Será uma semana de muito tititi na política paraense.
Na próxima terça-feira (23), PT e PMDB sentarão para mais uma rodada de negociações, em torno da reeleição da governadora Ana Júlia Carepa.
O encontro acontecerá às 19 horas, em Brasília.
Estarão presentes o morubixaba peemedebista, Jader Barbalho, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e os presidentes nacional e regional do PT, José Eduardo Dutra e João Batista.
Segundo uma fonte petista, a intenção é que os dois partidos acertem os ponteiros já nesse encontro.
Depois, será marcado um tête-à-tête entre Jader e Ana Júlia, “para bater o martelo”.
II
O PT corre contra o tempo para recompor a relação do Governo com o PMDB, seu principal aliado nas eleições de 2006.
Os petistas trabalham até com um prazo fatal para o fechamento da aliança: o final deste mês.
Para viabilizar essa recomposição, os petistas mexeram no núcleo do governo, antes monopolizado pela Democracia Socialista (DS), a minúscula tendência da governadora Ana Júlia Carepa (leia a postagem “Aliança: PMDB é o alvo das mexidas no núcleo do governo”
http://pererecadavizinha.blogspot.com/2010/02/alianca-pmdb-e-o-alvo-das-mexidas-no.html )
Mas o problema é saber se ainda há condições de salvar o casamento mais problemático da política paraense.
III
Na tarde de ontem, a Perereca conversou com uma fonte muito próxima a Jader.
Perguntei-lhe como o cacique peemedebista viu a mexida no núcleo do governo estadual.
A resposta da fonte: “Ele (Jader) acha que é um problema interno do PT. É uma queda de braço entre aqueles que controlam o partido e aqueles que controlam o governo. Mas, continua havendo resistência do grupo que controla o governo. Mas, tudo isso é indiferente. Não facilita o diálogo com o PMDB, porque o problema é de confiabilidade. E não é uma simples troca, a mudança de uma pessoa (do chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, da DS, por Everaldo Martins, da tendência Unidade na Luta) que vai alterar essa relação. São gestos muito concretos que podem mudar a visão do PMDB”.
E acrescentou: “Já estamos organizando as nossas tropas para a guerra. No momento oportuno, vamos dizer contra quem vamos fazer a guerra”.
Disse que Jader não está fechado nem com o PT, nem com o PSDB, mas, “com o PMDB”.
Por isso, não descarta a possibilidade de ele ser candidato ao Governo do Estado.
“O que é que pode impedir o Jader de ser candidato ao Governo?” - perguntou a fonte – “Em três pesquisas, ele está na frente disparado e tem a menor rejeição. As intenções de voto dele, em Belém, são mais que o dobro do segundo colocado. Ele tem, também, dois terços da Região Metropolitana e dois terços do Nordeste do Pará. Mas, é claro, há o quadro nacional: o PMDB não tem candidato à Presidência da República; só quem tem é o PT e o PSDB. Agora, que estamos estruturados, ninguém duvide. E ninguém duvide de que participaremos, decisivamente, do futuro do estado”.
Quanto a um eventual risco de prisão, caso se candidate – e perca – a eleição para um cargo majoritário, a fonte respondeu: “O Jader será candidato à majoritária, decididamente – senador ou governador. Quanto à questão do mandato, qualquer um pode ficar sem mandato. E veja: o Arruda (governador do Distrito Federal, preso devido ao escândalo do mensalão do DEM) tem mandato. E você sabe muito bem onde ele está”.
Segundo ele, a decisão acerca do futuro político de Jader (se candidato ao Governo ou ao Senado) “será tomada de forma amadurecida. Não pode ser como a de Almir, na base da vaidade. É a luta pelo poder que move os partidos – nada mais”.
Lembrou que Jader tem em torno de 50% das intenções de voto para o Senado e, quando se trata do segundo voto (serão duas cadeiras ao Senado em disputa) ele ultrapassa os 60%.
De acordo com a fonte, a decisão de Jader levará em conta “o conjunto do partido, no Pará e no Brasil”.
Disse, também, que o PMDB já está com “chapa completa”, para os candidatos a deputado estadual, e possui, também, “uma bela chapa”, para a Câmara dos Deputados.
Malina que só ela, a fonte também falou sobre o passatempo de Jader no último feriadão: “Ele passou o Carnaval montando o mapa do estado, nas cores verde, amarela e vermelha...”
A fonte esquivou-se de estabelecer a margem de possibilidade de uma aliança com o PT. Mas, observou: “Também não temos por que nos desencantar com o PT e esquecer os doze anos de governos tucanos. Achar que esquecemos aqueles doze anos... Nós nos recusamos a passar um atestado de amnésia”.
Lembrou que Jader “não faz política com o fígado” e que, por isso, conversa com todos os partidos, sem restrições pessoais a quem quer que seja. Sempre politicamente e sem que haja nisso algum conteúdo emocional.
Enfatizou, ainda, que, aos 65 anos, Jader já ocupou praticamente todos os cargos públicos almejados por um político, à exceção, apenas, da Presidência da República.
E observou: “Ele (Jader) não é nenhum iniciante. Mas tem a obrigação de conduzir o PMDB da melhor maneira”.
Perguntei-lhe se não é, afinal, uma boa proposta, aquela apresentada ao PMDB pelo PT: uma vaga ao Senado, a Vice-Governadoria e mais 30% do Governo, com a Secretaria de Transportes (Setran), também com grande capilaridade, para substituir a Secretaria de Saúde (Sespa).
A resposta da fonte: “O problema é de confiabilidade, puramente. Hoje, é uma coisa, mas, daqui a 90 dias, revogam tudo. Então, vamos nos queixar ao Dom Taveira? O que esse grupo de imaturos (os integrantes da DS) destruiu foi isso. Política se faz com confiança”.
Por isso, diz a fonte sobre o troca-troca na Casa Civil: “Quando se trata com um grupo de adolescentes, fica complicado. Assim, isso (a mexida na Casa Civil, com a ascensão de Everaldo Martins) não muda nada”.
Sobre Cláudio Puty, ironiza: “O Jader só vai dar valor ao Puty depois das eleições. O que sabemos é que ele nunca disputou nem grêmio estudantil. Não o conhecíamos, nunca ouvimos falar nele. E ficar vendo problemas, para quem enfrentou o ACM (Antonio Carlos Magalhães)!... Pelo amor de Deus!... O Jader não dá nem confiança”.
Sobre a possibilidade de Helder Barbalho vir a ser o vice de Ana, diz a fonte: “Quem disse que seria o Helder o vice? Quanto vale o Odair Corrêa?”
Segundo a fonte, Jader não está preocupado nem mesmo com a eventual candidatura ao Senado, “até porque, nas condições em que se encontra (nas pesquisas), ele ganha até como livre atirador”.
O que preocupa o cacique peemedebista é “a segurança para o conjunto”.
Ou, como diria Jader, segundo a fonte: “Como vai ser esse palanque, o tratamento ao partido? E depois de confirmada a permanência por mais quatro anos? E quem garante o comportamento desses adolescentes?”
A fonte diz que o PMDB confia “no próprio taco” e que espera que, até o final de março, o quadro de alianças esteja definido.
Repisa que as sondagens do PMDB que apontam Jader na cabeça foram feitas “para consumo interno e pelo melhor grupo de pesquisas do país”.
Daí que, no momento, a posição de Jader é “armar o exército e ver o que é mais conveniente ao PMDB”.
E observa, acerca da responsabilidade que pesa sobre os ombros do cacique peemedebista: “Imagine ele, Jader, no palanque, com a vaga já garantida para o Senado, mas, assistindo os companheiros sendo triturados! Ele tem a obrigação de tomar conta de seu grupo e de protegê-lo”.
Lembra que Almir “pagou um preço altíssimo pela derrota, pela vaidade”. Mas, que há uma coisa que Jader também não aceitará: “Ele (Jader) não vai aceitar ficar na política, assistindo renovar um governo onde um grupo vai triturar os companheiros”.
Por isso, o PMDB terá de analisar “as garantias” dadas pelo PT.
E o importante é não ficar “num estado de perplexidade”.
E salienta: “Sabemos a realidade do estado inteiro, quem é quem de cada lado. O importante é isto: estar armado. Porque não dá para ir se organizar depois”.
Acentua que o silêncio de Jader não significa imobilidade. E até comenta: “O Jader é um perigo quando está em silêncio”.
Negou que Jader esteja “agastado” com o PT.
Mas, com ironia, reconheceu um sentimento bem pior: “Ele reconhece que tem um sentimento que não é de ódio, mas, de indiferença. Até nos relacionamentos pessoais, essa sempre foi a grande defesa dele (Jader). Ele não sente ódio, mas, também não sente falta. E não tem culpa de ser assim. Ele luta com entusiasmo, mas, não perde uma noite de sono”.
A fonte lembra que Jader respeita seus adversários e que essa, talvez, seja a sua última eleição.
Se for ao Senado, terminará o mandato aos 73 anos e estará “mais do que na hora de parar”.
O morubixaba – o maior da política paraense, nos últimos quarenta anos – teria até comentado, acerca do incontornável tempo: “Não pretendo ficar fazendo visagem”.
Sobre a possibilidade aventada nos bastidores tucanos – e divulgada na Perereca – de que o ex-governador Almir Gabriel estaria articulando uma chapa, com o apoio do PMDB, com o ex-senador Luiz Otávio Campos para o governo, diz a fonte:
_Imagine o Almir organizando, com o PMDB, a candidatura do Pepeca (Luiz Otávio) como grande expressão eleitoral!... Isso não é de uma extravagância?... A gente vê cada especulação, que até se pega rindo sozinho... A gente não sabe como está o Almir, inclusive, psicologicamente...
E sobre a rejeição de Ana Júlia, que, de acordo com as pesquisas do PMDB, estaria altíssima, em mais de 60%, a fonte diz que não sabe se será possível reverter.
Mas, observa: “Política é como nuvem. E a pesquisa olha apenas o momento”.
8 comentários:
Boa tarde, Ana:
só um pequeno reparo: Cláudio Puty disputava eleição no centro acadêmico. E vivia perdendo pra Lucinha.
um abraço.
Aninha,
Aquestão é difícil para o barbalhão...rssssssss....O problema é que ele não gosta da Ana Júlia e nem do PT.......Mas precisa do dinheiro da Dilma....E tem mais, ele sabe que se mantiver uma aliança petista desde já vai ter mais do mesmo.O PT "cumpre" agora na campanha, depois deixa o Barbalhão no escanteio e pt saudações
É lógico que o Jader não tem sentimento de vingança ou qualquer outro tipo de sentimento ; ele tem um desvio de caráter gravíssimo, semelhante a psicopatia, e por isso mesmo, ele NÃO SENTE, entenderam? Ele daria um bom estudo psicopatológico, juntamente com outro doente, o Duciomar. Pelo amor de Deus, párem de mistificar esses dois!!! ACORDA BELÉM, ACORDA PARÁ!!!
Querida, quanto tempo, estava de férias?
Na sua ausência surgiram novidades nas definições de certas anomalias da humanidade, aquela peça que dirige aquela sentina que intitula de blog agora é conhecido como JJ (jóquei de jibóia) aquele que senta na cobra.
Bom final de semana.
Eu só acredito se essa fonte segura for a deputada Simone.
Ela está muito bem assessorada.
O Puty sai da Casa Civil para possivelmente favorecer relação governo-PMDB? É o que alguns querem fazer crer, mas a desincompatibilização dele é o motivo, como sairão outros três, e aí sim pode-se dizer que os espaços abertos serão postos em discussão.
Também quer-se muito fazer crer que o governo não cumpre acordos com o PMDB. Será mesmo que, colocando na balança, o “íntegro e confiável” PMDB está em desvantagem? Convenhamos, não é razoável supor. Afinal, o que não foi cumprido?
E qual é a dessa fonte que jura de pés juntos que Jader não está nem aí pro Puty? Se não estivesse mesmo, se o cara não tivesse alguma capacidade de “competir” ou de abalar o senhor Barbalhão e seus aliados petistas, enciumados, ele não bateria tanto na criatura. Não é notória a tal indiferença de Jader pelo Puty avaliando o tratamento dado a ele pelo grupo midiático de Barbalhão?
O PMDB, pode até ter candidatura própria, porém, não será com o JADER, pois, o Jader sendo eleito para o GOVERNO, considerando que seja reeleito, o HELDER BARBALHO, ficará impedido de se candidatar para qualquer cargo eletivo, pois, a CF/ no art. 14 parágrafo sétimo, proibiria tal candidatura. SERÁ QUE O JADER, deixará seu herdeiro sem mandato e esquecido ? DUVIDO.
SE O PMDB vier com candidatura própria será a do PRIANTE
toda leitura feita acima tem plataforma fincada para ver o que se passa na política em Belém. Jáder é um Pará inteiro.Político com presença em todos os quadrantes economiza até nos santinhos que distribui.E articula alianças que os líderes municipais sequer imaginam.Eles seguem o líder porque Jader não deixa ninguém no chapadão, como dizia o velho Laércio.Sendo um político com amplas possibilidades de surpreender através de alianças,arrisco dizer que ele vem pro congresso. Faz enorme bancada, agora com tres vagas a mais.Num lance de monge shaolin, arrisca e pode ganhar o governo do Pará. Jader sabe bater.Olhar no horizonte e vem o tremendo vácuo que aí está. Barbalhão não é fácil, infelismente, é o fiel da balança, de novo.
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