Fragmentos Biográficos V
Sonhaste em demasia a vida inteira.
Ainda hoje, vives a sonhar...
Como se não houvesse porta.
E os muros diante de ti é que fossem a ilusão...
Ainda hoje, insistes no que não deves...
Como quem se aprisionasse num aeroporto congestionado.
Demasiadas gentes, demasiados aviões,
Cadeiras desconfortáveis.
Gente a queixar-se por todo lado!
E tu a espiares a tudo com os olhos do coração!...
E ficas confusa ao descobrires no espelho
As rugas, os cabelos que branqueiam...
Contra toda a vida que há em ti!...
Vês a roda... Inda hoje é a roda!...
O jogo da amarelinha, o bosque interdito.
As frutas que buscavas no pomar...
As cachoeiras que erguias nas ondas da imaginação!...
Os barcos que se acendiam no horizonte.
O mar que adormecia nos braços dos céus!...
Lembras como eram o desejo e a saudade?
Ainda és capaz de encontrar a vida nos campos enregelados?
As flores nos galhos desfolhados, que mirram e se acinzentam?
A alma em cada pedra... em cada grãozinho de pó?
Ainda és capaz de amar?
E alguma vez foste capaz de amar!...
Não como o poeta que busca a rima certa,
O sentimento que se estende a todos os corações.
O que se diz, o que se escreve, o que se mostra.
Mas, como um peito amordaçado na escuridão!
Um barco acorrentado no porto! Os desertos distantes de Deus!...
Como o que espera. Sim, como o que espera.
Muito além de toda a impossibilidade!
Por que não vais ao cinema?
Por que não te permites sonhar nos sonhos alheios?
Por que tudo em ti há de querer mais e sempre mais?
O Além, o Infinito, a Eternidade, o Absoluto...
Como a criança que constrói castelos, jardins, cidades inteiras de sonho...
E que ao vê-las concretizadas, destrói tudo.
Para erguer, de novo, castelos, cidades, jardins...
Por que te aprazem tanto as promessas?
Por que só desejas, só queres - só te importa!...
O amor que te foge - que te escapa!...
Como os sonhos que sonhaste
No peito... No cheiro... Na palma de outra mão...
Belém, 11 de agosto de 2007.
Sonhaste em demasia a vida inteira.
Ainda hoje, vives a sonhar...
Como se não houvesse porta.
E os muros diante de ti é que fossem a ilusão...
Ainda hoje, insistes no que não deves...
Como quem se aprisionasse num aeroporto congestionado.
Demasiadas gentes, demasiados aviões,
Cadeiras desconfortáveis.
Gente a queixar-se por todo lado!
E tu a espiares a tudo com os olhos do coração!...
E ficas confusa ao descobrires no espelho
As rugas, os cabelos que branqueiam...
Contra toda a vida que há em ti!...
Vês a roda... Inda hoje é a roda!...
O jogo da amarelinha, o bosque interdito.
As frutas que buscavas no pomar...
As cachoeiras que erguias nas ondas da imaginação!...
Os barcos que se acendiam no horizonte.
O mar que adormecia nos braços dos céus!...
Lembras como eram o desejo e a saudade?
Ainda és capaz de encontrar a vida nos campos enregelados?
As flores nos galhos desfolhados, que mirram e se acinzentam?
A alma em cada pedra... em cada grãozinho de pó?
Ainda és capaz de amar?
E alguma vez foste capaz de amar!...
Não como o poeta que busca a rima certa,
O sentimento que se estende a todos os corações.
O que se diz, o que se escreve, o que se mostra.
Mas, como um peito amordaçado na escuridão!
Um barco acorrentado no porto! Os desertos distantes de Deus!...
Como o que espera. Sim, como o que espera.
Muito além de toda a impossibilidade!
Por que não vais ao cinema?
Por que não te permites sonhar nos sonhos alheios?
Por que tudo em ti há de querer mais e sempre mais?
O Além, o Infinito, a Eternidade, o Absoluto...
Como a criança que constrói castelos, jardins, cidades inteiras de sonho...
E que ao vê-las concretizadas, destrói tudo.
Para erguer, de novo, castelos, cidades, jardins...
Por que te aprazem tanto as promessas?
Por que só desejas, só queres - só te importa!...
O amor que te foge - que te escapa!...
Como os sonhos que sonhaste
No peito... No cheiro... Na palma de outra mão...
Belém, 11 de agosto de 2007.
Um comentário:
Agora tá como conheço.
Bom domingão prá ti.
Bjs
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