Uma sessão bem intimista!
Velho Realejo
Naquele bairro afastado
Onde em criança vivias
A remoer melodias
De uma ternura sem par
Passava todas as tardes
Um realejo risonho
Passava como num sonho
Um realejo a tocar.
Depois, tu partiste
Ficou triste a rua deserta
Na tarde fria e calma
Ouço ainda o realejo a tocar
Ficou a saudade
Comigo a morar
Tu cantas alegre e o realejo
Parece que chora com pena ti!
(Custódio Mesquita/Sadi Cabral)
Modinha
Olho a rosa na janela,
Sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essa rosa
E ofertava, todo prosa,
À primeira namorada,
E nesse pouco ou quase nada
Eu dizia o meu amor,
O meu amor...
Olho o sol findando lento,
Sonho um sonho de adulto...
Minha voz, na voz do vento,
Indo em busca do teu vulto,
E o meu verso em pedaços,
Só querendo o teu perdão...
Eu me perco nos teus passos
E me encontro na canção...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
(Sérgio Bittencourt)
Ave Maria no Morro
Barracão de zinco
Sem telhado, sem pintura
Lá no morro
Barracão é bangalô
Lá não existe
Felicidade de arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu
Tem alvorada, tem passarada
Alvorecer
Sinfonia de pardais
Anunciando o anoitecer
E o morro inteiro no fim do dia
Reza uma prece ave Maria
E o morro inteiro no fim do dia
Reza uma prece ave Maria
Ave Maria
Ave
E quando o morro escurece
Elevo a Deus uma prece
Ave Maria.
(Herivelto Martins)
A Perereca recomenda, vivamente: ouçam as duas primeiras com o grande Nélson Gonçalves (que vozeirão!) e a última com a maravilhosa e quase deconhecida (hoje!) Dalva de Oliveira – que “palitinho” fantástico era ela!...
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