segunda-feira, 25 de maio de 2020

Bolsonaro e o bolsonarismo: o que eles querem é matar.





Confesso que só ontem, após assistir o vídeo da “célebre” reunião de Bolsonaro com os seus ministros, é que entendi realmente quem são e o que querem o “mito” e os seus adoradores.

Não, eles não são “patriotas”, nem estão preocupados com a família, Deus, religião - isso é tudo lári-lári.

Também não estão preocupados com o respeito à Lei, à Liberdade e à Democracia – não, não é nada disso.

Na verdade, o que Bolsonaro e a sua patota querem é uma espécie de licença para serem bandidos.

Querem fraudar, maltratar, espancar, matar sem serem incomodados.

Querem é descumprir impunemente todas as leis, para poderem se dar bem.

O ponto chave dessa compreensão é a noção expressa por Bolsonaro e o seu bando do que seria a “Liberdade”.

Em nome da “Liberdade”, eles acham que têm o direito de reabrir o comércio, mesmo que isso signifique expor milhões de brasileiros a um vírus mortal.

Em nome da “Liberdade”, acham que têm o direito de distribuir notícias falsas, para destruir adversários ou convencer as pessoas de que a Covid-19 não passa de uma “gripezinha”.

Em nome da “Liberdade”, buscam até se armar, para acabar com a quarentena nem que seja à bala.

Na verdade, a noção de “Liberdade” dessa gente é a barbárie; é a lei do mais forte.

Não, eles não querem armas para “se proteger”, como sempre disseram: o que eles querem é matar quem se opuser a eles.

E matar não “apenas” civis.

Quando Bolsonaro disse que quer armar os “cidadãos” para que possam se opor à quarentena, ele “esqueceu” de dizer que quem está nas ruas a fazer cumprir a Lei não são os prefeitos e governadores.

Quem está nas ruas são os nossos policiais civis e militares e os nossos guardas municipais.

São os nossos agentes de Segurança, que estão até adoecendo e morrendo, para proteger a população.

Não, não foram governadores e prefeitos que prenderam o idoso referido naquela reunião: foram policiais militares, depois que ele tentou até tomar o celular de um deles (https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/19/idoso-descumpre-decreto-de-isolamento-se-recusa-a-deixar-calcadao-de-boa-viagem-xinga-policiais-e-e-detido-veja-video.ghtml)

Também foram policiais que detiveram a esposa e a filha do deputado Luiz Lima (PSL), porque elas furaram a quarentena decretada no Rio de Janeiro, como se a Lei não se aplicasse às Vossas Excelências e a seus familiares (https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/covid-mulher-e-filha-de-deputado-que-furaram-quarentena-est%C3%A3o-infectadas/ar-BB14pNiO?li=AAggXC1 ).

Naquela reunião, aliás, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, chegou a dizer que, se um fato semelhante ocorresse com a sua família, pegaria suas “15 armas” para “matar ou morrer”.

Incrível, né?

A maioria esmagadora de nós, se tivesse familiares detidos, correria para a delegacia, chamaria um advogado, a imprensa, e até processaria o Estado, se fosse o caso.

Mas não o presidente da Caixa: para ele, a solução é o bang-bang.

No fundo, Bolsonaro e o seu bando descarregam o seu ódio apenas nos governadores e prefeitos para que os nossos policiais não percebam que estarão entre os alvos dessas milícias, que pretendem estabelecer à luz do dia, como se inexistisse Lei neste país.

E no entanto, quem age assim não é o “cidadão de bem”, que nem sequer cogita a possibilidade de sair por aí atirando em policiais.

Quem age assim é bandido, e bandido perverso: assassinos frios, cuja mais “eloquente declaração” de desrespeito à Lei, à Ordem, à Democracia, à República é meter bala nos nossos agentes da Segurança Pública.

Tão ou mais revelador é que a “Liberdade” apregoada por Bolsonaro só se aplica a ele e aos seus adoradores.

Em nome da “Liberdade”, eles espancam nas ruas mulheres e idosos que resolveram vestir uma camiseta vermelha.

Em nome da “Liberdade”, humilham e agridem jornalistas, gays e agentes de saúde.

Em nome da “Liberdade”, pedem a volta da ditadura e um novo AI-5, que fechou o Congresso Nacional, cassou parlamentares, suspendeu direitos políticos, manifestações, reuniões; ampliou a censura à imprensa, música, teatro, cinema; ampliou perseguições, demissões, prisões, torturas, mortes e “desaparecimentos” dos opositores ao regime militar, incluindo até oficiais das Forças Armadas.  

Em nome da “Liberdade”, tentam negar a todos nós o maior de todos os direitos: o Direito à Vida. 

O direito de tentarmos nos proteger desse vírus, com as únicas medidas realmente eficazes: o isolamento e o distanciamento sociais.

Até mesmo criminosos terríveis como os traficantes impuseram toque de recolher, nos morros cariocas, contra essa doença.

Já essas criaturas nem titubeiam em empurrar milhões de brasileiros para a morte: idosos, doentes, grávidas, médicos, enfermeiros, policiais, jovens que estão a morrer por causa dos AVCs provocados por esse vírus.

Não, não é a Liberdade, como a maioria de nós a entende, aquilo que move Bolsonaro e o seu bando: não é a Liberdade que termina onde começa o direito do outro, e que se curva, democraticamente, civilizadamente, aos interesses da coletividade, especialmente, em se tratando do Direito à Vida.

Também não é com os mais pobres que estão preocupados: enquanto choram lágrimas de crocodilo por aqueles que “morrerão de fome por causa da quarentena”, o Governo Federal possui um orçamento de R$ 3,6 trilhões para este ano, o que permitiria a Bolsonaro, se quisesse, garantir uma renda mínima aos mais pobres (e não os R$ 200,00 que ele queria oferecer), pelo tempo necessário para conter esse vírus.

Não, eles não são nem mesmo cristãos, já que lhes falta amor, misericórdia, solidariedade, HUMANIDADE.

Também não são patriotas, já que entregam as riquezas nacionais a grileiros, madeireiros, grandes empresários; destroem a imagem do Brasil em todos os cantos do Planeta; destroem o futuro deste país.

O que move Bolsonaro e o seu bando é o direito que julgam possuir de imporem as suas ideias paleolíticas e ações criminosas.

É o “direito” de pisotearem as leis, a Democracia, a República, a Constituição, a Civilização.

Tudo o que lhes importa é que todos se curvem à sua vontade, mesmo que isso custe à Nação milhares e milhares de cadáveres.

Seja através dessa doença, seja através de suas milícias, seja através de uma guerra civil.

FUUUIIIII!!!!!

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