quinta-feira, 12 de março de 2015

“Diante da iminência do golpe, não vejo outra saída: é entrar na guerra e lutar!”, diz Charles Alcântara. Em Belém manifestação em Defesa da Democracia será amanhã, dia 13, às 15 horas, na Praça da República. Defenda a Democracia, defenda o Brasil!







De Charles Alcântara*, no Facebook: 


“É guerra! 


Há sinais evidentes de um confronto de classes no Brasil. 

Desde os setores médios da sociedade, principalmente a classe média alta, ouve-se o grito de guerra.

Financiados pelos ricos, orientados politicamente por lideranças tucanas e impulsionados pela grande mídia, esses setores querem derrubar o governo a qualquer custo. 

De um lado, assistimos ao avanço da "tropa" golpista. Do outro lado, uma certa perplexidade das camadas populares que constituem a base de apoio do governo petista. 

Quando um não quer, dois não brigam, ensina o dito popular. 

Por enquanto, um dos lados - os golpistas - está na ofensiva. 

Quando - e se - os setores populares (não me refiro a centrais sindicais e sindicatos, partidos e ongs) resolverem entrar no campo de batalha, um dos lados tombará, porque as guerras são assim mesmo. 

Os golpistas são falso moralistas, intolerantes e raivosos. 

Não agem movidos pela insatisfação com algumas medidas governamentais, mas pelo desejo de vingança e de eliminação do alvo de sua ira. 

Os golpistas consideram-se mais inteligentes, informados, cultos e mais habilitados para escolher os governantes. 

Os golpistas rechaçam qualquer possibilidade de fazer oposição política nos marcos da democracia, porque fazer oposição dá trabalho e não traz resultado imediato. 

O negócio, para os golpistas, é liquidar logo essa fatura, derrubar o governo e colocar no lugar os que derrotados pela maioria nas eleições passadas. 

Para os golpistas, os fins mais do que justificam os meios. Logo, vale tudo para derrubar o governo. 

Nesse ambiente de pré-batalha campal, não há espaço sequer para debater temas importantes para o país e para confrontar algumas políticas nocivas aos brasileiros implementadas pelo atual governo, como é o caso do ajuste fiscal, que suprime direitos trabalhistas e previdenciários. 

Mas quem disse que os golpistas estão preocupados com a retirada de direitos dos trabalhadores? Ironicamente, essa turma tem muito mais identidade com a política econômica do Levy, do que se imagina. 

Quem disse que os golpistas estão interessados, por exemplo, em taxar as grandes fortunas e os rentistas do mercado financeiro, ou em aumentar a tributação sobre heranças e doações? 

Quem disse que os golpistas estão preocupados em acabar com o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e partidos? 

Quem disse? 

O que querem os golpistas, então? 

Tomar o poder, na marra, porque acreditam que o poder pertence exclusivamente às elites, e não à totalidade do povo. 

Diante da iminência do golpe, não vejo outra saída: é entrar na guerra e lutar!” 


*Charles Alcântara é auditor da Fazenda e ex-presidente do Sindifisco/PA

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