terça-feira, 27 de agosto de 2024

Ou o Brasil acaba com o bolsonazismo, ou o bolsonazismo acaba com o Brasil


 

Em 2022, depois de perderem as eleições, bolsonazistas puseram uma bomba às proximidades do aeroporto de Brasília.

Ela deveria explodir no dia 24 de dezembro, véspera do Natal, com aquele aeroporto apinhado de gente. Mas, graças a Deus, falhou.

(Veja aqui: https://www.metropoles.com/brasil/ha-um-ano-golpistas-tentavam-explodir-bomba-no-aeroporto-de-brasilia)

Também em 2022, bolsonazistas bloquearam estradas, ameaçando quem tentava passar. (https://g1.globo.com/politica/eleicoes/noticia/2022/11/01/bloqueios-bolsonaristas-ocorrencias.ghtml )

Tentaram invadir o prédio da Polícia Federal, em Brasília. Incendiaram veículos, tocaram o terror.

(https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/12/12/bolsonaristas-radicais-depredam-carros-em-frente-ao-predio-da-policia-federal-no-df.ghtml)

Por fim, em 8 de Janeiro de 2023, invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, na tentativa de provocar um golpe militar.

(Veja o documentário do Metrópoles sobre o 8 de Janeiro:https://www.youtube.com/watch?v=0d4T0wkcFIg)

Agora, incêndios florestais, no estado de São Paulo, levaram o caos a várias cidades.

Duas pessoas morreram e pelo menos 66 ficaram feridas.

Matas e plantações foram destruídas.

E animaizinhos perderam a vida.

Há indícios de que foram incêndios criminosos: segundo imagens de satélite, todos começaram no mesmo dia e mais ou menos no mesmo horário, em áreas distantes umas das outras.

Além disso, em uma convocação para a manifestação do próximo 7 de Setembro, divulgada dias antes, havia a afirmação de que o Brasil iria “pegar fogo”.

(https://revistaforum.com.br/meio-ambiente/2024/8/26/apito-de-cachorro-malafaia-bolsonaristas-anteciparam-que-brasil-vai-pegar-fogo-video-164488.html)

Coincidência? Pode ser.

Mas os atentados terroristas de 2022 e 2023 autorizam a desconfiar de que pode ser mais.

Operações terroristas coordenadas não são novidade para o bolsonazismo.

Como as sabotagens de torres de energia em vários pontos do País, relatadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), provavelmente cometidas por eles.

Entre 8 e 31 de janeiro de 2023, 24 torres foram sabotadas, em 6 estados: Rondônia, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Piauí e Pará.

Em todas, houve a retirada de peças de sustentação. Ou seja, houve planejamento e o mesmo método.

(https://outraspalavras.net/outrasmidias/quem-cortou-a-luz-no-dia-do-golpe/)

Outra ação coordenada daquela época foi assumida publicamente pelos bolsonazistas.

Eles tentaram bloquear refinarias da Petrobras em 6 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Amazonas, para provocar desabastecimento.

A operação, chamada “Tanque Seco”, não teve sucesso.

Mas, para dar-lhe “suporte”, haviam sido convocados até os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), aos quais Bolsonazi facilitara o acesso a armamentos pesados.

Facilidades que acabaram beneficiando, também, traficantes de drogas e milicianos.

(Aqui: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64213689 E aqui: https://www.brasil247.com/brasil/apos-liberou-geral-de-bolsonaro-cacs-crescem-como-fonte-de-armas-para-o-crime-organizado)

Outro fato que “irmana” esses incêndios e os demais atos terroristas, é a ação das redes bolsonazistas de fake news.

Logo depois desses incêndios, essas redes passaram a agir de forma coordenada, para culpar o governo Lula por essa tragédia.

(https://apublica.org/nota/com-fake-news-deputados-ruralistas-associam-queimadas-a-mst-e-governo-federal/)

Como se a destruição ambiental não tivesse sido protegida durante o governo Bolsonazi.

(Aqui: https://www.brasildefato.com.br/2019/08/15/estimulados-por-bolsonaro-fazendeiros-promovem-dia-do-fogo-na-amazonia/

Aqui: https://www.dw.com/pt-br/estudo-detalha-como-bolsonaro-fez-emiss%C3%B5es-subirem-122-na-amaz%C3%B4nia/a-66610629

Aqui: https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/bolsonaro-deixa-presidencia-com-recorde-historico-de-desmatamento-em-areas

Aqui:https://reporterbrasil.org.br/2023/09/cortes-da-fiscalizacao-ambiental-estimularam-explosao-de-narcogarimpos-na-amazonia/)

E como se o governo Lula não tivesse agido em sentido contrário: já há mais de 30 inquéritos da PF, para identificar a bandidagem responsável pelos incêndios, na Amazônia, Pantanal e São Paulo.

E Lula também mobilizou até as Forças Armadas, para ajudar as áreas atingidas.

(Aqui: https://www.metropoles.com/brasil/pf-ja-tem-31-inqueritos-para-investigar-incendios-pelo-pais

Aqui: https://www.brasildefato.com.br/2024/08/26/defesa-civil-diz-que-acao-humana-causou-99-9-dos-incendios-em-sp

E aqui: https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/noticias/2024/governo-federal-pede-investigacoes-sobre-incendios-e-garante-apoio-aos-estados-no-combate-ao-fogo).

O bolsonazismo é uma praga que precisa ser contida.

Uma mistura de milicianos, fanáticos religiosos, empresários e políticos bandidos, com indícios de conexões ao tráfico de drogas.

Como visto em todos os atos terroristas que já cometeram, eles não estão nem aí se inocentes morrem.

Não estão nem aí para a destruição das nossas florestas, rios e animais.

Para eles, tudo o que importa é voltar ao Poder, nem que seja através de um golpe militar ou de uma guerra civil.

Para que possam eliminar gays, pretos, pobres, e toda a legislação de proteção às mulheres contra a violência.

É preciso processar e prender essas pessoas.

Mas não apenas os peixes miúdos: as suas lideranças têm de pagar por todo o mal que têm feito ao Brasil.   

Temos de dar um basta nessa organização criminosa.

Que se esconde na política e na religião, para pregar o ódio e dividir o País.

Este é, provavelmente, o momento mais grave da nossa História.

Ou o Brasil se livra do bolsonazismo, ou o bolsonazismo acaba com o Brasil.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Ei, minion, me mande pra China!



 A Perereca da Vizinha decidiu lança a campanha “Minions, me mandem pra China!”

E vou deixar o meu pix, pra que vocês paguem a minha viagem.

Que país lindo e próspero!

Muito, mas muito diferente da imagem preconceituosa que vocês têm.

E tudo porque veículos de comunicação e a máquina de propaganda nazista convenceram vocês que a China é “comunista”.

Como se alguma vez tivesse existido algum país comunista no mundo (pausa pra gargalhar😂😂😂).

Quem nos mostra a China como ela é, sem puxar a sardinha pra brasa das esquerdas ou da direita, é um casal de brasileiros.

Uma moça e um rapaz que estão viajando pelo mundo e que têm um canal no YouTube, chamado “Vou sem volta”.

Agora eles estão na China e já produziram uma série de vídeos de lá.

Eles vão não apenas às áreas turísticas, mas, também, àquelas que estão fora desses roteiros.

Como já estiveram em vários países, conseguem fazer muitas comparações, o que é bem legal.

E o que emerge desses vídeos é um país espetacular, com um povo acolhedor e preços bons.

Uma China com paisagens de tirar o fôlego: enormes florestas, montanhas, quedas d’água.

Além de impressionantes arranha-céus e prédios históricos muito bem conservados.

Ruas bem iluminadas, limpas, seguras, com muitas lixeiras com separação do lixo pra reciclagem, além de bicicletas e motos pra alugar.

Parques e lindas praças.

Uma animadíssima vida noturna.

Comidas e bebidas pra todos os gostos: sucos, cervejas, frutas, carne de porco, mariscos e patos (os seus primos, minions...).

As antigas áreas “pobres” mais parecem de classe média, com carrões e ar condicionado nas casas.

Idosos que se mantêm ativos, a exercitar a mente e o corpo.

Jovens a aprender inglês, pra poderem interagir com o resto do mundo.

Wifi por todo lado, até em “orelhões” no estilo inglês.

Muito turismo interno, a toda hora e em todo lugar.

Igrejas de várias religiões, mas sem essa bagunça do Brasil, onde qualquer pilantra se diz “pastor”, pra arrancar dinheiro de pobre e semear o ódio entre as pessoas.

O sistema de transporte público é incrível

Chega rapidamente a tudo que é lugar e utiliza todos os meios imagináveis: metrô, trem bala, ônibus de dois andares, barcos, "bondinhos-teleféricos".  

Também há praias bonitas, visse?, repletas de famílias, até em uma quarta-feira, meio de semana.

E enquanto você se enche de ódio da China por causa da contrapropaganda dos EUA, indústrias e cadeias comerciais de todo o mundo, incluindo as norte-americanas, fazem a festa por lá e ganham muuuiiito dinheiro.

Tem pobreza na China? Acredito que sim.

Mas nos vídeos desses dois brasileiros que já assisti, não vi nem mendigos nem moradores de rua. 

E olhe que eles parecem realmente mostrar tudo o que vêem, além de criticarem vários aspectos da revolução chinesa.

E antes que me esqueça: as pessoas de lá são normais (muito mais, aliás, do que você...) e se vestem como em qualquer lugar do mundo. 

Em suma: o gigante chinês parece ter conseguido reunir o melhor da civilização - preservação histórica e ambiental, modernidade e, sobretudo, preocupação com o bem estar dos cidadãos. 

Embora ainda falte, é verdade, maior respeito aos animais.

Então, fiquei com uma vontade danada de conhecer a China, mas não tenho dinheiro.

Aí lembrei que você vive mandando todos os “esquerdopatas” irem embora do Brasil.

Daí que conto com você e os demais minions, pra realizar o meu sonho.

Meu pix é anaceliapinheiro@hotmail.com

Ah, e se você puder, pague também um curso de mandarim pra mim.

Vai, minion, me mande pra China!


FUUUIIII!!!!

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Abaixo, um dos vídeos da série sobre a China, do canal “Vou sem volta”:

 

Se você quiser ver os demais, assista o vídeo acima direto no YouTube ou clique neste link: https://www.youtube.com/@Vousemvolta/videos 

terça-feira, 30 de julho de 2024

Fornecedores e revendas de água mineral brigam, e quem paga o pato é o consumidor. Cadê o Ministério Público de Ananindeua? Cadê o Procon?



Hoje, foi a segunda vez que tive de ameaçar recorrer ao Ministério Público, para conseguir comprar água mineral.

Há meses venho notando a redução das revendas que entregam esse produto, aqui no KM 8 da BR 316, em Ananindeua.

Aparentemente, os comerciantes de água se meteram numa brigalhada.

E são tantos os problemas que a gente fica pensando se essas pessoas têm consciência de que não trabalham no comércio de blusinhas, mas de um produto essencial.

Ao que me disseram, o principal problema é que os fornecedores estariam aumentando muito o preço da água.

Com isso, a margem de lucro das revendas, para a entrega desse produto, teria ficado muito pequena.

É verdade que essa é a versão de um revendedor. E que desconheço as versões dos demais e dos fornecedores e fabricantes.

Mas o fato é que, cada vez mais, essas revendas estão deixando de entregar água mineral, e passando a entregar apenas botijões de gás.

Não bastasse isso, quem revende Belágua não revende Nossa Água, e vice-versa.

Porque os fornecedores só recebem garrafões de uma ou de outra.

Assim, se o revendedor de Nossa Água estiver sem o produto, terei de comprar o garrafão completo do revendedor de Belágua, o que dá uns 40 reais.

Isso aconteceu comigo.

E tive até de ameaçar chamar o Procon e o Ministério Público, para que a revenda de Belágua me vendesse o garrafão completo.

Porque ela dizia que tinha poucos garrafões disponíveis.

Enquanto eu argumentava que ela não podia se negar a me vender alguma coisa, especialmente um produto de primeira necessidade.

Em suma: nós, consumidores, estamos no meio de um abusivo cabo de guerra entre comerciantes, em torno de um produto essencial.

E a coisa toda é tão bagunçada, que chega até a gerar lendas urbanas.

Sabe a loira do banheiro?

Pois é: em Ananindeua, nós temos a lenda do garrafão de água que não pode ficar vazio por dois meses, porque “resseca”.

E aí, “imprestável”, vítima de uma espécie de maldição, a revenda se recusa a aceitá-lo, mesmo que esteja dentro do prazo de validade.

Diz que existe até um “treinamento” pros entregadores, para que eles reconheçam os sinais de “ressecamento”, nos garrafões amaldiçoados.

No entanto, não encontrei no Google nada, nadica, sobre esse tal “ressecamento”.

Daí a pergunta: quem está ganhando o quê com essa história?

Então, é preciso que o Ministério Público e o Procon chamem esses comerciantes (fabricantes, fornecedores e revendedores) e coloquem ordem nessa bagunça.

O que não pode é nós, consumidores, continuarmos sob risco até de ficarmos sem entrega de água.

Idosos e deficientes não têm como sair por aí, à procura desse produto.

E não é opção para ninguém beber essa nossa “ultra saudável” água torneiral.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Edmilson Rodrigues ou Igor Normando? Calma, companheiro! Nós não somos inimigos e o grande foco é 2026.


 

Se eu puder dar um conselho aos exércitos do Edmilson Rodrigues e do Igor Normando, é este: controlem a testosterona.

Nós, petistas, psolistas, emedebistas e todos os democratas, não somos inimigos.

Pelo contrário: somos aliados contra um inimigo comum.

E temos um objetivo que está acima de qualquer divergência entre nós: derrotar os nazifascistas, em 2026.

Não precisamos achar uns aos outros “lindinhos, limpinhos e cheirosos”.

Isso não é um namoro, um casamento e nem mesmo uma amizade.

É uma aliança política pragmática, oriunda de um perigo mundial para a Democracia, e até para a sobrevivência da espécie humana.

É provável que petistas e psolistas achem os emedebistas politicamente lamentáveis.

Da mesma forma que os emedebistas devem achar politicamente lamentáveis os petistas e psolistas.

Mesmo assim, precisamos, desesperadamente, continuar a conviver.

Porque se cometermos a burrice de nos dispersar, esses nazifascistas vencerão as eleições em Belém.

E se essa burrice se repetir nos demais municípios paraenses e brasileiros, eles vencerão as eleições de 2026, para os governos, assembleias legislativas, Congresso e Presidência da República.

E se o Trump vencer as eleições nos EUA, como, aparentemente, é o que acontecerá, nem precisa ser a Mãe Delamare, para prever as desgraças que virão, não é?

Talvez uma ditadura, que eles não conseguiram impor por falta de apoio externo e por erros que, certamente, já não cometerão.

Talvez a gradual corrosão da nossa Democracia, para que possam se manter no poder, por décadas, em aparente legalidade.

Certamente, a destruição dos direitos conquistados, ao longo de décadas, por pretos, gays, mulheres, idosos, povos indígenas, trabalhadores.

Em qualquer caso, perseguições, cassações, prisões arbitrárias e sabe-se lá mais o quê, contra todos nós que hoje torcemos o nariz uns pros outros.

Veremos Belém virar um campo de extermínio de pretos e pobres, e perder o pouco que resta de seu patrimônio histórico.

O Pará verá a destruição das suas florestas e rios.

E o Brasil virará um fazendão teocrático, paraíso de escravocratas, pedófilos, estupradores e toda sorte de monstros.

Então, não podemos perder o foco.

Não temos tempo para isso.

E nem temos força política, em nenhum segmento isolado dessa frente, para ficarmos com “nojinho” uns dos outros.

Precisamos compreender que esta não é uma eleição “normal”, como muitas das anteriores.

Antes, podíamos até dizer: “ah, se o meu candidato não passar para o segundo turno, naquele candidato do PSOL ou do MDB eu não voto de jeito nenhum”.

O problema é que, nas eleições de Belém, teremos um segundo turno, provavelmente, entre um candidato da nossa frente democrática e um nazifascista.

E você não terá como apoiá-lo, a não ser que queira virar nazifascista também.

Você não terá nem mesmo como ficar em cima do muro, porque é de oposição ao nazifascismo que estamos a falar, como sabem hoje até as pedras de Belém.

Então, quer você goste ou não, acabará tendo de votar no Edmilson Rodrigues ou no Igor Normando. E buscar votos para ele. Pragmaticamente.

Isso significa que a agressividade entre esses dois exércitos, do Edmilson e do Igor, tem de ser muito bem dosada.

Para não gerar traumas que dificultem muito uma aliança no segundo turno. Ou até mesmo a continuidade da nossa convivência. 

Afinal, Edmilson ou Igor, tudo bem, a gente se reacomoda. 

O que não pode é o cachorro doido vencer.

Isso serve para todas as eleições municipais, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, que opõem companheiros dessa nossa frente democrática, no primeiro turno.

Sentiu vontade de usar palavras mais duras, para “acertar uma bicuda no fígado”? Não o faça.

Não dificulte a sua própria vida, quando tiver de buscar votos para esse companheiro, no segundo turno.

Em vez de se aplicar em destruir um aliado, empregue as suas melhores energias para impedir a eleição de prefeitos e vereadores da base nazifascista.

Não esqueça: o grande foco é 2026.

Tudo o mais é adereço.

As eleições de 2026 tendem a ser dramáticas: um tudo ou nada.

Não bastasse isso, a nossa situação pode se complicar bastante, já a partir do ano que vem, caso Trump vença as eleições dos EUA.

Então, companheiro, respire fundo e meça muito bem as suas palavras.

Para que, lá na frente, em vez de chorar como os nossos irmãos argentinos, a gente possa é celebrar a derrota dessas hordas, como fizeram os nossos irmãos franceses.


FUUUIIIII!!!

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Prefeito de Ananindeua possuía apenas R$ 126 mil em bens, em 2012, mas hoje a sua fortuna deve chegar a mais de R$ 50 milhões. Até quando a Receita Federal, a PF e o MPF “se fingirão de mortos” diante do enriquecimento galopante do “Doutor Daniel”?



 Se você e eu, caro leitor, sonegarmos um palito de fósforo de Imposto de Renda, teremos a Receita Federal no nosso pescoço.

E, talvez, até mesmo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Então, por que é que a Receita Federal, a PF e o MPF aparentemente nada fazem diante do extraordinário enriquecimento do prefeito de Ananindeua, Daniel Barbosa Santos?

Por que é que o prefeito de Ananindeua parece ter se tornado um “intocável”, perante essas instituições?

Em 2012, quando iniciou a sua carreira política, como candidato a vereador de Ananindeua, o “Doutor Daniel” declarou, à Justiça Eleitoral, possuir apenas uma toyota corolla preta, no valor de R$ 65 mil. Veja abaixo:

E isso dá, em valores atualizados pelo IPCA de maio último, exatos R$ 125.972,35.

Além disso, nas eleições de 2020, quando se elegeu prefeito, ele declarou pouco mais de R$ 2 milhões em bens. Veja abaixo:

Mas hoje a fortuna do “Doutor Daniel” já alcança cerca de R$ 30 milhões, em uma estimativa muito, mas muito por baixo.

E, em uma estimativa mais realista, tal fortuna já deve é ultrapassar R$ 50 milhões.

No entanto, de janeiro de 2013 até o mês passado, todos os salários que ele recebeu, como político, somam pouco mais de R$ 2,256 milhões, já incluindo o 13º.

E olhe que fiz essa conta com base na remuneração atual desses cargos:

R$ 11 mil, vereador;

R$ 33.006,39, deputado;

R$ 12 mil, prefeito de Ananindeua.

E ficou assim o que ele recebeu:

Vereador, de 2013 a 2018: R$ 858.000,00

Deputado Estadual, de 2019 a 2020: R$ 858.166,14

Prefeito, de 2021 até o mês passado: R$ 540.000,00

Total: R$ 2.256.166.14

Para acumular R$ 30 milhões, ele teria de trabalhar 70 anos, com o seu salário mais alto, que foi o de deputado estadual.

E para acumular R$ 50 milhões, teria de trabalhar 115 anos, com esse mesmíssimo salário.

E isso se não comprasse nem mesmo um picolé.

Então, fica a pergunta: de onde veio, afinal, tanto dinheiro?


Por baixo, cerca de R$ 30 milhões em bens...


O “Doutor Daniel” possui, comprovadamente, 2 aviões, que valem cerca de R$ 18 milhões.

E que estão em nome de uma empresa dele, a Agropecuária JD Ltda (CNPJ 34.381.158/0001-70):

Além disso, o prefeito e familiares possuem, comprovadamente, 5 fazendas, que somam 1.800 hectares, no município de Tomé-Açu.

Localizei-as no site da Semas, a secretaria estadual de Meio Ambiente.

Elas aparecem nos CPFs de Daniel, da esposa dele, a deputada federal Alessandra Haber Carvalho Santos, e da mãe dele, Deuseny Barbosa Santos.

Então, não há nem como negarem que pertencem a eles, já que o CPF é um só para cada pessoa.

E quanto vale toda essa terra?

O preço mais barato que encontrei na internet, para fazendas em Tomé-Açu, em sites razoavelmente confiáveis, foi R$ 5.112,00 por hectare, em um anúncio de setembro de 2022.

O que, atualizado pelo IPCA de maio último, dá R$ 5.500,00.

Também falei com um corretor de imóveis e ele confirmou esse valor básico.

Então, é só multiplicar esses R$ 5.500 por 1.800 hectares, que chegaremos a cerca de 10 milhões, como valor mínimo para essas 5 fazendas.

E é o mínimo mesmo.

Porque essa fazenda de R$ 5.500 por hectare possui apenas água, luz, um “curral funcional” e um barraco, como você pode ver na imagem abaixo:

Enquanto que fazendas mais bem estruturadas, em Tomé-Açu, chegam a valer até  R$ 25 mil por hectare:


Então, já chegamos a uma fortuna de quase R$ 30 milhões, entre aviões e fazendas e boa parte dos bens que ele declarou possuir em 2020: carros, casa, terrenos etc...

No entanto, a coisa toda parece muito pior.


...E realisticamente, mais de R$ 50 milhões.


Uma das fazendas do prefeito está em nome da Agropecuária JD Ltda, a mesma dos aviões.

E em 2022, a Exagro Consultoria, do estado de Minas Gerais, que trabalhou no planejamento das atividades da Agropecuária JD, disse que aquela fazenda possui 4.200 hectares e 4.869 cabeças de gado. Veja abaixo:

Liguei para a Exagro, mas uma funcionária se negou a confirmar a postagem do próprio Instagram da empresa.

E, pouco depois, a postagem foi até tirada do ar...

Mas não acredito que a Exagro tenha mentido.

Afinal, por que uma empresa desse porte e com décadas de mercado diria algo assim, se não fosse verdade?

Veja bem a postagem acima: ela não estava criticando o “Doutor Daniel”. Estava apenas divulgando o que considerou mais um bom trabalho.

Além disso, se a Exagro estava trabalhando com o planejamento das atividades da Agropecuária JD, os números que possuía tinham de ser minimamente confiáveis, não é?

Então, se essa informação for verdadeira, como parece ser, só essa fazenda do “Doutor Daniel” vale, pelo menos, R$ 23 milhões.

Faça as contas você mesmo: multiplique R$ 5.500,00 por 4.200 hectares.

E note que essa fazenda de R$ 5.500,00 por hectare tinha praticamente só um barraco.

Enquanto que a fazenda do “Doutor Daniel” tem 2 aviões e até contratou consultoria de outro estado.

Mas ainda há as 4.869 cabeças de gado, que a Exagro disse que aquela fazenda possui.

O preço mais barato que encontrei, na internet, para 1 cabeça de gado foi cerca de R$ 2 mil.

E se a gente multiplicar R$ 2 mil por 4.869 cabeças de gado, dá R$ 9,7 milhões.

Então, faça as contas aí: R$ 18 milhões de 2 aviões, mais R$ 23 milhões de uma fazenda, mais R$ 9,7 milhões de 4.869 cabeças de gado.

Resultado: R$ 50,7 milhões.

Sem contar que esse número de cabeças de gado é de dois anos atrás.

Sem contar que o preço da fazenda foi calculado bem por baixo.

E sem contar os demais bens que ele possui: casa, carros, terrenos etc...


O “Xuá da Chacrinha” do “Doutor Daniel”


Mas ainda tem mais, caro leitor.

Também encontrei, na internet, a compra  de vários cavalos da raça mangalarga marcha picada, pela Agropecuária JD.

No II Leilão Virtual Evolução do Marcha Picada&Batida, em abril de 2020, um cavalo dessa raça, o garanhão “Carnaval VB”, chegou a ser vendido por R$ 26 mil (ou R$ 33.673,13 atualizados), fora o frete.

Mas cavalos assim podem custar até 60 mil, principalmente garanhões: https://www.centraldomarchador.com/home/

Ou podem ser tão caros, que são vendidos em quotas: https://www.youtube.com/watch?v=fUIu8RV2Jp8

E só do Haras Cibele Fraga, do estado de Sergipe, o “Doutor Daniel” comprou uns 10 desses cavalos mangalarga.

Entre eles um garanhão, o “Xuá da Chacrinha”.

Veja no quadrinho abaixo:

E o dono ou funcionário do Haras estava tão empolgado com a venda, que, em um vídeo, chegou a dizer: “Olha aí, doutor Daniel, o seu novo brinquedinho, o Xuá da Chacrinha”.

Veja o vídeo, antes que tirem do ar: https://www.youtube.com/watch?v=BJJ64rWVrus&t=15s

Tão ou mais impressionante é que não há sinais de toda essa riqueza, nem na declaração de bens do “Doutor Daniel”, em 2020, nem na declaração de Alessandra, em 2022, quando ela disse possuir menos de R$ 700 mil em bens.

Nenhum deles declarou aviões, cabeças de gado e cavalos de raça. Pelo menos não perante o distinto público.

E apenas 2 das 5 fazendas aparecem na declaração de Daniel, em 2020.

Uma é a Agropecuária JD, que ele avaliou em apenas R$ 100 mil, que é o capital social da empresa.

A outra é uma “propriedade rural localizada em Tomé-Açu”, que ele avaliou em apenas R$ 350 mil.

Os dois aviões que estão em nome da Agropecuária JD são:

1 jatinho fabricado pela Textron Aviation, ano 1999, com 8 assentos, adquirido em março do ano passado, e que custa cerca de 2 milhões de dólares, ou mais de 10 milhões de reais.

1 king air, fabricado pela Beech Aircraft, ano 1981, com 10 assentos, que custa cerca de 1,5 milhão de dólares, ou cerca de 8 milhões de reais. E que foi transferido para a Agropecuária JD, no último 2 de maio, pelo Hospital Santa Maria de Ananindeua. 

Transferência que ocorreu apenas 3 dias depois da operação do Ministério Público do Pará (MPPA), em 29 de abril, que desbaratou uma suposta quadrilha que teria desviado R$ 261 milhões do Iasep para aquele hospital...

Como você viu, os bens declarados pelo prefeito não chegam nem a 10 por cento da riqueza que ele comprovadamente possui, mesmo quando calculada pelo mínimo do mínimo.

Mas tudo isso é facílimo de ser apurado pela Receita, PF e MPF: eles fazem isso num tapa. Se quiserem, é claro.

Então, fica a pergunta: por que é que a Receita, a PF e o MPF caem em cima da gente, se sonegarmos até um mísero palito de fósforo, mas nada fazem diante da extraordinária fortuna do “Doutor Daniel”?

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Peço perdão aos leitores, por não colocar mais documentos aqui. Mas como estou fazendo reportagens sobre isso, para o Diário do Pará, é uma papelada que ainda não dá para liberar. Ainda. 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

O bebezinho voou...




Laila se foi.

Deus resolveu pegar-lhe de volta o espírito.

Reclamei.

Mas aí me lembrei de que ela foi apenas um empréstimo, em um momento difícil da minha vida.

Ademais, quer melhor cuidador do que Ele?

Minha filha ri das minhas histórias, mas sei que Laila e eu já vagamos juntas pela Terra, há milhares e milhares de anos.

Certa vez, ao visitar a minha mãe, olhei para a cozinha e vi dois homens altos, vestidos de branco.

Voltei os olhos para a mamãe, olhei de novo para a cozinha, mas eles haviam sumido.

Compreendi que permitiram que os visse.

E o engraçado é que não senti medo.

Pelo contrário: foi como se os conhecesse de longa data, eras talvez.

Foi essa a sensação que tive ao conhecer a Laila.

E certa vez, tive até uma visão, dessas de que a minha filha se ri.

Vi-me, há milhares de anos, como um caçador.

E a Laila como um animal grande e feroz, um lobo, talvez.

Lutávamos e, sei lá como, consegui domesticá-la.

E desde aí as nossas almas se ligaram, por toda a eternidade...

Quando conheci a Laila, em outubro de 2015, ela era apenas uma bolinha de pelos, de dois meses e meio.

Era muito maltratada por uma criatura ridícula, que a mantinha acorrentada, muitas vezes sem água e comida.

Mas sempre que a criatura a soltava, para que fizesse as necessidades na frente da casa, a Laila escapava e vinha se deitar no meu sofá.

Paguei veterinário, vacinas, vermífugo, vitaminas, comprei ração.

E já angustiada com a situação dela,  tentei até comprá-la.

A gota d’água foi quando ela foi acorrentada durante dois dias seguidos, latindo e chorando sem parar.

E eu a ouvir, dia e noite, aqueles pedidos desesperados de socorro.

Mas, novamente, a criatura deu sopa e a Laila fugiu.

Só que, dessa vez, não a devolvi.

Pedi ajuda a duas ONGs, e nada.

Uma até me disse que, se a levasse, teria de acorrentá-la também...

Levei-a à DEMA, mas não quiseram registrar a queixa.

Ela estava muito bem, sem sinais evidentes de maus-tratos, disseram-me.

Respondi: “É claro que ela parece bem, já que pago veterinário, ração e vitaminas!”.

Aí, um técnico disse uma coisa de que jamais esqueci: que eu havia feito algo semelhante à uma “destruição de provas”.

Como se estivéssemos a falar de uma “coisa” que eu tivesse que deixar ser maltratada até quase à morte, para só então acionar as autoridades.

Fiz uma queixa ao Ministério Público e a escondi em uma clínica.

Só a trouxe de volta depois que a criatura foi expulsa, pela dona daquela casa.

Desde então, Laila e eu viramos companheiras inseparáveis.

Tornou-se uma vira-lata grande, gorda e sorridente como a tutora.

Mas, ao contrário de mim, extremamente mansa.

Às vezes, dizia a ela: “Cara, se um ladrão entrar aqui, eu é que vou ter de nos defender, a bengaladas! Porque tu ainda vais é ciceronear o sujeito pela casa!”

Até os passarinhos tiravam graça com a cara dela.

Há uns dias, via-a correndo atrás de uns e ralhei: “deixa os bichinhos em paz!”

Mas meia hora depois, quando voltamos ao pátio, dois passarinhos levantaram vôo – e ela resmungando, quase falando que nem um ser humano.

E só então percebi que eles é que estavam a atentá-la...

Nunca senti pela Laila um amor de mãe: a minha racionalidade jamais permitiria isso.

E ao contrário do que dizem alguns psicólogos, nunca a tive como fuga da solidão, até porque sempre gostei de solidão.

Resgatei-a por piedade, e mesmo sem condições físicas e financeiras para tê-la.

É verdade que aprendemos, sim, a amar uma a outra.

Mas a nossa relação sempre foi baseada no respeito entre espécies diferentes.

Nunca a obriguei a nada.

E até quando ela sentia fome, simplesmente aparecia na cozinha.

E eu lhe dava pedaços de carne na boca e ela os pegava cuidadosamente.

O que me levou a compreender o quanto os cães sabem que podem nos machucar.

Também quase nunca saía de casa, principalmente nos finais de ano.

Sabia o quanto cães são sociáveis, muito mais do que nós.

Além disso, ela tinha um medo danado de foguetórios e de trovões.

E eu ficava angustiada, se começasse a chover e ela estivesse só.

Também tinha pavor de que ela fugisse: grande e tão mansa, um bicho-homem poderia lhe fazer mal, por medo ou por perversidade.

Mas hoje Laila se foi.

Começou a passar mal a uma da manhã e, às 7, a sua luz se apagou.

Imagino que deve estar a cheirar todos os perfumes do Paraíso.

Quem sabe, a achá-los surpreendentes.

Como o hidratante de flor de laranjeira, que uma vez se pôs a cheirar nas minhas pernas.

Já a mim restou um vazio enorme, um peso no peito que quase não me deixa respirar.

“É o ciclo da vida, a fugacidade da vida”, fico a repetir a mim mesma, “Todos passaremos por isso”.

Mesmo assim, permanece um quê de irrealidade, neste dia sombrio.

Até ontem à noite ela estava bem.

Mas, de repente, celeremente, já não estava aqui...

E agora só me resta esperar pelo dia em que tornaremos a nos encontrar.

Entre as estrelas, das quais viemos, e ao longo de muitas e muitas vidas.

Voa, bebezinho, voa!

Segue a tua nova jornada em paz!


12/06/2024

terça-feira, 28 de maio de 2024

Sem organização e proatividade, perderemos a guerra da comunicação para o nazifascismo. E, talvez, as eleições de 2026.



Enquanto não unificarmos os nossos recursos e ações, continuaremos a apanhar do nazifascismo, nas redes sociais.

E isso poderá ser determinante, para o resultado das eleições de 2026.

Estamos diante de uma estrutura gigantesca, milionária, ágil, capilarizada, barulhenta e cada vez mais internacionalizada.

E não conseguiremos vencê-la sem organização.

Especialmente, quanto ao planejamento estratégico; unidade do discurso e das ações; qualificação dos nossos “exércitos” nas técnicas do universo virtual, recursos financeiros e educação política da população.

Parece difícil, mas não é.

Até porque já temos um modelo para nos "inspirar": a estrutura de comunicação do nazifascismo, nas redes sociais.

Se hoje não podemos vencê-la, temos de imitá-la naquilo que possui de mais eficaz, até conseguirmos superá-la.

Obviamente, não usaremos a nossa estrutura para a disseminação do ódio e da desinformação.

Mas para combater o ódio, a mentira, os discursos nazifascistas, anticiência e teocráticos dessa horda.

E se cada vez mais eles se internacionalizam, nós também temos de nos internacionalizar, na defesa da Democracia, da Ciência e do Estado Laico.

Até onde sei, a produção das publicações nazifascistas é centralizada em um punhado de sites e canais, que se encontram no topo da pirâmide comunicacional.

A partir desse topo, tais publicações vão se disseminando, rapidamente, pelo resto da pirâmide: parlamentares, grupos de zap, Facebook, YouTube etc...

Na base, atingem até mesmo as postagens dos grandes veículos de comunicação e de perfis e canais de grande alcance, através de robôs, perfis fakes e “soldados-comentaristas”, o que gera uma sensação de grande adesão ao pensamento deles.

Enquanto isso, a nossa militância, embora em igual ou maior número e politicamente mais bem preparada, não consegue obter os mesmos resultados.

Dispersos, e muitas vezes sem domínio técnico das redes sociais, gastamos o nosso tempo atirando para todos os lados, sempre correndo para combater as fake news, que eles produzem em massa.

E este é o xis da questão: temos de sair dessa postura meramente reativa, dispersa e amadora, para que sejam eles a correr atrás de nós.

Coisa que só conseguiremos com uma estrutura formal, parida pelas forças democráticas.

Uma entidade civil que se coloque no topo da pirâmide de comunicação, para:

-Conceber um plano estratégico de combate.

-Unificar o nosso discurso e ações.

-Definir as abordagens desse fenômeno, sob vários aspectos: linguagem, psicologia, política, teologia, por exemplo.

-Produzir materiais informativos em grande quantidade, simples e chamativos, até utilizando os mesmos formatos e configurações de sucesso que eles utilizam.

-Mapear os polos de disseminação de informações na internet, para distribuir a nossa militância, em um corpo a corpo virtual.

-Medir sistematicamente o nosso desempenho, para detectar, rapidamente, equívocos e eventuais entraves.

-Coletar e/ou produzir Conhecimento acerca das fake news e da propaganda nazifascista.

-Disponibilizar cursos de formação à militância, acerca do discurso político e do funcionamento como um todo das redes sociais.

-Buscar parcerias e recursos financeiros, no Brasil e no exterior.

-Educar a população, dentro e fora do universo virtual, para que ela consiga detectar as publicações mentirosas e de ideais totalitários, e possa se defender.

Uma estrutura que nos ajude a definir ganchos estratégicos, gerais e conjunturais, e a maneira de disseminá-los, na defesa da Democracia, da Ciência e do Estado Laico.

Uma estrutura que nos permita atingir as fake news em sua espinha dorsal, em vez de apenas seguirmos atirando em seus muitos braços.

Uma estrutura que seja ágil, participativa e criativa, utilizando modernas ferramentas de gestão, como as usadas nas inovações.

Uma estrutura barulhenta, para gerar engajamento e fazer o algoritmo trabalhar a nosso favor, como hoje trabalha a favor dos bolsonazistas.

Já possuímos vários recursos para essa estruturação.

Temos a Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia, que pode nos ajudar com as formalidades legais, para a criação dessa entidade e maneiras de captação de recursos, nacionais e internacionais, para vários tipos de produções e parcerias.

Temos os pesquisadores das universidades, do Brasil e do exterior, que há muito se debruçam sobre tal fenômeno, e cujos trabalhos talvez precisemos apenas reunir e analisar.

Temos entidades como o ICL, que podem nos ajudar, através de parcerias, nos cursos de qualificação específica, para a nossa militância.

Temos canais do YouTube, perfis e grupos das redes sociais que já combatem todo esse ódio e mentira, mas sem os recursos e o alcance do bolsonazismo.

Temos companheiros, como o Felipe Neto e o Janones, que dominam o universo de likes e compartilhamentos.

Temos companheiros, como o Bruno Sartori, que dominam as tecnologias de produção para o universo virtual.

Temos jornalistas bons de Tv e podcasts e que, com um simples ajuste para uma linguagem mais popular, podem se tornar grandes contadores de histórias, para mexer diretamente com as emoções – coisa essencial no combate à Teocracia e ao nazifascismo.

Temos, o que é mais importante, uma militância aguerrida, calejada, muito bem preparada politicamente, e que só precisa é de unidade de discurso e ação e de domínio técnico das redes sociais.

Se pararmos para pensar, são inúmeros os recursos que já possuímos.

O que falta é integrá-los, para que caminhemos todos na mesma direção e de maneira ágil e pró-ativa.

Quanto aos recursos financeiros, acredito, sim, que conseguiremos captá-los, tendo em vista a importância dessas bandeiras, para a sobrevivência da própria civilização.

Apesar das divergências dessa nossa frente democrática, que reúne da direita às esquerdas, precisamos aprender a agir, nas redes sociais, como uma só voz, em torno dos grandes eixos que nos unem.

E temos de nos comunicar de verdade: ou seja, com eficácia.

O que significa nos fazer entender.

Porque de nada adianta possuirmos uma multiplicidade de conhecimentos e estarmos cobertos de razão, se não conseguimos nos fazer entender, para ensinar e convencer.

Daí a importância de traduzir esses conhecimentos e informações em linguagem popular: algo que até mesmo pessoas com pouquíssima instrução sejam capazes de compreender e replicar, tornando-se multiplicadoras, dentro e fora do universo virtual.

A meu ver, essa estrutura é a nossa melhor alternativa, para que consigamos vencer os bolsonazistas, nas redes sociais.

Na verdade, nem sei se existe mais alguma.

O que sei é que, se continuarmos dispersos, sem dinheiro e agindo apenas reativamente, perderemos a guerra da comunicação.

E aí, nem quero pensar no que será.


FUUUIII!!!!

quinta-feira, 16 de maio de 2024

A tragédia do Rio Grande do Sul, o neoliberalismo e a lógica do absurdo: é isso que queremos para o Brasil?


 

É uma lógica inacreditável: o grande empresariado acima de tudo, inclusive o meio ambiente e os demais seres humanos, considerados peças descartáveis da engrenagem econômica.

Tudo é feito pelos grandes empresários: são eles que produzem, comercializam e, aparentemente, até consomem em massa, em um processo mágico de retroalimentação.

Como se as matérias-primas não adviessem da natureza.

E como se não fôssemos nós, os trabalhadores, a produzir as riquezas sociais e a consumi-las massivamente, fazendo girar essa engrenagem.

Assim, são apenas os interesses desses “heroicos” e “meritórios” empresários que devem ser protegidos.

Ainda que à custa da dramática redução do poder aquisitivo dos trabalhadores/consumidores.

Ainda que à custa da devastação do mundo, que tende a levar ao esgotamento de recursos naturais, e até à extinção da espécie humana.

E ainda que à custa de tragédias colossais, como essa do Rio Grande Sul e de vários pontos do Planeta.

Tragédias já decorrentes das mudanças climáticas, provocadas pela destruição ambiental.

E que são apenas uma amostra do que enfrentarão os nossos filhos e netos.

Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência, e sem traços de sociopatia, não consegue entender essa lógica.

Afinal, se os recursos naturais se esgotarem e a espécie humana for extinta, o que e para quem você produzirá (se é que estará vivo)?

De igual forma, se você destruir o poder aquisitivo dos trabalhadores/consumidores, esmagando salários e direitos, como é que eles comprarão o que você produz?

No entanto, essa lógica burra e suicida é uma das principais características do neoliberalismo.

Tudo gira em torno de uma liberdade econômica predatória para as grandes empresas.

Através de seus prepostos políticos, elas sequestram o Estado, para a proteção de seus interesses, através da elaboração ou derrubada de leis, trabalhistas e ambientais, por exemplo.

Ao mesmo tempo, surrupiam as empresas estatais, para reduzir o Estado ao mínimo do mínimo, em termos de serviços públicos.

Assim, o Estado e a Sociedade passam a existir apenas como hospedeiros de lucros parasitários.

Na pandemia, vimos o que acontece quando os trabalhadores/consumidores param de comprar.

Pequenas e médias empresas, há anos no mercado, fecharam as portas porque não havia para quem vender. Ou até mesmo como produzir.

Com os cortes salariais e de direitos, iniciados por Temer e acentuados pelo Bolsonazi, a crise se tornou ainda pior, já que a esmagadora maioria dos brasileiros quase não tinha dinheiro nem para comer e pagar o aluguel.

Muitos acabaram pendurados no Serasa. Outros, a viver nas ruas.

E muitos nem sequer tinham emprego, já que o governo nem ajudou financeiramente as pequenas e médias empresas, nem descarregou investimentos, para aquecer a economia.

Só quem lucrou foram os bancos, o agronegócio, meia dúzia de bilionários.

Mesmo assim, o grosso do nosso empresariado, que sentiu na pele os efeitos dessa lógica do absurdo, continua a acreditar que possui alguma identificação com esses interesses predatórios.

Agora mesmo, centenas ou milhares de empresários sofrem graves prejuízos, ou até perderam tudo, em decorrência das enchentes do Rio Grande do Sul.

Qual o tamanho dos seus prejuízos?

Como conseguiriam se reerguer, se o Governo Federal (leia-se, o Estado) não estivesse abrindo linhas de crédito especiais para eles?

E se nada for feito para conter a destruição ambiental, como as suas empresas resistirão a novas enchentes?

Nada mais revelador sobre a absurdez e crueldade dessa lógica do que as recentes declarações do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

Diante de toda essa tragédia humana e ambiental, ele disse estar preocupado com a grande quantidade de doações recebidas, porque isso poderia prejudicar os comerciantes das cidades inundadas.  

Como se os milhares de desabrigados estivessem cheios da grana e loucos para redecorar as casas que perderam.

Ou até mesmo para irem comemorar em alguma pizzaria.

Como se não estivéssemos a falar de seres humanos, que viram morrer parentes; que perderam animais de estimação; que tiveram de ser resgatados só com a roupa do corpo; que estão alojados nas casas de familiares, ou até em abrigos.

Que estão traumatizados, pensando no que farão das suas vidas, e que necessitarão até de auxílio psicológico.

Ademais, de quais empresários o governador estava a falar?

Certamente, não era dos pequenos e médios.

Já que estes não têm nem o que vender: as empresas deles também estão debaixo d’água.

Assim, o governador devia estar a se referir aos grandes empresários, cujos prejuízos são, proporcionalmente, muito menores.

Alguns já até pressionando os funcionários para que voltem ao trabalho (a nado?) (https://iclnoticias.com.br/mpt-denuncia-rede-lojas-rs-ameaca-funcionarios/ ).

E, quem sabe, já de olho nos recursos que o Lula anunciou, para as famílias atingidas.

Para que possam começar a reconstruir as suas vidas, depois que as águas baixarem  (https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/05/15/auxilios-rio-grande-do-sul.htm).

A fala de Eduardo Leite causou tanto furor nas redes sociais, que ele teve de pedir desculpas.

Até tentando atribuir as suas declarações a um certo abalo emocional.

Mas penso que quem tem razão é o jornalista Renato Rovai, da Revista Forum: Leite apenas externou o que pensa.

Sem rodeios, sem maquiagem, sem um marqueteiro ou assessor de imprensa por perto.

Ele apenas “se revelou” (https://revistaforum.com.br/blogs/blog-do-rovai/2024/5/15/neoliberalismo-mata-governador-eduardo-leite-pede-pra-no-enviarem-doaes-depois-pede-desculpas-158868.html).

É esta lógica do absurdo que está entranhada na cabeça dele: os interesses dos grandes empresários acima de tudo.

O que, aliás, é compatível com os seus antecedentes: Leite é apontado como um dos responsáveis pelas dimensões dessa tragédia, por haver desmantelado a legislação ambiental daquele estado (https://www.brasildefato.com.br/2024/05/04/eduardo-leite-cortou-ou-alterou-quase-500-pontos-do-codigo-ambiental-do-rs-em-2019 ).

Ele alega que apenas adequou a legislação estadual à federal.

Legislação da época do Bolsonazi, que incentivou garimpos ilegais e a destruição de florestas.

Uma desculpa semelhante a de um soldado que comete um crime, mas tenta imputar total responsabilidade ao seu comandante.

E que fica ainda pior na boca de um governador.

Na verdade, Leite fez o que fez porque tudo estava de acordo com a cartilha neoliberal, com o seu descaso pela vida humana.  

E agora quem paga o pato são milhares de famílias gaúchas, que perderam tudo o que tinham, para os lucros de uns poucos.

É isso o que queremos para o Brasil?