As visagens da esquerda autoritária
I
Gosto muito de debate, de “gastação de cuspe”.
Gosto até de críticas bem mais do que de elogios, porque as críticas nos ajudam a ver um lado que a gente normalmente não admite.
É assim, por exemplo, só para pegar um fato recente, com a crítica feita a mim pelo blogueiro Lafayette, no blog da jornalista Franssinete Florenzano.
Lafayette disse que sou uma péssima blogueira. E eu até ri quando li o comentário dele, porque concordo em gênero, número e grau.
É fato que não respondo a comentários, não faço uma interação realmente bacana com os leitores e nem visito os demais blogs, para comentar uma notícia ou, ao menos, para agradecer a divulgação de alguma notícia originária da Perereca.
Lafayette está coberto de razão.
E peço desculpas a todos por isso.
Não, não vou dizer que é falta de tempo, eis que eu sei que todos os que estão na blogosfera também têm muitos afazeres. E mesmo assim participam bem mais do que eu.
Creio que a questão é bem mais complicada. Envolve, é claro, falta de educação e desinteligência social.
Mas, a questão de fundo é, certamente, a incapacidade de enxergar a diferença entre a blogosfera e o jornalismo tradicional.
Talvez por tantos anos de jornalismo tradicional, ou, quem sabe, por pura burrice, o fato é que ainda não consegui me adaptar a mais extraordinária característica da blogosfera que é justamente a intensa, ativa, participação do leitor.
E isso não deixa de ser um paradoxo: afinal de contas, a gente escreve para vocês. A gente quer que vocês nos leiam, nos dediquem um pouco da sua preciosa atenção.
E, no entanto, pelo menos no meu caso, há a insistência num monólogo, que é sempre muito mais pobre e até arrogante ao desconsiderar a multiplicidade de falas da sociedade.
Agradeço ao Lafayette.
E espero que essa constatação feita a partir de seu comentário possa me ajudar a reavaliar esse comportamento.
Até porque tal comportamento não deixa de ser uma contradição para quem diz apreciar tanto a Democracia...
Mas, principalmente, não é nem minimamente justo em relação aqueles que integram a blogosfera, que nada têm a ver, ao fim e ao cabo, com os meus conflitos e desinteligências pessoais.
II
Li, na semana passada, a exegese que o professor doutor Fábio Castro diz estar a fazer acerca da entrevista concedida a este blog pelo chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Cláudio Puty.
E, ao contrário da crítica do blogueiro Lafayette, não me pareceu que a crítica do professor doutor Fábio Castro seja justa ou minimamente calcada na realidade.
Em primeiro lugar, o que me saltou aos olhos foi a “esquizofrenia” de que padece o professor doutor.
Ora, o que extraí das suas divagações, em primeiro lugar, é que o professor doutor me “vende” como espécie de “marionete das elites”, ao mesmo tempo em que se aparta dessas mesmíssimas elites.
E eu fiquei a pensar, cá com os meus botões: 50% da população brasileira não concluíram sequer o ensino de Primeiro Grau.
E se a gente for pegar quem tem um doutorado, neste país, penso que isso não chegue nem a 1% da população.
Mas, o professor doutor Fábio Castro, na imagem que tem de si e naquela que “vende” às pessoas, não é elite.
Não integra aquela camada, bem lá, mas bem lá de cima, à qual todos nós, a “massa inculta”, talvez devêssemos até olhar com certo ar de devoção...
Talvez que o professor doutor Fábio Castro seja espécie de herói mitológico, já que, magicamente, também parece imune a qualquer resquício da ideologia dominante.
É certo que essa ideologia nos é inculcada desde a infância e que nos espreita até antes do nascimento, na família, na escola, nos bares, em todo canto.
Mas, sobre o professor doutor Fábio Castro, que foi tocado pelos deuses e “viu a luz”, ela não parece ter qualquer influência.
De sorte que ele, esse nosso Messias da intelectualidade tupiniquim, está acima das elites e da ideologia...
É engraçado isso, não deixa de ser engraçado...
Até nos mínimos detalhes o professor doutor Fábio Castro reproduz o comportamento arrogante das nossas elites.
Para começo de conversa batizou o seu blog com um nome impronunciável – hupo-sei-lá-o-quê – como que a dizer: “ô xente, não se metam comigo que eu sei falar grego...”
Também não faz o mínimo esforço para ser entendido.
Não que lhe faltem condições para isso.
Mas, simplesmente, porque parece julgar que o esforço de compreensão deve partir, simplesmente, da “indiaiada braba”.
Em suma: o professor doutor Fábio Castro não passa de um “intelectual enfastiado”, um intelectual blasé, como se diz.
Produzido na mesmíssima forma da elite da borracha.
Quer dizer: é nada além de um Paulo Chaves do PT.
III
Confesso que não entendi algumas das colocações do professor doutor Fábio Castro.
Por vezes, me pareceu que ele se utiliza de palavras difíceis apenas para esconder um discurso desprovido de significado.
Ou, ainda, que apenas reproduz o velho discurso dominante por palavras que lhe dão um ar de modernidade.
O exemplo gritante para mim é quando ele fala de “ideologização de processos naturais de poder”.
E eu fiquei a pensar: o que vem a ser, cargas d’agua, processo “natural” de poder? Existe processo “natural” de poder? O poder é, então, uma coisa “natural”?
E como dissociar ideologia de processos de poder, nas sociedades humanas – seja a ideologia vista como mero conjunto de idéias, seja como visão distorcida da realidade?
A mim parece que simplesmente inexiste processo “natural” de poder: todo poder é uma construção artificial e assim, também, o conjunto de ferramentas e caminhos que se utiliza para chegar até ele.
Se radicalizássemos o pensamento do professor doutor Fábio Castro, teríamos de chegar à conclusão necessária de que existem “naturalmente” subordinados e subordinadores; aqueles que foram feitos para submeter e aqueles que foram feitos para ser submetidos; aqueles que foram feitos para mandar e aqueles que foram feitos para obedecer.
Quer dizer: iríamos chegar ao mesmo velho discurso de uma inferioridade e de uma superioridade “naturais”.
O mesmo discurso que está por trás do racismo, do sexismo, do colonialismo, da depredação da natureza – e até, me perdoe professor doutor, do capitalismo.
Mas o professor doutor Fábio Castro, como eu já disse, foi tocado pelos deuses e não guarda qualquer resquício da ideologia dominante, pois não?...
IV
Outra coisa que me chamou a atenção é como o professor doutor Fábio Castro “projeta” - no sentido que dá a Psicologia a essa palavra: jogar para o outro, ver no outro, na outra pessoa ou em determinada situação, os desejos ou os “demônios” que, na verdade, estão no nosso próprio interior.
É mais ou menos assim: eu amo alguém e vejo nos mais simples gestos daquele alguém uma expressão de amor – embora esse alguém nem de longe me ame e tal sentimento só exista em mim.
Ou ainda: eu antipatizo com alguém, tenho raiva de alguém, e tudo o que aquele alguém faz parece produto de uma raiva, de uma antipatia daquele alguém em relação a mim.
É mais ou menos isso, mas deu pra entender, né?
O professor doutor Fábio Castro fala em “mito”, imaginário”, “preconceito”, “representação elitista da política”, “fervor místico” , “signos do mesquinho, do ressentido e do rasteiro”.
E atribui às minhas perguntas tudo isso; como se, por trás delas, houvesse tudo isso.
Mas, na verdade, é no interior, no “espírito” do professor doutor Fábio Castro que prosperam tais preconceitos e fantasmas: as visagens de uma esquerda autoritária que só entende o beija-mão e não sabe conviver com uma simples indagação.
Quem mitifica tal entrevista é o professor doutor; quem tenta transformar tudo em tabu, em coisa que não pode ser questionada e, por vezes, nem mesmo mencionada, é o professor doutor.
E por quê?
Porque, nas “visagens” que o assombram, tudo é conspiração da “direita” – direita aí entendida como todos os que não pensam como ele. E ainda que a práxis dessas pessoas demonstre que não foram, não são e nem jamais serão de direita porra nenhuma!...
O professor doutor Fábio Castro, em sua suposta exegese, na verdade, desnuda toda essa paranóia das esquerdas: o medo de se mostrar, de se deixar tocar, como coisa que é humana e não divina; que pode, sim, ser compreendida, assimilada, e não como fruto do ressentimento ou do “sublime”.
Como coisa que é; como força que está na sociedade; como gente de carne e osso que luta por outra forma de nos relacionarmos.
Que luta pelo poder, sim. Mas não o poder como abstração ou coisa longínqua.
Mas como o poder que está presente, sim, no cotidiano e que, por isso, modifica, sim, a maneira como vivemos, mesmo nas coisas que nos parecem mais insignificantes.
O discurso do professor doutor Fábio Castro é o discurso de uma esquerda envergonhada, de uma esquerda torturada por crises existenciais desde a queda do muro de Berlim.
O discurso de uma esquerda que já nem consegue falar em Marx, socialismo, comunismo, coletivismo, sem que isso soe, para ela mesma, como palavrões.
É uma esquerda que, como nunca se viu na História – e eu não conheço, com tudo o que conheço de História, um período assim – que incorporou todo o discurso da direita; que parece ver a direita como o Papa, o representante de deus, capaz de ungir o único caminho possível para a sociedade.
Lembro de uma pergunta que fiz ao Puty – e eu não gosto de comentar ping-pongs, porque acho que isso não é muito ético em relação ao entrevistado.
Mas, lembro que lhe perguntei, assim meio que na brincadeira: “Mas o que pensa a DS? Marx não morreu, está assim que nem o Elvis Presley?”
E eu, sinceramente, esperei do Puty uma resposta mais densa.
Esperei não que fosse falar da DS – embora eu ache que isso é muito bom, uma vez que quebra o tabu, que desmistifica.
Mas, esperei que ele fosse responder uma coisa mais ou menos assim: não, Marx não morreu. A gente continua a acreditar, a ter certeza de que o capitalismo não é o único caminho... E por aí vai.
Imaginei que ele fosse dizer que a análise marxista, acerca da dominação da sociedade por uns poucos, que apenas parasitam o tecido social, é mais atual do que nunca, neste terceiro milênio.
Porque, aos poucos, vamos compreendendo a interdependência que existe entre todos nós.
Nunca tivemos tanta gente na face da Terra. E nunca compreendemos tanto o quanto os nossos destinos estão, afinal, interligados...
Puty não foi por aí. Mas, com as perguntas que fiz, dei-lhe a chance de esclarecer, de se defender, em meio à grande fogueira da opinião pública.
Mas o senhor, professor doutor, não entende assim porque está enredado em suas visagens.
E porque, enfim, não entende patavina nem de comunicação e nem de filosofia.
O senhor professor doutor é um embuste, como muitos embustes são os nossos intelectuais, que se acham grande coisa só porque leram meia dúzia de gibizinhos do Tio Patinhas.
E eu tenho é pena desses pobres estudantes de Comunicação que o senhor professor doutor diz que está a formar; todos eles crentes, talvez, de que existem tabus, coisas sobre as quais nada se deve falar.
E tenho pena do senhor professor doutor, também, que, apesar de todo o conhecimento que a sociedade lhe permitiu ter, nunca conseguiu formatar, que eu saiba, um mísero projeto de filosofia e de comunicação para as massas populares.
Quer dizer: o senhor professor doutor Fábio Castro tenta tanto parecer um “revolucionário”, mas, não consegue chegar, apesar do tanto que estudou, à raiz das coisas, que é o conhecimento, a informação.
O senhor professor doutor, em suma, não consegue pensar coletivamente – apesar de tentar se fazer ver como apartado das elites...
Eis a grande diferença entre nós: o senhor professor doutor é um intelectual das elites; eu sou uma intelectual das massas…
E, para seu controle, professor doutor Fábio Castro: não sou um fantoche da direita – e se o senhor revirar este blog irá compreender isso.
Já trouxe aqui discussões que as esquerdas – PSDB e PT – simplesmente não querem levar.
Já discuti aqui os limites da ação política das esquerdas, a Democracia, a necessidade de encontrarmos aquilo que nos une.
E isso tudo numa linguagem simples, compreensível, uma vez que este blog tem a ilusão de ser lido, um dia, não apenas pelos bam-bam-bans da política, mas, pelo seu José e pela dona Maria lá da Terra Firme ou da Vila da Barca.
Como o senhor deve imaginar, senhor professor doutor, esse é um esforço enorme – eis que um texto, para ser compreendido, requer muito mais esforço do que um texto rebuscado.
Mas, penso, a sociedade merece tal esforço eis que fez de mim tudo o que sou; deu-me desde a possibilidade de falar e andar sobre duas pernas até à possibilidade de imaginar um mundo melhor.
Assim, professor doutor, não despeje em cima de mim os seus fantasmas, as suas visagens.
O senhor é que tem medo de dar a cara a tapa: eu não...
O senhor é que considera tabu coisas como “DS”, “falta de obras”, “centralismo”, “Rasputin”.
O senhor é que atribui às palavras um significado mágico que elas, efetivamente, não têm.
Nada é tabu, nada não pode ser perguntado. Tudo é questionável – até mesmo aquilo que chamamos de “realidade”, pois não?
O mais, senhor professor doutor, é puro e simples autoritarismo, ou vergonha de pensar aquilo que se pensa.
Por mais que o senhor, em sua arrogância, não acredite, as massas populares têm infinita inteligência, capacidade de compreensão.
Basta, apenas, que a gente desça do salto e passe a falar, humildemente, a linguagem delas.
E, por favor, não tente se fazer de vítima: isso não fica bem a um professor doutor.
Além disso, quem foi ofensivo foi o senhor, ao me transformar em fantoche da direita e por aí vai.
Isso não são apenas “negócios”, senhor professor doutor; ao contrário de O Poderoso Chefão, trata-se de gente, de seres humanos.
O senhor, por certo, não gostou de ser comparado ao Paulo Chaves, né?
Da mesma forma, eu não gosto de ser tachada de “marionete da direita”.
Mais ainda por tudo o que tenho passado para manter este blog.
Então, me respeite.
Não vomite em mim as suas visagens.
Porque, como diria a minha mãe, pra doido, doido e meio.
FUUUUUUIIIIIIII!!!!!!!!!
20 comentários:
Bom tê-la de volta Ana Célia.
Você é uma mulher admirável.
Saudações,
Charles Alcantara
Esse professor doutor sofre de algo chamado "Ranço".
Ele é "rançoso", dona Perereca.
Não ligue não, é da índole, seja droite ou gauche.
Sempre, o que fica, é o "ranço".
Égua... depois dessa eu teria vergonha de publicar algo sobre alguém na internet. Noooosa! Como doeu.
Ana Célia, vc deveria ser um pouco mais humilde e aceitar a opinião do professor Fábio que construiu, sim, bons projetos de comunicação e que, se fosse enfadonho, não teria construído tanto na prática como vc talvez não tenha chegado nem perto. Tente se informar dos projetos dele na UFPA e na SECOM.
Vc tem qualidades, mas acho que poderia lapidar ainda mais o seu talento se conseguisse ter um pouco mais de humildade e aceitasse que sua entrevista, com exceções, teve aquele ranço do PIG. Da mesma forma, algumas críticas em relação ao texto do Fábio são pertinentes, mas falar do nome do blog foi de péssimo gosto (cada um dá o nome que quer para o seu blog). da mesma forma que "Perereca da Vizinha" tem uma história, o Hupomnemata tb tem, e o professor explica a origem do nome lá no início do blog, para quem interessar possa.
Desejo td de bom para você e acredito que um dia a Ana Célia conhecerá melhor o professor (que é o que ele é, antes de ser doutor) e ele conhecerá melhor a Ana Célia (que é o que vc é antes de ser jornalista).
Assina uma admiradora de ambos.
:):):):):):):)
Sabes porque tô rindo? Lembrei do Juva. Num dos nossos papos no P.O., de final da tarde, perguntei pra ele quem era a "perereca" (foi por causa daquele teu "post", com a música "Festa").
Ele deu mais um trago e disse: ela é "porra louquíssima", uma grande jornalista, vale visitar sempre o blog dela.
Lembrei desta passagem, e fui logo para uma outra. Certa vez falei pra ele que, um blog era como uma grande esquina do mundo, onde, ora a gente se encontra para bater papo, ora ficamos como aqueles loucos que falam sozinho. :):):):)
Ele se abria desta minha definição. :):):):):)
Desde aquele papo, já tinha que você era uma grande jornalista, mas uma péssima blogueira! :):):):)
Peraí! Antes de mais nada, tenho que te dizer que tenho uma outra definição de blog pessoal: num blog Le Etat C’est Moi! :):):):)
Ou seja, o blog é o que o dono quer. Foda-se, falaria Luiz XV! ;)
Inclusive, um blog depende "do que pretende o blogueiro". Tem blog que o blogueiro quer é que fique "quase invisível", sem visita mesmo!
O Juva ficou espantado quando lhe disse que tem blog que comentava o Big Brother (na verdade, em forma de sátira).
Quando lhe disse que eram blogs que tinham cerca de 100 mil acessos diários no pico de uma polêmica (por exemplo, no último BB, o vídeo da Maíra), ele quase caiu pra trás! Blogs com postagens com mais de 1500 comentários!
Falamos quase que juntos: -sexo e besteira é que fazem sucesso na blogosfera! :):):):):):)
Em 2000, quando fiz o meu primeiro blog (que era chamado de weblog), não tinha nem possibilida de acesso de terceiro. Se você quisesse que alguém o lesse, você tinha que sentar o cabra na frente do monitor! :):):):):)
Mas, a minha crítica, que é mais, é uma dica, é apenas uma visão minha de um blog e das relações bloguianas. Posso estar errado. Ou, nem isso, posso estar "também" certo.
E você, fera, sabe que na blogosfera a participação do leitor é tão fundamental quanto a transformação do escritor em leitor do leitor, que vira escritor, portanto (putz, tô quase um "Fábio Castro" :):):):):):) ).
Outra vez, Juvêncio. Falando sobre blogs e tals... ele me disse: um blog jornalístico (poderíamos gastar cuspes e mais cuspes, falando sobre blog jornalístico, político, pessoal, impessoal, faker, blog-por-ser-apenas-um-blog) é feito de disciplina, de "acordar cedo" e dos comentários.
Aliás, ele me disse que o macete eram os comentários e os comentaristas. Este bate-bola gerava interesse e fatos que estavam escondidos, por culpa, ou sem querer, do próprio blogueiro.
É isto. Obrigado por não ter ficado com raiva do meu comentário lá na Franssi. Mas é que (ACERTEI!!!), pensei que escrevendo lá, você o leria!!! :):):):):):):):):):)
*Ia falar de um outro "lugar" que também tinha escrito esta crítica, mas, este, é melhor deixar pra lá.
Abraços e
fuiiiiiiiiiii! rsrs
Oi, Charles, que bom te ter aqui, queridinho. Quando é que a gente vai tomar umas? Bjs, Ana Célia
Oi, anônimo das 10:23, obrigada pela participação. Daqui a pouco vou falar um pouco mais sobre isso. E não sei se o professor doutor Fábio Castro é rançoso. Acho que ele é mais é apavorado, que nem boa parte da esquerda, que vê assombração em todo canto. Abs, Ana Célia
Ana Célia,
De péssimo gosto parte dos seus comentários sobre as críticas feitas pelo Fábio, muito afins, por sinal, às barbaridades contidas na reportagem (inesquecível) assinada por você em O Liberal sobre o Fórum Social Mundial, onde você descrevia - de forma quase raivosa - as pessoas que se alojavam nos acampamentos como "animais", entre outras pérolas.
Alguém que se preocupa com o coletivo não marginaliza os movimentos sociais e os indivíduos dessa forma, com visões generalistas e argumentos rasos, muitas vezes "chulos".
Sua entrevista, assim como boa parte desse seu último post foi, sim, encharcada do preconceito assinado por nossas elites mesquinhas que, como você, não aceitam ver seu discurso desconstruído e desnudado, reduzido a interesses mesquinhos, retrógrados e ao ressentimento de ver novos rostos e novas dinâmicas políticas, que por mais que não nos agradem fazem parte de um cenário democrático.
Lamentáveis e descartáveis boa parte das suas palavras voltadas para desqualificar as críticas, a figura e o blog do professor. Sorte da academia de não agregar pessoas como você, pena para as massas se de fato a possuírem como "militante" ou "intelectual", o que é muito improvável, dados os vestígios detectáveis seu trabalho por observadores que não precisam nem de perspicácia, apenas de um pouco de sobriedade.
PS: Melhor tratar esse complexo de "indiaiada braba" com terapia... pelo visto, as geladas não ajudaram muito em nada...
Construção artificial do poder foi ótimo...
Olha, Lafayette, realmente não me zango com crítica.
Acho que a gente só não critica aquilo que a gente acha que não tem salvação; que não vale o nosso tempo.
Além do mais é uma oportunidade de trocar idéias... de crescer. É, se a gente não tiver medo de olhar “no espelho” da crítica, a gente cresce, sim.
Mesmo quando a gente se zanga, como eu me zanguei com o professor doutor Fábio Castro, a gente acaba se obrigando a refletir acerca de tais colocações, né?
Também acho que blog é uma coisa bem pessoal e, em tese, a gente faz só o que quer. Mas, não é só por aí.
Se a gente faz um blog é para se comunicar, é para estabelecer uma ligação com pessoas que têm os mesmos interesses ou a mesma forma de ver o mundo, ou até para encontrar pessoas que pensam de maneira diferente, mas, que se propõem a debater com a gente.
E na blogosfera, como na vida, a gente tem, sim, de aprender as regras básicas da civilidade: respeito, atenção, cortesia, delicadeza.
É claro que nem sempre a gente consegue ser do jeito que a gente sabe que tem de ser, né? Mas, não custa tentar.
Tenho pensado nas suas dicas e na forma como vou poder colocá-las em prática. Tenho pensado em como ampliar essa participação do leitor, em transformar-me em leitora do leitor... Essa é uma coisa que eu quero, sim, viabilizar nessa nova fase da Perereca que vem por aí.
Não tenho a pretensão de me transformar em uma grande blogueira, ou até num dos blogs mais acessados.
Até porque, como você mesmo e o Juva constataram, os temas de maior “sucesso” não são aqueles tratados aqui.
Este blog, como tantos outros, tem um segmento ao qual se destina – as pessoas que se propõem a pensar e debater a sociedade.
E esse, infelizmente, ainda é um público muito reduzido, como você bem sabe.
A gente leva anos para atingir 100 mil acessos, enquanto que um blog como o do BBB, consegue isso em apenas um dia, como você mesmo informa.
Essa é a realidade, não dá para brigar com ela. Mas, certamente, dá para agir sobre essa realidade.
Não, é claro, a fazer demasiadas concessões, em relação aos temas tratados, ou até a enveredar pelo fuxico. Mas, a ampliar, sim, a temática, por que não? Talvez até a buscar formas de extrapolar os limites da blogosfera, e não de maneira “episódica”, mas, sistemática.
Não sei, Lafayette, são muitas as idéias que estão começando a aparecer.
Gostaria de ter aqui não apenas os formadores de opinião e os políticos de um modo geral, mas, a dona Maria e o seu José. Acho que vale a pena investir numa democratização ainda maior dessa grande Ágora que já é a blogosfera.
Acho que dá para colocar na blogosfera também a cara do povão, se a gente tiver a capacidade, a competência, de atrair o povão – que adora, também, uma gastação de cuspe, né?
Gostaria de construir um projeto neste sentido: trazer o povão para a blogosfera.
Porque acho que os debates que todos travamos aqui – no blog do Bemerguy, da Franssinete, do Jeso, do Hiroshy, do Lúcio, do Fábio Castro, do Vic, do Bacana, do Val Mutran, do Baratão (por que não?), do Diógenes Brandão, do CJK, do Brasiliense e de tantos e tantos outros blogueiros militantes e juramentados – são demasiado importantes para continuarem restritos a uns poucos.
Talvez essa seja uma pretensão enorme, sei lá!
Mas creio que é importante, sim, juntar as duas pontas, pra ver que bicho é que dá. Creio que é preciso explorar todo o potencial deste extraordinário universo que é a blogosfera, para democratizar, de verdade, a informação e esse debate em torno da sociedade que queremos.
Sei lá, talvez que esteja sonhando alto demais. Mas acho que nunca vou deixar de perseguir esse ideal que é o de romper com esse padrão da informação de massa que a gente tem hoje.
Desculpe aí pelas divagações. E, por favor, volte sempre!
Abs, Ana Célia
P.S: Acho que só não vai é pra acordar cedo, Lafayette. Se você ainda não percebeu, eu sou uma ave noturna...
Ao Anônimo das 12:50: acho que criação artificial fica melhor, né? O problema é que só pensei nisso depois...
Avis noturnicas...
Esta "popularização" de blogs de debates de idéia é algo que seria muito bom.
O Orkut já é bem, mas, bem popular, mais do que se possa imaginar. Lans a 3 reais a hora providenciaram isto.
Já tem, também, uma rede de blogs escritos pela classe baixa no Brasil. Mas, são poucos e de pouca divulgação.
A mídia webiana dará sofrerá uma transformação fortíssima nos próximos anos com a tv digital (claro, quando ficar barato tê-las) e com a web via rede elétrica (idem).
Aí, minha cara, é que o bicho vai pegar, e o sonho pode virar realidade.
Té mais...
Parabéns, Célia, pelo comentário!!!
Oi, Lafayette:
Você tem o endereço de algum desses blogs feitos por pessoas mais pobres?
Oi, anônimo da 1:02. Muito obrigada e volte sempre.
Oi, anônimo da 1:17. Desculpe a demora em responder. Obrigada pelo comentário. Abs.
Anônimo da 11:45 seu comentário foi para a berlinda. Abs
O Fábio, pelo que sei, nunca militou na esquerda. Quando os tucanos perderam a eleição para a Ana Júlia, ele postou umas críticas a política cultural dos governos do PSDB. Parecia atrás de cargo no novo governo. Por que ele não foi um crítico antes?
Apesar dos seus comentários a respeito do Almir Gabriel, gostei muito de todo o Blog...
Esse governo Ana Júlia precisa de críticas, pra ver se acordam e agem. Dona Ana precisa perceber o mal que ela plantou na Casa Civil... seu pupilo acabou com o "Governo da Esquerda" e só pensa nos caixas da campanha eleitoral para deputado federal... ô donana, foi tão ludibriada; ainda tem os aliados, pps, psb, pdt, pcdob, todos insatisfeitos... ainda tem o PMDB loucos para dar uma rasteira...e a oposição do PT, o PSOL que se vendei por cargos...
Qta vergonha dessa esquerda paraense. Nossa, que nojo de vcs.
Não vejo a hora do petismo acabar de vez, que voltem a oposição, que percam o poder! Já.
Assina alguém que pereu mt tempo da sua vida com a ingenuidade juvenil dentro do PT, acreditando na esquerda, no partido, nos moovimentos sociais por um mundo melhor...
Qdo penso nisso, me lembro da música do Chico Buarque dizendo "Fui muito fiel, comprei anel botei no papel o grande amor "mentira..."
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