sexta-feira, 1 de março de 2013

Mário Couto pode ser investigado por estelionato, devido à suposta emissão de R$ 80 mil em cheques sem fundos. É isso o que pede a ação ajuizada pelo médico Albedy Moreira, que teria vendido um barco ao senador. Caso pode ir parar, também, na Corregedoria do Senado.






O senador Mário Couto Filho (PSDB) poderá ser investigado pela prática do crime de estelionato, em decorrência da suposta emissão de cheques sem fundos, para o pagamento de uma lancha.

O pedido para o envio do caso ao Ministério Público Federal consta da ação ajuizada pelo dono da embarcação, o médico paraense Albedy Moreira Bastos, contra o senador.

Os três cheques totalizam R$ 80 mil.

E Albedy também estuda a possibilidade de recorrer à Corregedoria do Senado, para receber o dinheiro que lhe seria devido.

“Infelizmente, confiei na boa fé de um senador da República do Brasil”, disse ele ao blog, na noite de ontem.

Após a primeira postagem sobre os cheques sem fundos que teriam sido assinados por Mário Couto (leia aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/02/extra-extra-extra-medico-afirma-que.html), o blog procurou informações, na internet, sobre Albedy.

Ele é professor da Universidade Federal do Pará e presidente da Academia Brasileira de Neurocirurgia.

No CNES, o cadastro nacional de estabelecimentos e profissionais de Saúde, consta que atua em vários hospitais de Belém.

Além disso, seria professor da Uepa, a universidade estadual.

Na noite de ontem, Albedy confirmou a autenticidade dos documentos enviados ao blog por uma fonte.

A papelada é cópia da ação que ele protocolou na 8ª Vara Cível de Belém.

O médico também afirmou que o réu do processo é, de fato, o senador Mário Couto Filho.

Segundo ele, tudo começou em 2011, quando o senador demonstrou interesse na compra da lancha, que se encontrava guardada em uma casa, na Vila de Cuiarana, no município de Salinópolis.

Couto teria até pedido a lancha emprestada, para testá-la.

E, em dezembro daquele ano, os dois se encontraram, para acertar a venda.

No entanto, o senador teria dito que não podia pagar à vista os R$ 80 mil da transação e propôs o parcelamento em três cheques.

“Eu nunca imaginei que teria problemas, já que ele é um senador”, lembra Albedy.

Por isso, observa,  não se preocupou com a possibilidade da falta de pagamento -  nem mesmo quando Mário Couto, apesar de assinar os cheques em dezembro, resolveu datá-los para março, abril e maio de 2012.

“Ele me disse que estava com muitas despesas, devido às obras que tinha feito em Cuiarana, e que, se aparecesse dinheiro, anteciparia o pagamento”, recorda.

Daí a surpresa ao examinar o seu extrato bancário e constatar que o primeiro dos cheques, depositado no final de março, havia sido devolvido – comenta Albedy.

“Tentei falar com ele (o senador), mas não consegui mais contato. Eu não tinha contato direto com ele, mas através de assessores. E os telefones não atendiam, ou, quando atendiam, não davam resposta”, relata.

Ao fim e ao cabo, cada um dos cheques teria sido carimbado duas vezes pelo banco, por insuficiência de fundos.

“A minha salvação é que quando ele me deu os cheques, eu pedi um recibo listando cada um deles, para provar a transação”, observa.

Apesar de o processo ter sido ajuizado em julho do ano passado, até agora Albedy não viu a cor do dinheiro que reclama.

O senador, aliás, nem sequer foi citado (ou seja, ainda nem recebeu a determinação judicial para o pagamento da dívida), porque não foi encontrado pelo oficial de Justiça no endereço que consta na ação.

Por isso,  Albedy renovou, em 08 de novembro, o pedido para que Mário Couto seja citado por carta precatória, no gabinete que ocupa no Senado, em Brasília – solicitação, aliás, que já constava na inicial.

No processo, o médico pede o bloqueio de até 30% da remuneração do senador,  para o pagamento do débito.

Ou, ainda, a penhora de uma casa no Parque Verde, que Couto declarou à Justiça Eleitoral, em 2006, valer apenas R$ 41,6 mil.

No início da tarde de hoje, o blog tentou confirmar, junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará, se o Mário Couto processado por Albedy é mesmo o senador do Pará.

Mas nem a Assessoria de Comunicação nem o gabinete do juiz e a Secretaria da 8ª Vara Cível de Belém souberam fornecer informações sobre o processo, além daquelas que se encontram online.

A orientação foi a de que a Perereca comparecesse pessoalmente à Secretaria, para folhear o processo.

O blog também tentou contato com a Assessoria de Imprensa do senador Mário Couto, em Brasília, mas a assessora nem atendeu o telefone nem retornou as ligações.

Uma funcionária do gabinete disse que o senador se encontra num interior do Pará, “onde não pega celular”.

Disse, ainda, que tentaria contato com a assessora de imprensa celular e ficou de dar retorno ao blog “assim que possível”.

A Perereca ainda aguarda o posicionamento do senador.

Veja alguns dos documentos encaminhados por uma fonte ao blog, cuja autenticidade foi confirmada pelo neurocirurgião Albedy Moreira Bastos.

Os três cheques sem fundos que teriam sido assinados pelo senador:



 
O recibo da transação:



A primeira página da ação ajuizada por Albedy, que indica a condição de  senador do Mário Couto Filho do processo:


A renovação do pedido para que Mário Couto seja citado por carta precatória, em Brasília:


A pesquisa que teria sido realizada por Albedy, em julho do ano passado, que teria revelado a existência de 21 cheques sem fundos emitidos por Mário Couto (o CPF que consta no documento confere com o do senador): 



E leia as reportagens publicadas pela Perereca sobre as atividades do senador Mário Couto Filho: 

1-A farra gastronômica do senador com dinheiro do Senado - o pagamento de banquetes que chegaram a mais de R$ 600,00: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/09/de-bicheiro-connaisseur-mario-couto.html 

2-A denúncia do MP contra o senador, acusado de envolvimento nas fraudes da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa): http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/01/escandalo-da-alepa-mp-denuncia-senador.html 

3- O bloqueio dos bens do senador pela Justiça, em decorrência das acusações de envolvimento em fraudes de R$ 16 milhões na Alepa: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/justica-bloqueia-bens-do-senador-mario.html  

4-O bloqueio de bens que atingiu também dois filhos do senador: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/justica-bloqueia-bens-de-mais-39.html?utm_source=BP_recent 

5-A possibilidade de que o escândalo da Alepa tenha lesado os cofres públicos em mais de R$ 200 milhões: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/fraudes-na-alepa-podem-ter-lesado-os.html?utm_source=BP_recent 

6-A mansão na Vila de Cuiarana, em Salinas, onde o senador passa os finais de semana: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/bacamarte-no-tucupi-mario-couto-pede.html 

7-O derrame de dinheiro no Santa Cruz de Cuiarana, time de futebol de Mário Couto: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/o-enigma-do-santa-cruz-de-cuiarana-o.html 

8-As fotos históricas de Mário Couto como porta-voz dos bicheiros do Pará: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/03/nos-tempos-da-bicharia.html 

9-As mesmas fotos reproduzidas em reportagem no Congresso em Foco: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/05/fotos-historicas-do-senador-mario-couto.html 

10 - O escritório do senador em Belém, que gasta só R$ 30,00 de luz, mas contabiliza 20 funcionários do Senado, em “regime especial de frequência”: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/11/incrivel-escritorio-de-mario-couto-em.html

Um comentário:

Mestre Chico Barão disse...

SÓ NA TACA

Dificilmente o Mario será penalizado em alguma coisa , cheque é uma ordem de pagamento avista, quando o vendedor recebe um cheque pré datado significa que ele sabe estar sem cobertura , não tinha fundo, assim não tem como alegar desconhecimento, caso o recibo estivesse com a mesma data do ultimo cheque isso seria evitado!


Outro empecilho é quanto ao recibo, a transferência de propriedade na Marinha é em recibo próprio que é fornecido junto ao documento no registro da embarcação, caso não exista esse recibo é porque não existe registro , isso não tira a propriedade da lancha do vendedor caso ele tenha nota fiscal de compra , do contrario já era pois no recibo não consta números de identificação do casco e do motor.

O Senador não foi competente nessa negociação, pois se queria enganar comercialmente
o Albedy deveria ter feito uma correspondência ao banco cancelando os cheques por desacordo comercial uma maneira simples de não ser penalizado junto ao banco central, única bronca que ele vai responder caso o Albedy não tenha a nota fiscal do casco e do motor e se tiver apenas poderá receber sua lancha de volta.

Alguém poderá dizer que o Albedy pode cobrar pelo uso isso poderia ocorrer se no documento emitido pelo vendedor constasse “usada vista e aprovada pelo comprador” e mesmo assim o Mario deveria assinar o de acordo no próprio recibo!

O prejuízo do Albedy pode ser bem maior que não ter recebido os cheques , aconteceu um fato estranho NA MARÉ passada , a lancha emborcou e foi para o fundo , sendo recuperada depois isso todo pescador que pratica pesca esportiva no Cuiarana sabe e dificilmente alguém terá coragem de comprar tal lancha depois desse NAUFRÁGIO ocorrido no meio dessa disputa judicial.

Eu acho que o ocorrido foi o valor R$ 80.000,00 muito pesado para um casco de 21 pés com motor de 200HP Mercury , eu tento vender uma Magnum de 23 pés e motor Yamaha 200 HP, a única no Pará proa aberta e fechada ,registrada na Capitania da Amazônia Ocidental mais um reboque dois eixos por R$ 50.000,00 e até hoje a melhor oferta foi R$ 40.000,00.

Perereca no dia que a Capitania fizer uma blitz seria nas Marinas em Belém, na orla e no conjunto Maguary , em São Caetano, em Salinas no Porto Grande e Cuiarana, em Marabá , em Tucurui, nas cidades do Araguaia pode chamar todo seu efetivo no Pará para conduzir as embarcações aprendidas que não vai dar conta!

Agora um senador que comanda o órgão que fiscaliza veículos no estado não poderia jamais ter posse de embarcações ILEGAIS ainda mais com fruição duvidosa.


Pelo visto uma vida pregressa retorna pela impossibilidade de se garantir em Brasília!

Um urubu sai do Ver o Peso e vai para Manaus, retorna ao velho mercado não por achar escassez de alimento na capital amazonense, lá a fartura é mil vezes maior, volta porque sente falta de estar na putaria!

((((((((MCB)))))))