PSDB deixa o governo
Arruda. E quer explicações
O PSDB anunciou nesta terça-feira que vai deixar o governo do Distrito Federal por causa das denúncias contra o governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de integrar um grande esquema de caixa dois montado dentro de sua campanha ao governo, em 2006. A legenda já é a quarta a abandonar a base de Arruda, três dias após a revelação do escândalo do mensalão no DF.
Os tucanos ainda exigiram do DEM respostas rápidas a respeito do escândalo. O PSDB teme por possíveis danos ao partido na disputa presidencial do próximo ano. Dois secretários da legenda deverão entregar os cargos no governo do DF, além dos cerca de 100 tucanos que integram a administração de Arruda.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) foi claro: quem não atender a ordem será expulso do partido. "Os que não saírem do governo não serão mais do PSDB. Os que saírem do governo e tiverem processos vão ser submetidos ao Conselho de Ética do partido", afirmou.
Ele ainda disse que a decisão de deixar a base de Arruda foi tomada por unanimidade pela Executiva Nacional do partido. "O partido não terá mais representantes no atual governo de Brasília", disse. Na segunda-feira, o PPS, o PSB e o PDT anunciaram a sua saída dos cargos que ocupam no DF.
Denúncia - Um dossiê entregue à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público (MP) pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, indica que Arruda participava de esquema de pagamento de propina a parlamentares da Câmara Legislativa local, com recursos da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), empresa ligada ao governo. A conta chega a 57 milhões de reais.
Barbosa anexou aos documentos planilhas de despesas que teriam sido custeadas pela Codeplan durante a disputa eleitoral. Os papeis detalham a distribuição do dinheiro. Uma tabela mostra gastos entre 2004 e setembro de 2006, véspera da votação. A Codeplan teria pago, por exemplo, 7 milhões de reais para locação de um estúdio da campanha no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Mais 2,9 milhões aparecem para a despesa com programas de rádio e televisão.
Outro documento atinge a cadeia de comando do governo do Distrito Federal, indicando a distribuição de propina oriunda de empresas contratadas. Uma tabela cita a empresa Infoeducacional, que é investigada pela PF, com valor de 298.000 e a divisão: 40% para Arruda, 30% a seu vice, Paulo Octávio, 10% ao assessor Omézio Pontes, 10% a seu então chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, e o restante à espera de um "comando".
A volta de José Roberto Arruda ao noticiário político-policial era tão previsível quanto a mudança das estações, a descoberta de outra mentira de Dilma Rousseff, a nomeação de mais parentes por José Sarney ou o assassinato do plural num improviso de Lula. Questão de tempo, sabia quem acompanha mesmo de longe a biografia que começou a ficar com cara de prontuário quando Arruda se diplomou no curso de bandidagem com imunidade do professor Joaquim Roriz.
(Fonte: revista Veja)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/psdb-deixa-governo-arruda-quer-explicacoes-516260.shtml
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