É claríssimo
que estamos no meio de uma guerra entre o Estado e o narcotráfico pelo controle
da Região Metropolitana de Belém (RMB).
Só nesse contexto é que é possível entender as mortes
de policiais em ações típicas de emboscadas; o ataque à bala, por um bando, a
um trailer da PM.
Segundo uma fonte policial, o Comando Vermelho (CV)
está mapeando as áreas da RMB de maior interesse às suas transações criminosas
(em geral, na periferia), para expulsar os policiais que ali residem – seja
através de ameaças, seja simplesmente matando-os.
Há áudios de criminosos falando sobre as tocaias que
realizam em frente às casas de policiais. E haveria até uma recompensa pelo
assassinato de agentes da Lei, que iria de R$ 2 mil a R$ 5 mil.
Mais do que assustar a população, o que se pretende é
botar a polícia para correr, a fim de dominar essas áreas de vez.
“Esse é um momento crucial” – diz-me a fonte – “Se os
traficantes vencerem, Belém vai se tornar o Rio de Janeiro. Nunca mais você vai
poder entrar nessas áreas livremente: vai ter que pedir permissão aos
traficantes, sob pena de levar um tiro”.
E acrescenta: “Ou o governador toma uma atitude agora,
ou a população da RMB vai sofrer eternamente”.
A suspeita, aliás, é que as recentes matanças, em
Belém, sejam um reflexo da intervenção federal no Rio.
É que muitos traficantes foram expulsos de lá. Com
isso, o Comando Vermelho teria acelerado a fixação das raízes que já vinha espalhando
na nossa periferia.
E isso não apenas pela posição estratégica da nossa cidade,
para o narcotráfico, mas também porque encontrou aqui um terreno fértil: a
extrema pobreza e a ausência do Estado em amplas áreas da RMB, aliadas à
inexistência de uma política de Segurança Pública.
Além do avanço do narcotráfico, há as milícias, os
grupos formados por policiais para a matança de suspeitos de crimes, cuja ação
se intensifica após a morte de algum agente da Lei. É o olho por olho, dente
por dente. Ou seja, a barbárie.
É no meio desse fogo cruzado que estão os belemenses, especialmente
os mais pobres, reféns da violência, do medo e do silêncio.
Nos últimos 23 anos, quase sempre sob o comando do
PSDB, o Pará assistiu ao empobrecimento da sua população, em relação ao resto
do Brasil, e ao crescimento da criminalidade.
O terror que toma conta da RMB é resultado da falta de
políticas públicas, nessas quase duas décadas, para garantir um mínimo de
qualidade de vida à maioria dos paraenses; um mínimo de esperança, aos nossos
jovens, em um futuro melhor; um mínimo de Segurança à população em geral.
E o governador Simão Jatene é, sim, um dos maiores
responsáveis por essa carnificina.
Ex-homem forte do Planejamento nos governos de Almir
Gabriel e três vezes governador, Jatene teve poder, como nenhum outro cidadão
deste estado, ao longo de 19 dos últimos 23 anos, para melhorar as condições de
vida do povo paraense e evitar essa explosão de violência.
No entanto, tudo o que fez foi torrar milhões e
milhões em propaganda, para esconder a sua desonestidade, incompetência e
inoperância.
Tudo o que fez foi largar o Pará e a nossa polícia a
Deus dará, para dedicar-se a cantorias, como uma espécie de Nero tupiniquim.
Cada dia de permanência dele no cargo significará mais
e mais corpos espalhados por toda a Região Metropolitana: ele não moverá nem uma
palha para estancar esse banho de sangue; para evitar que o narcotráfico se
apodere de vez de Belém; para reprimir as milícias que também tocam o terror.
Para ele, o governo já acabou.
Só o que não acabou são os R$ 67 mil das duas pensões
que recebe, e que deve conferir, alegremente, dadas as pitadas de psicopatia de
seu caráter.
FUUUIIIII!!!!!
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