Se verdadeira a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o general Braga Netto se transformou em uma ameaça à Democracia, à República e à sociedade brasileira como um todo.
Aparentemente, seria ele a orquestrar a busca de um poder totalitário.
Até porque, nesse ajuntamento de cabeças de camarão que são os bolsonaristas, o general é aquele que ainda possui um pouquinho de capacidade estratégica.
Mesmo assim, se verdadeira a ameaça que teria feito, ele não passa de uma caricatura de ditador, perdido no tempo e no espaço.
No fundo, estaria agindo feito um lunático, insistindo em usar o seu fantoche, Jair Bolsonaro, para tentar golpear a Constituição.
No entanto, o general é um sujeito tão ruim de blefe que até o Tiririca se sairia melhor.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, Braga Netto mandou um “duro recado” ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira: só haverá eleição, no ano que vem, se houver voto impresso.
O que, em verdade, é a ressurreição do voto de cabresto, já que milicianos, pastores vigaristas e outros grupos criminosos do bolsonarismo poderão ameaçar as pessoas mais pobres, inclusive através das redes de fake news, garantindo que têm como saber em quem elas votaram.
Em suma: o general estaria é tentando facilitar uma grande fraude eleitoral, sob a ameaça de golpear a Democracia.
Braga Netto e Arthur Lira negam o “recado”.
Mas, se verdadeira a reportagem, o general, embora pense que fala em nome das Forças Armadas, fala apenas em nome de um bando de delinquentes armados.
Que fique claro: a reportagem não coloca Braga Netto como o grande articulador de um projeto de poder totalitário.
Tem-no, apenas, como espécie de menino de recados de Bolsonaro, quando, na verdade, os personagens e o conjunto da obra apontam na direção contrária.
Se a minha percepção estiver correta, é Braga Netto quem pretende alcançar esse poder absoluto, impondo a sua vontade a 211 milhões de brasileiros e às instituições.
Uma vontade oriunda de uma mentalidade patriarcal, que pretende retirar direitos, arduamente conquistados, por negros, índios, caboclos, mulheres e gays. Ou seja, pela maioria da Nação.
Se assim for, um recado ao general: não imagine, nem por um segundo, que as suas ameaças nos assustam.
Nem a suas, nem dos milicianos, nem dos grileiros, madeireiros ilegais, ladrões de minérios, pastores pilantras e muitos outros bandoleiros com os quais o senhor se amesendou, nesse governo que mais parece um festival de organizações criminosas, na disputa pelo título da mais rapace e cruel.
Um governo capaz de condenar à morte, por ações e omissões, mais de meio milhão de brasileiros, para que quadrilhas fardadas e de colarinho branco possam ganhar bilhões com o superfaturamento até de vacinas.
Um governo lesa-pátria, que está reduzindo a pó os serviços públicos e a indústria nacional.
Não, general, o Brasil não é uma republiqueta que possa ser transformada em uma enorme senzala, sob um poder absoluto.
E nós, o povo brasileiro, não somos covardes.
Temos, sim, sangue quente nas veias para defender este país contra as hordas que tentam entregá-lo totalmente a nações estrangeiras, deixando para nós apenas a miséria e o desemprego em massa.
O Brasil que o senhor e esse governo pretendem é um país de castas, onde milhões e milhões de brasileiros famintos continuem a sustentar meia dúzia de bilionários, meia dúzia de parasitas, verdadeiros lacaios de interesses internacionais.
Ao passo que o Brasil que nós queremos é um país para todos.
Um Brasil com Justiça Social, com Soberania, com proteção das nossas riquezas.
Um Brasil de Democracia, Cidadania, onde todos tenham voz e direito à uma vida digna.
Somos milhões e milhões de homens e mulheres, general.
E não nos curvaremos à tirania, à fome, à escravidão, à entrega das riquezas deste país, que pertencem a cada um de nós e aos nossos filhos e netos.
Nem o senhor, nem ninguém está acima da Lei.
O senhor sabe muito bem que militares não podem se manifestar politicamente.
Então, se quiser fazer política, largue a farda e se candidate a deputado, senador, presidente, o que quer que seja.
Do contrário, o senhor não passará de uma desonra e de um perigo até para as próprias Forças Armadas.
Agora, se a sua intenção for mesmo a de conspirar contra a Democracia, a República e até contra o Brasil, deixo-lhe um conselho: não se atreva!
Porque essas suas belas insígnias acabarão é substituídas por um uniforme de presidiário.
Desta vez, general, não haverá anistia.
É simples assim!
FUUUIIIIII!!!!!
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Leia a reportagem do Estadão: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,ministro-da-defesa-faz-ameaca-e-condiciona-eleicoes-de-2022-ao-voto-impresso,70003785916
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