Vale para, dependendo dos valores que a mineradora anunciar para a realização de obras estruturantes em pelo menos cinco bairros cortados pela estrada de ferro, tomar, por tempo indeterminado, os trilhos que transportam as riquezas do Estado, gerando, para o povo, apenas migalhas e misérias.
Algumas reuniões vem sendo feitas em torno da mobilização a ser tocada, e em todas elas a pauta é a mesma: trancar a EFC, de São Félix até o último bairro localizado do lado direito do rio Tocantins,após o KM 7 – mobilizando no mínimo quinze mil pessoas.
Lideranças de bairro, com apoio do MST, Fetraf, e Fetagri, não abrem mão de conquistas para seus bairros, como pavimentação completa de ruas, construção de praças, centros de saúde e escolas.
A visão nítida que cada liderança tem é de que aqueles benefícios podem ser perfeitamente conquistados agora, sem delongas, aproveitando as negociações que a companhia realiza com a prefeitura para obter autorização para a duplicação da estrada de ferro, dentro do território urbano marabaense.
“É agora, ou nunca. A Vale vai ter que liberar recursos o suficiente para a pavimentação de nossas ruas. Caso contrário, morremos todos, lutando contra polícia, ou qualquer tipo de força. Mas, agora, a Vale não passará nenhum pirulito em nosso beiço. Vamos fechar a ferrovia por quanto tempo for necessário, tenha certeza disso”, afirma Nildo Machado, que participa das reuniões e garante já existir, mapeada, toda estratégia de ação para o bloqueio da estrada de ferro, “numa extensão de dez quilômetros, apinhados de gente”, revela.
De casa em casa, multiplicadores do movimento conversam com a comunidade, orientando como fazer para a mobilização atingir os resultados esperados.
“É um trabalho de formiguinhas, conversando com todo mundo. Vamos fazer a nossa revolução nos bairros, parar a Vale, mostrar a ela que quando o povo quer, ninguém impede, nem a força truculenta da polícia com o apoio de alguns juízes insensíveis”, revela”.
Tem mais Hiroshi Bogéa aqui: http://www.hiroshibogea.com.br/
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