Pensei em colocar aqui White Christmas, Adeste Fidelis e tudo o mais. Até Tannhauser pintou, magnífico que é. E o Réquiem, do Mozart, num estilo bem down. O problema é que estou matutando bem mais longe: no suposto em mim. Por isso, leitores de longa data, desculpem se me repito. Mas é que gosto muitíssimo da música abaixo. É a minha cara – talvez, porque me “alembre”, recorrivelmente, de quem sou. Pena que não a compus - foi o Chico, como sempre. De qualquer forma, um feliz Natal a todos vocês! E até a próxima função!!!
Na Carreira
Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão
Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar
Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir
Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão
Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar
Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus
(Chico Buarque e Edu Lobo)
Um comentário:
Querida Ana, um feliz ano novo e que você continue firme na sua boa e sempre apropriada labuta jornalística.
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