quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Opinião*: Procurador Geral de Justiça, Gilberto Martins, rasga a fantasia e tenta interferir nas eleições com factoide. Ele pede o afastamento de Helder pela compra de ventiladores pulmonares, o que não causou prejuízo algum ao erário. Mas silencia sobre a compra de ventiladores, aparentemente fantasmas, pelo prefeito Zenaldo Coutinho. Pudera: quem assinou a transação foi Sérgio Amorim, cunhado de Gilberto, e que era secretário de Saúde de Zenaldo. Mulher do procurador geral de Justiça é assessora do TCM, comandado há décadas pelo PSDB. Gilberto e os tucanos talvez esperassem que o governador deixasse a população morrer, para transformá-lo no vilão de toda essa história. Mas Helder preferiu a Vida.


 

O procurador geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, chefe do Ministério Público Estadual (MP-PA), rasgou de vez a fantasia e assumiu a sua militância partidária em favor do PSDB. Ontem, ele ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo o afastamento do governador Helder Barbalho, devido à compra de 400 ventiladores pulmonares junto à SKN do Brasil. A transação não causou nem sequer um real de prejuízo aos cofres públicos. Helder conseguiu, na Justiça, que a empresa devolvesse todo o dinheiro que o Governo havia pagado antecipadamente. Aliás, até conseguiu que a empresa indenizasse o Pará, por entregar equipamentos diferentes dos que foram comprados. Mesmo assim, Gilberto Martins pede o afastamento de Helder. Mas silencia sobre os ventiladores pulmonares comprados pelo tucano Zenaldo Coutinho junto à empresa GM Serviços, em uma transação repleta de indícios de irregularidades, e dos quais até hoje não se sabe se de fato existem.

Pudera: até há poucos dias, o secretário de Saúde de Belém e braço direito de Zenaldo era Sérgio de Amorim Figueiredo, cunhado de Gilberto Martins. Foi Sérgio Amorim quem assinou a compra desses ventiladores da GM Serviços, além de várias outras transações que podem ter causado milhões de reais em prejuízos aos cofres públicos. Foi Sérgio Amorim quem assinou, por exemplo, a compra sem licitação de 11 milhões de luvas de látex para o combate à Covid-19, um quantitativo que supera até a população do Pará e que é forte indicativo de superfaturamento por quantidade: quando se compra grandes volumes de um produto, para receber apenas uma parte. Durante a pandemia, Amorim até pagou antecipadamente por 40 mil máscaras hospitalares PFF2, mesma irregularidade de que Gilberto Martins acusa o governador. Só que no caso de Helder, todo o dinheiro foi devolvido. Mas e quanto as máscaras compradas por Amorim? Aliás, onde é que elas estão? Foram entregues de fato, ou o seu paradeiro é semelhante ao dos ventiladores da GM Serviços, que ninguém sabe ninguém viu?

Não, não são meras “coincidências” os dois pesos e duas medidas de Gilberto Martins e o fato de ajuizar essa ação contra Helder a apenas 5 dias das eleições municipais. Em verdade, o procurador geral de Justiça se utiliza dos poderes de seu cargo para criar um factoide político que possa influenciar no resultado das eleições. O que ele pretende é que os eleitores não votem em candidatos apoiados pelo governador e escolham os candidatos do pior e mais rejeitado prefeito da história de Belém. Mas também pudera, não é? Por outra dessas “coincidências”, a mulher de Gilberto Martins, Ana Rosa, é assessora do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), comandado há décadas pelos tucanos. Entre eles, o ex-deputado do PSDB Zeca Araújo.

A indecência dessa promiscuidade entre o procurador geral de Justiça e esses políticos só foi revelada graças à Operação Quimera, da Polícia Civil, que investiga o escândalo dos ventiladores pulmonares, aparentemente fantasmas, comprados por Zenaldo da GM Serviços. Em 9 de outubro, a Operação cumpria ordens judiciais de busca e apreensão na Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) e em vários endereços ligados à GM Serviços e a Sérgio Amorim. Um desses endereços era o apartamento da mãe do então secretário municipal de Saúde. E para surpresa do distinto público, que paga cerca de R$ 500 milhões por ano em impostos para sustentar o MP-PA, quem apareceu para abrir o apartamento foi a mulher de Gilberto Martins. Um fato que escancarou a boquinha do cunhado do procurador geral de Justiça na SESMA. E não só: também mostrou até onde Gilberto Martins está disposto a usar e abusar dos poderes do cargo, para defender seus interesses pessoais.

Pouco depois de os policiais chegarem ao apartamento da mãe de Amorim, apareceu por lá o tenente-coronel da Polícia Militar, Afonso Geomárcio Alves dos Santos, assessor de Gilberto Martins no MP-PA. Além de pedir “o nome completo” da delegada que comandava a busca e apreensão, Geomárcio já chegou filmando, com seu smartphone, os policiais civis que participavam daquela operação, o que para muitos advogados configura uma clara tentativa de obstrução da Justiça. O caso, possivelmente inédito, provocou tamanho desconforto nos policiais, que a delegada até registrou um boletim de ocorrência. Diante do escândalo, Gilberto Martins alegou que Geomárcio estava ali como segurança de sua esposa, um privilégio que o contribuinte é obrigado a garantir a integrantes do MP-PA. No entanto, isso não explica o porquê de o tenente-coronel haver pedido o “nome completo” da delegada e filmado os policiais.

É escancarado o uso político que Gilberto Martins faz do cargo que ocupa e a maneira como amordaça o MP-PA para que os malfeitos tucanos permaneçam impunes. Talvez por dívida de gratidão ao ex-governador Simão Jatene, que o guindou ao cargo, apesar de não ter sido o preferido de seus colegas. Afinal, o seu nome foi o terceiro menos votado de uma lista tríplice, e a sua nomeação como Procurador Geral de Justiça representou um profundo desrespeito à vontade do MP-PA, além de uma vingança de Jatene contra procuradores e promotores que “ousaram” investigar o filhote dele, Beto Jatene. No entanto, se pretende fazer política-partidária, Gilberto Martins deveria era fazer como todos os cidadãos: se desincompatibilizar. Largar o MP-PA, filiar-se ao PSDB e disputar as eleições. O que não pode é militar partidariamente, com os poderes e o salário que possui.     

Aparentemente, o que também incomoda o procurador geral de Justiça é a popularidade de Helder, derivada em grande parte das belas escolhas que fez como governador. Em vez de se preocupar com os poderosos inimigos que poderia angariar e que poderiam até acabar com a sua carreira política, Helder preferiu socorrer a população. Não titubeou, em momento algum, diante do bem maior que é a Vida, o único cuja perda ninguém consegue remediar. Comprou equipamentos, abriu hospitais de campanha, a Policlínica, que salvaram mais de 200 mil vidas. Gente pobre, desesperada, largada à própria sorte pelo prefeito de Belém, que, em plena pandemia, mandou fechar as portas das unidades municipais de Saúde, além de negar o básico aos profissionais de saúde: equipamentos de proteção individual, que somente agora, depois do pico da doença, é que ele passou a comprar em suspeita profusão.

Talvez o que Gilberto Martins e outras criaturas esperassem é que Helder deixasse o nosso povo morrer, para então processá-lo por descaso, inoperância, no lugar do desprefeito de Belém, tornando-o o grande vilão de toda essa história. Seria a desculpa perfeita para a incompetência, covardia e insensibilidade de Zenaldo, que entre a população e o presidente da República, escolheu o presidente. Pena que o governador tem coração, não é? Pena que não é como Jatene, que, provavelmente, teria ido pescar. Porque agora, para arrancar o governador do cargo e jogar na lata de lixo os votos de mais de dois milhões de eleitores, Gilberto Martins e as criaturas de sua marca terão de explicar à população a verdadeira razão de seu ódio. Feito abutres, queriam era a morte. Mas Helder preferiu a Vida.

 

*Artigo publicado originalmente no jornal Diário do Pará de 11/11/2020

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

A Tomada de Belém

 


Com uma reprovação recorde de 83% até no amigo Ibope, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, virou uma espécie de encosto: ninguém o quer por perto, já que causa um estrago danado ao coitado de quem se aproxima...

Mas como desgraça só quer começo, pode ficar ainda pior.

Caso se confirmem as pesquisas, o segundo turno das eleições de Belém será entre dois candidatos de oposição ao prefeito (Edmilson Rodrigues e José Priante), o que será um fato inédito, pelo menos na história recente da capital.

É verdade: Duciomar não conseguiu colocar o seu candidato no segundo turno.

Mas havia Zenaldo, das fileiras tucanas, então comandadas por Jatene, de quem Duciomar foi a criatura mais impressionante...

Assim, nem tudo estava perdido para Dudu.

Naquele segundo turno de 2012, havia a possibilidade de eleger um “sucessor amigo”, que não submeteria a sua administração a um pente-fino, ou jogaria todos os seus apoiadores na rua da amargura.

Bem diferente, porém, será a situação de Zenaldo, se confirmadas as pesquisas: a quem ele poderá chamar de “sucessor amigo”?

Ao seu arqui-inimigo ideológico Edmilson Rodrigues?

A José Priante, integrante da família Barbalho, cujo coração “é um pote até aqui de mágoa”?

Pode-se até imaginar, diante de um quadro desses, que o prefeito acabe obrigado a um movimento em direção a Priante.

Em primeiro lugar, porque as diferenças com Edmilson são bem mais difíceis de ultrapassar.

Edmilson representa um projeto de poder popular, que é a antítese da manutenção do poder pelas elites políticas e econômicas, das quais o atual prefeito já foi o representante mais promissor.

Além disso, bem vistas as coisas, não há diferenças tão grandes assim entre Zenaldo e os Barbalho.

Todos foram talhados nos valores conservadores da classe média.

Politicamente, podem até fazer um remendo aqui e acolá, melhorando a assistência social, a saúde, a educação.

Mas, com a cidade sob o comando deles, as grandes massas populares sempre estarão excluídas do poder.

O problema de um movimento em direção a Priante é que Zenaldo precisaria ter muito a oferecer, o que não é caso.

Ele já não possui nem mesmo popularidade.

Além disso, os Barbalho nem sequer precisam da máquina da Prefeitura.

Têm a máquina do Governo do Estado, grupo de comunicação próprio e uma militância que se assemelha a um exército guerreiro (e valoroso): entra coesa no campo de batalha, e não foge e nem se desvia, sempre obediente às ordens de seus comandantes.

É uma militância que faz uma diferença danada em qualquer eleição. E que só se encontra semelhante no petismo.

Daí que seria preciso que essa batalha por Belém, cujo pano de fundo, para todos os partidos, é 2022, assumisse contornos dramáticos no segundo turno, para que Zenaldo pudesse ser acolhido por Priante como uma espécie de “filho pródigo”...

Uma dramaticidade que não acredito que venha a se configurar.

Afinal, seria muita burrice de Helder procurar mais inimigos, além dos poderosos inimigos que já possui, e que tentam, de todas as formas, arrancá-lo do poder: entre eles, o MPF e a PF, sob o comando de um vingativo presidente da República; e o MP-PA, com a sua indisfarçável militância tucana.

Além disso, o PSOL não possui capilaridade no estado. Quem possui essa capilaridade é o PT. Mas o PT é aliado do governo. E nos planos do Edmilson, creio eu, não está uma candidatura ao governo, em 2022.

Daí que, em uma disputa entre Edmilson e Priante, é possível que tenhamos um segundo turno como há muito tempo Belém merece e não vê: razoavelmente civilizado.

E a única situação dramática será, em verdade, a do prefeito, que terá de lutar como um bicho, para ao menos sobreviver politicamente.

A colocação de dois oposicionistas ferrenhos no segundo turno será um recado inocultável de que o eleitorado de Belém, desde sempre, talvez, o maior eleitorado de Zenaldo, só deseja mesmo é que ele rasgue, desapareça.

Será uma derrota acachapante, raras vezes vista até no resto do Brasil, já que o “normal” é que o prefeito consiga colocar o seu candidato no segundo turno, ou que ao menos consiga ter uma alternativa que possa apoiar sem maiores problemas.

E de quem é a culpa desse “encalacramento” do prefeito? Da RBA e o do Diário do Pará, como ele tantas vezes afirmou?

Não. A culpa é dele, e somente dele, como até já escrevi.

Zenaldo foi burro desde o começo; um autêntico perna-de-pau.

Primeiro, porque aceitou assumir uma prefeitura problemática como a de Belém logo depois da passagem de um huno como o Duciomar, e ainda por cima na condição de “sucessor amigo”, o que impossibilitou até empurrar as heranças a quem de direito.

Como se isso não bastasse, ainda resolveu comprar brigas que não eram suas, mas daquela mamba-negra que é o Jatene.

Mas o principal é que não conseguiu nem ao menos mitigar os impactos de sua incompetência administrativa, com a escolha de uma equipe de boa qualidade.

A vaidade e os puxa-sacos de que se cercou não lhe permitiram nem enxergar as suas limitações, nem reconhecer e consertar os seus erros.

E o resultado é este: uma cidade destroçada e uma população que vai até soltar foguete, quando ele deixar o cargo.

A 9 dias do primeiro turno, é claro que ainda há muita água para rolar debaixo dessa ponte.

A reta final de uma campanha pode, sim, surpreender e mudar o rumo de uma eleição.

Mesmo assim, é difícil uma ascensão meteórica (e teria de ser realmente meteórica) do candidato do prefeito, ou de algum candidato que pudesse ser um “sucessor amigo”.

Em primeiro lugar, porque os tucanos não estão a lidar com a Ana Júlia e aquela turma da universidade, mas com o MDB e as suas raposas políticas.

Em segundo lugar, porque a pandemia e a proibição de ajuntamentos dificultam ainda mais a situação dos candidatos menos conhecidos pela população.

No entanto, é nestes 9 dias que acontecerão as lutas mais ferozes, os lances mais ousados e empolgantes desta provável Tomada de Belém, pelas oposições aos tucanos.

Caso se concretize a perda do caixa de Belém para alavancar a campanha de 2022, assistiremos à rápida fragmentação dos tucanos e à acelerada desmontagem de suas estruturas de duas décadas de poder.

Será, como se diz, um salve-se quem puder.

FUUUIIII!!!!!!

 

-----

Pros tucanos entrincheirados em Belém:

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Griffo só recebeu R$ 3 mil do Thiaguinho... Vou contratar o Orly!

 


 

Pois num é que até agora a Griffo, a agência de propaganda do Orly Bezerra, só recebeu R$ 3 mil da campanha do Thiaguinho?

É, caro leitor, tá lá no site do TSE: três mil royal!

E assim “mermo”, só pelo aluguel de um prédio.

Nadica pela campanha em si.

Aí, tive uma ideia genial: vou contratar o Orly pra dar uma guaribada na Perereca.

Tem que aproveitar, né?, que os precinhos dele tão daqui, ó!

Além disso, tenho certeza que o Orly, meu amigo de trocentos anos, não vai se negar a me fazer um precinho camarada também.

Mas como vivo na maior pindaíba, 3 mil pra mim ainda é muito.

Aí, pensei numa proposta bacana pra fazer pro Orly.

Vou chegar com ele e dizer: “Mano, será que tu aceitas que eu te pague com churrasquinhos?”

Porque, poxa, se o Thiaguinho, que tem uma fortuna de mais de R$ 2,5 milhões, só pagou até agora três mil royal pra Griffo, eu bem que posso pagar com churrasquinho, né não?

E vai ter de tudo, mano: costela, cupim, alcatra... Uma comilança pra deixar o Serginho Leão babando de inveja!

E se quiser, ainda dou umas cervejas “di grátis” pro Orly, que deve de andar, coitadinho, até necessitado, por causa desses precinhos de viração...

Poxa!... E eu que nunca que pensei que ia conseguir contratar os serviços da Griffo!...

Afinal, eram só aqueles preções lá em cima, né? 100 milhões do Governo do Estado, 20, 30 milhões da Prefeitura de Belém.

E agora, vejam só, 3 mil royal! Tá ou não tá melhor que a Black Friday?

Então, me “adesculpe”, caro leitor, mas tenho de ir embora correndo.

É que preciso fazer um levantamento do preço da carne, do carvão, daqueles pauzinhos de espeto, e também do vinagrete e do farofão.

É que tem de ser rápido, né?

Porque vai que o preço da Griffo sobe de novo...

Aí, mano, nem com uma churrascaria inteira que vou conseguir pagar.

FUUUIIIIII!!!!!!