No jornal O Globo, a retomada das negociações entre PMDB e PT, apesar de Requião.
Os encontros para apaziguar os ânimos regionais incluirão Jader Barbalho e Ana Júlia Carepa.
Requião oficializa pré- candidatura
Maria Lima
BRASÍLIA - Cercado por um grupo de peemedebistas históricos que estão fora do comando do partido, o governador do Paraná Roberto Requião oficializou nesta terça-feira, junto ao Diretório Nacional, a inscrição para disputar como candidato à sucessão do presidente Lula. Após o ato em que Requião criticou o comando do partido por já acertar aliança para apoiar a petista Dilma Rousseff, o governador paranaense minimizou o escândalo do propinoduto do Governo do Distrito Federal. Ele disse que a cúpula do DEM deveria ter tomado uma medida para afastar o governador José Roberto Arruda, lembrando a frase de Stanislau Ponte Preta: "Ou restauramos a moralidade os locupletemos todos".
- Não é um mensalão do DEM. É captação de recurso externo para campanha. Isso é horrível, mas muita gente faz. Eu digo sempre que a consciência caleja. A pessoa aceita uma doação secreta, aceita a segunda, a terceira, depois não pode reclamar de mais ninguém que recebe. Quando vi o vídeo do Arruda recebendo os R$ 50 mil achei um absurdo. Mas o que os lideres do DEM vão fazer? Vão se associar? O DEM vai ratear? - ironizou Requião.
Indiferente ao pouco barulho feito pela turma de Requião, nesta quarta-feira as cúpulas do PMDB e do PT voltam a se reunir, pela manhã, para que os peemedebistas indiquem seus representantes no grupo que já começa a discutir o programa de governo de Dilma. Também retomarão as negociações para tentar apaziguar conflitos regionais. Dessa reunião vão participar, por exemplo, o deputado Jader Barbalho (PA) e a governadora Ana Júlia Carepa.
O anúncio da oficialização da inscrição de Requião como candidato a presidente foi feito no Senado, ao lado do senador Pedro Simon (RS), um dos incentivadores da idéia, e do eterno presidente de honra Paes de Andrade.
Mas as lideranças governistas do PMDB ignoraram e minimizaram qualquer impacto político. Mesmo porque, o principal articulador da candidatura com o intuito de rachar a convenção prevista o ano que vem, o ex-governador Orestes Quércia, não compareceu.
Em carta lida por Paes de Andrade, Quércia diz que abandonará a candidatura de José Serra, do PSDB, para apoiar uma candidatura própria de seu partido. Além de Simon e Paes, estavam lá os deputados Ibsen Pinheiro (RS), Darcisio Perondi (RS), Rocha Loures (PR), Edinho Bez (PR), Eliseu Padilha (RS) e o senador Neuto de Conto (PR). Representantes de 15 diretórios assinaram moção defendendo a candidatura própria, e Padilha diz ter se reunido com 24 diretórios que apoiaram a tese. O próprio Requião admitiu que estava ali ao seu lado " uma espécie de exército brancaleone". Sem muita efervescência, Simon chegou a cochilar.
- Num jantar como que aconteceu no Alvorada, podem decidir no máximo a sobremesa, nunca a vida, o futuro e a história do maior partido desse país - discursou Requião, completando que não se podia aceitar uma aliança não programática, apenas para dar emprego a meia dúzia de pessoas.
- O Quércia estava lá? O Temer estava lá? E o Jarbas? Essa candidatura foi estimulada pelo Quércia que nem estava presente? Nem barulho eles estão fazendo. Isso não resiste até a convenção - comentou o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves(RN).
(Fonte: jornal O Globo)
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