domingo, 24 de setembro de 2006

Uma pausa na guerra.



A todos os guerreiros no campo de batalha. Qualquer que seja o sonho! A fé! O partido!...
A tudo o que ansiamos, cada um de nós, no mais profundo dos nossos corações!
Não importa o revólver fumegante. A dor que deixamos para trás. A misericórdia que desejamos ter...
Nem esse frio no estômago – pois, que se anuncia a batalha final!...
Que Deus nos permita ser tudo o que imaginamos!
E, se for para cair, que saibamos cair de pé!
Pelo que acreditamos!
E que Deus abençoe cada um de nós!...


Carmina Burana


Fortuna, Imperatriz do Mundo


Ó Fortuna,variável como a lua!
Cresces sempre ou diminuis,
Detestável vida!
Hoje maltratas,
Amanhã lisonjeias.
Brincas com os nossos sentidos;
A miséria e o poder
Fundem como gelo em ti.
Destino cruel e vão,
Roda que giras,
A tua natureza é perversa,
A tua felicidade, vã,
Sempre a dissipar-se.
Pela sombra e em segredo,
Aproximas-te de mim.
Apresento o meu dorso nu
Ao jogo da tua perversidade.
Felicidade e virtude são-me,
Agora, contrárias;
Afecções e derrotas estão
Sempre presentes.
Nesta hora,
Sem demora, pulsai as cordas,
Posto que o bravo,
Derrubado pelo destino.
Chorai comigo!


Choro as feridas da Fortuna


Choro as feridas
Causadas pela fortuna
Pois, rebelde,
Retoma os seus dons.
Na verdade, está escrito
Que a cabeça coberta de cabelos
A maior parte das vezes revela-se,
Quando a ocasião se apresenta, calva.
No trono da Fortuna sentei-me,
Com orgulho coroado,
Com as flores variadas da prosperidade.
Floresci, então, feliz e abençoado.
Eis-me, agora, caído do cume
E privado de glória.
Gira, roda da fortuna!
Eu desço e pereço.
Outro é levado para cima;
No cimo de tudo senta-se o rei, no vértice:
Ele que se guarde de cair!
Porque, sob o eixo da roda, lê-se:
Rainha Hécuba.

(Carl Orff)

E essa é pra desanuviar os arraiais. Com uma recomendação expressa: ouvir com Dominguinhos, Sivuca e Oswaldinho, em “Cada um Belisca um Pouco”, da Biscoito Fino. Égua do forró arretaaaaaado!!!!! Alevanta defunto!!!!!


Feira de Mangaio


Fumo de rolo arreio de cangalha
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho, broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pé de moleque, alecrim, canela
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
E Zé saiu correndo pra feira de pássaros
E foi pássaro voando em todo lugar

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaiero ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

Cabresto de cavalo e rabichola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Farinha rapadura e graviola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pavio de candeeiro panela de barro
Menino vou me embora tenho que voltar
Xaxar o meu roçado que nem boi de carro
Alpargata de arrasto não quer me levar

Porque tem um sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem o Zefa de purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar

Mas é que tem um sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem o Zefa de purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar

(Sivuca/Glorinha Gadelha)

2 comentários:

Anônimo disse...

Impossível cair de pé...

Ana Célia Pinheiro disse...

ô massa crítica, essa, que freqüenta o blog: não deixa passar nada. Você sabe o que eu quis dizer, caramba. E obrigada pela visita.