Papo reto: o Helder não tem culpa da derrota do Edmilson à Prefeitura de Belém.
Os culpados por essa derrota são o Edmilson e o PSOL – e apenas eles.
O Edmilson, por entregar o comando da Prefeitura a dois “iluminados”.
E o PSOL, por permitir isso.
O Edmilson teve mais de 248 mil votos e foi o candidato mais bem votado, no primeiro turno das eleições de 2020, a prefeito de Belém.
No segundo turno, atingiu mais de 390 mil votos.
Mas nas últimas eleições, mesmo com a máquina na mão, obteve pouco mais de 78 mil votos, e não conseguiu nem passar ao segundo turno.
Em apenas quatro anos, conseguiu reduzir a sua votação para menos de um terço do que obteve em 2020.
Deixou a sua rejeição chegar na estratosfera.
E se o MDB não tivesse lançado o Igor, agora o prefeito de Belém seria aquele fascista do Peruquinha.
E o culpado da derrota do Edmilson é o Helder? É sério isso?
Bem complicada essa mania de transformar os Barbalho em bodes expiatórios, para os erros de quem quer que seja.
Os tucanos não conseguiam concluir uma obra? Culpa dos Barbalho!
O PT paraense não é mais o que era? Culpa dos Barbalho!
O Edmilson perdeu a eleição? Culpa dos Barbalho!
Égua das costas largas desses sujeitos!
Parece até que possuem um “feitiço”, que transforma todos os jogadores em um bando de moçoilas recatadas.
São uns “entes malignos”, que fazem o cara ficar abobado, sem conseguir administrar uma cidade, negociar alianças e melhorar a própria imagem.
Visto assim, mais parece que os “companheiros” acreditam em querubins ungidos e satanases na política.
Uma postura estranhamente religiosa, para quem se julga tão politicamente esclarecido.
Pois me deixem fazer uma “revelação” básica a vocês: não existem anjos e demônios na política.
A política é feita tão somente por seres humanos.
E cada um de nós é um poço de circunstâncias e de interesses.
Evitei, até agora, envolver-me nessa parada, porque presto serviços regularmente ao Diário do Pará.
E vou ter de dar uma porradinhas também no Helder, que, parece-me, está a ser um tremendo perna de pau.
Só decidi me meter nisso porque estou começando a ficar apavorada.
Porque estou a ver, aqui no Pará, a repetição do que aconteceu, em 2018, quando o ódio levou à entrega do Brasil ao nazifascismo.
Estou a ver “companheiros” com tanta raiva dos Barbalho, que só pensam é em desgatar o Helder.
Estou a ver “companheiros” até flertando com o prefeito bolsonarista de Ananindeua, casado com uma deputada federal bolsonarista que nem ele.
Estou a ver “companheiros” dizendo que “não vai ter COP”, como se isso prejudicasse “apenas” o Helder, e não também o Lula, e justamente no ano de uma eleição dificílima.
Estou a ver “companheiros” totalmente desconectados da realidade, criticando essa frente democrática e dizendo que é preciso “reconstruir imediatamente o projeto socialista e patati, patatá”, desconsiderando totalmente a situação dramática que estamos a viver.
Luto nessa trincheira desde o golpe contra a Dilma.
Juntei-me a essa luta na primeira hora, e o meu blog é testemunha disso.
Então, se for para apoiar bolsonarista ao Governo do Estado, avisem-me.
Porque largo tudo e vou vender artesanato.
Nazifascista, comigo, é na bicuda.
E espero em Deus que Ele me permita escolher levar uma bala, antes de apoiar nazifascista.
O MDB é a oitava maravilha do mundo? Mas nem perto disso!
No entanto, é o que temos, talkey?
Nós precisamos do MDB, assim com o MDB precisa de nós.
E temos de continuar juntos, pelas próximas décadas, quer “gostemos” ou não uns dos outros.
Como estou rouca de dizer: isto não é um casamento; é uma aliança política pragmática.
E permanecer nela não significa nem mesmo nos iludir de que estamos “no mesmo barco”.
Como disse, certa vez, a um amigo emedebista que me veio com essa história de “mesmo barco”: _Não, vocês estão de iate, e nós, a nado. O que ocorre é que temos, NESTE MOMENTO, um inimigo comum.
E é sobre isso que a gente precisa se conscientizar.
Imagino que o Helder saiba que, se o Bolsonaro tivesse sido reeleito, ele, Helder, teria sido colocado pra fora do Governo, e talvez até preso.
Porque, pra esses nazifascistas, ou você é urubu, ou você é inimigo.
Ou você silencia diante da matança do nosso povo, ou você será destruído.
Imagino, portanto, que ele saiba o quanto também necessita de nós.
Penso que o Helder errou, e errou feio, em todo esse rolo que vem colocando contra ele a nata dos formadores de opinião: jornalistas, artistas, professores, e agora até indígenas.
Boa parte dessas pessoas são eleitores dele, vejo aqui no meu Face.
É gente que fez campanha pra ele em 2014, 2018, 2022.
É gente que ajudou a colocá-lo onde ele está.
Olhei o portal da Transparência.
E, sinceramente, não achei os salários dos professores tão ruins, para a nossa realidade.
Os mais baixos (e esses, sim, creio que é preciso corrigir rapidamente) são de R$ 8 mil, e penso que são de professores iniciantes.
Mas também vi gente ganhando mais de R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 17 mil, uma remuneração bem interessante, para a nossa realidade.
Isso significa que essa remuneração é o ideal? É claro que não!
Professores deveriam ser a categoria mais bem remunerada, em qualquer lugar do mundo.
São uma categoria estratégica, para o desenvolvimento de qualquer cidade, estado ou país.
Mas, como todos sabemos, entre o ideal e o possível existe enorme distância.
Pelo que vi, no portal da Transparência, a Seduc possui, disparado, a maior quantidade de servidores do estado, além de representar o maior gasto com pessoal.
Também fiquei pensando nos impactos na arrecadação das prefeituras e dos governos estaduais, causados pela reforma tributária.
Impactos que precisarão estar previstos, já no orçamento do ano que vem.
Então, o Helder e a sua equipe precisam chamar os professores, os indígenas e reunir com eles tantas vezes quantas forem necessárias, até que se chegue a um denominador comum, dentro das possibilidades do governo.
É preciso colocar tudo isso em cima da mesa: as projeções da receita e do crescimento da massa salarial, em decorrência do reajuste anual do salário mínimo e, também, da previsível expansão dos serviços do Estado.
Tudo junto com as reivindicações dos professores: salários, carga horária e o que mais houver.
Mas para isso é preciso desarmar os espíritos: parar de fazer política com o fígado, ou como espécie de catarse de eventuais mágoas.
Não temos tempo para esse tipo de política: é simples assim.
Há dois anos, escrevi que enfrentaríamos grandes dificuldades, já a partir de 2025, caso o Trump fosse eleito; e que, em 2026, o bicho vai pegar.
Já perdemos dois anos com uma comunicação horrenda do Governo Federal, que não conseguiu fazer chegar à população todos os avanços conquistados.
Agora, com a volta do Trump, a nossa corrida contra o tempo será ainda mais difícil.
Já o vemos a tentar submeter o mundo, com toda sorte de ameaças.
E só se formos muito burros é que acreditaremos que ele não tentará colocar um nazifascista na Presidência do Brasil, no ano que vem.
Os bolsonazistas já estão conseguindo entrar até no Nordeste, possivelmente, com a ajuda das igrejas evangélicas.
E se conseguirem virar também no Pará, a nossa situação ficará muito, mas muito complicada, porque a eleição será, sim, bastante apertada.
E nós precisamos, além da Presidência, fazer senadores, deputados e governadores.
Então, sentem e se resolvam. Não somos inimigos, e sim, aliados.
Não há nada mais importante, neste momento, do que conter esses bolsonazistas.
Se eles reconquistarem o poder, tão cedo não sairão de lá.
E aí, não haverá melhoria salarial e respeito aos professores.
Nem educação ou sobrevivência indígena.
E nem Governo do Estado ou Senado, para quem quer que seja.
FUUUIII!!!
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